Minha Doença escrita por Rafaela Stryder Herondale


Capítulo 9
Capítulo 10- Como descobri sobre a minha doença.


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal, acho que devo mais do que desculpas para vocês não é? Eu sumi por muito tempo e tenho certeza que muitos de vocês querem me dar uns tapas na cara,por favor, não façam isso.
Bem, agora eu estou de volta e vou aproveitar esse feriado de carnaval para recuperar todo o tempo perdido. Acho que nem adianta eu falar mais alguma coisa né? Enfim, adoro vocês pessoal, espero que gostem do capítulo. Beijoos
PS: não reparem muito, eu fiquei bastante tempo sem escrever por isso não deve ter ficado muito bom.



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Eliza olhou para mim com um sorriso verdadeiro e orgulhoso, eu conseguia sentir que ela mesmo não me conhecendo se sentia orgulhosa por eu estar tentando me recuperar. Talvez por ela já ter passado por tudo isso e saber como é sofrer o que nós, garotas e garotos com bulimia, sofrem.

– Annie, você está aqui e isso é um grande passo. Mas você pode se agarrar em uma coisa muito forte, sua família, amigos, namorado. Pense neles sempre que ver comida, pense em como eles poderiam ficar felizes se soubessem que você está se alimentando, conseguindo forças. Se agarre a isso e lembre-se: comesse com pequenos passos que quando antes perceber já vai ter chegado no final dessa longa estrada. Em outras palavras: não tente comer um sanduíche gigante logo de começo, beba um copo de leite com algumas barrinhas de cereais, quem sabe uma vitamina? Talvez um copo de suco com biscoito sem ser recheado. Coma a sua fruta preferida pelo menos três vezes por dia. Faça pequenas coisas primeiro e depois passe para um prato de comida. Está entendendo?- Ela me pergunta e eu afirmo com a cabeça.- E o mais importante, se o alimento está dentro da barriga, não o obrigue a sair.

– Eu vou tentar fazer isso, muito obrigada.- Agradeço.

– Você não vai tentar, você vai conseguir. Tenho que ir, outras pessoas estão precisando da minha ajuda. Boa sorte querida.- Ela diz com um sorriso e se retira.

Fiquei um tempo sentindo o ar refrescante bater no meu rosto enquanto eu relembrava os bons momentos da minha vida,eu fui uma pessoa muito feliz. Minhas amigas sempre me apoiaram em tudo, meus pais me ajudavam em tudo que eu precisava, meus professores sempre elogiavam meus trabalhos. Isso quando o que eu tinha ainda não era bulimia, apenas um pequeno trauma. Me lembro exatamente do dia em que eu tinha descoberto estar com bulimia.

Era uma manhã de domingo, eu tinha acabado de comer meu café da manhã preferido, panquecas com calda de chocolate em cima. Logo depois aquela sensação familiar de culpa me atingiu e eu fui correndo para o banheiro. Me sentei em frente ao vaso sanitário estava prestes a colocar o dedo em minha garganta quando escuto uma voz no corredor me perguntar:

– O que você está fazendo Annie?

Era o meu irmão, eu então percebi que tinha deixado a porta aberta. Tentei mentir alguma coisa, mas ele sabia e quando chamou a minha mãe para dizer que eu continuava fazendo essas coisas tudo piorou. Ela me levou para o hospital e disse toda a situação para o médico.

– Sua filha sofre de bulimia nervosa e eu aconselho a coloca-la em uma clínica com tratamento especial.

Essas foram suas palavras, acompanhadas de um olhar triste em minha direção. Chegamos em casa, minha mãe contou tudo para o meu pai e no mesmo instante ele foi procurar clínicas para que eu pudesse ficar. me convenceu de que era o melhor e que quando eu voltasse para casa, eu estaria melhor do que já estive em toda minha vida.

Senti duas mãos cobrirem meus olhos. Um sorriso involuntário surge nos meus lábios e levanto minhas mãos para tocar as mãos que estavam em meu rosto. Consigo sentir que são mãos masculinas, o que me deixa com poucas alternativas.

– Pelo jeito de mãos femininas deve ser você Suze.- Digo brincando, eu sabia perfeitamente quem é o dono dessas mãos.

– Ei.- A pessoa, ou melhor, Trevor reclamou tirando as mãos dos meus olhos e se sentando meu lado.- Tenho mesmo mãos femininas?-Ele pergunta depois de um tempo e olha para suas mãos, como se estivesse conferindo. Ambos rimos.

– Eu estava brincando.

Ele da um sorriso torto e ficamos em um silêncio total. Sabe aquele silêncio constrangedor? Então era exatamente assim que estava agora. Eu olhei para ele disfarçadamente e pude perceber uma distancia em seus olhos, é como se o corpo dele estivesse do meu lado mas sua alma viajando pelo mundo, não sei, eu nunca fui muito de ficar tão focada em uma coisa. Ele vira o seu rosto e eu olho rapidamente para outro local. Uma risada gostosa de se ouvir vem do meu lado e eu o olho envergonhada e confusa.

– Eu sei que você estava me encarando, sinto dizer assim mas... você não consegue disfarçar muito bem.- Afirmou sorrindo e eu dou uma pequena risada.

– Eu não estava te encarando, é que eu estava pensando em uma coisa e sem querer meu rosto estava virado na sua direção.- Falei a primeira desculpa que apareceu na minha cabeça.

– Ah, me desculpe por desconfiar de você.- Ele diz sério e depois começa a rir, não resisto e rio também.

– Hoje tivemos meio que uma terapia em grupo, eu me senti bem em conseguir compartilhar meus pensamentos com outras pessoas que sofrem o mesmo problema que eu, você devia fazer o mesmo.- Aconselho.

– Eu não sou um adolescente Annie, consigo resolver meus problemas sozinho. E sabe a novidade? Eu estou me recuperando e no final do mês eu já vou poder voltar para as minhas atividades normais.

– Mas espera ai... a gente já está no final do mês.- Eu digo confusa.

– Do mês que vem.- Ele explica.

– Ah tá, é bom saber que você está se recuperando.

– Você também vai se recuperar, tenho certeza.- Ele diz e coloca o braço ao redor dos meus ombros e mesmo tendo conhecido ontem, eu acreditei sem nenhum problema no que ele disse.


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