- Eu vou!

    - Vai onde? - Feer perguntou, ainda tentando entender o conteúdo da mensagem.

     - Eu vou pra Hamburgo no dia do lançamento do DVD. Nós vamos. OK, Bill Kaulitz, você vai ter meio que uma surpresinha daqui a duas semanas.

     "Eu ia perguntar se você queria apostar, mas já que você já me despachou, agora é que eu não vou mesmo! Au revoir! Tchau, tchau!"

     "Nossa, tudo isso por minha causa?"

     "Sim e não. Sim porque você mesmo me despachou e não porque não tô com vontade. Por que eu viajaria meio país se eu vou encontrar esse DVD por aqui mesmo?"

     "Orra, desculpa então. Mas será que em duas semanas a vontade não aparece? Vê lá, acho que vai ser a oportunidade mais fácil da gente se ver de novo."

     "É, eu também pensei nisso. Mas não vai dar mesmo pra eu ir, sério. A menos que você venha pra cá, o que eu duvido, a gente vai ter que deixar o reencontro pra próxima."

     - Vai enganar ele? - pergunta Feer, incrédula.

     - Enganar, não. Eu vou surpreender.

     - Olha, Gih, nunca achei que você fosse fazer algo desse tipo!

     - Sabe que nem eu?

     As duas riram e a conversa continuava.

     "Ah, que pena. Mas fazer o quê, né?"

     "É a vida, faz parte! Hehe"

     "Óh, tô saindo. Até a próxima. Beijo."

     "Tchau por enquanto."

     - Eu ainda acho que você deveria pensar mais um pouco antes de dar certeza...

     - Relaxa, Feer. Sabe quando dizem que, se você sobrevive à guerra, fica mais forte? Sobrevivi a três baques. Fiquei três vezes mais forte. Superei, freunde, pode ter certeza de que esse assunto não vai me afetar nunca mais.

     - Já que você diz, quem sou eu pra discordar... Mas mesmo assim, Gih, fica esperta. Usando uma metáfora diferente, se fosse um jogo de videogame você estaria com a sua última vida.

     - Fica fria, a última vida é sempre a que dura mais. Vamos dormir, está tarde.

     - É, vamos. Boa noite.

     - Boa noite.

     Gih demorou a dormir, por conta da ansiedade. Mas dormiu bem... e sonhou com o Tom (?!).

     - Hey, Feer... adivinha com quem eu sonhei.

     - Bill?

     - Quase.

     - Tom?

     - Aham.

     - Por que você sonharia com o Tom?

     - E eu sei?

     - Como foi esse sonho?

     - Não sei... não lembro... só sei que o Tom tava lá...

     - Ah, esqueceu o sonho? Que beleza! Como vai entender o sonho se esqueceu?

     - Boa pergunta. Detesto quando isso acontece. Vamos tomar café.

     As duas desceram para a cozinha, e entre uma fatia de pão e outra Giovanna desfiava uma parte mais oculta da história toda:

     - Sabe, Feer... Deixa eu te contar uma coisinha.

     - Diga.

     - É o seguinte. Meus pais sempre souberam e entenderam todos os fanatismos que eu tinha... menos um. Você sabe bem por quê.

    "Minha mãe amava o Bill e o Tom. Eles viviam aqui, e eu vivia na casa deles. Não seria exagero se eu dissesse que fazíamos rodízio de casa. Se eu avisava que ia trazê-los pra almoçar, ela já tratava de fazer uma lasanha, panquecas, alguma massa; ou então sanduíches e batatas fritas regadas com coca-cola. E quando eu ia almoçar na casa deles, nem fazia questão de falar pra ela, porque ela sabia onde eu estava."