Sábado.

“Que milagre sua sombra não está com você!” Lea dava risada ao chegar na praça e encontrar Quinn a sua espera.

“Não fale isso, Rachel só não veio por que eu disse que iria visitar uma tia que gosta de apertar minhas bochechas e ainda assim ela queria vir junto.” A loira riu vendo a outra se sentar.

“Então... faz um mês!” A morena sorriu. Fazia um mês de terapia pra Quinn, Finn e Rachel a acompanharam todos os dias e Puck a deixava no lugar todas as tardes com sua viatura. Ela teve o tempo que precisava pra observar Finn e Rachel e o que eles ainda sentiam. Finn estava sendo gentil com Quinn e ela já podia sentir. Não, ela não estava gostando do moreno, ela estava finalmente podendo sentir seus toques a sua perna, ela estava quase tendo seus movimentos de volta e aquilo era ótimo. Rachel continuava atenciosa e parecia admirar que Finn estava mesmo se entregando a ajudar Quinn com a terapia, aquilo preocupava a loira, será que corria o risco de perder sua Rachel de uma vez?

“Isso.” Quinn pareceu desanimada e quando Lea percebeu tocou sua perna.

“Já pode sentir não é?” A morena sorriu. “Aposto que daqui pro Baile do seu colégio você já vai estar dançando com Rachel.”

“O quê?” Quinn a encarou incrédula, isso não tinha passado pela sua cabeça, ela mal pensava em ir ao baile.

“Ora, vamos! Você ainda não convidou ela? O baile é daqui a duas semanas!” Lea se levantou bruscamente. “Ok, você a convida e saímos nós três para as compras, que tal?” Parecia bastante animada enquanto Quinn continuava com uma expressão surpresa.

“Não... ela não irá ao baile comigo, sou uma garota lembra? Ela com certeza quer ser a rainha do baile então irá com o garoto popular que por acaso é Finn.” Deu de ombros e suspirou longamente voltando sua expressão de surpresa pra desanimo.

“Você não vai saber se não convida-la.” Lea se sentou de novo e Quinn ficara pensativa. “Prometa pra mim que o fará, Quinn.”

“Eu irei tentar.” Quinn disse virando sua cadeira de lado e encarando a outra com um o mesmo ar desanimado anterior. A morena a parou na sua frente.

“Eu prometo que se ela não aceitar eu aceito.” Mostrou o dedo mindinho com um sorriso no rosto o qual Quinn fitou por um tempo antes de cruzar o seu dedo menos com o dela.

“Tudo bem, eu te mantenho informada.” Quinn falou por fim e foi até em casa, que era bem perto. Chegando lá se deparou com uma surpresa: Finn. “Hey!” Ela falou gentilmente.

“Ah! Oi, eu vim te chamar, mas Judy disse que foi até a praça, resolvi esperar.” Finn se levantou do sofá da casa Fabray onde estava sentado sozinho com um biscoito na mão que ela conhecia bem como os famosos de sua mãe.

“Veio me chamar? Pra quê?” Quinn franziu o cenho, subindo a rampinha até o meio da sala.

“Pra tomarmos sorvete! Você e eu, talvez Rachel se ela quiser.” Ele sorriu de canto colocando o prato de biscoitos na bancada e limpando os dedos na calça jeans folgada dele. Era a segunda vez na semana que Finn ia até a sua casa chama-la pra tomar sorvete com Rachel, aquilo era mais que estranho.

“Não estou afim de sorvete hoje...” Quinn falou simples.

“Então que tal a gente jogar algo?” Finn falou no seu jeito desajeitado e animado.

“Ah claro, vamos jogar basquete Finn.” Ela falou de brincadeira, mas os olhos do garoto brilharam com a ideia.

“Ótimo, mas Rachel provavelmente não sabe jogar, então seremos eu e você.” Ele andou até a porta. “Vou buscar a bola e vestir uma roupa, volto já!” Ele saiu deixando Quinn com a sobrancelha arqueada. Será que ele não cogitou que Quinn estava em uma cadeira de rodas? De qualquer forma a loira resolveu vestir uma camiseta, que era mil vezes mais ventilada do que o moletom que ela usava. Quando Finn voltou ela viu o quão engraçado ele ficava em calções e regatas e não evitou o riso, saindo com ele até a quadra dos Hudson.

“Ok, apesar da sua vantagem.” Finn apontou pra cadeira de rodas, Quinn não tinha cogitado aquilo como uma vantagem, mas ouviu o garoto. “Eu prezo pelo cavalheirismo, então primeiro as damas.” Jogou a bola pras mãos da garota, que começou a bate-la no chão com uma mão e a mover a cadeira com outra. Driblou o garoto algumas vezes e foi pra trás um pouco, jogando a bola na cesta com uma jogada de três pontos. “Uol, dá pra pegar leve comigo?” Ele colocou as mãos na cabeça e a garota riu jogando a bola pra ele que começou a bate-la no chão.

“Então Finn... irá pro Baile?” Quinn indagou seguindo as mãos do garoto com os olhos.

“Santana vai me obrigar a ir, ela quer ser a Rainha e essas coisas.” Ele bufou e quando passou a bola pra outra mão foi cortado pela de Quinn que de prontidão jogou a bola outra vez na cesta. “Estou deixando você ganhar não sabe?” Quinn riu pro garoto. “E você... vai?”

“Eu não sei, Finn... é péssimo ir ao baile sozinha e o pior, eu nem vou poder dançar com o par dos outros.” Ela fez beicinho jogando a bola de novo pro garoto que arqueou a sobrancelha.

“Pensei que fosse chamar Rachel.” Ele falou passando a bola de uma mão pra outra e jogando pra cesta ao ver que Quinn se distraiu.

“E-eu... não sei, você ainda gosta dela Finn?” Quinn sentiu a bola voltar pro seu colo.

“Gosto.” Ele falou simples. “Rachel é muito especial, mas não é desse jeito que gosto dela... não é do jeito que você gosta.” Finn sorriu cumplice, ok, parecia que a cidade inteira sabia dos sentimentos de Quinn pela judia. A loira ficou em silencio e voltou a bater a bola no chão sendo marcada por fim, até achar uma brecha e jogar direto na cesta. Finn estava suado e levantou ar mãos no ar se dando por vencido, sentou-se em um batente na quadra e Quinn se aproximou. “Chame ela pra ir com você, Quinn. Assim eu me sinto mais animado pra ir com Santana, podemos ir todos juntos.” Ele falou respirando forte e com seu sorriso bobo no rosto.

“Eu irei convida-la.” Quinn falou mais animada.