A saga crepúsculo - Lua azul escrita por Isa Holmes


Capítulo 20
Uma pena você ser tão linda...


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Tudo bom? Pois é, creio que este seja o penúltimo capítulo da fanfic :( Mas, só no último que vem as despedidas, não é mesmo?

Bem. Este capítulo é diferente. É na visão de narrador.



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Pov narrador

Segundos pareciam horas. O coração de Renesmee Cullen começou a martelar em seu peito, suor brotava de sua testa. A garota sabia que era real, reconheceria aquela grave voz em qualquer lugar que estivesse.

Agitada, ela rolou seus olhos de um lado para o outro, procurando por uma silhueta masculina de entre as árvores, mas não obteve sucesso. Seus pensamentos insistiam na vontade de evacuar um passo de cada vez até sumir da vista de Elliot, mas ela sabia que isso seria completamente inútil para si, e fácil para o oponente, sendo assim, logo descartou a possibilidade, tentando encontrar algo útil.

Não tardou nem mais um segundo, e sua mente logo clareou, recordando-se do guia escrito pelo seu novo conhecido, Rick Harris.

Aqueles bons minutos que passaram depois da manifestação de Elliot, foi o suficiente para que a noite encobrisse o céu. Uma coruja piava ao longe e Renesmee jurou ver uma silhueta de algum pássaro cruzar a sua cabeça.

Renesmee já estava conturbada com o silêncio que a cercava, mas o mesmo não durara muito tempo. Ela jurou ouvir passos à sua frente, apenas pelo ruído de folhas secas sendo esmagadas no chão. Uma imagem masculina de cabelos castanhos e olhos verdes irritados saiu dentre o sombrio das árvores.

– Sinto muito por eu não me apresentar – o homem aproximou-se da garota em passos curtos. Ele mordia o lábio inferior, escondendo curvas nos cantos da boca arranhada –, mas creio que você já me conheça.

Desconfortável com a proximidade do inimigo, Renesmee recuou um passo.

– Melhor do que você mesmo – respondeu por fim. Sentia os olhos verdes pousados em si e isso a deixava conturbada. Só Deus sabia se era isso o que Elliot queria.

Um som brusco invadiu a vastidão da noite. Morcegos – se é que realmente eram morcegos – sobrevoaram as cabeças dos dois únicos presentes a luz flamejante da lua.

Elliot desviou a visão da garota e inclinou a cabeça para a cabana próxima. Seus olhos trocaram de verde musgo a uma cor clara e fluorescente de puro ódio, seu corpo já não estava mais relaxado e sim tenso. O homem parecia nervoso, seu sorriso sarcástico havia sido trocado por uma única linha reta e fria.

Um de seus amigos veio com você? – rugiu ele.

Por um longo segundo a garota achou que Elliot avançaria, mas nada aconteceu. Renesmee não ouviu – ou viu – mais nada depois do barulho grave, que jurou ter sido provocado pela porta secreta da cabana. Ela entrou na esperança e medo de ver Jacob sair de baixo da casa de madeira, mas não presenciou movimento algum. Talvez ele percebera a presença do inimigo e ficara escondido, ou fugira, ou dara meia volta, preparando um ataque surpresa.

– Não – mentiu, seca. Renesmee deu um pulo, sentindo calafrios, quase derrubando o machado das mãos, quando ouviu uma gargalhada rouca e estranha vinda do homem à sua frente.

Por favor! – Ele abriu os braços em um gesto sorrateiro. Havia um sorriso em seus lábios, mas não demonstravam emoção. Eram apenas seus dentes expostos como um tigre enquanto observa sua preza. – Eu não sou burro, e creio que você também não seja. Agiremos como adultos, tá legal, docinho?

– O que você quer? – Renesmee murmurou, rapidamente. Ela sentia seus dedos arderem com a pressão sobre o cabo do machado. A menina não duvidava muito que seus dedos estivessem brancos pela circulação do sangue interferida.

– Nós dois sabemos o que eu quero. Minha paciência já esta esgotada com todos esses sonhos estúpidos. Se eles forem responsabilidade sua, espero que os manere, e se não forem, terei que tomar decisões um pouco mais drásticas.

– Eu sinto muito se você não é uma pessoa de sonhos agradáveis – a menina murmurou, cautelosa. As palavras que flutuaram de sua boca soaram como zombação, e Elliot pareceu perceber a ironia. Seu rosto se contorceu em desgosto, deixando-o mais irritado do que minutos antes.

Um vulto passou pelos olhos de Renesmee e então a garota sentiu a sua respiração ser cortada. Depois de alguns segundos – quando deu-se conta da situação que estava – ela tentou expirar ar para os pulmões, mas nada entrava ou saia de seu corpo, e, cada vez que tentava respirar, sentia seu pescoço ser pressionado, forte, pela mão firme e grossa de Elliot.

Cada vez sem mais oxigênio no corpo, Renesmee não conseguiu raciocinar direito, e se fizesse, seria apenas para medir seu desespero. Em um momento ela tentou descartar a agonia que sentia, abrindo espaço na mente para pensar o que fazer. A primeira coisa que lhe passou pela cabeça foi tentar chutar as pernas de Elliot com as poucas forças que lhe restavam. Quando fizera, não teve resultado. Suas pernas apenas lutaram contra o ar sombrio e gélido da noite. O homem havia pensado na possibilidade de defesa, então separou as pernas em uma distância na qual a garota não tivesse chances de lhe causar uma dor aguda de um chute na canela.

Na medida do tempo, o corpo de Renesmee se desleixava a ponto da garota soltar sua única forma de defesa, o machado. Elliot ficou satisfeito ao ouvir o impacto do objeto com o chão de terra batida, enquanto sentia sua mão sendo arranhada pelas a da garota que tentava livrar o pescoço de suas garras.

Não brinque comigo – sussurrou ele, no ouvido direto dela. Renesmee podia sentir a respiração pesada de Elliot desmanchar-se contra sua bochecha.

Elliot afastou-se do ouvido de Renesmee e a soltou. Ela caiu de joelhos no chão, e então, deitou-se de bruços, conseguindo deixar seus braços apoiarem sua cabeça. A garota puxou o ar para os pulmões com a boca e o nariz, a sensação de alivio percorria seu corpo. Ela fechou os olhos e ficou naquela posição por algum tempo, tentando não pensar na dor no pescoço e nos joelhos.

Logo, com sua respiração já normal, Renesmee ergueu a cabeça. Quando abertos seus olhos demoraram a se acostumar com a escuridão. Árvores sombrias e altas ocupavam sua visão, seus galhos dançavam lentamente com o vento. Decidiu virar para o lado oposto, e então encontrou o homem de costas para si, investigando a cabana de madeira. Resnesmee manteve os olhos no homem até que se assustou. Elliot virou-se para a garota bruscamente, seus olhos novamente eram claros, e como Renesmee tinha sua visão acostumada pela escuridão percebeu que sua face estava em uma moldura diferente. Transformado em seu ser feroz, talvez?

Elliot desviou o seu olhar e foi para a frente da casa. Renesmee tinha a sensação de que se tentasse fugir, ele a impediria de qualquer maneira.

Virando-se, Renesmee percebeu que o machado estava distante de si. Primeiro se perguntou o porquê o homem não levou consigo.

Passos longos e pesados começaram a seguir em sua direção. Renesmee ergueu seus olhos, curiosa, porém não ganhou exatamente o que queria. Era apenas Elliot, que pareceu desistir da sua busca.

O homem colocou as mãos na cintura e a encarou.

– Parece que eu me enganei. Por causa disso, se você se comportar, lhe darei uma morte rápida e anti-dor, o que acha?

Uma brisa cantou diante deles, reconfortando o silêncio da garota confusa e cabisbaixa no chão. Elliot agachou-se em sua frente, seus lábios escondidos num sorriso.

– Decidiu entrar para o time do silêncio? – ele perguntou, levantando o rosto de Renesmee, delicadamente, com as pontas de seus dedos. Com a outra mão tirou uma mecha de cabelo sujo do rosto da menina. Dessa vez seu sorriso era aberto e verdadeiro – Vendo como você é linda dá até dó de te matar. Realmente.

Renesmee levantou os olhos e encarou o homem, contendo a vontade de cuspir em seu rosto, talvez até fizesse, se algo não a chamasse a atenção. Levantando o olhar discretamente para acima da cabeça do homem agachado, viu Jacob segurando algo afiado – que jurou ser o machado – brilhando diante a luz vibrante da lua, atrás de Elliot. Tentando conter um sorriso, voltou os olhos ao inimigo. Ele estava paralisado, sua expressão fria. Seus olhos voltaram a cor fluorescente de antes, ficando dessa vez, invertidos. Em seguida, seu rosto mudou em segundos para o seu ser sobrenatural. Renesmee se assustou ao ver sua nova expressão tão de perto, então afastou-se. Ficou com medo de homem avançar nela, ainda porque não tinha nenhuma forma de defesa. Mas Renesmee manteve-se completamente enganada.

Elliot se virou e segurou alguém pelos ombros da blusa. Ele ergueu sua vítima no ar e a jogou longe, contra uma árvore alta de troco grosso e áspero. Renesmee apenas conseguiu ver algo prateado cruzar entre a luz flamejante da lua, e depois ouviu um barulho alto vindo da direção oposta.

Já chega disso! – Elliot gritou, sua voz era grossa e alterada. Ele começou a andar na direção da garota.

Excitante, Renesmee levantou do chão, mas sentiu um de seus braços serem agarrados. Sendo puxada com força para frente, sentiu o outro braço ser segurado da mesma maneira. Os olhos de Elliot a fitava com desprezo e ódio. A menina sentia as garras do monstro por cima de sua pele, e então o seu braço esquerdo foi pressionado com elas. As garras seguravam o braço com força, sendo cravadas cada vez mais fundo na pele pálida de Renesmee, enquanto a outra lhe rasgava o braço direito com uma dor insuportável e grave. Os gritos agudos de dor da menina cortavam o ar como lâminas afiadas.

Elliot a soltou quando ouviu passos, por cimas dos gritos, vindos de trás de si. Jacob – em sua forma de lobo – avançou no homem, derrubando-o no chão. Arrastando-se pela grama e terra, Renesmee se afastou com dificuldade dos dois.

Rapidamente, Elliot rolou para o lado fugindo das presas do lobo. Quando Jacob tentou avançar no homem novamente, Elliot o chutou no canto da boca, incerto, fez o mesmo, mas no focinho. Confuso, Jacob recuou alguns passos.

Com a raiva lhe comovendo, Elliot levantou do chão e avançou para o lobo. Não se via nada além de seu vulto atravessando os raios de luz da lua. Jacob, confuso por não achar o homem, olhou para os lados, encontrando apenas uma garota, talvez inconsciente, deitada com pequenas poças de sangue ao seus lados. Seu coração apertou ao ver a cena dolorosa. Quando desviou os olhos dela, Jacob encontrou Elliot. O homem estava a alguns metros de distância dele, sangue escorria de sua boca pela pele escamosa. Com o ódio que sentia, Jacob avançou no homem, mas fora inútil. O ser sobrenatural o segurou pela barriga e o jogou contra uma árvore, fazendo com que Jacob batesse a cabeça contra a madeira. O barulho contra a árvore criou um eco forte na vastidão da noite. Elliot sorriu, satisfeito, ao ver que o lobo voltara a sua forma normal e inofensiva.

Crendo que ninguém mais avançaria nele Elliot tentou recuperar o fôlego. Quando feito, encarou a garotinha que choramingava baixo. Indiferente, começou a dar pequenos passos em sua direção.

Renesmee tentava não se concentrar na dor aguda sentia nos braços. Seus olhos lacrimejavam e ela não tinha forças para levantar. Sangue jorrava de seus braços – principalmente do direito – como uma cachoeira. Ela não acreditava que tinha mais alguma chance de vencer aquela batalha.

Com a visão totalmente turva, a menina olhou para o seu parceiro inconsciente jogado no chão. Seus olhos seguiram do garoto ao homem embaçado à sua frente. Depois de um tempo, vultos claros e escuros estavam na sua visão. O vulto claro dançou diante o escuro, fazendo com que ele fosse para outra direção. Quando perdeu o vulto negro de vista, lá estava o claro, dessa vez menor e mais formado, vindo para perto de si. Depois de algum tempo, Renesmee não via mais nada. A escuridão a rodeava enquanto ela caia em um poço fundo e calmo.


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Notas finais do capítulo

Wow, wow! Que adrenalina!

Reviwes? (: