Hoje resolvi uma velha questão.    
Nunca me encarei frente ao espelho.
Minha alma germana repudia tal enfrentamento.
Jamais olhos se entrecruzam tenho algúrias de temor.
Eles são profundos, rubros, concentrados, e oblíquos, se estendem horizontalmente.
Na tentativa de me atacar.
Geralmente caminha em direção aos meus calcanhares.
E da nuca vem todo peso, avalanche de interrogações.
Ainda e surpreendente como tu exerce tanto poder sobre meu ser.
Sempre Adiei esse momento, porem Hoje me encontro disposto a cumprir.
E finalmente vejo neles um oceano de ilusões e abandono.
Extensas e profundas lacunas, verdadeiros abismos de minha alma.
Lá as tempestades esbravejam toda a dor.
Tão obscuro, mas tão vivo e irremediavelmente impreciso.
Agora posso escavar com calma, é tudo que eu sempre quis.
Descobrir minha essência eu desvendei meus mitos e incongruências.
Apresentar-me à minha própria personalidade tão duplica e cheia de facetas.
Quem sabe assim não acho a razão da minha perene existência.
Apesar de ainda me sentir fraca hoje tenho onde me apoiar
Não preciso mais seguir tuas mãos
Teu veneno já não escorre mais aos meus lábios
Ao descobrir que meus fios vermelhos já não se ligam a ti
O alivio puro me invade já posso abrir minhas asas em voo
As magoas já não existem mais e tudo que resta dos corruptos sentimentos são só vagas lembranças