04 – Operação Masculinidade Parte I, fase I

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Caro leitor, peço encarecidamente que não tente reproduzir os fatos aqui narrados com alguma amiga caso ela tenha uma arma. Com amor, Rose Weasley.

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Parte I – Ensinar ao Scorpius como se portar como um homem

Fase I – Fazer a Rose ser uma menina

Eu deveria odiar o Scorpius. Eu deveria odiar o Albus. Eu deveria odiar minha vida.

Ah, eu disse deveria? Pois bem, eu odeio. Os três mais Lysander Scamander.

Lysander é daquele tipo de patricinha que só pensa no próprio nariz, que tem tudo o que quer, quando quer, que acha que nada é mais importante que suas unhas cor-de-rosa e que se acha a princesinha do universo.

Irritante, eu sei. Por isso prefiro o Lorcan. Lorcan é daquele tipo que acredita em tudo, que imagina as coisas mais bizarras do universo e que sempre diz que "entre o céu e a terra existem muito mais coisas do que sonha a nossa vã filosofia". Shakespeare não é lindo? Ele é daquele tipo de amigo que sempre te faz rir, principalmente porque ele nunca entende as piadinhas internas ou pervertidas. Ele é a fofura em pessoa.

Ah, eu odeio a Roxanne também. Por que cargas d'água ela tinha que dizer que eu não sou feminina o suficiente? É claro que eu sou feminina!

— Rose, pense comigo, talvez se você fosse um pouco mais feminina o Scorpius se sentiria mais... Motivado a se empenhar nas aulas. – ela dissera depois de ver meu rosto ficar vermelho de raiva. Eu só podia agradecer o fato de que todos os meninos, a tropa do Albus – ele próprio, Lorcan, James, Hugo e Daniel Zabini – estavam na sala, no andar de baixo e o fato da porta do meu quarto estar fechada. Ou isso, ou a Roxanne estaria morta.

— Lily, por favor, diga a ela que... – tentei implorar.

— Ahn, Rose... – okay, eu perdi. Eu sempre perco.

Por esse motivo, agora estamos nós, vulgo eu, Lily, Roxanne e Lysander andando pelo shopping a procura de roupas, maquiagens, manicures e cabelereiros. Eu mereço isso? É claro que não.

— Rose – a voz nojentamente manhosa de Lysander me tirou dos meus devaneios –, sei que não gosta de saias, então acho que aquele short ali te agradaria. – à menção do short olhei para onde ela olhava e vi nada mais que o short mais lindo do universo.

— É maravilhoso. – respondi sorrindo verdadeiramente.

Depois que compramos o maravilhoso short – ele era branco, tinha umas tachinhas douradas no bolso traseiro e na marca do cinto –, Roxanne me obrigou a experimentar umas blusas estranhas e cheias de babados demais. Claro que eu até gosto de alguns babados, mas aquelas blusas tinham babados demais.

E aqui estou eu, com algumas bolsas a mais nas mãos, enquanto apenas Lily me ajuda. Pois é, eu tenho ótimas companheiras de shopping.

— Podíamos comer alguma coisa. – Lily sugeriu. – E depois, ir ao salão para Rose fazer as unhas e a sobrancelha, cortar o cabelo e...

— Lily! – interrompi. – Respire.

Ela tomou fôlego e se calou enquanto nós andávamos até o McDonalds. Ou seria o Bob's? Eu nunca sabia qual ficava em qual lado do shopping.

— Eu quero um McLanche Feliz! – Lily exclamou quando chegamos. Sim, era o McDonalds.

— Por Deus Lily! – Roxanne exclamou. – Quantos anos você tem? 14? – perguntou implicando com a pequena Potter.

— Eu tenho 15 Roxanne.

Enquanto ríamos procuramos uma mesa para quatro. Novamente, Lysander e Roxanne estavam andando na frente, conversando sobre coisas que eu tenho certeza que não iria querer saber.

Veja bem, eu tenho a idade delas. Ou não, acho que a Rox já tem dezoito... Enfim, não importa. Sou da faixa etária delas, no entanto, me sinto melhor conversando com Lily, que é dois anos mais nova que eu. Não que eu seja infantil, mas sim que Lily sabia como conversar comigo, o quê e essas coisas. Além de ser namorada do meu irmão, ela convive mais comigo, sabe das minhas coisas.

Já comentei isso? Acho que não. Então, eu não sei – mas vou descobrir – que tipo de macumba o meu irmão lançou na Lily pra que ela namorasse com ele. Sério. Não que meu irmão seja feio, ou nojento – ta, ele pode ser bem nojento quando quer –, mas comigo ele é insuportável – tudo bem, ele pode ser insuportável com a Lily também, mas com ela é diferente. Ele me irrita, me bate – pelo menos batia quando éramos menores –, me faz passar vergonha... Mas eu o amo. Sim, eu sou obrigada, ele é meu irmão. Mas a Lily não é. E o ama também. Talvez ele tenha algumas qualidades.

Já estávamos comendo na mesa, e de vez em quando Roxanne dizia alguma gracinha, fazendo-nos rir. Lily tentava abrir um ketchup, sem muito sucesso. Até que...

— Lily, você é uma idiota. – Roxanne disse rindo vendo o cabelo da menina cheio de ketchup.

— Para de rir e me ajuda a limpar isso. – a citada resmungou levantando os cabelos.

— Seu cabelo é vermelho, nem da pra perceber. – Roxanne continuou rindo, mas parou de repente e mudou sua expressão para uma compreensiva. – Vamos ao banheiro que eu te ajudo a tirar isso.

Assim que elas sumiram de vista, Lysander disse para mim.

— Aposto um batom que a Lily chutou a canela dela.

— Eu apostaria se não tivesse a mesma certeza. – respondi rindo.

Lysander não era tão chatinha. Okay, ela era chatinha, mas eu conseguia ver um pouco do Lorcan – ou da Luna – através do lado princesinha dela. Tive a certeza disso quando ela me disse algo sobre wrackspurt. Algo que eu realmente não procurei saber o que era.

— Elas estão demorando, não acha? – comentei. – Ainda tenho que fazer as unhas, o cabelo e essas coisas. Scorpius vai reclamar da minha demora. – disse fazendo voz de falsete.

Por mim, o Scorpius poderia morrer. Eu estava com uma baita raiva dele, sinceramente. Não que eu estivesse achando o passeio chato, mas eu só estava ali por culpa dele. Se ele não tivesse inventado essa história mirabolante de "fingir ser homem" eu poderia simplesmente estar em casa, vestindo moletons confortáveis e comendo sorvete, ou pipoca enquanto assistia a qualquer filme baseado em qualquer livro do Nicholas Sparks e morria em depressão.

— Você gosta dele não é Rose?