Beautiful Soul escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 19
Plano.


Notas iniciais do capítulo

Oi girls, o capítulo não está lá essas coisas, e nem está em um tamanho bom. Mas acho que é uma boa forma de eu voltar a escrever.
Estou atualizando graças ao meu lindo namorado, que deixou o computador comigo! Eba! Espero que gostem!!



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Como suportar a ideia de que eu, logo eu, estava colocando todos ali em risco, mais uma vez?

Eu havia me esforçado para acreditar que todo aquele medo, aquela desconfiança, havia ficado no passado. Um passado que eu adoraria que não estivesse se tornando mais presente que nunca.

A noite havia sido tranquila, e eu tinha esperanças de que o dia também seria. Mas mais uma vez eu estava enganada.

Depois daquela discussão, que segundo Ian, havia sido desnecessária, caminhávamos em direção ao refeitório. Em minha mente, eu só conseguia pensar em como era absurdo ter colocado meus sentimentos na frente das vidas deles.

Meu coração queria ficar, naquela noite, quando tudo parecia ter acabado, minha pequena e delicada alma só pensava em Ian e na vida que eu poderia ter com ele. Entretanto, fui imatura pensando só em mim, e foi isso que me fez escolher ir. Mas ainda assim, mesmo com todos esses pensamentos mesclados, algo me fez ficar. Alguém me fez ficar.

Se o amor era tão idolatrado por todos, porque doía saber que todos estavam em risco, por conta do amor que nutri por eles?

Ian apertou minha mão, e acelerou o passo. Ele parecia tão nervoso quanto eu, quando se tratada do que viria a seguir. Eu sabia que não seria bom, que não seria amigável, e por mais que tivesse me preparado para aquilo, eu não fazia ideia de que aquele momento estava tão próximo.

Senti meu rosto gelar quando cheguei ao refeitório; estavam todas ali, crianças, adultos, jovens, todos. Desde amigos mais próximo até pessoas com a qual eu nunca tinha trocado mais que duas palavra.

Parecia-me um julgamento, parecia que o que fosse decidido ali, naquela hora, não poderia ser contestado ou mudado. E era isso que eu temia. Meu medo era que ninguém ali me ouvisse, ou me perguntasse o que eu achava ou como eu me sentia perante tudo aquilo.

Paramos ao lado de Melanie e Jared, os braços de minha antiga hospedeira circulavam o corpo de Jamie, com uma força permanente, como se a qualquer momento alguém fosse tirá-lo dela. Jamie me olhou e sorriu, o mesmo sorriso doce que eu conhecia, um sorriso que dizia que não importa o que acontecesse, estariam ao meu lado. Eu sabia que com isso podia contar sempre.

– Bom dia Peg. – Mel sorriu de leve, disfarçando toda sua tensão. Jared apertou sua cintura. – Sinto muito por isso.

Pelo quê ela sentia muito? Havia algo que eu não sabia? Aquilo havia sido planejado há muito tempo, ou era um surto momentâneo? Eu não sabia mais o que pensar.

– Mel, o que está...

Minha voz foi interrompida pela de Jeb, que soou em alto e bom som junto ao eco da caverna. Encarei Ian, que mantinha seus olhos focados no homem mais velho, que começava a falar sem se direcionar a ninguém em específico.

– Quero dizer, que devido a tudo que estamos vivendo, esse momento era necessário. – Jeb continuou dessa vez, voltando seus olhos para mim. – Quero dizer que sinto muito por isso estar acontecendo, Peg.

– Ian? – Murmurei sem encará-lo. Minhas mãos gelaram, e Ian as abandonou, se posicionando atrás de mim, e rodeando seus braços em minha cintura. – O que está acontecendo?

– Está tudo bem amor. – Sussurrou contra meu ouvido. – Estamos com você. Independente do que for dito, estou com você.

– Tivemos duas mortes essa semana. – O murmurinho começou aos poucos, se tornando cada vez mais alto. Jeb chamou a atenção de todos, com um assovio agudo. – E Kyle ainda não deu notícias.

Virei meu rosto procurando o de Ian, que me olhou sorrindo fraco, transparecendo toda a segurança que podia. Eu sabia que ele estava preocupado, que estava nervoso, e que aquele era só ele sendo otimista.

– Ele está bem. – Balbuciou, voltando seus olhos para Jeb. – Sempre está.

Kyle não tinha voltado e por mais que Ian se preocupasse, tentando transparecer que estava seguro e que tinha fé que o irmão estava bem, eu sabia que ele tinha medo do que poderia ter acontecido com o irmão lá fora.

Ian e Kyle sempre foram próximos, segundo o que diziam, mas aparentemente aquilo tinha mudado após minha chegada. Eles tinham se afastado, como se eu fosse uma barreira e estivesse entre eles. E ainda assim, naquele momento, Ian direcionava toda sua calma para mim, filtrando seus pensamentos, me fazendo acreditar que tudo sempre acabaria bem.

– Tudo o que sabemos é lá fora não é um lugar seguro. – Jeb murmurou. – E sabemos que novos Buscadores estão nos procurando. Sabemos disso há muito tempo, mas chegou a hora de lidarmos com esse fato.

Eu tinha medo do que significava “lidar com o fato”. Não tinha medo que significa para Jeb e meus amigos, tinha medo do que significava para os outros.

Eu sabia que muitos ali achavam que eu era apenas um estorvo, e que eu deveria ter partido quando tive a chance. Sabia que muitos ali, enojavam minha presença. Mas eu não os culpava, afinal, como poderia se era exatamente aquilo que eu era; um estorvo.

Mesmo depois de Ian e Melanie me convencerem de que a culpa não era minha e que não era por minha causa que os Buscadores estavam ali, eu ainda sentia uma leve pontada de culpa no fundo do meu peito. Eles podiam não estar mais atrás de mim, mas só tinham a pista de onde os outros estavam por minha causa. No inicio era a mim que eles queriam, e eu havia entregado meus amigos de bandeja para eles.

– Peço que compreendam a decisão que tomei, - Jeb acenou com a cabeça para Ian, que se afastou de mim, caminhando até uma das saídas do refeitório, Jared o seguiu. Olhei para Melanie, que deu de ombros. – Peço que entendam que Peregrina agora é uma de nós, e que deve ser protegida por vocês.

Quando Jeb parou de falar o silencio dominou o lugar, nem murmurinhos podiam ser ouvidos naquele momento, todo mundo ficou em total silencio, como se soubessem o significado exato de cada palavra que Jeb dissera.

Eu deveria ser protegida? Mesmo quando todos os sinais indicavam que quem precisava de proteção eram eles? Que tipo de ser egoísta eu seria se aceitasse a decisão de Jeb? Que pessoa eu seria se deixasse que meu egoísmo interferisse no que era certo?

– E o que quer que façamos Jeb? - Uma voz quebrou o silencio; eu não sabia á quem pertencia, mas o timbre não era desconhecido por mim. - Quer que coloquemos nossa cabeça a prêmio por ela?

– Vamos votar!

Aquela foi a gota d'água para as pessoas, que em questão de segundos começaram a murmurar uma com as outras. Meu peito se apertou e minhas mãos suaram, ficando grudentas.

– Isso não é uma democracia meus caros! - Jeb finalizou, ignorando todos os comentários frustrados e raivosos que podiam ser ouvidos. – Peço a Peregrina, que não se deixe levar para a razão, e que siga o plano. – Completou, apontando um de seus dedos para mim. – Peço que nos ajude a acabar de uma vez por todas com esse medo e aflição que nos atinge.

Olhei para Melanie, não estava entendendo o que estava acontecendo. Que tipo de plano era aquele? Se fosse o que eu estava pensando não acabaria bem, afinal, meus sentimentos sempre tomavam a frente da razão e esse era o problema no final das contas.


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