PV EDWARD

Já estávamos no Alasca há um mês e a única mudança que ocorreu na gravidez de Bella infelizmente não foi algo bom, a placenta ficou mais espessa, o que deixou impossível de ver nossos filhos pelo ultrassom, então papai não tinha mais tanto controle de como estava o desenvolvimento deles e medidas de peso e circunferência da barriga de Bella eram dados muitos vagos e ele até tentou introduzir uma agulha para colher líquido amniótico, mas a agulha não consegue transpassar a membrana espessa. E é uma pena também que papai não tenha conseguido ver o sexo deles antes disso acontecer, agora teremos de esperar eles nascerem para saber. Mas ao menos eu ainda conseguia ouvi-los e ser ouvido por eles, mas isso acontecia esporadicamente, não sei o porquê disso, mas já era o bastante e eles felizmente nunca mais machucaram a Bella também.

Mas o que nos preocupava agora era o parto, teria de ser feito uma cesariana, mas o problema era definir o momento ideal para fazê-la, já que não era mais possível ver os bebês para saber quando eles estariam prontos para nascerem e tinha a questão da membrana também, certamente papai terá de usar a força para rompê-la, mas ao mesmo tempo terá de ter muita cautela ao fazer isso para não correr o risco de machucá-los. Tínhamos medo da parte do parto das lendas serem verdadeiras, então tínhamos de nos antecipar a isso, não podíamos deixar que Bella entrasse em trabalho de parto, a cesariana teria de ser feita antes de qualquer sinal disso, papai após analisar bastante as possibilidades estava pensando em levar a gravidez de Bella até apenas as trinta e quatro semanas, porque a maioria dos gêmeos nascem por volta das trinta e seis semanas e como tínhamos de nos antecipar trinta e quatro semanas parecia ser o ideal. Porque eles já estariam bem desenvolvidos, nasceriam prematuros e muito provavelmente eles teriam de ficar na incubadora para ganhar peso, mas não correriam risco de vida e no caso dos meus filhos eles contavam com a vantagem de serem híbridos, a parte vampira deles certamente nos dariam a certeza que eles ficariam bem. Então após papai me explicar isso, eu concordei com ele, mas ainda tínhamos de falar com Bella e a conhecendo como eu a conheço Bella iria insistir em levar a gravidez mais longe que isso, ao menos longe o bastante para descartar a hipótese deles não precisarem ficar na incubadora. Mas deixaríamos para falar com Bella quando estiver mais perto, ela ainda estava com vinte e quatro semanas e não a queríamos preocupada com isso até completar as trinta e quatro semanas.

Vi Bella acordar sobressaltada.

— O que foi amor? Está sentindo alguma coisa?

— Não eu só acordei assim porque me deu uma enorme vontade de tomar algo, mas eu não sei o que.

E assim que ela terminou de me dizer o que era consegui ouvir a mente dos gêmeos.

— Não é você que quer tomar algo, são eles. - coloco minha mão na barriga dela. Mas uma coisa que é verdadeira nas lendas.

— E o que eles querem?

— Eles estão sentindo sede.

— Sede? 

— Sim como a minha quer dizer numa menor proporção. –  nossa família veio até o quarto surpresa com a minha nova descoberta com relação aos meus filhos.

— Eles querem sangue? 

— Sim. – soou apreensivo.

— Então eu terei de tomar sangue?

Nem eu e nem ninguém ali teve a coragem de dizer que era exatamente isso que ela teria de fazer.

Mas vi pela sua expressão que Bella entendeu que nosso silêncio era um sim.

Isso era tão repulsivo para um humano fazer, mas era necessário para a sobrevivência de nossos filhos.

— Tudo bem. Eu posso fazer isso.— diz aparentando tranquilidade- Mas sangue de que? — ficou apreensiva.

Acho que teme que o sangue seja de um de humano.

— Tentaremos o de animal primeiro, se eles aceitarem será bom, assim já nascem acostumados a ingerir sangue animal. 

E Bella assentiu a Carlisle. Essa opção era mais aceitável para ela.

E eu olhei para Bella preocupado que isso fosse demais para ela.

— Não deve ser tão ruim assim Edward.— Bella dá de ombros. Como se estivesse prestes a fazer nada demais, sendo que era tudo demais.

Mas tem a opção da sonda também, será que ela toparia filho? — me perguntou papai por pensamento.

— Mas se for demais para você ingerir sangue podemos tentar de outra forma ela é incomoda, mas é uma forma menos repulsiva de você ingerir sangue. – resolvo sugerir a ela a outra opção que papai pensou.

— Está falando do que?

— De uma sonda.

— Nem pensar, acredite eu consigo lidar com a primeira opção, mas com a segunda não mesmo.

— Tudo bem será como preferir.

— Aqui está filha. – diz papai entregando um copo escuro com tampa e um canudo contendo o sangue de urso.

Bella pegou o copo e o encarou,  ninguém ali conseguia dizer nada, eu sei que eu devia dizer algo para incentivá-la a tomar para o bem de nossos filhos, mas isso era tão repulsivo para que eu falasse a ela para fazer que não consegui dizer nada.

Enfim ela respirou fundo e tomou um gole de olhos fechados.

— O gosto é bom.- diz surpresa — De que animal é? – perguntou bem curiosa.

Nós a olhamos incrédulos ela continuar tomando sangue como se tomasse suco olhando pra mim esperando pacientemente por sua resposta.

— É... de urso. - enfim consegui me refazer do choque e responder.

Segundos depois ela me estendeu o copo vazio e eu o peguei.

— Tem mais? — Bella nos surpreende mais ainda.

— Tem sim filha. - diz papai contente por Bella ter conseguido e foi buscar mais sangue para ela.

E ela tomou mais dois copos e enfim se deu por satisfeita. Quer dizer não exatamente ela e sim nossos filhos.

— Que bom que eles aceitaram bem o sangue animal, não é?

— Sim nossos filhos já vão nascer “vegetarianos”. - concordo em alívio, assim eles não sofreriam como eu sofri para lidar com o desejo de sangue humano.

— Ainda bem que ursos aqui não faltam nessa época do ano, porque com essa concorrência- diz Emmet olhando para Bella – nós passaríamos sede.

Nós sorrimos do que ele falou. E o clima naquela casa voltava a ficar leve novamente.