A Morte E A Sonhadora escrita por AAJ


Capítulo 5
Capítulo 05 - Vá para os braços de Morfeu


Notas iniciais do capítulo

Estou em semana de provas e cheia de trabalhos para fazer, peço mil perdões pelo atraso. Preciso de no mínimo dois dias para escrever um capítulo que chegue perto de 1600-2000 palavras(que é a minha meta). Espero que gostem, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/352511/chapter/5

Ao chegar em casa estava completamente cansada do trabalho. Cansada, acabada e morta de sono. Mas mesmo assim me senti muito mais aliviada em falar sobre o diário com alguém. Ter essas teorias malucas só para mim e exclusivamente para mim me deixa louca. Conversar com Julia, compartilhar esse livro com mais alguém, esse mistério, foi a melhor coisa que já fiz por mim. Posso não gostar, mas sou um ser humano! Não aguento tudo o que é descarregado em mim, isso é impossível. Na verdade, estou começando a achar que não é algo de ser humano, já que NML é um bruxo e tem o seu diário e... Espera, eu nem sei se ele é real!

Eu tinha uma teoria sobre isso, a minha teoria é de que NML e MordeOssos sejam apenas personagens fictícios de algum bruxo(ou pelo menos que se acha bruxo) da época que tinha medo de morrer da mesma maneira que os acusados por fazer um diário sobre as torturas e injustiças. Não pude conter o grito que se formou na minha garganta ao ver um vulto sentado no sofá. Atenas pulou em cima de mim e, o susto de ver uma pessoa no meu sofá somando com Atenas pulando em mim resultaram em uma queda por minha parte.

Caí de costas no chão, estaria reclamando de dor se a adrenalina e o temor não funcionassem como uma anestesia. Ao me levantar, percebi que o único ser vivo que se encontrava ali, sem contar comigo, era a própria Atenas que agora estava se dando um banho. O que estranhei foi que eu realmente havia visto alguém sentado no sofá, todo vestido de negro. Ainda dei uma olhada em todo o apartamento e só achei um medalhão em cima da minha cama. Um belo medalhão de prata e ouro branco, pelo que pude constatar. Havia uma linda pedra no meio do medalhão, eu já li um livro sobre Mineralogia e tenho certeza de que é uma Iolita.

É estranho isso. Eu juro que havia visto alguém sentado no meu sofá e agora acho esse medalhão lindo e invejável em cima da minha cama. Isso realmente me assusta, não vou mentir. Ninguém tem a chave do meu apartamento e só poderia ter entrado se tivessem arrombado a porta. Mas não havia sinais de arrombamento na porta e eu não havia deixado-a aberta. Eu duvido um pouco que alguém tenha pegado um clipes, o enfiado no buraco da maçaneta, ter virado-o algumas vezes, conseguiu abrir a porta e decidiu deixar um medalhão com uma joia rara ali, naquele apartamento humilde e modesto e foi embora, não se esquecendo de trancar a porta antes. Com o clipes, claro.

Isso é impossível! Na verdade, eu até me impressionei por ter imaginado tal cena. Mas como esse medalhão veio parar aqui? E eu juro que vi alguém sentado no meu sofá. Atenas se espreguiçava em cima da minha cama e ronronava. Deixei minha bolsa em cima de uma cadeira e entrei no banheiro para tomar um banho relaxante, sem vultos e sem medalhões. Enquanto tirava a minha blusa, pensava em ler o diário antes de dar uma cochilada.

Estava morrendo de sono e a água quente me dava ainda mais vontade de ir pra cama e dormir. Não entendo como o livro se passa na Alemanha e veio parar aqui: Uma cidade descuidada que nem se preocupa com sua única biblioteca existente e com a saúde de seus funcionários. A espuma do meu Shampoo caiu sobre meus olhos e fiquei completamente cega. Droga! Havia entrado demais e agora eu não enxergava nada. Não daria para continuar lendo, acho que meus olhos terão que ficar de repouso.

Mas o que eu vou fazer? Estou nua, debaixo do chuveiro, com a porta do banheiro fechada, a do Box fechada, meu celular está na minha bolsa, que ficou na sala, em uma cadeira e até eu conseguir digitar algum número de telefone vai ser difícil. Principalmente que eu não tenho nenhum número na cabeça. Enxaguei-me toda para retirar a espuma do cabelo e dos olhos (não adiantou muito). Tateei o Box em busca da minha toalha e finalmente a achei. Abri com todo o cuidado abri o Box e coloquei, o mais hesitante possível, o meu pé esquerdo no chão. Lentamente coloquei o direito e me sequei do jeito que pude.

Embrulhei-me na toalha e me sentei na minha cama. O que eu vou fazer agora? Procurar uma roupa seria suicídio, tentar pegar o telefone seria pior. A minha única opção é me deitar de toalha mesmo e dormir desse jeito. Senti Atenas se enroscando nas minhas costas. Essas pequenas coisas me fazem ficar muito feliz, gatos me arranhando sem machucar, dando leves mordidinhas e se enroscando em mim faziam-me sentir muito querida.

_Droga!_ Exclamei alto com muita irritação. Não acredito que vou ficar cega justo agora!_ Por que é que eu tive de tomar banho justo agora?

Ouvi a porta da minha sala ser aberta bem lentamente e, logo depois, alguns passos hesitantes adentrando o meu quarto... Eu não tranquei a porta?

_Perdão..._ Era uma voz masculina. Encolhi-me de vergonha por estar apenas de toalha_ Encontrar-se em determinada dificuldade? Não te acanhas, não estou a divisar_ Pude jurar que ele virou a cabeça para outro lado ao falar isso_ Não quero intrometer-me, mas jurava ter ouvi-a lamentar.

A voz era tão doce e preocupada. Parecia realmente querer me ajudar. Só entendi o que ele falou por que li essas palavras uma vez em um livro. Perguntou se eu estava com problemas, para não me envergonhar, pois não estava olhando. Não quer se intrometer, mas ouviu minhas queixas.

_Não, está tudo bem_ Tentei abrir meus olhos, mas ardeu tanto que tive logo que fecha-los_ Sem problemas.

_Que te passas? Cegou-te os olhos ao banhar os cabelos?_ Falou de forma divertida.

Acariciou minha bochecha com a mão e retirou os meus cabelos da frente dos meus olhos, como se fosse ajudar. Fiquei um tempo quieta. Essa linguagem, mesmo que ás vezes um pouco clara, parecia ao mesmo tempo escura para o meu cérebro. Não captei de início o que ele disse, acho que não por que eu não compreendi o que ele falou, e sim por ficar surpresa do modo como falou.

_Sim_ Decidi me render.

_Que infelicidade essa_ Segurou-me pelos ombros e, delicadamente me deitou na minha cama_ Deseja que eu prepare suas vestimentas para que possa adornar-se?

De novo, antes de responder, fiquei em silêncio sem fazer um único comentário. Essa linguagem me confundia e deixava a minha cabeça mais tonta do que já estava. Tentei abrir meus olhos, mas ardeu ainda mais.

_Por favor_ Respondi e logo o ouvi mexendo no meu guarda-roupa.

Ele me levou até o banheiro e indicou o que era cada peça. Fiquei vermelha quando ele me mostrou qual era a minha lingerie e quase morri de vergonha ao corar na sua frente. Depois de me vestir com um shorts que vinha até metade da minha cocha e uma blusa solta de alças saí do banheiro tateado as coisas, em busca da minha cama.

_Admirável adereço o seu_ O ouvi comentar.

_O que é adereço?_ Perguntei sem entender.

Ele permaneceu quieto por um instante e quando voltou a falar já estava com os braços em volta dos meus ombros. Encostou-se a mim, como se me abrasasse e logo depois me soltou. Ficou atrás de mim e passou a acariciar os meus cabelos.

_Isso_ Colocou algo no meu pescoço que, depois de analisar minuciosamente descobri ser o medalhão.

_Um colar?_ Dei um passo a frente procurando a minha cama.

Ele pegou a minha mão e me ajudou a deitar novamente. Sentou-se do meu lado e deu um grande suspiro, como se estivesse cansado. Agora eu lembrei que estava com sono, estou tão curiosa sobre ele que me esqueci da minha necessidade de dormir. Lembrei agora, também, que simplesmente não me dou bem com seres humanos. Talvez ele seja uma exceção igual a mim, é possível que ele também seja rejeitado e por isso nos demos bem de primeira.

_Válido, todavia pôs-se a denotar faceire de cabelo, sobretudo chapéu com plumagem_ Comentou triste. Eu ri. Não entendi nada do que ele falou, mas achei engraçado ele se preocupando com a linguagem que usa_ Diverte-se com o que?

_Eu não entendo metade do que você fala, e mesmo assim você consegue me entender plenamente_ Voltei a rir descontroladamente.

_Boba_ Juro ter notado um sorriso em seus lábios. Espirrei subitamente, mas consegui colocar a mão na boca para não passar por mal educada_ Enregelou por permanecer exorbitantes horas irrigada.

Voltei a rir, estava me sentindo bêbada. Ele colocou sobre os meus ombros um casaco e me cobriu com vários cobertores. Por fim, ficou do meu lado acariciando os meus cabelos. Tenho certeza que ele estava desconfortável de joelhos no chão e mesmo assim tendo que fazer carinho na minha cabeça.

_Qual seu nome?_ Sussurrei de modo suave e fraco. Fiquei na ponta da cama para que ele se aconchegasse_ Senta.

Ele se sentou do meu lado, mas não parou a carícia hipnotizadora que fazia em mim. Juro que estava tão bom que meus olhos estavam fechados por si só. Talvez não fosse tão ruim ter que ficar cega e esquecer de trancar a porta, estando apenas de toalha no seu próprio quarto. Sozinha.

_Náthan. Como nomeia-te?_ Sua voz estava baixa e calma. Sorri, não tinha mais forças para rir.

_Alana.

_Vá para os braços de Morfeu querida Alana.

E com isso, eu adormeci nos braços de um estranho. Um estranho que eu estranhamente confiava (essa frase ficou estranha). Não dormi nos braços de Morfeu, e sim nos de Náthan.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem e agradeço a aqueles que vão comentar!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Morte E A Sonhadora" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.