Painkiller escrita por Hi-chan


Capítulo 1
Painkiller


Notas iniciais do capítulo

Notas: Usei o nome em inglês 'Latvia' porque nada nesse mundo me fez ser capaz de escrever Letônia no meio da fic. Vai saber.

Acho digno mencionar a página da Wikipédia falando sobre Sealand, para que todos compreendam o verdadeiro lulz do lugar. É só tirar os espaços: http : / / pt. wikipedia. org / wiki / Sealand

É lindo. Sealand, te amo.

Agradeço à Dri por betar minhas belezuras e agüentar meu doce S2 Além de compartilhar o amor sekreto por shotacon S2



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Às vezes aquela pessoa gostava de juntá-los, com roupas parecidas, todos na mesma sala. Dizia que achava bonito ver os três irmãos. Belos e fracos e à sua mercê, é como deviam parecer. Latvia imaginava que a visão mais patética de todas era ele mesmo, sempre tremendo e assustado, mas não conseguia evitar. Só de pensar, de lembrar do rosto sorridente, já sentia os tremores querendo recomeçar.

Mesmo ao final, quando conseguiu suas tão desejadas liberdade e independência, os tremores não passaram.

Estônia sempre se preocupava, mas não havia muito que pudesse fazer além de colocar uma mão em seu ombro e garantir que eles ficariam bem. Ainda estavam caminhando, ainda ficariam bem.

Havia vezes em que acordava tremendo no meio da noite. Não por pesadelos, mas lembranças sonhadas.

Talvez fossem pesadelos mesmo.

Acreditava que poderia se acostumar a isso, como já se acostumara a muito mais.

No fundo, no fundo, desejava não precisar se acostumar.


Um dia acordou e não houve tremedeiras ou sonhos-lembrança, nem nada. Aliás, ‘nada’ não seria uma boa descrição, por que alguma coisa morna parecia ter se enfiado entre seus braços durante a noite.

Aos poucos foi lembrando. Havia sido convidado mais uma vez para visitar o Principado de Sealand. Não que houvesse algo novo para ver lá, desde as outras várias vezes que Sealand o chamara, mas ele ia da mesma maneira.

O quarto do garoto não era muito grande, por isso eles costumavam compartilhar a cama. Recentemente o menino adquirira a mania de rolar para o lado de Latvia e abraçá-lo durante a noite.

Ele corou ao ver o garoto ali, mas não se sentia incomodado, apenas embaraçado. Sealand se moveu, chegando mais perto e resmungando alguma coisa sobre Inglaterra.

Riu um pouco, baixinho, para não acordá-lo. Pensando bem, até então tivera sorte de nunca acordar agitado nessas visitas, ou poderia ter assustado Sealand. Ele era sempre tão alegre e livre de preocupações (além de, é claro, ser reconhecido pelas outras nações do mundo) que tornava todo o ar ao seu redor mais leve. Latvia preferia que continuasse assim.

Sentiu uma mão pequena tocá-lo entre as sobrancelhas. Olhou para baixo para encontrar o rosto sonolento de Sealand ficando emburrado.

“Ninguém pode ficar com essa cara na presença do grande Sealand!”

Não havia percebido que estava franzindo o cenho, mas não sentia mais a menor vontade de fazê-lo.

“D-desculpe.”

A micro-nação sorriu de maneira larga, mostrando os dentes brancos e depois riu.

De repente, Latvia se deu conta de que a falta de sonhos-lembrança talvez não fosse sorte apenas.


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