Não Espere escrita por Angie Ellyon


Capítulo 4
Distrações


Notas iniciais do capítulo

mais um cap! =]
demorei, neah? essa semana tem trote na facul e estava nervosa..sem inspiração..U_U
+ fiz um esforço e aki está!
Boa leitura.



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Não entendi o significado da minha visão.

Claro que Marion havia surtado e ficado nervosa quando levamos aquele choque. Havia sido tão forte assim? E o que aquilo queria dizer? Estava muito longe de acontecer? Eu teria tempo de decifrá-lo?

Depois de tomar um banho, vi que havia um vestido rosado e perolado sobre a minha cama.

- Não está ansiosa? - perguntou minha mãe, entrando no quarto.

- Ansiosa para o quê?

Ela suspirou.

- Para a sua festa.

- Não estou afim de festa.

- Eu sei o que está passando. - ela disse. - Mas precisa se divertir um pouco. Seu pai caprichou. E todos os seus amigos vão estar lá.

- Essas coisas não saem da minha cabeça. - desabafei. - Todos vão perceber que não estou animada.

- Faça um esforço. - sugeriu ela. - Vamos estar lá com você.

Ao anoitecer, eu já havia experimentado o vestido, que me caíra bem por sinal. 

- Ah, filha, você está linda! - exclamou ela. - Se prepare pra chamar muita atenção.

Era exatamente o que eu não queria.

- Luna! - Jennifer e Anne entraram e me puxaram pra fora, animadas. Jennifer estava com um vestido azul que combinava com seu cabelo vermelho, e Anne estava com um beje.

A Ordem parecia uma boate. Luzes hipnóticas brilhantes piscavam por todos os cantos, e o som alto encheu os meus ouvidos.

Seja apenas você mesma.

Como se fosse fácil fazer isso.

Olhar aquela festa agitada não me deu nenhuma sensação nova ou de alegria. Será que Lissa apareceria?

- Deixa eu adivinhar...nunca teve uma festa do tipo, não é?

Jane estava atrás de mim. Ela era uma roqueira; como sempre: vestia um jeans preto rasgado e uma blusa de caveira do Nirvana.

Ela deu um sorriso presunçoso.

- Você sempre adivinha. - falei.

- Não está animada. - percebeu ela; parecendo, pela primeira vez, surpresa com algo a meu respeito. - Que foi, tem medo de envelhecer? - brincou. Ela era irmã de Leon e nutria um pouco de antipatia por mim. Nós duas não éramos exatamente amigas.

- Meninas. - Harry apareceu e me cumprimentou.

Harry era amigo de Airon. Recentemente, havia descoberto que ele já fora afim da minha mãe, mas aí ela conheceu o meu pai.

Harry pegou uma bebida quando um garçom vestido de smoking passou com a bandeja cheia de copos. Coquetel?, pensei. Meu olhar seguiu até o open bar, onde um garçom brincava e jogava os drinks pra cima e para os lados, animando as pessoas.

Naquele momento, me perguntei onde Leon estava.

Um suspiro chamou minha atenção.

- Realmente Airon caprichou. - eu disse à Harry. 

- Não se surpreenda caso ele tenha usado meios ilegais por aqui. - disse ele.

- Tipo o quê? Bebidas para menores?

Ele riu.

- Algo assim.

Logo Jane, Jennifer e Anne se juntaram a mim e dançamos juntas, até que Marion se aproximou.

- Festa badalada, a sua. - observou ela. - Parabéns.

- Não está chateada comigo? - eu falei, e ela suspirou.

- Fazer o quê. Estamos juntas nessa.

A batida da música se misturava com a agitação das bebidas. Eu já começava a me sentir alegre quando percebi que passava da meia-noite. Drinks coloridos circulavam; pessoas se beijavam; bebiam; dançavam; riam e conversavam.

- Ah, aí está você.

A voz grave e rouca de Airon surgiu atrás de mim. Ele estava elegante e imponente como sempre. Seu cabelo  -  castanho ruivo como o meu  -  estava arrumado. Seu apelido era tradator, que vinha da Romênia, e significava "traiçoeiro".

Só agora eu me dava conta de como éramos parecidos  -  fisicamente  -, o que não dispensava o fato de às vezes eu herdar parte de sua inteligência perspicaz.

Ele mexeu em seus brincos nas orelhas.

- Como arranjou grana pra pagar tudo isso? - eu quis saber.

Ele deu um sorriso malandro e alisou a barba por fazer.

- Achou eu eu não podia dar uma festa dessas à você?

Cruzei os braços e ele riu, me puxando pelos ombros.

- Filha - ele me olhou nos olhos. - Eu queria fazer com que você se sentisse o mais feliz possível. Estamos em tempos nervosos. - a sinceridade transbordava de seu semblante. Uma raridade. Meu pai e eu costumávamos ser sempre sarcásticos e brincalhões um com o outro.

- Você fala como se fôssemos nos separar. - disse; a voz, pesada.

Ele balançou a cabeça.

- Eu queria ter feito parte da sua vida antes. Queria muito. Eu só...estou sentindo aquela coisa que os pais sentem quando a filha é maior, sabe? - ele ruborizou por um instante e eu também. - Só que agora...você não é mais uma garotinha. - ele voltou a me olhar nos olhos e me abraçou. Eu apreciei aquilo, e senti-o afagar o meu cabelo. Pela primeira vez, éramos Airon e Luna; pai e filha.

- Eu comprei uma...coisinha pra você. - ele disse.

- Você já fez tanto com a festa!

- Ah, garota, abra isso logo! - ele riu.

A "coisinha" na verdade era um colar, fino e delicado, cujo pingente era um grifo.

- Obrigada. - suspirei, e ele beijou minha testa. O presentinho devia ter custado quase uns mil dólares. 

- Onde está Leon? - perguntei.

Ele ia responder, mas pareceu avistar alguém se aproximando e sorriu.

Logo vi o tal Brian se aproximar, sorridente. Ele vestia uma jaqueta preta por cima de uma camisa beje, que enfatizava seu cabelo vermelho. Ele me deu um sorriso simpático de pois de cumprimentar Airon.

- Está glamorosa, aniversariante. - Brian falou.

- Como estão as corridas em Las Vegas? Soube que as apostas aumentaram... - Airon sorriu maliciosamente. Ele era conhecido por ser um grande jogador. E trapaceador.

Eles riram juntos.

- Bem, vou deixá-los conversar um pouco. - ele se distanciou, e eu fiquei sem saber o que fazer. Ele havia nos deixado de propósito sozinhos?

- Continua em perigo? - Brian brincou, sorrindo.

- Sim. - eu respondi.

- É uma festa bem legal - Brian olhou ao redor. Sua voz foi abafada quando a música parou e voltou a tocar. Era a minha deixa.

- Ah...eu...

- Você tá afim de dançar? - ele foi direto. Eu não queria ser mal-educada; Airon simpatizava com ele. E de certa forma não custava nada. Era só uma dança  -  e eu cairia fora depois.

- Ah...tudo bem. - eu disse meio sem graça.

Me senti um pouco desconfortável quando ele segurou minha cintura e me puxou pra perto, enquanto eu encaixei meu queixo na curva do seu pescoço. Eu me arrepiei quando ele encostou em meu pescoço.

- Airon disse algo sobre...corridas? - eu puxei assunto.

Ele mexeu a cabeça pra me olhar.

- Sim, em Las Vegas. Sou de lá. Sou piloto de corridas. Muitas apostas altas, sabe? - ele se empolgou. - Já derrotei caras do Texas e Chicago. Sou um dos melhores. - se gabou.

- Meu pai corria também? - arqueei uma sobrancelha.

- Às vezes, sim. - relembrou ele. - Foi numa dessas que nos conhecemos.

- Humm.

Ele me olhou melhor.

- Você se conheceram um pouco tarde, não?

Fiz muxoxo.

- É...por aí - sorri, desconcertada. - Eu meio que...tive que tirá-lo da cadeia.

Brian riu alto.

- Você tem senso de humor. Gosto disso.

Algo na voz dele me chamou a atenção. Eu sabia que Airon havia nos deixado ali; era óbvio  -  e parecia gostar muito de Brian. Talvez como Leon. Ou talvez até melhor  -  o que não implicava em nada pra mim.

- Já foi à Las Vegas? - ele quis saber. A música não parava de tocar...

- Não. - respondi; tentando, disfarçadamente, achar alguém.

- Então você não faz ideia da adrenalina que é uma corrida. - argumentou ele.  - Você iria gostar.

- Ah, é - falei, distraída. - Eu imagino.

Foi quando vi Leon elegantemente encostado na parede. Era um canto escuro e mal iluminado. Ele vestia uma camiseta cor de vinho, cujas mangas estavam dobradas até os cotovelos. Seus olhos azuis-turquesa pareciam ver somente a mim no meio de todos  -  e seu olhar parecia faiscar. Será que ele estava ali desde que Brian estava começando a flertar comigo?

Assim que nossos olhares se cruzaram, ele abaixou a cabeça e se virou, indo embora.

Eu me desesperei. Queria ficar com ele.

- Hã...er, Brian, eu... - gaguejei, bolando um plano rápido. - Preciso sair...se não se importa.

- Tudo bem. - ele assentiu, feliz, me soltando. - Vou falar com Airon e botar o papo em dia. A festa é sua, afinal. - ele voltou a me segurar quando saí. - A gente se vê. - ele piscou.

Balbuciei algo e me mandei.

- Leon! - gritei; quando, finalmente, encontrei-o. Ele andava cabisbaixo em direção à floresta. Com o meu chamado, ele parou, se virando lentamente.

- Leon. - eu o abracei apertado. Quando nos conhecemos, o odiei por completo. Mas esse ódio virou outra coisa.

- Ah, oi. - ele disse fracamente, acariciando minhas costas.

- Onde estava? Você perdeu o que Airon fez! - disse-lhe, sorrindo.

- É, eu vi - ele olhou de volta para a festa. Parecia processar algo. - Você se divertiu muito, pelo visto.

Dei de ombros.

- Por que só apareceu agora?

Ele demorou pra responder. Quando falou, pareceu pesaroso:

- Achei que você precisava ficar um pouco sozinha.

- Como eu me divertiria sem você?

Ele riu.

- Você é mesmo altruísta como eu achava.

Um barulho entre as árvores me distraiu por um minuto. Um vulto, e depois sumiu.

- O que foi? - Leon perguntou.

- Nada. - eu desviei o olhar. Seriam os Ceifadores?

- Vi você dançar com...aquele cara - ele mudou de assunto, e senti sua voz falhar nas últimas palavras.

- Você não estava lá. - brinquei, sorrindo. - Devia ter visto Airon sentimental. Digno de um vídeo! - eu ri.

- Eu imagino. - ele vagou os olhos pelo lugar. - Preciso entrar. Fique perto, ok?

- Claro. - assenti.

Teria tempo para investigar a coisa estranha.

Os eucaliptos balançavam livremente com a brisa noturna e gelada. Caminhei um pouco, sentindo que alguém me observava do alto das árvores. Suei frio e me arrepiei.

Quando dei por mim, só tive tempo de ver o vulto e senti mãos cobrirem minha boca e me levarem para longe dali.


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Notas finais do capítulo

e aii, gostaram?
qem sera q sequestrou a Luna?? HAHAHA ¬¬
só no prox cap..xD palpites??
reviews please!
By bye



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