O Mistério Da Fera escrita por Liz


Capítulo 6
Capítulo 6 - Será que é só mais um sonho?


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Aqui está mais um capítulo!
Espero que gostem... Boa leitura!



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- É... Se você quiser sair correndo, eu vou entender...

- Estevão, pare de pensar besteiras. – Gisele ainda estava de olhos fechados.

- Abra os olhos. – Ele sorria. Gisele conseguia, vagamente, ver o pequeno sorriso que ele dava sem mostrar os dentes.

- Você disse que me mostraria todo o jardim.

- Vou lhe mostrar.

Era a primeira vez que alguém conseguia deixar Estevão sem graça, sem saber o que fazer, o que dizer... Gisele fazia isso o tempo todo, mas era a primeira vez que alguém havia conseguido deixar aquela fera calma. Só um coração repleto de ingenuidade para clarear o mundo de um indivíduo tão misterioso.

Os dois passeavam pelo jardim calmamente. Estevão resolveu levá-la ao labirinto.

- Eu já entrei aí. – Gisele disse e entrou correndo.

Estevão apenas sorriu. A menina não se preocupava em se perder, pois pensava que, se conseguiu entrar e sair, uma vez, conseguiria dar a sorte de fazer isso novamente.

A menina não respondia e Estevão tirou o sorriso do rosto. Havia ficado preocupado com o silêncio de Gisele.

- Gisele?

Ouviu-se um grito e um barulho de alguém caindo ao chão. Só podia ser Gisele. Estevão entrou desesperado no labirinto de folhas. Ia para um lado, ia para o outro e não a achava. Não conseguia lembrar de outra situação em que esteve tão desesperado assim.

- Gisele! – Estevão gritava. – Gisele!

- Estou aqui... – Ela gritava, com muita fraqueza e dificuldade.

- Onde?

Estevão correu, correu e correu. Até que viu Gisele tentando, em vão, se levantar. Ele correu para perto dela e segurou em sua cintura.

- Ainda bem que te achei. - Ela não conseguia levantar, então, ele a pegou no colo.

Ela parecia não ter noção do que estava acontecendo ali.

- Fernan! – Ele gritou e correu em direção a mansão.

Conseguiu sair com facilidade do labirinto. Quando se aproximou da grande porta de vidro desta, Fernan logo se aproximou.

- O que houve?

- Ligue para algum médico. Não sei o que houve com ela.

- Sim, alteza.

Fernan correu para ligar para um médico, enquanto Estevão levava Gisele para seu quarto.

Ele abriu a porta com um chute e colocou Gisele na cama.

- Já liguei para o doutor e ele chega em uns 10 minutos. – Fernan disse.

- Está bem. – Estevão disse.

- Seu capuz, alteza...

- Não preciso me preocupar com isso agora.

- Mas ela o verá...

- Ela sequer consegue dizer algo, Fernan.

- Mas o doutor poderá vê-lo.

- É... Você tem razão. – Estevão colocou o capuz.

Fernan não havia dito para colocar o capuz por causa do doutor, mas sim por medo da reação de Gisele caso visse o rosto de Estevão.

Gisele havia conseguido ver alguns traços dele, mas não tudo. Ela havia deduzido que ele não era o mais feio. Quem sabe, algum dia, pudesse se tornar o mais bonito para Gisele?

Eles aguardavam o doutor chegar, até que a campainha toca. Fernan foi até o portão e o abriu. O doutor entrou rapidamente.

- Ela está no terceiro quarto à direita, subindo as escadas.

- Está bem. – O médico respondeu e foi.

Ele se surpreendeu, assim como os poucos que entravam naquela casa, com a decoração medieval aparentemente cara e rara daquela mansão.

- Com licença. – O médico entrou no quarto. Logo em seguida, Fernan chegou ao quarto e ficou parado perto da porta.

- Por favor. – Estevão se levantou da cama, dando lugar ao médico, que sentou nesta e analisou Gisele.

- Sabe o que houve com ela?

- Estávamos no jardim e acho que ela pode ter caído.

Depois de analisá-la, parecia que havia chegado a uma conclusão. Gisele estava um pouco acordada.

- Ela precisará ir ao hospital fazer exames para vermos o que fazer com ela. Vamos medicá-la e cuidar dela da forma correta e logo ela melhorará.

- Daqui ela não sairá, doutor.

- Então, terá que fazer muitos sacrifícios por ela.

- Como quais? – Fernan disse, preocupado. Ele desejava que Estevão deixasse que Gisele fosse ao médico fazer os exames.

- Terá que ter alguém para estar disponível para cuidar dela vinte e quatro horas por dia, alimentá-la de três em três horas e é importante que não forcem muito a mente dela. Precisam muito tomar cuidado com ela porque, o que houve com ela exatamente naquele jardim, só ela saberá responder.

- Farei o que for necessário. Quanto as medicações?

- Não poderei lhe dar a receita.

- E por que não?

- Os remédios só podem ser dados no hospital, devido aos sintomas, e não por conta própria, pois cada dose dependeria do estado emocional e físico dela.

- Entendo. Mas posso lhe ligar quando precisar?

- Mas é claro que pode! Está aqui o meu número. – O doutor lhe entregou um cartão.

- Muito obrigado, doutor... – Estevão olhou no cartão. – George.

- Por nada. Pode ligar a qualquer hora.

- Muito obrigado.

- Neste momento, tente alimentá-la e, depois, faça com que ela durma e descanse.

- Está bem.

- Eu o acompanho até a saída. – Fernan disse.

***

Eram 23h e Estevão já havia alimentado e feito com que Gisele dormisse. Ela estava sonhando como um anjo. A alteza não tirava os olhos dela em momento nenhum. Estava sentado na cama, encostado na parede, segurando a mão dela, o tempo todo.

No dia seguinte, Fernan foi até o quarto de Gisele e tentou acordá-los. Mas apenas conseguiu acordar Estevão.

- Bom dia. – Fernan disse em alto e bom tom.

- Bom dia. – Estevão se espreguiçou.

- Dormiu bem?

- Não. Além de estar preocupado com Gisele, dormi de mau jeito.

- Ela logo vai melhorar. Ela é forte.

- Como sabe disse, Fernan?

- Eu deduzi. Gisele é uma menina muito boa para ficar doente tanto tempo.

- É verdade. Estou muito preocupado.

Estevão nunca havia se preocupado tanto assim com alguém. Parecia que ele gostava mais de Gisele do que ele imaginava.

- Não é melhor levá-la para o hospital para fazer os exames?

- Não sei se aprovo essa ideia.

- Eu lhe recomendo levá-la, alteza.

- Já disse como irei fazer.

- Está bem. Com licença. – Fernan saiu do quarto.

E foi assim durante uma semana. Gisele apenas dormia e, de vez em quando, acordava. Quando isso acontecia, ela não dizia nenhuma palavra e Estevão pensava ser apenas um sonho.

Estevão havia parado de usar o capuz e não se importava que Gisele o visse daquele jeito. Não que ele tivesse perdido as esperanças, mas ele não pensava no fato dela poder se assustar quando visse seu rosto.

No primeiro dia da segunda semana, Gisele havia acordado novamente. Ela tentava falar, mas não tinha forças. Até que conseguiu falar e Estevão ouviu. Estevão pensava: "Será que é só mais um sonho?"


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido!
Fique com Deus...
Beeeeeeeeeijos :*



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