Ao lado de Patch, havia uma mulher alta, magra e incrivelmente bonita. Seu cabelo era castanho e caia em uma cascata de cachos nas suas costas. Ela estava vestida de preto da cabeça aos pés e eu juro, que se eu não tivesse visto as semelhanças dos dois rostos espantados na minha frente, eu estaria ardendo de ciúmes. Katerina estava com uma arma na mão e seus olhos avelã olhavam para Lucas com raiva.

- Patch, tire – a daqui. – Katerina disse com uma voz baixa. Eu vesti o casaco e a calça que ela estendeu para mim e fui em direção a Patch. Nós estávamos quase saindo do quarto, quando Dabria surge apontando uma arma para nós.

- Não tão rápido. Voltem para lá e sentem no chão. – Patch olhou para ela furioso. Nós não tínhamos forças para atacar e ela estava com um revolver na mão. Voltamos para o quarto e sentamos no lado oposto de Lucas. Dabria estava apontando uma arma para nós e Katerina uma para Lucas.

- Coloque a arma no chão. – Dabria disse calmamente.

- Não. Você não sabe com quem está mexendo Dabria.

- Claro que eu sei Katy. Você se esqueceu que fomos muito próximas? Eu sei como você vai agir, eu sei como você vai lutar, eu lei os seus pensamentos. Largue a arma e eu vou pensar se vou deixar você ir.

- Nunca. – Katy sussurrou furiosa e pegou no pescoço de Lucas. Dabria se aproximou de nós e nós recuamos. Ela pegou Patch.

- Se você não larga – lo, eu vou machucar o seus irmãozinho. Ele está fraco, quase morto. Não seria difícil dar uma agilizada.

Então Katerina fez o improvável, ela atirou em Lucas. Ela não o matou, mas o machucou. Ela atirou na barriga dele, o fazendo ficar imóvel. Dabria entrou em choque, mas ela agiu rápido. Ela fez a mesma coisa com Patch que Katy fez em Lucas e fugiu. Ela parecia um leopardo caçando, de tão rápido que ela corria.

Patch caiu e estava sangrando muito. Eu acho que entrei em choque, porque eu pude sentir Katy me chacoalhando. Ela gritava alguma coisa para mim e me estendia uma seringa. Eu acordei do transe e olhei para ela.

- Não é hora para ficar catatônica. Injete isso no braço dele, é morfina. Eu vou ligar para a emergência e procurar algo para estancar o sangue. – ela falava rápido igual a Patch quando estava nervoso. Eu peguei a seringa e injetei rapidamente no braço dele. Minhas mãos estavam cheias de sangue e minha blusa também. Lucas estava gritando de dor a alguns metros e Patch estava quase morto no meu colo.

- Você não vai me deixar. – eu estava chorando e eu acho que gritando, por que Katerina me olhou assustada.

- Nora, não entre em pânico. Os médicos estão a caminho. Vocês vão ficar bem, eu prometo. – ela falava isso, mas eu podia sentir a dúvida em sua voz e a tristeza em seu olhar quando ela olhava para o seu irmão. Ele vai morrer, eu sei disso. Os médicos não chegarão a tempo e tudo estará acabado. Meu Deus.

- Não. – Katerina disse e eu acho que estava pensando em voz alta.

Eu fiquei os próximos vinte minutos abraçada com ele e gritando para que ele não me deixasse. Os paramédicos chegaram e me arrastaram para longe dele. Eles queriam me levar também, mas tudo o que eu queria agora era saber se ele iria ficar bem, se nós ficaríamos bem.