2ª Temporada - Ela É A Única Que Pode Me Salvar escrita por Bel Russeal


Capítulo 31
Até ontem era o que eu e você mais queríamos.


Notas iniciais do capítulo

Saudades de quando vocês comentavam a fic... ;(



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Narração Bernardo:

_ Alguém viu uma noiva nervosa por ai? – disse entrando no quarto que Duda estava instalada.

_Serve essa. – Eduarda disse levantando da cadeira e seu vestido longo rodopiou com o movimento e ela estava deslumbrante.

_ Nossa, você ta linda.

_ Obrigada. – ela respondeu com um sorriso radiante e o seu olhar demonstrava tamanho nervosismo.

_Acho que agora vai ficar tudo perfeito, não é? – fiz referência à paz e a harmonia que tudo estava acontecendo desde a prisão concreta de Daniel.

Meu pai, Valentina e eu resgatando todo tempo perdido, as empresas indo melhores como nunca. Eu estava bem no meu curso de medicina e o melhor estava namorando Felipa. Estranho pensar que me apaixonaria pela filha do cara que matou minhas duas mães e destruiu uma fase de minha vida, mas Felipa era o oposto do pai, ela tem uma doçura em tudo que faz e esta com ela é simplesmente fantástico, há um bom tempo não sentia algo assim por alguém, a última vez foi com a futura esposa do meu irmão.

_ Hoje pela manhã estava pensando em como o tempo resolveu algumas coisas.

_ Entendo, não é mais estranho o fa..

_o fato de já termos nos apaixonado. – ela completou com uma risada.

_ Você foi muito importante, Eduarda. Eu realmente te amei.

_ Você também foi importante e eu fico feliz que o nosso amor do colegial tenha se transformado nesse carinho e amizade que temos hoje. – ela disse chorando e logo reclamou. – Droga vai borrar minha maquiagem. – ela deu uma leve gargalhada e correu aos meus braços em um longo abraço.

...

Entramos no carro, Eduarda, seu pai e sua mãe, nervosos como nunca e o caminho para a igreja não era distante, mas suficiente para distrações com algumas lembranças.

_ Nem acredito que minha filhinha vai casar, é como se agora me desse conta que você realmente cresceu.

_ Eu vou ser sempre sua menininha.-  Eduarda abraçou o pai e Dona Eliza e eu  nos divertíamos com a cena dele tentando ser durão e não chorar.

_ Eu me lembro da ultima vez que falou isso, pensei que nunca mais ouviria. Você estava grávida e aflita dividida entre dois rapazes. – Não pude evitar sorrir novamente com o comentário e o olhar lançado a mim.

_Eu sempre soube que escolheria João. Sem ofendê-lo, Bernardo. – Dona Elisa disse e puxou risadas dentro do carro.

_ Não se preocupe, Dona Elisa.

_ Por que sabia que escolheria mãe? – Eduarda perguntou curiosa.

_Você já ouviu aquela historia que toda menina se casa com o seu pai. – Elisa disse agora soltando risadas do pai de Duda e deixando nós dois confusos.

_O que? – Eduarda disse confusa.

_ Seu pai era um completo rebelde quando o conheci, admita filha , os rebeldes sempre nos domam.

_ Fala sério , pai ?! – Eduarda se divertia.

_ Mas felizmente, querida, eu amadureci efeitos de minha profissão, como advogado que não me permitia tal personalidade.

_ Ainda bem que João não é um advogado, eu amo ele desse jeito, eu amo brigar com ele e depois fazer as pazes, eu quero ele desse jeito, demorei pra perceber, mas eu o quero assim imperfeito. Eu gosto dele pelas inúmeras qualidades e ainda mais pelos defeitos.

_ Por isso que eu sabia que o escolheria.

_Ei espera, Be essa praia me parece familiar. – Duda disse olhando pela janela.

_Ultima vez que vim aqui foi na morte de Clarisse. – disse desacelerando o carro e olhando a praia deserta

_Aqui é um lugar muito especial. – Duda me olhou e nós dois rimos , nos trazendo lembranças.

A lembrança foi interrompida com a distração de um carro preto parou em minha frente e com agilidade consegui frear o carro que estava devagar, mas foi suficiente para todos que estavam dentro se deslocarem um pouco do assento.

_ Está  todo mundo bem? – perguntei preocupado.

_ Sim, só desarrumou o meu véu, que péssimo motorista você é Bernardo.

_ Não foi culpa minha. – disse estranhando o carro que não saía da frente e apertei a buzina seguidamente.

_Esse cara ta de brincadeira com a minha cara.

_ Deve ser algum bêbado no volante , de meia volta. – O pai de Eduarda protestou e obedeci.

Fiz a manobra com o carro, mas o outro fez o mesmo movimento me impedindo de ultrapassar.

_ Qual é a desse cara ? – disse saindo do carro.

Caminhei ate o carro, estava todo fechado e com a película escura das janelas nada enxergava, bati no vidro do carro que desligou o motor, então me afastei e cruzei os braços em uma atitude normal de esperar o motorista descer, mais nada.

_ Assim eu não vou chegar nunca na igreja, Bê. – Duda desceu do carro com segurando e tropeçando no vestido.

E mais um carro do mesmo modelo estacionou atrás do meu carro.

_ Eduarda é melhor nos entramos. – disse a empurrando e entrando em seguida.

Narração Eduarda

Bernardo e eu entramos, o carro ligou novamente o motor, com agilidade  Bernardo desviou  o carro para dentro da praia , dirigindo pela areia e os outros dois carros perseguiram.

_ Isso tem algo a ver com o Daniel ? – perguntei.

_ Não é possível toda sua máfia foi presa e dessa vez não tem como ele escapar ou ordenar algo lá dentro, isso não é possível.

_ Cuidado rapaz. – meu pai exclamou ao ver um dos carros pretos se posicionarem na frente de nosso carro.

Em atitude surpresa , Bernardo freou o carro fazendo ele dar varias voltas sobre o próprio eixo e subindo areia por todo redor.

Tudo se acalmou dentro do carro,  o movimento do carro nos deslocou do banco, o silêncio estava presente no carro, ouvia-se apenas as respirações ofegantes, a areia do lado de fora ainda estava alta e nada se enxergava. Bernardo discava um numero no celular.

_ Alô pai ? Pai ta me ouvindo...

Todos prestavam atenção em Bernardo, mas ele bateu no volante do carro em expressão irritada.

_ O sinal ta péssimo.

_ Tenta de novo. – minha mãe disse nervosa.

_Dessa vez pro João. – meu pai pronunciou.

Bernardo tinha o telefone discando várias vezes, e se desesperou em uma delas.

_ Não consigo - a fala dele foi cortada pelo barulho da janela de vidro do carro se quebrando e pude ver melhor Daniel Damasceno abrindo a porta do carro ao meu lado.

Eu estava paralisada e surpresa, como ele tinha saído da prisão ? Mas não tive muito em que pensar ao sentir suas mãos fortes me puxarem para fora do carro e meu vestido ficando mais pesado ao se misturar com a areia.

_ Eduardaa!! – Bernardo gritou saindo do carro, mas alguns homens o cercaram e não pude ver mais , fui surpreendida com um pano no rosto e minha visão foi sumindo e...

Narração João Vitor.

A igreja estava lotada, amigos e familiares que eu não via há muito tempo, estava perto altar e minhas pernas não seguravam em um local só, o nervosismo era grande e eu não entendia por que tanto?

_ Nervoso? – Rogério perguntou.

_Um pouco, ela ta demorando né?

_ Não ainda há tempo, noivas sempre atrasam, é só a sua ansiedade prolongando o tempo.

_ Inseguro? E se a noiva vai desistir? – Guilherme falou dando gargalhadas.

_ Cala boca! Que ótimo padrinho de casamento você é ! – disse entre risos.

_Calminha ela vem!

_ Mas ainda há tempo dela desistir, porque digamos que não sou uma boa escolha. – falei entre risos.

_ Duvido muito. Ela te ama, cara.

_ Eu sei, eu também amo ela.

Alguns minutos se passaram tudo bem que minha ansiedade era muita, mas era atraso demais.

_ Camila, não acha que ta demorando muito?

_ Eu sabia que tinha que ter ficado com ela pra ajudar nos últimos detalhes, mas relaxa. É normal , toda noiva se atrasa.

Respirei fundo e andava de um lado para outro para enganar o tempo, e aquele papo que a noiva atrasar é normal não me convencia. Tentava me concentrar na conversa que rolava entre os padrinhos perto do altar, mas não adiantava, então percebi um movimento preocupado de meu tio na entrada da igreja e caminhei até lá.

_ O que houve, tio?

_Nada João, Volte para igreja, quando a Duda chegar não pode está aqui.

_ Ta me escondendo algo e não vou sair daqui ate que me conte.

_ Tudo bem.

_ Fala logo.

_ Houve um acidente na cela de Daniel Damasceno, houve um tipo incêndio na cela e foi encontrado um corpo.

_ Ele morreu?

_ Ainda vão fazer autópsia para verificar se o corpo dele mesmo.

_ Por que acha que não é?

_ Não importa, vamos nos concentrar em seu casamento. Olha uma ligação de Bernardo, volte pro altar. – ele ordenou e assim fiz um pouco mais nervoso.

Meia hora se passou e depois do telefonema de Bernardo que Rogério atendeu a minha noiva não chegou, os comentários na igreja começaram a percutir, mas eu só queria saber mesmo de Eduarda.

_ Onde esta tio Rogério ? – perguntei a Valentina sentada distraída com as alianças que entraria.

_ Não sei, eu o viele atender um telefonema e saiu apressado.

Puxei o celular do bolso e disquei seu numero rapidamente e depois do quarto toque ele atendeu.

_ Tio ? O que houve? Cadê você, Eduarda e Bernardo?

_ Ocorreu um imprevisto.

_ Que tipo de imprevisto?

_ Eu não encontro eles em lugar algum.

_ Daniel? Você acha que pode ser ele?

_ Não faça besteira, eu to voltando pra ir. – ele disse desligando.

_ João, os convidados já estão inquietos, o que houve? – Camila e Guilherme perguntavam

_ A Eduarda, Bernardo e todos que estavam com eles sumiram.

_Não pode ser. – Guilherme disse aflito.

_Cadê o Nicolas? – disse atordoado, tirando o terno e a gravata e desabotoando alguns botões da  camisa.

_Não sei, ele tava chorando e Thomas o levou para dar um passeio lá fora com Manu e Henri.

_ Cuida da Valentina.

_ Onde você vai ? – Camila perguntou.

_Eu preciso manter meu filho comigo, ao meu alcance e seguro, cuida da Tina.

Na entrada da igreja, estavam Henri, Thomas e Manu como Camila havia dito e eles estavam com Nick.

_ O que aconteceu, Vitor? Por que ta todo desmontado? Não vai haver mais casamento?

Não respondi as perguntas de Manu, porque pra falar a verdade eu não sabia respondê-las. Manu passou Nick para  o meu colo que me deu um leve sorriso ao me ver.

...

Caminhava sem rumo por uma praça perto da igreja e Nicolas se entreteria ao tentar retirar de si mesmo a pequena gravata de borboleta que ele vestia. Discava o numero de Eduarda seguidamente, mas era em vão.

_Onde ta a sua mãe? – disse colocando  Nicolas sentando em uma banco e me ajoelhando perto dele.

_Eu não sei onde procurar, eu .. eu..

Senti algo frio percorrendo ao meu rosto e antes que se prolongasse enxuguei as lágrimas que ameaçavam sair e fui surpreendido pelo toque de meu celular e no visor indicava “Eduarda”.

_ Alô? Duda onde você ta? Está tudo bem?

_ Eu to bem. – ela disse rápida e com uma voz estranha.

_Onde você está, meu amor? – perguntei aflito.

_ Eu não posso dizer.

_Por que não? Eu estava aqui no altar te esperando, o que aconteceu?

_Eu não quero mais casar com você. – ela disse rápida e ouvi um longo suspiro na linha.

_ Como ? Eu não to entendendo, você ta brincando ou aconteceu algo ? Porque ate ontem era tudo que você e eu mais queríamos.

_ Eu menti ta legal?!

_ Não ta legal , onde você ta? Fala eu vou ai e a gente conversa. Onde esta você, Bernardo e sua família ?

_ Eles estão comigo e estamos indo embora.

_Oi? Não não não...

_ Sim... – ela fez uma longa pausa e sua respiração e choro era o que eu ouvia.

_Eu decidi que vou ficar com Bernardo, é ele que eu amo, desculpa ter te enganado todo esse tempo, mas você não é o homem certo pra mim , me desculpa. – ela falava rapidamente e desligou o telefone antes de soltar o fôlego depois da ultima palavra.

As lágrimas que eu até então segurava caiam sobre o meu rosto, assim como o meu mundo.


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Notas finais do capítulo

Vou tentar postar o outro cap ainda essa semana... Beijoo!!



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