Doce Veneno escrita por Makiyenn


Capítulo 4
Dor


Notas iniciais do capítulo

Provas, provas e mais provas, quase que esse capítulo não saía. Confuso, mas ai está...

Aviso: Capítulo sem revisão.

Aproveitem ^^



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– Ora vejam só quem resolveu aparecer. - O tom presunçoso de Sho não havia mudado nesses anos. – Enfim, não tenho tempo para gastar com você, Kyoko venha comigo!

Ren já estava pronto para interferir quando Kyoko pôs a mão direita em seu peito impedindo-o de avançar.

– Tudo bem Tsuruga-san. – virou-se novamente para Sho. – Vamos sho-chan.

“Como assim "tudo bem", e que historia é essa de Sho-chan?”. As palavras que Ren não pode dizer ficaram entaladas em sua garganta, ficando apenas um doloroso nó que o deixou paralisado.

Depois que os dois foram para uma parte reservada da festa, Ren ficou parado perto do Buffet observando o movimento das pessoas com um olhar feroz no rosto. Estava prestes a explodir quando um rosto familiar veio em sua direção. Seus óculos e seu terno bege costumeiro trouxeram a Ren uma boa sensação, talvez tivesse sentido saudade, porém não estava com cabeça para pensar nessas coisas.

– Olá, Yashiro-san! – O sorriso brilhante de Ren não conseguia esconder sua voz grave e furiosa.

– Depois de tanto tempo você me recebe com esse tipo de olhar? – perguntou Yashiro enquanto limpava a lente de seus óculos. – Onde está a Kyoko-chan? Acabei de vê-la aqui, não me diga que já conseguiu espantá-la? – Ren manteve-se calado. – Não me diga que ainda não falou com ela? – o sorriso de Ren desapareceu. – Deve ser por isso que você está com esse humor.

– Yashiro quer por favor parar de colocar a culpa de tudo nessa garota? – Yashiro tinha acertado em cheio, ela era a razão de seu mau humor. – E para sua informação ela está com Fuwa Sho.

Yashiro notou a repulsa de Ren ao dizer o nome de Shoutarou. Quando percebeu que Ren não estava ciente do que aconteceu há alguns anos, Yashiro decidiu contar a ele.

– Ren, tem certeza que está tudo bem não ir atrás da Kyoko-chan. – depois de ver a expressão de dúvida no rosto de Ren, Yashiro continuou. – Parece que você não está sabendo de nada mesmo, mas já faz algum tempo que a Kyoko-chan-

[...]

Kyoko tinha percebido o olhar preocupado de Sho e resolveu segui-lo para que tivessem uma conversa reservada. Há três anos, quando Kyoko ganhou seu primeiro prêmio, Fuwa apareceu pedindo perdão a ela. Eles tinham atuado em um drama juntos e isso fez com que ele finalmente admitisse seus sentimentos por ela. Ela estava deslumbrante quando atuaram juntos. Ter que beijá-la, abraça-la e estar junto dela apenas piorou a situação de Fuwa. Porém, não foi isso que fez com que Kyoko mudasse de ideia sobre sua vingança. No final das contas foi o Ren. Estar longe dele à fez mudar completamente, tanto que ela esqueceu a vingança e passou a viver somente por ela. Agora os dois voltaram a serem amigos, claro que não como eles eram antes, apenas respeitam e tem consideração um com o outro. Como irmãos.

Shoutarou não tinha desistido de seus sentimentos por ela. Kyoko tinha mudado a forma como ele via o mundo, o tornado mais humilde, até a forma de cantar ficou mais profunda. Por isso, vez ou outra ele aparecia com alguma desculpa apenas para vê-la. Não queria dar o braço a torcer, mas deixava pistas que Kyoko sempre percebia e achava engraçado.

O que intrigou Kyoko foi que dessa vez era diferente. O olhar de Sho não mentia, ele tinha algo muito sério para conversar com ela. Quando entraram na sala próxima ao salão, Kyoko sentiu seu coração acelerar em expectativa. Virou-se para Sho e notou que ele estava mais elegante do que de costume. Estava usando um terno branco sem gravata e com três botões de cima abertos. Parecia mais maduro. Porém, quando a expressão de Sho mudou de séria para triste Kyoko novamente se sentiu nervosa.

– Sho...

– Espere Kyoko! – interrompeu bruscamente a garota. – Acho melhor você sentar. E-eu também preciso me preparar pra te dar essa notícia.

Kyoko praticamente se jogou no sofá. O sofá macio parecia ter se transformado em pedra, o ar da sala parecia ter congelado. Kyoko começou a transpirar. O que aconteceu de tão sério para fazer Sho agir dessa maneira?

Sho aproximou-se lentamente até estar parado de pé em frente à Kyoko.

– Kyoko, meus pais ligaram a pouco tempo de Kyoto. – respirou fundo e voltou a falar. – Aconteceu uma coisa com sua mãe.

Kyoko arregalou os olhos tentando processar o que Sho havia dito e levantou-se rapidamente ficando parada frente a ele.

– O que quer dizer com isso Shoutarou? – As lágrimas que estavam se formando no rosto de Kyoko quase quebraram Sho. Ela tentava manter-se firme, porém sempre que envolvia sua mãe a cabeça de Kyoko virava uma confusão, controlar seus sentimentos era praticamente impossível.

– Escuta Kyoko, é melhor irmos pra Kyoto hoje mesmo! Foi por isso que eu vim nessa festa ridícula, precisava falar com você o quanto antes. Vai querer ir ou não?

– Você ainda pergunta? Por favor, pelo menos me diga o que aconteceu. – o olhar penetrante de Kyoko fez Sho hesitar por alguns instantes, ele não sabia o que fazer.

– E-eu... Só sei que ela está no hospital, não tive tempo de perguntar mais nada vim correndo pra cá e-... E-ei, Kyoko! – As lágrimas que Kyoko tentava inutilmente esconder desabaram, sempre que ela tentava enxuga-las, mais e mais brotavam de seus olhos, os soluços estavam cortando sua garganta. “Por favor, não agora...”, era única sentença que Kyoko conseguia formar.

Tentou afastar-se de Sho, afinal de contas não gostava nem um pouco de chorar na frente dele. Nesse momento os braços de Sho a envolveram com carinho, ele parecia ter medo de quebra-la.

– Kyoko, não chore assim, eu não sei o que fazer. –o abraço dele ficou mais apertado e as lágrimas dela se intensificaram. Ela apenas ficou imóvel, não queria retribuir o abraço, mas também não tinha forças pra afasta-lo. Ficou apenas parada tentando se controlar, envergonhada por ter demonstrado seus sentimentos novamente. Seu orgulho como atriz estava ferido e, acima de tudo, a preocupação com sua mãe a deixava ainda mais abalada. Fechou os olhos para tentar se acalmar. Quando as lágrimas pararam, ela se recompôs, olhou para cima e gentilmente o afastou.

– Obrigada, Sho-chan. Você tem certeza que quer ir também? - Sho apenas assentiu e levou Kyoko para fora da sala.

Kyoko viu Ren em cima do palco fazendo um discurso sobre sua volta. Queria falar com ele e explicar tudo, porém não tinha tempo. A mãe dela estava no hospital, Kyoko precisava vê-la, afinal tomou a segunda pior decisão de sua vida quando sua mãe veio procura-la dois anos atrás. A volta de Ren a fez perceber que esperar as coisas se resolverem não iam adiantar nada, as pessoas não ficam pra sempre em sua vida, mesmo que você as ame incondicionalmente.

Saiu do salão ao lado de Sho ignorando completamente os paparazzi. Entraram no carro dele e apressaram-se rumo a Kyoto. Ela apenas teve tempo de ligar para seu agente e cancelar seus compromissos.

Enquanto isso na festa, um homem furioso esbanjava um sorriso galanteador. Estava queimando por dentro, se fosse há cinco anos não teria se controlado. Aquela cena passava milhões de vezes em sua cabeça como se sua mente estivesse brincando com ele. Quando Yashiro contou-lhe que Kyoko havia desistido da vingança e que Fuwa se declarou abertamente para ela, Ren apressou-se como um louco para trazê-la de volta. A lembrança de quando lentamente abriu a porta daquela sala e espiou com cautela os dois o fez arrepender-se por ser tão presunçoso. Kyoko e Fuwa estavam abraçados, completamente íntimos, inseparáveis.

“Já é tarde demais? Como pude ser tão ingênuo?”. Perguntou-se enquanto respondia a perguntas inconvenientes de repórteres. Não aguentava mais aquela festa. Estava agindo apenas mecanicamente, tanto que nem viu quando o presidente apareceu anunciando que a festa tinha chegado ao fim.

Desviou-se de todos apenas tentando chegar a sua casa o mais rápido possível, aquele dia tinha sido cansativo. Seus planos de falar com ela foram por água abaixo. Fuwa Sho apareceu e levou-a para algum lugar que ele desconhecia. Entrou em seu apartamento e sentiu-se aliviado por nada estar fora do lugar.

“Eles estavam se abraçando, mas como?”. Sentou no sofá e pôs as duas mãos na cabeça num gesto desesperado de encontrar respostas. A sensação de algo atravessando seu coração estava incomodando Ren, uma dor indescritível. Talvez tivesse perdido ela pra sempre, mas Ren aprendeu a lição, jamais entregaria Kyoko tão facilmente, estava decidido a lutar por ela. Dessa vez não ia fraquejar, não ia desistir dela. Quando se abraçaram no elevador, Ren teve certeza de que ela mantinha algum sentimento por ele. Esperou uma ponta de esperança por muito tempo e agora que a encontrou não deixaria passar.

– Dane-se o Fuwa! Não vou mais inventar desculpas.











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Notas finais do capítulo

Estou pensando em fazer dois especiais, um sobre quando a mãe da Kyoko veio procura-la e outro sobre Kyoko e Sho. Se fizer isso provavelmente postarei dois capítulos juntos.

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