Cronicas De Uma Filha Proibida De Thanatos escrita por Yana Nunes


Capítulo 20
Capítulo 20: Culpada!


Notas iniciais do capítulo

Oi... Desculpe a demora...



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A sombra começando lentamente a criar forma. Tornando-se um cão. Parecia ser uma mistura de lobo com cachorro, pelo meio cinza meio negro, e brilhantes olhos vermelhos sangue.

–Lift?

Perguntou Nico com um brilho de reconhecimento nos olhos. E em resposta o lobo ladrou um meio uivo, enquanto disparava em direção a Nico que se abaixou para recebê-lo.

–O que você faz aqui em garotão?

Perguntava ele enquanto Lift lambia seu rosto em busca de atenção.

–Tudo bem... Nos vamos querer saber o que está acontecendo aqui?

Perguntou Percy lentamente enquanto seus olhos vagavam do cão para Nico então novamente para o cão...

–É o meu bicho de estimação.

Lift latiu de forma indignada enquanto Nico revirava os olhos de forma teatral dizendo:

–Tudo bem desculpe, é o meu psicólogo particular, ouvi tudo o que digo e não reclama de nada.

–E o que ele está fazendo aqui?

Perguntou Thalia.

–É o que eu também quero saber. Tem algum recado pra mim Lift?

O cão voltou a latir erguendo a cabeça.

E todos puderam ver um papel dobrado colocado na coleira preta com pingente prata - onde se lia: "PROPRIEDADE DO MUNDO INFERIOR SE ENCONTRAR FAVOR ENTRAR EM CONTATO COM NICO DI ANGELLO".

Nico pegou o papel e o desdobrou erguendo-se e todos os outros três puseram-se ao seu lado para conseguir saber o que estava escrito lá.

"Nem tudo é o que parece...

A verdade estará sempre um passo a frente de vocês a viagem toda...

Cuidado com as pessoas em quem vocês confiam..."

Quando acabaram de ler trocaram olhares que queriam dizer apenas uma coisa - que ninguém tinha entendido absolutamente nada do que tinha acabado de ler.

–Só por curiosidade, eu sou o único que não acompanhou essa mensagem?

Perguntou Percy coçando a cabeça confuso.

–Pela primeira vez da história você não é o único confuso aqui! Devia ganhar um premio por isso.

Ele fechou a cara para aquela ironia exagerada de Thalia.

–Mas eu ainda não estou entendendo mais uma coisa além dessa mensagem sem pé nem cabeça - disse Nico chamando a atenção de todos - quem mandou essa mensagem?

Todos encararam Lift. Que pareceu não apreciar muito toda aquela atenção.

–Ele não pode, sei lá, nos levar até quem mandou a mensagem?

Perguntou Lucy.

Nico deu de ombros.

–A questão é que pouquissimas pessoas sabem que Lift é meu cão.

–Então quem mandou a mensagem ou nos conhece e está tentando nos ajudar, ou nos conhece e espera nos atrair para uma armadilha

E nos matar esperando que a gente o siga.

Diz Thalia, mas rapidamente recebe uma negativa de Nico.

–É impossível que a pessoa que nos mandou a mensagem queira o nosso mal!

Ele afirmou com convicção.

–E por quê?

Perguntou Thalia já bem irritada por ter sua opinião rejeitada tão rapidamente.

–Simples, por que Lift não traria uma mensagem que sabe que nos deixaria em maus lençóis!

–Eu acho que você confia demais nesse vira-latas!

No mesmo instante Lift começou a rosnar para ela de forma ameaçadora, as orelhas jogadas para trás, o focinho franzido, os dentes afiados a mostra, o olhar feroz, por um momento era apenas mais um lobo selvagem.

–Lift! Pare!

Falou Nico com uma voz de comando que os outros nunca o tinham ouvido ele usar.

O cão parou de rosnar imediatamente, e passou a olhar para Nico como se estivesse esperando que ele desse alguma ordem ou algo do gênero.

–Você quer que eu acredite que cão aí pode fazer isso?

Nico ergueu uma sombra celha enquanto falava:

–Sim eu quero.

Parecia pela cara de Thalia, que a qualquer momento ela atacaria Nico e começaria a esganá-lo com suas próprias mãos

–Tudo bem, vamos parar de brigar, ok?

Perguntou Percy que não gostava muito dessas discussões em missões.

O cão de repente começou a rosnar novamente expondo suas presas afiadas feito navalhas.

–O que foi Lift?

Ele latiu um meio rosnado em direção ao fim da rua.

E de lá veio correndo uma estranha criatura.

–Esse cara só pode estar me perseguindo...

Falou Percy indignado.

–Minotauro...

Murmurou Thalia enquanto a fera avançava pela rua na direção dos quatro.

–Já estava demorando!

Falou Nico enquanto sacava sua espada de ferro estígio.

–Nico, eu acho melhor você e Lucy irem na frente. Eu e Thalia cuidamos dele e nos encontramos nessa tal de Palmeiras. Se ficarmos todos juntos só vão aparecer mais e mais monstros...

Falou Percy.

–Será que é mesmo uma boa idéia a gente se separar?

Perguntou Lucy.

–É temporário!

Gritou Percy enquanto avançava contra a fera gritando para ela:

–Ei coisa fedida! Lembra de mim!

O minotauro berrou de ódio indo na direção de Percy.

Enquanto isso Nico agarrou o pulso de Lucy saltando dentro de sua própria sombra e sumindo na escuridão.

–Isso já tá meio repetitivo não acha?

Reclamou Percy enquanto rolava no chão para se esquivar de um dos ataques do minotauro.

CFPT

Alguns quarteirões dali...

–Droga Nico! Por que não avisou que faria isso? Ai eu poderia pelo menos me preparar psicologicamente!

Reclamava Lucy que começava a sentir uma dor de cabeça querendo dar as caras.

–Se eu tivesse te avisado, você não me deixaria trazê-la comigo!

Argumentou ele colocando as mãos nos bolsos da calça jeans preta.

–Talvez.

Concordou ela.

–Viu só? Você jamais concordaria em deixá-los lá lutando.

Não era uma pergunta, era uma afirmação. Podiam se conhecer a muito pouco tempo, mas ainda assim, se entendiam de uma forma quase inumana.

–Você por outro lado, não devia ter concordado com isso tão rápido!

Exclamou ela irritada pelo fato de sua opinião não ter sido levada em consideração.

–Não precisa se preocupar tanto com isso. Aqueles dois dão conta do recado fácil fácil. Eles são bons no que fazem!

Aquilo não a acalmou.

–Ainda assim! Parece até que a gente abandonou eles ou sei lá!

Ela estava parecendo uma idiota, e tinha consciencia disso, eles já tinham anos de prática participando de missões como aquela, mas de alguma forma, ela sentia, sentia que parte da culpa de tudo aquilo era nada mais nada menos do que sua culpa. Esse pensamento lhe atormentava. Sentia-se responsável por tudo que acontecia ou viria a acontecer naquela missão idiota.

–Não abandonamos eles, chamasse dividir e conquistar.

Disse Nico numa tentativa patética de fazer humor.

–A carreira de piadista está vetada pra você, espero que saiba disso!

Disse Lucy sem nem tentar esconder sua idignação.

–Tem um hotel ali no fim da rua, a gente passa a noite lá, e amanha falamos com Percy e Thalia.

Lucy analisou suas opções por um segundo - não que houvesse muitas - e chegou a conclusão que não adiantaria de nada ficar discutindo no meio da rua.

–Tudo bem...

Caminharam lentamente. O hotel era simples, não parecia muito luxuoso.

Lucy falou com a atendente, e teve uma notícia não muito boa...

–Só tem um quarto? E de casal?

–Desculpe, é o único disponível.

A atendente sorria de forma obscena para Nico que não parecia nem ter percebido. Enquanto que Lucy queria esfregar a cara daquela mulher no balcão, sem saber o motivo para querer fazé-lo.

–Não tem problema.

Respondeu Nico recebendo um olhar mortal de Lucy por estar dando tanta atenção àquela mulher.

Pegaram a chave e foram para o quarto.

–Se você quiser, posso dormir no chão.

Falou Nico quando entraram no quarto.

Não era muito espaçoso, tinha uma cama de casal, um criado mudo, um tapete marrom cobrindo grande parte do piso que era de madeira. Havia uma pequena janela com proteções, pois o quarto ficava no segundo andar.

–A cama é de casal, não vou deixar você dormir no chão!

Falou jogando sua mochila no carpete e se ajoelhando para pegar roupas.

–Eu tomo banho primeiro.

Falou Lucy ainda chateada por terem deixado Percy e Thalia para trás lutando.

Nico suspirou passando as mãos nos cabelos e suspirando enquanto se sentava na cama e olhava para a porta do banheiro que tinha sido fechada com violência. Começava a se perguntar se fora uma boa idéia tê-la trazido quase a força.

Lucy despiu-se lentamente e entrou no pequeno box ligando o chuveiro e deixando a água quente fluir delicadamente por seu corpo.

Fechou os olhos e deixou sua mente vagar. Inconscientemente, lembrou-se do sonho/previsão que tivera no avião...

CFPT

(Narração Lucy)

Abri os olhos.

Ok, com certeza não estou no avião!

Aparentemente eu estava naquele mesmo abismo onde falei com meu pai Thanatos pela primeira vez. Como da outra vez, estava sentada na beira do precipício. Olhei para o lado e vi meu pai...

–Oi.

Ele falou.

–Ola! Por que me trouxe aqui de novo?

–Ver minha filha não é razão o bastante?

Ele parecia ultrajado.

Mas aparentemente ele menti como eu, então não dei bola.

–Fala logo!

Ele suspirou.

–Vocês terão problemas mais a frente... Não disseram para você por que não sabiam qual possa ser a sua reação quanto a isso... Missões sempre são feitas por grupos de três semideuses. Eventualmente, se dois saem em missão, ele encontrarão algum semideus perdido por ai. E quando saem mais de três... Morre a quantidade necessária até que restem só trés...

Ele parou de falar.

Talvez esperasse por minha reação... A questão é que eu estava em choque... Meu corpo não se movia. Meus arregalados de surpresa. Não podia pensar.

Alguém ia morrer nessa missão. Isso era um fato! E ninguém me contou antes por que temiam a minha reação.

–Alguém vai morrer?

Perguntei vaga.

Ele concordou com um aceno de cabeça.

Será que novamente por causa minha existência, pessoas inocentes morreriam? Será que eu mesma morreria dessa vez?

–Começo a achar que não devia ter te contado sua cabeça está um caos!

Franzi a testa.

Ele deu de ombros.

–Tento ao máximo não ler a sua mente, mas no momento, você está quase gritando tudo pra mim. E sabe o que eu acho? Acho que você precisa parar de encontrar formas de ficar se martirizando por coisas que acontecem ao seu redor. Nada disso é sua culpa!

–Mas parece que é.

–Está tudo na sua cabeça. Nosso mundo já era uma grande bagunça antes mesmo de você nascer Lucy. Não é sua culpa.

Será que eu estava buscando formas de me culpar por tudo ao meu redor?

Aquilo me parecia deveras absurdo para ser verdade. Mas ao mesmo tempo... Eu estou confusa demais para conseguir pensar em tanta coisa...

–Alguém realmente vai morrer?

Perguntei novamente enquanto abraçava os joelhos.

Ele suspirou.

–É... vai sim.

Pisquei e novamente estava dentro do avião.

(Narração Lucy of)

CFPT

Lucy estava sentada no chão do box do chuveiro, abraçando as pernas contra o peito com força, e se obrigando a não deixar escorrer uma lágrima que fosse. Tentava ao máximo não desabar. Mas é difícil quando o mundo parece estar contra você!

Secou-se e vestiu-se. Um short curto jeans claro e uma regata preta.

Saiu então do banheiro pensativa, cabeça baixa, confusa... Ainda achava – mesmo depois de seu pai negar com todos os seus argumentos que aquilo tudo estava acontecendo por sua culpa, e não conseguia suportar isso.

–Pode ir tomar banho.

Ela falou a Nico enquanto se sentava na cama.

Nico notou que ela estava estranha – na verdade vinha reparando nisso desde que deixaram o avião – parecia pensativa demais, preocupada com algo que obviamente não pretendia dividir com ninguém, e embora estivesse desesperadamente curioso, ele não a questionaria, sabia como era irritante quando alguém fazia um monte de perguntas que você não pode ou mesmo não quer responder. Não queria que ela passasse por aquilo, principalmente por que isso já devia acontecer muito com ela.

Pegou suas roupas e sua toalha e se dirigiu para o banheiro deixando-a só com seus pensamentos.

Lucy suspirou enquanto deitava na cama apertando seus olhos com uma força desnecessária. Queria simplesmente se livrar de seus pensamentos.

Ela sabia que alguém morreria naquela missão, e tinha medo que esse alguém fosse Percy ou Thalia. Não que gostasse de Thalia – era muito óbvio para qualquer um que olhasse que se odiavam – mas também não era tão fria a ponto de desejar a morte de alguém que não merecesse morrer...

“É claro que é culpa sua pequenina! Tudo que está acontecendo é sua culpa! É culpa do seu nascimento! Você não devia existir! Seu pai cometeu um erro, e é você quem pagará por ele, você e todos os seus amiguinhos! Você sentirá toda a dor em sua pele e no final vai acabar preferindo realmente vir de livre e espontânea vontade para o meu lado!”

Lucy ofegou quando em sua mente pode ouvir a voz de sua avó!


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Notas finais do capítulo

Por favor, deixem comentários... Não sejam leitores fantasmas... Podem criticar!
Me odeiem, me adorem, desejem que eu morra, ou que poste novos capítulos...
É dos leitores que um escritor é feito!



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