Remember Me escrita por SweetBia, Anaísis


Capítulo 11
Lembranças & Visitantes


Notas iniciais do capítulo

Hey feliz ano novo e voltámos ^^
Com a faculdade, trabalhos e exames o capítulo demorou mais do que pensava a escrever mas finalmente está pronto e estou mais do que ansiosa para saber o que acharam.
Capítulo dedicado à Keliane que recomendou a fic =)
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/355994/chapter/11

No capítulo anterior …

Aquele beco e o silêncio da noite ficaram marcados pela tragédia que acabara de acontecer, com uma vida a ser tirada por uma jovem desesperada, todavia outro acontecimento diferente marcou a noite e o beco, tendo chegado sob a forma de uma figura solitária que fora atraída para aquele sítio pelo cheiro de sangue fresco.

— Ora, ora, o que temos aqui? ___________________________________________________________—____________

“- O assassino de Seattle voltou a atacar durante a noite passada, dois corpos foram encontrados num caixote do lixo ao qual foi ateado fogo. As vítimas já foram identificadas, trata-se de Anne e Frank Thompson, um casal de 25 e 27 anos. Uma fonte declarou que a polícia obteve novas pistas, sendo que estas apontam para a possibilidade destes homicídios serem obra de um grupo. O FBI foi chamado a intervir à luz deste novo crime que se vem juntar aos últimos 7 que ocorrem neste mês. Esperemos que, agora com a ajuda do FBI, estes criminosos sejam apanhados rapidamente e antes que possam cometer mais algum assassinato. Vamos agora passar ao tempo para amanhã …”

— Mais dois e desta vez atacaram mais rápido. - o vampiro forte e de cabelos pretos encaracolados comentou enquanto desligava a televisão.

— A falta de alguém a impedi-los, a controlá-los está a fazer com que fiquem mais confiantes. - outro vampiro, este de cabelos de uma estranha cor de cobre, respondeu.

— Deveríamos intervir, colocar um fim a isto. - o primeiro vampiro voltou a falar, levantando-se do sofá exaltado.

— Isso não é da nossa competência, não nos cabe a nós eliminar outros vampiros que estejam a causar desordem, aliás, nem temos a certeza se é mesmo obra de vampiros.

—Mas tu és cego? -o moreno ironizou. -Sete mortes em um mês, corpos carbonizados. Isso é coisa de vampiro. - Emmett parou e voltou-se para o irmão sorrindo de maneira quase sádica. - Temos que pará-lo.

Edward suspirou e pôs as mãos nos bolsos do jeans, não adiantava discutir com Emmett, seu irmão mais novo julgava que a vida era uma longa e excitante caçada. O ruivo, porém, era mais pragmático, não via nada animador no fato de que um vampiro seguia em direção a Forks fazendo longas e teatrais caçadas. Repentinamente o rapaz ao seu lado gargalhou profundamente e Edward bufou.

—Relaxa, mano! Esse é o teu problema, sempre a pensar demais. Se esse vampiro vier em nossa direção estaremos prontos. - Dito isso ele flexionou os braços deixando seus músculos de aço se contraírem.

— E se não for apenas um vampiro? - um terceiro vampiro perguntou entrando na sala. Este último tinha um físico semelhante aos anteriores, branco como a neve, olhos dourados, menos musculoso que Emmett e cabelos loiros encaracolados.

— O que te leva a pensar que é mais do que um? - Edward questionou olhando para Jasper

— A quantidade de mortos que tem havido, nunca é apenas um, são sempre mais.

— Pode ser apenas um vampiro com muita fome. -Emmett deu de ombros, seus pensamentos vagavam para a possibilidade de uma luta maior envolvendo mais vampiros, um sorriso profundo se formou em seus lábios. Edward que acompanhava-os apenas revirou os olhos voltando-se para o outro irmão.

—Achas que pode ser um bando maior? -ele questionou.

—Um bando seria exagero de nossa parte. Descuidados como são, deixando rastros tão visíveis, devem ser no máximo companheiros. Se eles seguirem esse mesmo caminho cruzaram connosco, se não os avisarmos podemos ter os Volturi por perto em breve. - Jasper disse temeroso, flashs de suas memórias assaltaram a cabeça de Edward, que contraiu a face ao ver as mais brutais interferências dos Volturi.

—Se isso não for realmente um vampiro vocês devem-me uma boa e longa luta. -Emmett avisou levantando-se do sofá aproveitando para empurrar o loiro que estava absorto demais em seus pensamentos para revidar. Com a apatia dos irmãos perante as provocações o moreno bufou alto mais uma vez e foi em direção ao andar de cima para procurar a sua esposa.

—Há algo de errado, Jasper? -Edward questionou por reflexo, não queria ser invasivo, mas os pensamentos do irmão estavam estranhos, confusos, rápidos demais até mesmo para um vampiro.

—Não, eu estou bem. Só um pouco preocupado com tudo isso. - Edward sabia que aquilo era mentira, Jasper pensava em dezenas de coisas diferentes ao mesmo tempo, mas havia algo escondido. Sem perceber, ele fixou os olhos nos do irmão que por um segundo fraquejou. Havia uma imagem que ele teimava esconder, uma imagem de sua vida humana. Ela estava fraca depois de tanto tempo, mas de alguma forma muito viva, talvez nem fosse real, mas aparentemente Jasper consultava-a frequentemente. Era uma simples e sonora gargalhada de criança. Edward franziu o cenho e Jasper contraiu-se.

—Pára! -O louro rosnou quando percebeu o que Edward fazia. Mas para o ruivo aquilo não fazia nenhum sentido, era apenas uma memória humana sem nenhum nexo ou importância.

—O que estás a fazer com ele? - a voz de soprano invadiu a sala. Edward virou-se para Alice que tinha os olhos fixos no marido, que parecia afetado por toda aquela situação. O rapaz sorriu falsamente.

—Estou a tentar arrancar dele o presente de aniversário de casamento de vocês, mas ele não está cooperando. - Alice aparentemente não havia acreditado naquela conversa, mas escolheu fingir que sim.

—Amor, eu sabia que tu me ias dar aquele Leviev Fancy. - Seus olhos repentinamente perderam o foco. -O rosa não querido! Eu quero o azul. - Ela suspirou e em seguida sorriu. -Agora está perfeito, eu amei.

Os dias foram passando lentos e monótonos, as notícias de homicídios continuavam a surgir com uma frequência cada vez mais assustadora, tal como as discussões sobre uma possível intervenção da família na situação. A verdade é que cada vez mais tornava-se evidente que, a menos que quisessem deixar que fossem os Volturi a resolver o assunto e arriscarem-se a receber uma visita deles, teriam de ser eles a travar os vampiros desordeiros.

—E porque não? Se estiverem certos e for mesmo mais que um vampiro, vão ser dois no máximo três, a nossa vantagem numérica é tão grande que a luta até se torna injusta para eles. Claro que Emmett era o membro da família mais entusiasmado com a possibilidade de uma luta iminente.

— Emmett, por favor, isto não é motivo de celebração. - Esme recriminou-o do outro lado da mesa oval onde toda a família estava reunida.

—Tens a certeza que é o melhor Carlisle? - Rosalie que, ao contrário do marido, não achava a ideia de uma luta nada entusiasmante, questionou o patriarca.

—O melhor não é de certeza mas começo a pensar que é a única solução se quisermos manter os Volturi afastados, eles de certeza aproveitariam a oportunidade para nos vir visitar. A nossa família já lhes chama muito a atenção devido ao tamanho mas assim que descobrir os dons do Edward, da Alice e do Jasper de certo que os vão querer na guarda e não tenho a certeza se a minha antiga amizade com Aro o fará aceitar a escolha deles e não olhar a meios para os ter. - Carlisle suspirou, conhecia bem Aro e sabia o quão ambicioso era, tal como sabia que o mesmo faria de tudo para ter o que desejava e não podia deixar que os seus filhos fossem o alvo desse desejo.

—Então se vamos mesmo confrontá-los talvez seja melhor irmos já com um plano de ataque, para evitar surpresas ou que algo corra mal. - Edward sugeriu - O que achas Jasper? Jasper? - voltou a chamá-lo ao notar que, apesar do seu corpo se encontrar presente, o seu olhar mostrava que se encontrava noutro sítio.

Nos últimos dias foram várias as vezes em que encontrara o irmão com um olhar ausente, Jasper não o conseguia evitar, afinal estava a aproximar-se uma data especialmente difícil para ele, o dia em que a tinha perdido para sempre. Por mais que o tentasse evitar, às vezes perdia-se nas poucas memórias que tinha daquele tempo em que ainda era humano e o seu anjo era vivo, não conseguia deixar de imaginar o que lhe teria acontecido, como fora o resto da sua vida, se fora feliz, se casara e tivera filhos, se ainda tinha a gargalhada melódica como quando era criança. Sim, a sua gargalhada era a memória que mais vezes revivia, as saudades que tinha de a ouvir eram imensas, uma vez até se arriscara a tirar a velha fotografia que tinha dela do bolso escondido na carteira.

Flashback

—Se continuares a correndo assim vais acabar por te magoares. -Jasper alertou a irmã que não dava ouvidos e continuava rodando pelo parque atrás de borboletas.

A voz do rapaz não continha realmente repreensão, eram raras as vezes em que Bella podia ser realmente criança. Sentado ali na grama do parque vendo a irmã se divertir era quase impossível pensar em todas as coisas ruins que eles passavam juntos.

—Ahh Jazz, eu gosto tanta de vir aqui, porque a gente não “vinhemos” tanto até aqui? -ela perguntou fazendo beicinho e pondo as delicadas mãozinhas na cintura.

Jasper suspirou, como contar à irmã que eles sequer tinham condições financeiras para sair de casa? Ele sorriu.

— Por que nós não vimos tanto até aqui querida. É complicado Bells. Mas prometo que um dia nós poderemos vir aqui quantas vezes quisermos, todos os dias. -Ele sorriu e a menina andou em sua direção, sentando-se entre as suas pernas.

— Jazzy, tu vais vir semple aqui comigo, mesmo quando eu for gande? - perguntou, encarando os olhos azuis do irmão.

— Claro que venho meu anjo. Eu vou estar sempre ao teu lado, mesmo quando fores grande, encontrares o teu príncipe encantado e preferires estar com ele em vez de estar comigo. - respondeu enquanto fazia cócegas a pequena menina que gargalhava alto, a gargalhada que umas décadas depois seria a memória do som mais bonito que Jasper guardava.

— Pára Jazzy, pára! A minha baliga dói. - Bella implorava entre risadas até que Jasper parou. Assim que se recompôs, a menina colocou-se de joelhos em frente ao irmão, mesmo assim ficando mais baixa que ele, segurou-lhe a face com uma mãozinha de cada lado e olhou para ele, ficando castanho e azul a fitarem-se intensamente.

— Eu já encontlei o meu pincipe e ele é o mais encantado de todos e também é o meu papá de coração. Eu quelo ficar contigo para semple Jazzy.

Jasper nada disse, apenas envolveu nos braços abraçando-a fortemente e enterrou a cara nos seus cabelos. Passaram assim uns segundos até que ouviram alguém limpar a garganta perto deles, levantando a cabeça mas sem largar Bella, Jasper olhou para o senhor de meia-idade à frente deles.

Peço desculpa interromper, mas eu estava a passar aqui perto quando vi o vosso momento tão ternurento e não resisti a vir cá pedir-vos para me deixarem tirar-vos uma fotografia.

— Obrigado, mas eu sei que as fotografias são caras o suficiente para apenas pessoas ricas as poderem comprar, e eu não tenho dinheiro para lhe pagar.

— Meu rapaz, com a minha idade já tenho experiência mais que suficiente para saber que o dinheiro não é o mais importante na vida, mas sim as pessoas, principalmente a família e aqueles que nos são próximos. Eu não vos vou cobrar a fotografia, considerem-na como um presente.

—Ah… Mesmo assim, senhor. Sei como essas são caras e vão lhe custar mesmo assim. -Jasper tentou negar.

—Ouça filho, eu ganho o suficiente para presentear-lhes com essa foto. Elas servem para isso, para guardar os bons momentos.

—Eu nunca tirei uma foto, Jazzy! - Bella exclamou ao lado do rapaz, Jasper a olhou e viu a irmã na pontinha dos pés, se equilibrando para ver se o irmão aceitaria. -Por favor. -ela pediu fazendo beicinho. Jasper suspirou, não havia nada que a garotinha pedisse que ele não fizesse.

—Pois bem, se o senhor quiser e puder gostaríamos de tirar uma fotografia. - Jasper disse e Bella bateu palmas e rodopiou fazendo com que seu vestidinho balançasse.

—Sentem-se perto daquela árvore. - O senhor apontou para as raízes de um carvalho ao seu lado. Jasper sentou-se e Bella logo se aninhou em seu colo. -Quando estiverem prontos me digam, eu direi x e vocês devem ficar parados por alguns segundos. - Ele orientou.

Bella olhou profundamente para o irmão e em seguida sorriu.

—Eu te amo, Jazzy. - Bella falou baixinho e deitou sua cabeça no ombro do irmão e sorriu para a foto.

—Eu também te amo, meu anjo. Pra sempre. - O irmão disse e a garotinha deu uma leve gargalhada de prazer com as palavras. -Estamos prontos! -Jasper avisou e também deu seu melhor sorriso para a foto, mudando de ideias no último momento e baixando a cabeça para dar um beijo no cabelo da irmã.

—Então x. -O senhor disse e se abaixou para tirar a foto, houve um clarão de luz e Jasper levantou a cabeça continuando a sorrir.

Aquele lindo momento estava eternizado.

Flashback off

(Foto dos dois: http://www.superdad.gr/keimena/ti-einai-agapi-mpampa/ )

Sim, ele sentia falta dela. Nunca mais fora o mesmo desde que se despedira dela, quem visse de fora podia pensar que a sua vida tinha tudo para ser perfeita, dinheiro não lhe faltava apesar de riquezas materiais não lhe interessarem, tinha uma família que o aceitara mesmo sabendo do seu passado sombrio e o ajudava a ultrapassá-lo e encontrara a sua companheira, mas faltava algo, um pedaço de Jasper nunca estava consigo.

—Eu bem digo, ele deve estar a ficar louco!- Emmett disse bem alto fazendo Jasper piscar algumas vezes voltando ao presente.

—O quê?- Ele questionou.

—Estamos a falar contigo sobre os vampiros. Precisamos de estratégias e tu andas muito distante. -O irmão de Jasper apontou, mas até mesmo o brincalhão Emmett percebia que havia semanas que o loiro estava naquele estado. -Somos a tua família, irmão! Podes dividir o que for conosco, nunca te julgaríamos.

—Bem, mais um ano letivo se aproxima e eu estou… Temeroso, ainda não me acostumei com todo aquele sangue… Vocês sabem. -Por vezes o fato dele ser um novato na dieta vegetariana dos Cullen lhe era uma bênção, sempre que se sentia assolado pelas lembranças.

—Não deixes isso te afligir, filho. -Esme disse amorosamente em direção ao loiro. - Tens feito um ótimo trabalho, não há com o que se preocupar, mantém-te firme e tudo dará certo.

Alice apertou a mão do companheiro por baixo da mesa. Por outro lado Jasper se sentia horrível por fazer Alice se sentir preocupada e culpada, nos últimos dias ela vinha sofrendo com ele sem ao menos saber o motivo. Mas Jasper julgava melhor assim, mesmo amando-a mais do que alguma vez pudera imaginar amar outra mulher que não fosse a sua irmã, não lhe quis contar sobre a sua pequena irmã. Sabia que Alice faria todos os possíveis para o ajudar a ultrapassar a falta que a irmã lhe fazia, porém tinha receio que, ao ultrapassar, acabasse por perder as memórias que ainda lhe restavam do seu pequeno anjo, uma vez que estas já eram tão fracas.

Por sorte apenas pensava nela quando sabia que Edward não estava por perto para lhe ler os pensamentos e descobrir o seu segredo. Porém, às vezes parecia ser inevitável pensar nela, como acontecer agora mesmo. Por sorte, e em grande parte devido ao seu dom, conseguia controlar os seus pensamentos de modo a mostrar a Edward apenas o que lhe faziam sentir e não o seu real teor.

Felizmente também podia contar com a ajuda do seu irmão, Edward percebera que o que Jasper dissera não correspondia ao sentimento que lera na sua mente, todavia sabia que eram assuntos de Jasper e se ele não queria partilhar com o resto da família, não era ele que o iria forçá-lo a contar.

—Então voltando a onde estávamos antes do Jasper resolver ter um ataque nervoso por ter de voltar a enfrentar o purgatório, quero dizer, a escola, precisamos de um plano de ataque para a luta com os vampiros que não conhecem as regras.

— Sempre o mesmo poço de sensibilidade Emmett. - Jasper disse revirando os olhos para o irmão que apenas deu um sorriso sarcástico - Bem, para com...

O vampiro loiro não conseguiu acabar a frase devido ao som de uma inspiração brusca e tanto Alice como Edward ficaram tensos ao assistir à visão de Alice.

—Já não precisamos de ir ter com os vampiros… - Alice começou

—Eles estão a vir para Forks. - e Edward terminou. Jasper engoliu seco, algo perigoso se aproximava da família que lhe acolhera e amara, mas o mais desesperador: O perigo se aproximava da sua Alice. Silenciosamente ele fez uma promessa: Aniquilar qualquer coisa que colocasse a existência de sua amada em risco. Não importava a qual custo.

Os dias se passaram na casa dos Cullen mais arrastados do que nunca, Carlisle havia dado a orientação e todos resolveram acatar: Ninguém caçaria ou sairia sozinho como medida de precaução. Eles lutavam entre si, treinando e se aquecendo, mas a verdade era que todos estavam fartos de esperar, principalmente Emmett que andava incontrolável.

—Aquela era a última vez, Emmett! -Jasper ralhou com o irmão mais uma vez naquela tarde, já estava escurecendo e esteve a lutar com o irmão durante toda a tarde com a promessa de que aquele round seria o último, o que nunca acontecia. O loira tinha o moreno imobilizado no chão, Emmett era um bom oponente, mas não era páreo para Jasper.

—Só mais uma, Jasper! Uma revanche? -Ele pediu enquanto o outro vampiro o ajudava a se levantar.

—Não mesmo, irmão. Esme já está nervosa lá dentro, posso sentir daqui. Se eu te humilhar mais uma vez ela virá aqui e me vencerá ela mesma. - Jasper riu e Emmett bufou o empurrado em direção da casa. Entre risada os irmãos se dirigiram para a mansão dos Cullen. Alice estava sentada no sofá olhando para a TV desligada tentando ela mesma achar os caminhos que os vampiros inimigos fariam.

—Há quanto tempo ela está assim? -Jasper perguntou para Esme que estava ao seu lado lendo revistas de arquitetura.

—Há muito tempo, filho. -Esme suspirou. -Ela fica monitorando todas as possibilidades e Edward monitora ela… Tem sido difícil. -A mãe apontou para o leitor de mentes sentado nas escadas olhando fixamente para o nada, tão concentrado quanto Alice.

—Alice? Querida…-Jasper chamou e a esposa piscou parecendo ainda meio fora de órbita. -Estou aqui. -Ele disse e tocou a mão dela. Alice apertou os olhos mais uma vez e suspirou.

—Isso é frustrante, não estou ligada aos visitantes e eles não se decidem quanto ao que vão fazer. Parecem crianças de um lado para o outro.

Edward na escada suspirou também e esfregou o rosto, aquilo era absurdamente cansativo para todos os vampiros, monitorar e prever os próximos passos dos visitantes indesejados estava a deixá-los loucos.

—Vocês precisam relaxar, até parece que os vampiros vão chegar aqui na nossa porta. -Emmett bufou, para ele era complicado entender o motivo de tanta preparação, eles estavam em maior número contra aqueles que nada mais pareciam do que uma dupla de recém-nascidos.

—Carlisle vai chegar daqui a alguns segundos. -Alice afirmou perdendo o foco mais uma vez. Olhou para o irmão mais velho e viu Edward entrar no mesmo transe.

—Quando foi a última vez que eles estiveram assim? - Jasper questionou perdendo a paciência. -Há tempos Alice não fazia isso, anunciar qualquer visão que ela tivesse do futuro. Vocês estão a pressioná-la demais.

—Jasper, acalma-te. - Rosalie disse com dentes trincados, sem nem ao menos perceber o loiro havia mandado uma onda da raiva e frustração que sentia.

—Desculpem-me. - Ele pediu e voltou a tocar a mão de Alice.

—Olá. - Carlisle cumprimentou a todos quando chegou na sala, ele aparentemente estava cansado de toda aquela rotina. Seus olhos eram quase pretos e círculos roxos estavam debaixo das orbes cansadas. Parecia desgastado e mais exausto.

—Olá. - Esme andou em direção ao marido e tocou o rosto dele com a ponta dos dedos. A família toda estava cansada demais.

—Ah não! - Alice disse surpresa e se levantou do nada. Edward também se remexeu, mas apenas trincou os dentes com raiva. -Ah não, não, não! - Alice levantou as mãos como se tentasse deter algo invisível a sua frente e em seguida rosnou.

—O que está havendo? -Carlisle chamou, mas nenhum dos dois reagiu. -O que está acontecendo, filhos?- Ele repetiu, dessa vez mais enérgico.

—Houve uma mudança entre os vampiros, não sei, de repente minha visão tomou dois rumos. Rumos simultâneos.

—Eles se separaram. - Edward esclareceu.

—Mudaram de caminho? Isso é bom, eles estão se afastando de Forks então? - Esme disse um pouco mais calma.

 –Apenas um se afastou de Forks. Há algo errado com ele, não sei dizer, ele é pior que o outro, está tudo rápido demais. - Alice disse perdendo o foco mais uma vez. Seu olhar de repente se tornou frenético.

—O outro está perto da fronteira com os Quileute. Ele vai invadir. - Edward disse e no segundo seguinte já não estava em casa, corria rapidamente no meio da floresta densa.

Todos instantaneamente o seguiram. Alice e Edward coordenavam a caçada, sabiam que se todos não se apressassem o vampiro logo estaria na reserva e pelo tempo que estava sem se alimentar caçaria por ali mesmo rompendo todo o tratado.

—Se ele entrar temos que mata-lo o mais rápido possível. - Edward disse alto, mesmo que estivesse quase quinhentos metros a frente do resto da família.

—Faremos o máximo para que não se torne um assassinato. - Carlisle afirmou.

—Eu não digo o mesmo. -Jasper rosnou e deixou-se libertar de sua consciência, assumido o instinto animal que outrora aprendera com Maria. Ele era um predador, não o caçador atrás de alimento, mas atrás de medo e dor.

A vampira ouvia a aproximação do bando. Ela havia sentido cheiro de vampiro, mas não julgava que eram tantos. Se seu coração ainda batesse naquele momento ele estaria acelerado tamanho o medo que sentia. Ia morrer, aquele seria seu fim, padecer sob as mãos raivosas de um bando de vampiros “Não sem lutar” Sua consciência disse e ela se impulsionou mais rápido ainda aumentando a vantagem em alguns metros, mas aquilo não seria o suficiente, ela ouviu todos os pares de pés aumentarem o ritmo também. “Um… dois.. três.. mais ao norte quatro, cinco, e seis. Com esse a duzentos metros são sete! Sete vampiros” ela contou e praguejou internamente. “Cada vez mais perto” ela pensou descontrolada.

Edward foi o primeiro a visualiza-la, era uma mulher, aquilo lhe causou um choque. Havia matado alguns dos seus em situações extremas para a família, mas uma mulher nunca. Engoliu seco, aquilo nunca havia passado na sua cabeça. Era um péssimo momento para sentir empatia.

Estavam quase a apanhá-la, eles eram rápidos mas a vampira era ágil e tinha conseguido escapar deles até agora. Ainda não lhe tinham conseguido ver a cara, apesar de ter sido apanhada de surpresa, a vampira estava a conseguir manter alguma distância deles para que não a apanhassem. Era de estatura média, talvez uns centímetros mais alta que Alice e magra, tinha longos cabelos castanhos com alguns reflexos vermelhos e suavemente ondulado que balançavam atrás dela enquanto corria. Cabelos esses que, por muito estranho que pareça, traziam uma sensação de familiaridade a Jasper que não conseguia perceber o motivo.

A vampira estava desesperada à procura de uma maneira de fugir dos vampiros estranhos que a perseguiam. Recriminava-se por ter sido teimosa, tinham acabado de chegar à cidade e já tinha querido vir caçar sozinha, se pelo menos ela tivesse vindo também poderia ter uma chance de escapar viva, sozinha sabia que não tinha hipóteses. Não sabia lutar, por mais que tivessem tentado ensiná-la não o conseguia fazer, memórias que queria reprimir do seu passado começavam a invadi-la e acabava por fugir.

O desespero aumentou quando viu que fugir para as montanhas não tinha sido tão boa ideia como pensara. Acabara de entrar numa espécie de clareira circular que fazia lembrar uma gruta sem teto, uma vez que, à sua frente e lados, erguia-se uma parede de rochas enormes, poderia escalá-las facilmente, porém eles estavam demasiado perto e de certeza que a conseguiriam apanhar quando começasse a subir. A única saída era por onde tinha acabado de entrar, todavia estaria apenas a correr em direção aos seus perseguidores que aproximavam-se rapidamente.

Resolveu tentar escalar as rochas e rezar para conseguir escapar, não podia ficar ali e entregar-se à morte, os estranhos podiam querer torturá-la primeiro.

—Desiste criança, sabes que, mesmo que tentes, não conseguirás fugir por aí. Tem calma, só queremos falar contigo. - ouviu uma voz masculina dizer próxima de onde estava.

Assustada como nunca se sentira desde a sua transformação, virou-se de frente para os vampiros, encostando-se o máximo possível à parede atrás de si.

— Por favor deixem-me ir, eu não fiz nada e prometo que saio das vossas terras. - implorou, olhando finalmente para eles, eram sete ao todo, quatro homens e três mulheres. Sem dúvida não teria qualquer hipótese numa luta.

A sua voz era doce e tinha uma nota infantil que deixou Jasper mais confuso que já estava ao sentir um aperto no seu coração parado à medida que a sensação de familiaridade aumentava.

— Lamento imenso minha querida, mas não podemos deixar-te ir embora. Não vamos magoar-te apenas queremos que nos respondas a algumas perguntas. - Carlisle falou com uma voz calma, tentando acalmar a menina ao ver o seu pânico.

—Está mentir, eu sei que estás. Vocês vão matar-me e quem sabe se não me vão torturar primeiro.

— Vamos mas é acabar com isto rápido que quero ir para casa! Ajuda-me a agarra-la Emmett. - Rosalie exclamou, farta de tanta enrolação.

Convencida que o seu fim tinha chegado, a menina fechou os olhos com força e um pequeno pensamento sussurrado escapou dos seus lábios.

—Vou ver-te em segundos Jazzy.

Ao ouvir a doce frase a sensação de familiaridade de Jasper desapareceu dando lugar ao reconhecimento. Os cabelos eram familiares porque durante poucos anos penteou-os diariamente, tendo chegado a aprender a fazer penteados femininos, como dois totós e tranças, apenas para fazer a sua menina feliz quando esta lhe pedia que os fizesse, a voz também era familiar porque durante anos ouviu todos os dias a sua doçura, apenas com a diferença que era mais infantil, uma voz de criança, e em todos os anos como vampiro guardou na memória o seu som, principalmente o da sua gargalhada. Em tempos, houve uma pequena menina que foi a única pessoa que alguma vez lhe chamou Jazzy e, por mais que fosse praticamente impossível, Jasper tinha a certeza que aquela menina se encontrava assustada à sua frente, numa versão mais crescida.

Várias lembranças de Bella passaram pelos pensamentos de Jasper, desnorteando Edward que, de repente, viu a sua mente preenchida com lembranças de uma criança. Jasper viu pelo canto do olho Rosalie e Emmett começarem a avançar em direção a Bella e, em menos de um segundo, reagiu colocando-se à sua frente, numa posição de ataque.

—Nem se atrevam a tocar-lhe! - rosnou, assustando a sua família que foi pega de surpresa pelo comportamento de Jasper.

Por sua vez, Bella abriu os olhos rapidamente, também ela surpresa por ainda estar viva e um dos vampiros estranhos estar a defendê-la.

—Jasper? O que é que se passa? Que lembranças são estas? - Edward interrogou ainda atordoado com os pensamentos do irmão.

—Jasper? - Alice chamou, chocada com o comportamento do marido que quase atacava os irmãos por causa de uma desconhecida.

Porém Jasper não lhes prestou atenção, endireitou-se, virando-se lentamente para a menina assustada atrás dele.

Ao ouvir o nome do irmão Bella não quis acreditar, não podia ser ele. O seu irmão tinha morrido à muitas décadas atrás, os homens do exército tinham ido a sua casa informá-los da morte dele. Então porque é que aquele estranho estava a defendê-la? Porque é que, olhando agora melhor para o estranho conseguia ver as semelhanças entre o mesmo e as memórias um bocado baças que tinha do irmão? Seria a sua mente a pregar-lhe uma partida levando-a a ver o que queria? Poderia ela ter sido enganada este tempo todo e o irmão estar vivo e também ser um vampiro?

—Meu anjo… - Jasper disse docemente, olhando nos seus olhos. Num reflexo completamente humano, Bella tapou a boca com as mãos. Quaisquer dúvidas que tinha dissiparam-se naquele momento … apenas Jasper, o seu Jasper lhe chamava assim e com tanto amor na voz como no olhar.

—Jazzy… - sussurrou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

SweetBia: então bom, mau horrível?
É verdade, a Bella está viva e é uma vampira, mas quem a terá transformado? Alguém quer tentar adivinhar?
A nossa família preferida apareceu ^^ no proximo capitulo iremos descobrir a sua reação ao saber a história de Bella e o que falta da história de Jasper, ansiosos?
Deixo aqui o link da imagem para caso alguém nao consiga ver: http://www.superdad.gr/keimena/ti-einai-agapi-mpampa/
Comentem muito e recomendem se acharem que a fic merece, até ao próximo.
Beijinhos

Anaísis: Oi pessoal, espero que gostem e fico muito feliz por ainda estarem tão firmes e animado com a história como nós estamos. Até a próxima ❤



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Remember Me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.