A Little Help escrita por Kim Jin Hee


Capítulo 20
19


Notas iniciais do capítulo

Oi. Primeiramente quero pedir imensas desculpas por ficar tanto tempo sem postar. Eu me sinto muito mal por isso. De verdade.

Eu nem sei o que dizer, não vou inventar desculpas, foi realmente falta de inspiração e um pouco de preguiça.

Me desculpem de verdade.

Se alguém ainda estiver lendo, boa leitura.



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Capítulo 19 – Querida mamãe...


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“Querido leitor, você vai se apaixonar verdadeiramente algum dia, e vai se apaixonar tantas vezes pela mesma pessoa, que vai se esquecer quando foi a primeira. Com amor, Rose Weasley”
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É claro que o meu castigo continuava firme forte. É claro que meus pais estavam irredutíveis e, embora eu tivesse quase conseguido convencer papai a me liberar dele uma semana mais cedo, eu só teria liberdade daqui há uma semana. Era tão ridiculamente horrível estar de castigo por aquilo. Quer dizer, eu só tinha desaparecido com o Scorpius, como sempre fazia.

Faltava uma semana para o fim do meu castigo e como eu não podia me divertir de jeito nenhum, fiz mamãe ficar bem orgulhosa quando comecei a mexer na estante de livros dela. Não era algo que ela costumava dizer, mas eu sei que ela sempre se sentiu um pouco mal por eu não ser como ela.

Passei por alguns títulos interessantes e quase parei em Orgulho e Preconceito quando vi um livro fino de capa preta, no centro da capa, uma foto da minha mãe no Ensino Médio e o nome “Hermione Granger” acompanhado da frase: “A menina mais inteligente da sua idade.”

— O que ‘tá fazendo aqui? — Hugo me arrancou dos pensamentos, entrando bruscamente no escritório e me assustando.

— Que susto, Hugo! — reclamei me dirigindo ao sofá pequeno que ficava ao lado. — É o Anuário da mamãe. Olha a foto.

Hugo se sentou ao meu lado e riu. Na foto em preto e branco, mamãe sorria um tanto desconfortável, seu aparelho ortodôntico chamando tanta atenção quanto seus cabelos cheios e bagunçados.

— Essa era a mamãe?! — Hugo ria alto. — Ela melhorou bastante.

— E eu reclamo dos meus cabelos. — comentei sentindo pena da antiga Hermione.

Na primeira página haviam duas fotos, uma das líderes de torcida com o time de futebol e minha mãe no canto, segurando uma cabeça de leão. Dentre os garotos do time, reconheci o tio Harry e o papai.

— Hey, olha o papai. — mostrei para Hugo.

— Quem é essa gata do lado dele?

— Lavender Brown. — uma voz respondeu da porta. Mamãe sorria e se aproximou, sentado entre mim e Hugo e pegando o livro das minhas mãos. — Ela e seu pai namoraram durante um bom tempo.

— Você devia sofrer bastante, né? — perguntei.

Mamãe riu um pouco.

— Na verdade, eu achava seu pai um porco nojento. — ela respirou fundo olhando para a foto. — Eu era considerada a menina mais inteligente do meu ano. Mas tudo o que eu queria era ser como ela. Não pelo seu pai, naquela época eu nem imaginava trocar duas palavras com ele, quanto mais casar. Eu queria que todos gostassem de mim como gostavam dela. Era ridículo, eu sei, mas eu tinha tanta inveja da Lavender que quando o seu pai me chamou para sair, eu me senti vingada. Eu continuava tendo um profundo desgosto por ele, mas aceitei por isso.

Mamãe parecia estar num mundo só dela. Olhava para a foto e parecia reviver aquele momento. Ela parecia estar sentindo o peso daquela cabeça de leão novamente e isso não parecia lhe fazer bem.

— E quando você se apaixonou? — Hugo perguntou baixo.

— Não sei. Pode ter sido na primeira noite quando ele me fez esquecer Lavender e me sentir a única mulher especial naquele dia, como se de todas que ele pudesse ter, ele tivesse me escolhido. — ela sorriu. — Ou no dia do nosso casamento, quando ele jurou que ia me amar para sempre mesmo sabendo que eu era infinitamente mais inteligente. Eu não sei. Eu me apaixono por ele tantas vezes no mesmo dia que não sei dizer quando foi a primeira.

— Isso foi lindo, mamãe. — falei. Eu queria ouvir mais histórias, ouvir mais dos dois. Era tão bom ouvir a mamãe dizer que o amava. Eu me sentia tão segura ouvindo isso. Era uma sensação indescritível.

— Bem, foi um bom ano. — ela concluiu passando a página. — Essas fotos são tão horríveis, como ainda guardo isso? — comentou rindo de uma foto onde ela aparecia assustada com a bandeja do lanche nas mãos. — Collin Creevey, saiba que eu te odeio.

— O que é isso? — perguntei passando a folha e vendo várias letras diferentes. — São bilhetinhos pra você? Que legal. — comentei olhando algumas coisas como “Hermione, você é legal”; “valeu por me ajudar com cálculo”; “continue sendo a mais inteligente na faculdade”; — Não tão legal. Quero dizer... Você era só legal?

— Seu tio Harry me achava muito legal. — ela apontou para uma letra meio torta que dizia “Hermione você é muito legal, parabéns.” — Não importa.

— O papai não escreveu? — Hugo perguntou olhando as frases curtas.

Mamãe apenas virou a página, mostrando uma declaração realmente legal.

“Hermione, eu nem sei como começar a falar sobre você porque eu não sou muito bom com palavras e não sei me expressar muito bem. Você deve me achar um ogro, e não tiro sua razão, mas estou caprichando no que escrever porque: (1) você caprichou pra todo mundo; (2) eu acho que você merece ser muito mais que legal; e (3) porque eu não consigo dizer que você é só legal. Você é uma garota incrível, tão incrível quanto alguém pode ser. Eu sei que por baixo de toda essa timidez e daquela cabeça de leão ridícula, que você é muito mais do que só uma garoto inteligente. Você é engraçada, você tem um coração gigante e é a pessoa mais bondosa que eu conheço. Eu não entendo como alguém pode dizer que você é legal quando existem tantas palavras como brilhante, extraordinária, incrível, especial, e muitas outras pra te descrever. Então, aqui vai a minha contribuição para o seu anuário: ‘Hermione, você é, de todas as formas possíveis, todas as palavras que existem para expressar uma pessoa única e maravilhosa, você é a melhor, porque você é simplesmente você e eu não trocaria por nenhuma outra.’”

— Ele tem certeza que não é bom com as palavras? — perguntei depois que terminei de ler.

Mamãe sorriu, com os olhos marejados.

— Sua tia ajudou a arrumar as ideias. — Ela levantou e colocou o livro nas minhas mãos de novo. — Vou ver se seu pai chegou e decidir o que vamos fazer para o jantar.

— Mamãe? — Hugo chamou quando ela já estava na porta, e prosseguiu ao vê-la se virar: — Eu te acho incrível. — Ela sorriu e fechou a porta em seguida. — Podíamos escrever alguma coisa. — Hugo sugeriu.

“Hermione — comecei — sou sua filha daqui há alguns anos. Estou de castigo por isso resolvi tentar te orgulhar um pouco e mexi nos seus livros, me perdoe se não li Orgulho e Preconceito e preferi ver suas fotos de mascote do time e aparelho ortodôntico. Uma versão mais velha, bem sucedida e bonita de você acabou de sair daqui depois de ler a declaração do papai. Sim, você vai se casar com o cara que é um porco nojento. E vai se apaixonar por ele tantas vezes que vai esquecer quando foi a primeira. Você vai ter dois filhos lindos e ser mais feliz do que imagina. Você vai ser muito mais que ‘legal’, você vai ser amada, vai ser feliz, vai ser a melhor pessoa do mundo (mesmo que tenha me colocado de castigo). Você vai ser a melhor mãe de todas e eu nunca poderia esperar uma melhor. Você vai ser linda, tanto por fora quanto por dentro. Na verdade, você já é isso tudo. Você é perfeita, Hermione. E todos te amam por isso.”

 


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