A saga crepúsculo - Lua azul escrita por Isa Holmes


Capítulo 18
O guia mágico de Rick Harris!


Notas iniciais do capítulo

:) Maaais um!



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Esfreguei meus olhos e por um minuto percebi luzes brancas dançarem. Cruzei minhas pernas por baixo do cobertor devagar, ouvindo o som do ventilador de teto girar. Coloquei minhas mãos no rosto e as segui até meus cabelos. Estava alucinando?

– O que você achou? – a voz soou novamente – A parte que eu mais odiei foi... bem, tudo, na verdade.

O som vinha do meu lado direito. Segui meus olhos na direção. Havia uma silhueta no canto escuro do quarto de Leah. Quando ele percebeu que o avistei – não sabia se exatamente era homem ou mulher, apenas deduzi pela forma machista da silhueta escura e a voz grossa –, se afastou do canto negro. Cabelos loiro-mel, pele pálida, olhos cor de carvão...

Rick?! – afirmei, quase ganhando o perigo de despencar da cama.

Ele se aproximou um pouco mais, puxou a poltrona cor de pêssego do quarto de Leah e sentou-se, próximo da beirada da cama. O relógio marcava seis e meia. Observei Rick por alguns minutos, perplexa. Havia um arranhão no seu rosto, seus olhos negros estavam brilhantes, a pele pálida estava viva e seus cabelos chamativos.

Rick sorriu, balbuciando na poltrona.

– Preciso da sua ajuda – ele afirmou.

– Da minha ajuda? – perguntei, franzindo o cenho – M-Mas vo-você está morto!

Sua expressão se fechou e então ele me encarou. Seus olhos eram brilhantes, não cansados.

Eu sei... – sussurrou ele, agora com os cabisbaixos – Mas, mesmo assim... É que...

– Por que eu?

Rick se ajeitou na poltrona.

– Você é a garota que o Elliot fala, certo? – ele juntou as palmas da mão e levou até a boca – Você sonha com ele. Os sonhos que ele diz ter... eu descobri o porquê.

A minha atenção seguiu para aquelas palavras. Ergui minhas pernas sobre o peito e as abracei, apoiando o rosto sobre.

– V-Você sabe?

– Sei, Renesmee. São tantas coisas que devo falar, não sei nem por onde começo.

Ergui minha cabeça, surpresa.

– Espera aí! Como sabe meu nome? E-Eu nem te conheci!

Rick recostou-se.

– Quando você morre, alguns segredos acabam sendo revelados – sorriu ele. –, mas isso é o de menos nesse momento.

– O que é o de mais? – perguntei, encarando-o.

– Por onde posso começar... – ele colocou a mão no queixo, pensativo – Já sei. Os sonhos. Sei que morri faz pouco tempo, mas descobri que seus sonhos têm alguma ligação. Cada movimento deles, cada fala era realmente vocês, eu não sei o porquê, mas descobri que eles funcionam mais ou menos desse jeito.

– Então você quer dizer que nos controlamos os sonhos? Como se estivéssemos agindo no "mundo real"?

– Exato! – Rick sorriu. Seus dentes tinham um tom amarelado por causa da iluminação do abajur – E como Elliot disse, depois que sonhados eles viram realidade.

– Eu não entendo. Se nossos sonhos têm ligação quer dizer que toda vez que eles se realizavam Elliot estava perto? Em um dos meus sonhos ele não apareceu. É uma reunião com alguns amigos em uma praia perto daqui e...

– Eu sei – Rick me interrompeu, rapidamente –, tive a liberdade de procurar saber sobre isso. Elliot estava em todos os sonhos que tiveram juntos. O da reunião, o da carta e também o de Olympia, apesar de ele não ter se realizado. Elliot esteve sim no seu sonho da praia, mas se manteve escondido o tempo todo. Ele foi pra Olympia, só não queria pessoas o atrapalhando, então apagou seus rastros. Elliot esteve em Olympia, foi quando me matou – ele suspirou.

Sussurrei um sinto muito, mas depois me toquei em um detalhe.

– Espera um minuto – passei minhas mãos sobre a cabeça –, os sonhos também podem mudar de rumo? Como você disse, Elliot apagou seus rastros de alguma maneira. Isso fez com que ninguém fosse para Olympia, inclusive eu. Comprei uma passagem por ligação. Eu sabia que podia ser perigoso se Elliot também colaborasse, mas é impossível você se controlar quando sabe que a pessoa que ama está em perigo, e que ainda pode ajudá-la. Quando acordei no dia seguinte tinha perdido hora e aí Seth disse que tudo fora cancelado.

Houve uma pausa na conversa, a brisa do ventilador passava pelo meu corpo, fazendo-me arrepiar.

– Sobre sua observação da mudança de rumo dos sonhos, sim é possível que eles mudem diante da decisão tomada da pessoa. Elliot teve outra decisão, você não, mas a dele interferiu em tudo, para você, digo. – finalmente disse Rick - E sobre a sua coragem de enfrentar Elliot... Faria isso mesmo?

Eu hesitei.

– Sim, se fosse... Eu não sei – Encarei-o – Por que o interesse?

Rick cruzou as pernas.

– Aí chegamos em outra etapa. Já discutimos qual a ligação sobre os sonhos, agora falaremos apenas de Elliot.

– Você está errado – afirmei, rapidamente, cutucando a palma da minha mão com as unhas – Ainda não terminamos de conversar sobre os sonhos. Sobraram dois. Eles são diferentes. Eu não "participo" deles, eu sou apenas um fantasma. O primeiro foi como descobri no que Elliot realmente se transformou e o outro... Foi hoje. – Suspirei – Ele era da sua morte, o jeito que Elliot te matou.

– Oh... esses sonhos. – Rick sussurrou – Eles são diferentes dos outros três.

– O que você quer dizer com isso?

– De alguma maneira eu a fiz sonhar com eles. E você só era um "fantasma" porque os sonhos já foram passado, e não dá para modificá-lo.

– O quê!? – sibilei – Po-por quê?

Ouvi chaves chacoalhando umas contra as outras no andar de baixo. Uma das portas de madeira foi aberta, emitindo um rangido fino e inquietante. As chaves se manifestavam novamente onde fizeram com que a porta se trancasse. Elas se chocaram contra uma cômoda, onde foram mantidas. Houve um segundo de silêncio até que passos ecoaram. A televisão foi ligada em seguida, onde se manteve em um som razoável. Leah...

– Depois que Elliot me disse sobre os sonhos, e sobre a garota que seria você, fiquei curioso, me atarefando a procurar saber sobre isso – disse Rick, batendo as mãos sobre sua coxa. Sua reação inesperada fez com que minha atenção no andar de baixo evaporasse.

O homem levantou da poltrona, afastando-a. Rick se aproximou para perto da janela, seus olhos eram pregados para fora das cortinas transparentes. Suas mãos sempre mantidas para trás.

– Às vezes acho que morrer possa ser considerado um bônus para tudo isso. Foi mais fácil para achar você, vigiar o Elliot, saber sobre os sonhos e até mesmo responder algumas de suas dúvidas. E o melhor ainda foi poder saber que eu tinha a capacidade de manter um contado com você. Percebi que Elliot não era o único "enlouquecendo" com os sonhos quando achei você, e ele não precisa da minha ajuda, então decidi que deveria vir até você. Mostrei-lhe a noite que Elliot virou a besta que é porque eu queria que você soubesse com o que realmente estaria lidando. E eu lhe mostrei a noite que morri por que queria dar a você não só a consciência do que ele pode fazer, mas também o que ele está prestes a fazer; Matá-la. Se eu não estivesse morto, você poderia se encontrar com Elliot em menos de 24h.

– Ele quer mesmo me matar?

– Elliot quer que tudo isso pare, e ele sabe que a sua única opção é matar o oponente – Rick virou em minha direção, suas mãos ainda mantidas para trás. – O vigiei antes de falar com você, ele está há duas noites sem dormir porque está perturbado e pensando no que fazer. Acho que é por isso que consegui lhe mandar aqueles sonhos, não tive a interferência de Elliot. Mas, o que realmente importa é você saber que ele está vindo para Forks.

– E-Eu vou morrer? – perguntei, perplexa.

Olhei para Rick e então ele se aproximou de mim, rapidamente, com passos largos. Ele sentou na beirada da cama, de frente para a minha silhueta amarelada e iluminada.

– Não se você fizer esse trabalho.

– Quer que eu o mate?! – sibilei – Você sabe dos perigos, sabe das consequências, sabe que Elliot é louco e quer que eu o mate?! Eu não sei nada mais além da sua mutação, não sei nem se ele pode ser morto!

– Ele pode, Renesmee! E eu sei como. Eu descobri muita coisa com o DNA dele, depois que houve a sua mutação repentina daquela noite.

Respirei fundo, cruzando os braços. Senti minha espinha se arrepiar. Rick ia dizer mais alguma coisa, mas eu o interrompi.

– Como posso acreditar se você é apenas a minha consciência?

O silêncio domou o quarto. Seus olhos me fitaram frenéticos.

– Acha que sou sua consciência? – riu-se ele – E se eu provasse que não sou sua consciência e sim um cara morto que quer salva uma garota inocente e matar um homem totalmente pirado?

Arqueei uma sobrancelha.

– Qual a sua proposta?

– Como eu estava dizendo – Rick, o fantasma, ou minha consciência, continuou. –, o sangue mutado que eu consegui me ajudou muito em algumas pesquisas caseiras. Descobri algumas de suas habilidades, seus hábitos, e até o seu ponto fraco. Eu menti para Elliot quando ele perguntou sobre o que eu sabia. Nem por um bilhão de dólares eu seria tolo de contar a verdade a ele.

– Então por que contar para mim?

– Por que você é a única que tem consciência do que ele é. Sei que Toby também o viu, mas ele está em uma situação complicada neste momento. Você, Renesmee, é a única que pode fazer com que os sonhos acabem. E também tem o detalhe de eu conseguir, de alguma maneira, conversar com você, já morto.

Respirei fundo e olhei para o relógio do quarto, notando que nossa conversa durara mais de uma hora.

– Se eu estiver ciente dos segredos descobertos por você, e se eu souber lidar bem com eles, poderei sair impune do confronto?

– Eu acho que sim.

– Quais são os segredos sobre o Elliot então?

Rick se ajeitou, limpando a garganta.

– Eu criei um tipo de guia sobre isso e escondi para que Elliot não o achasse. Ele está aqui, em Forks. Mantive-me refugiado na cidade o tempo todo, só depois fui tolo de ir atrás do Ell. Já viu uma pequena cabana construída há anos atrás, que fica a mais ou menos quatro quilômetros daqui? O guia que criei e mais uma surpresinha estão escondidos lá – ele sorriu, levantando-se – Se mudar ideia sobre eu ser sua consciência, ele provará que sou real.

E então, o homem de jaleco branco sumiu em um leve piscar de olhos.


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Notas finais do capítulo

#Rumo300Comentários!