Leite Com Nescau escrita por Nat


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

PRIMEIRA ESTÓRIA POSTADA NO NYAH, IRRU
Vocês não sabem a luta que foi conseguir postar isso aqui. Primeira vez, Natália burrinha, formado o problema. Mas, se tu tá lendo, quer dizer que eu finalmente consegui. Momento de erguer as mãos e dar glória a Deus.
Espero que gostem, gatinhos e gatinhas. Acreditem, foi feita com móóóóinto carinho da minha parte.



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Katie estava entediada. Devia ter umas duas horas desde que começou o trabalho de Inglês. Especificamente, uma redação. Ela tinha que inventar uma história, com uma droga de narrativa e uma droga de diálogo. Mas estava muito difícil. Já tinha pedido ideias às amigas, mas nada. Eram ideias legais, mas Katie não conseguia achar um jeito de continuar. Nem um dos muitos objetos estranhos do apartamento de Rachel lhe dava ideias.

Ela suspirou pela quinta vez naquele minuto. Estava com dor nas costas, nos braços, nas pernas e nas nádegas. Não aguentava mais encarar a tela branca. Já havia testado todas as fontes e tamanhos das mesmas. Já tinha mudado as cores e o brilho de dezenas de imagens. Já havia visto todos os símbolos diferentes e tentado decorar os atalhos pelo teclado daqueles que tinha gostado. Mas uma hora daquele jeito e Katie teria um colapso nervoso.

— Olá tia — ouviu uma voz sedutora perto do seu ouvido.

Obviamente era Nico. Ele adorava chamá-la de “tia”. Mas Katie não gostava muito. Não por achar irritante, pois os dois se adoravam e Nico era um garoto incrível. Achava irritante porque todo mundo está namorando — como Annabeth, Clarisse, Grover — ou enrolado — como Nico e Connor —, menos ela. Até Rachel que não ligava muito para isso, estava ficando com um garoto — Nathan, muito querido, muito bonito e muito legal, pra variar. O problema era que esse apelido lembrava uma coisa que Katie não queria: ficar pra “titia”.

— Olá sobrinho — Katie puxou o rosto do garoto e estalou um beijo em sua bochecha. Nico riu, e se sentou ao seu lado no banco da mesa de piquenique versão pocket que era usada como mesa de jantar de Rachel.

— O que fazes? — ele perguntou interessado, colocando os cotovelos na mesa e apoiando o rosto.

— Trabalho. — ela disse com tédio.

— Então, me vou. — Nico levantou num pulo, e subiu as escadas correndo. — Até Kay!

Katie pensou em protestar e puxá-lo de volta para ver se ele ajudava em alguma coisa, mas sabia que Nico ficava entediado fácil e só a incomodaria. Por isso, o deixou ir. Também não queria que ele apreciasse o momento em que Katie surtasse de vez. Talvez fosse traumático demais ver sua tia um ano mais velha jogar o notebook longe e sair gritando palavrões e xingamentos para todos e quebrando tudo com as mãos... Ou não. Talvez fosse divertido.

Ela suspirou mais uma vez. Todos estavam lá em cima, se divertindo, e só restava ela sozinha ali no andar debaixo. Tinha subestimado o trabalho, dizia que era fácil escrever, que faria o trabalho semana que vem e tal. Mas Katie se esqueceu do trabalho, e consequentemente, que ele valia uma porcentagem bem gorda da sua nota — como a sua professora de Inglês, Sra. Krepps. E agora, Katie acordou nesse lindo domingo totalmente desesperada — e descabelada também — pois se lembrou do trabalho. E saiu correndo pela casa, como uma louca varrida, atrás do notebook e da folha onde fizera as anotações do trabalho. Sua mãe nem se deu ao trabalho de perguntar o porquê da filha estar remexendo seus materiais e fazendo barulho às quatro e meia da manhã. Não a leve a mal, ela não é assim. Foi um... Hã, pequeno deslize da parte de Katie. Só.

— Hey Katie — Travis se sentou ao seu lado no banco, e ela se afastou um pouco, nem se dando ao trabalho de olhá-lo. Travis revirou os olhos, e suspirou. Largou algo sobre a mesa. — Soube que a Senhorita Certinha esqueceu um trabalhinho... — ele sorriu maroto, fazendo Katie bufar.

— Você não tem mais ninguém para importunar, Stoll? — ela falou um pouco raivosa.

Travis colocou o dedo sobre o queixo, semicerrando os olhos, fingindo pensar. – Me deixe pensar... — tirou o dedo do queixo. — Eu até tenho. Mas, sabe, incrivelmente, você é a única que se dá ao trabalho de me repudiar o suficiente para que eu queira continuar te importunando.

Katie disse confusa:

— Ok, você só pode ser o Connor.

Confuso dessa vez ficou Travis.

— O quê? Por quê?

Katie jogou seus cabelos sobre os ombros e fechou e abriu os olhos, suspirando.

— Olhe Stoll. Travis nunca diria alguma coisa tão inteligente como você disse a... — Katie desviou o olhar para o objeto na mesa. — Aquilo é leite com Nescau?

— Hã? — Travis fez uma careta de quem não entendeu.

Katie revirou os olhos e apontou para o copo de vidro cheio de leite misturado com achocolatado.

— Aquilo... É... Leite... Com... Nescau? — ela perguntou dando pausas entre as palavras.

— Ahn, é. — Travis respondeu confuso. — Por quê?

Katie olhou sorrateira para os lados, e o encarou com uma carinha de Gato de Botas.

— Dá ele pra mim? — ela perguntou toda fofa.

— Não. — Travis fechou a cara, e pegou o copo antes de Katie piscar mais uma vez. — Faça seu próprio leite com Nescau, garota — o garoto tomou um gole longo e sorriu maldoso.

— Ah, Travis — Katie agarrou a camiseta verde claro do garoto, e fez beiçinho — Por favor, Traaavis — ela falava manhosamente e ajeitava com os dedos a franja loira que caia sobre os olhos azuis safira do rapaz. — Por favorzinho...

Ela apoiou o rosto no pescoço do rapaz, dando uma fungada ali. Enquanto traçava uma rota com a ponta do nariz na volta do pescoço dele, Travis suspirava baixinho. Por mais que Katie dizia odiar o Stoll, o cheiro da sua colônia a inebriava mais que cheiro de bolo de cenoura recém-saído do forno da sua mãe. Era amadeirado, mas no final, ela sempre sentia um toque doce de chocolate. Katie adorava esse cheiro, tinha que descobrir o nome da colônia dele.

— Katie, — Travis empurrou de leve ela e se levantou todo atrapalhado com um visível rubor na face. — se você a-acha que só por que você deu umas fungadas no meu cangote eu vou deixar vo-você ficar com o meu lei-ite com Nescau, você tá muito enganada.

A morena riu do garoto, nunca imaginou que ela, Katherine Gardner, a simples caipira da cidade grande, fosse deixar ele, Travis Stoll, o ladrãozinho duplicado gostoso, todo nervoso, gago e vermelho. É; as coisas mudam.

— Ah Travis. Está nervoso, querido? — Katie perguntou com uma pitada de maldade na voz, o rosto com uma falsa expressão de pena.

Travis ficou ainda mais corado e emburrado. — Para. Não enche Gardner.

Katie gargalhou alegre. Travis se sentou novamente.

— Então, façamos assim: você dá o seu leite pra mim e eu...

— Rá! Você acha mesmo que eu vou te dar o meu leite, Katie? — Travis interrompeu, rindo.

— E eu te dou um beijo — continuou Katie.

Travis riu mais ainda.

— Do que você está rindo, garoto? — ela perguntou um pouco irritada.

— Estou rindo porque duvido que você vá me beijar. Esqueceu que você me odeia mais que tudo?

Katie colocou os cotovelos sobre a mesa, gesticulando enquanto falava:

— Olha Travis, entenda. Eu sou uma garota obstinada. E quando eu quero alguma coisa, eu luto por ela com unhas e dentes.

Travis sorriu desafiador. — Então vamos lutar florzinha.

No primeiro segundo, Katie estava surpresa. No segundo, estava puxando os cabelos da nuca do garoto e esticando o braço livre para pegar o copo de leite que Travis tentava manter longe dela, sem que derramasse muito o conteúdo do copo, o que estava se tornando um desafio a parte.

— KATIE! — gritou o garoto quando a morena o empurrando do banco. Travis bateu as costas com tudo no chão. O conteúdo do copo caiu em seu rosto e tronco e o copo se espatifará no chão, em um milhão de cacos, um pouco mais adiante.

A garota só fazia rir loucamente. Chorava de tanto rir.

— Porra, Katie. Você é uma maldita! — reclamou o Stoll enquanto se sentava e tentava — em vão — limpar o rosto com a barra molhada da camiseta.

Ela sorriu maliciosa, e se inclinou para o Stoll. O garoto olhou para ela confuso, mas não deixou de olhar para o sutiã roxo da garota pelo decote da blusa preta. — Eu sou uma maldita, Stoll?

— S-sim — Travis gaguejou.

Katie soltou uma risadinha e fez algo surpreendente para Travis, para todos e, acima de tudo, para ela. Lambeu a bochecha direita dele molhada de leite com achocolatado quase como se Travis fosse o sorvete mais gostoso que ela já tivesse provado na vida — tirando a parte do sorvete, Travis era realmente gostoso.

Se ele já tinha ficado vermelho antes por causa de Katie, nenhuma dessas iria superar a intensidade da coloração avermelhada na face do Stoll nesse momento. Até o cabelo de Rachel teria inveja da cor do rosto dele.

Ela soltou uma risadinha, e lambeu a bochecha esquerda dele bem mais lentamente do que na minha primeira. “A safadinha tá me provando”, pensou Travis, “ok então, como dizem: brinque com fogo e sairá queimado”.

O Stoll pegou o rosto de Katie com as duas mãos, e o puxou a para seus lábios. O beijo começou um pouco acanhado pela parte dela, já que ela tomara um susto pela atitude repentina do garoto. Mas, também, quem diria? Travis beijando Katie. Aquilo é quase uma conspiração do Universo, já que os dois tinham um ódio e uma raiva do outro. Mas ninguém entendia de onde sai tanto ódio e tanta raiva. Acho que nem eles sabem também...

Travis colocou as mãos na cintura de Katie e a puxou para o chão, direto para o seu colo. As mãos da garota puxavam os cabelos do garoto cada vez mais forte, não que ele se importasse, claro. Mas, como todo o bom ser humano, de vem em quando, eles precisavam de um pouco de ar.

Porém, Travis sabia que provavelmente aqueles seriam seus últimos minutos vivo, então, resolveu aproveitar. Desceu os lábios até o pescoço alvo da pequena, deu uma mordida leve e beijou onde mordeu. Mas Katie saiu do transe, logo depois de Travis lhe dar um chupão, onde, ele tinha certeza, ficaria uma marca roxa por alguns dias.

Katie, ainda um pouco inebriada pelo gosto de Travis, o empurrou com as duas mãos, sentindo os músculos daquele abdômen —- maravilhoso que ele sempre escondia por baixo daquelas camisetas mais largas.

— P-para Travis — ela pediu gaguejando um pouco vermelha.

O garoto sorriu malicioso e falou baixinho no ouvido dela:

— Agora, você quer que eu pare, não é, florzinha? — ele riu maroto.

Ela apenas revirou os olhos, e tentou se levantar, mas Travis segurou mais firme na sua cintura, puxando-a de volta para seu colo.

— Fica. — pediu Travis mordendo o lábio, sério. — Por favor.

Katie apenas revirou os olhos novamente, e o permitiu a puxar na direção de suas pernas.

—- Eu só fico aqui com uma condição. — disse Katie, sentindo as mãos de Travis subirem e descerem por suas pernas, perguntando a si mesma de onde ele tinha tirado a permissão para ser tão atrevido assim.

— Qual?

— Eu só fico aqui se você fizer o meu leite com Nescau e me ajudar com o trabalho depois.

Travis riu e apertou a cintura de Katie contra seu corpo.

— Ora, Katie. Se quiser ficar comigo, é só pedir.

Katie corou e desviou os olhos para o chão. — Como assim, Stoll?

Ele riu, e apoiou o queixo na curva do pescoço dela.

— Até parece que você não me entendeu...

— Eu não entendi. — ela revirou os olhos e corou um pouco mais com a proximidade dele.

Travis suspirou cansado, e beijou o pescoço de Katie.

— Fica comigo. Tipo, pra sempre.

Katie corou mais ainda se isso fosse possível, sorriu tímida. — Tá me pedindo em namoro? — ela perguntou um pouco confusa. — Mas, Travis, você não acabou de dizer que me odiava?

Ele a encarou, com uma sobrancelha arqueada.

— Ora, Katie. Eu nunca disse que odiava.

Katie sorriu, e depois, só deu tempo dela fechar os olhos e puxar os cabelos loiros dele com bastante força pra ele ver como ele era um idiota, o idiota dela.

Bem, digamos que Katie “esqueceu” de novo a redação. Ficou para a recuperação a “coitadinha”! Mas, não se preocupem com ela: Travis vai ajudar ela direitinho, com direito a beijos e leite com Nescau.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews, me fariam uma pessoa muito mais feliz depois de todo trabalho que tive pra postar aqui (rsrsrs)