P.O.V Luke

A única coisa que eu escutava era o barulho da sola do meu all star em contado com o chão de madeira. Andava de um lado para o outro, claramente irritado. Não gostava de ficar onde eu estava, não gostava nem de pensar que encontraria quem eu mais odiava em toda minha vida.

Meu pai, Hermes.

– Sr. Lutchemberg, não pode fumar aqui dentro – a recepcionista me advertiu. Ela era muito gostosa, muito mesmo. E pelo modo como ela se vestia com certeza meu pai já havia a levado para cama.

– É Castellan – corrigi.

A porta do escritório se abriu, e lá estava meu pai, Hermes Lutchemberg, o maior publicitário do planeta. Quando me viu, abriu um sorriso malandro no rosto. Já me deu vontade de vomitar só de vê-lo, ainda mais quando uma mulher saiu de lá, ajeitando a roupa.

– Depois você me diz o que achou do contrato, Sra. Valdez – Hermes pegou na mão da moça, e depositou um beijo.

– Ligarei mais tarde – Sra. Valdez saiu do escritório e fechou a porta.

– Venha Luke – Hermes me guiou até seu escritório, fechando a porta depois de nós dois entrarmos.

Era o maior escritório que eu já tinha visto. Uma mesa do tamanho da minha sala de estar, e uma vida maravilhosa para a cidade de N.Y. Quando eu terminar a escola, com certeza iria morar em Nova York. Era a cidade mais bonita que eu conhecia, e com muitas festas maneiras.

– Então, pensou no que eu te propus? – Hermes apontou para a cadeira, dando-me permissão para sentar.

– Não vou sentar onde você e aquela mulher acabaram de transar.

Hermes riu, e se sentou.

– Você parece muito comigo, Luke.

– Prefiro me parecer com o Barack Obama do que com você – me virei, voltando a olhar para a cidade.

– E quem não quer ser o presidente?

– Eu. Provavelmente destruiria o país.

A risada de Hermes preencheu a sala. Eu estava quase vomitando.

– Vamos ao que se trata – resmunguei, me virando e encarando os olhos azuis de meu pai – Minha mãe piorou. Eu a quero melhor, Hermes. Não aguento mais.

Que olhar era aquele? Tristeza? Não ouse usar esse olhar para mim, pai.

– Já tentamos de tudo, Luke. O que resta é interna-la. E você sabe disso.

– Eu sei – me sentei – E eu estou disposto a aceitar isso. Bote na melhor clinica de reabilitação, Hermes. Nem que ela passe o resto da vida dela lá.

– Não diga o resto da vida, Luke. May é jovem ainda. – o telefone dele começou a tocar. Hermes atendeu, disse algumas palavras, e desligou – Tenho uma reunião urgente com Zeus.

Minhas bochechas coraram, eu tenho absoluta certeza disso. Zeus era o pai de Thalia. A menina mais perfeita de todo Universo. Zeus era, digamos o 1001 utilidades do mundo. O dono da empresa Olympus. Que cuidava de tudo que você possa imaginar. Zeus era podre de rico, e se bobeasse cagava diamante de tão poderoso.

Todos no mundo o respeitavam. E meu pai, sendo o maior publicitário, trabalhava com ele também. Junto com Athena, mãe de Annabeth, que é a maior arquiteta, e muitos outros nomes poderosos por aí.

Hermes levantou uma sobrancelha, e sorriu.

– Você ainda a ama, Luke?

Olhei para o outro lado.

– Zeus o mataria.

Fuzilei Hermes com os olhos.

– Ele deixou isso bem claro, pai. E mesmo assim, Thalia não me suporta. E a culpa e toda de vocês.

– Minha culpa?

– SUA CULPA! – gritei, apontando para seus olhos – “Me ajude, Hermes, se não você não fará mais parte da Olympus” não foi isso que Zeus lhe disse? Ou foi algo pior? Vocês não nos quer juntos porque sabem que quando estamos juntos nós somos melhores do que vocês, não é? Não aceitamos a ajuda de nenhum dos dois. Somos invencíveis.

– Vocês são duas crianças! – Hermes estava claramente irritado – Invencíveis contra quem, Luke? Contra as pessoas da cidadezinha onde vocês moram? Me poupe de suas palavras, filho,

– VAI A MERDA! – Chutei uma cadeira – Você destruiu minha chance de ser feliz com a pessoa que eu mais me importo nesse mundo. Você e Zeus combinaram com aquela modelo lá de me beijar a força, não combinaram? Foi tudo um plano! A Thalia viu, Hermes. E agora ela me odeia. O D E I A!

– Foi tudo pelo seu bem.

– Meu bem? Pelo seu bem. E pelo de Zeus. Querem saber? Vão vocês dois tomarem no cu. – abri a porta do escritório, e comecei a sair do andar. – Não se esqueça de me avisar quando vai botar a minha mãe na reabilitação.

Fechei a porta do escritório e apertei o botão do elevador.

Meu pai e Zeus foram os que destruíram minha chance de ficar com Thalia. Mas eu não ia desistir tão fácil de quem eu mais amava. Nem eles, nem ninguém me faria ficar longe dela. Eu poderia me mudar todinho só para satisfazê-la.

Era guerra o que eles queriam? Era guerra que eles teriam.

E só uma coisa: Eu só entro pra ganhar.