A Morte E A Sonhadora escrita por AAJ


Capítulo 19
Capítulo 19 - Relembrando (Ou tentado, pelo menos)


Notas iniciais do capítulo

Não estou demorando, eba!!
Adoro os seus comentários, de todos vocês! A fic logo chegará ao fim e tudo o que posso fazer é agradecer por ter leitores como vocês, mas o Náthan não volta mesmo. Boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/352511/chapter/19

Não aguentei mais, sinto muita saudade da minha vida antiga de bibliotecária e depois de perguntar para Julia se havia vagas ela disse que sim. Misteriosamente, uma das bibliotecárias tivera um acidente morrendo eletrocutada. Até agora não sabem direito o que aconteceu, já que viram toda a fiação da casa dela e estava tudo certo. Do jeito que o mundo está hoje em dia, eu não estou muito assustada, mas me sinto mal em ocupar o lugar de uma garota que morreu recentemente... Mas eu preciso.

Estava, no momento, dentro do avião voltando para minha biblioteca e meus amigos. Finalmente mataria saudades da Julia, do Fred, da Alessandra, do Lúcio, do Leandro e principalmente da biblioteca. Teria primeiro que passar no meu apartamento e deixar minhas coisas lá, felizmente eu não havia o vendido. Tem algo que ainda me prende aqui e eu não sei exatamente o que. Andava calmamente pelas ruas pensando em frases de amor e algumas que eu nem conhecia, parecia até que não era eu que pensava.

A amizade é um amor que nunca morre

Tão bom morrer de amor e continuar vivendo

A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande

Parei na portaria dando uma olhada, queria me lembrar de alguma coisa. Dizem que quando alguém perde a memória é bom dar uma caminhada e uma boa olhada por lugares onde passava quando ainda tinha boa memória, às vezes tudo volta. Talvez precisasse de mais tempo para o meu cérebro relembrar as coisas. Assim que entrei no elevador senti um frio na barriga e olhei apreensiva para a entrada de ar. Será que já fiquei presa em um elevador?

Ao sair do elevador comecei a me recordar de alguns pensamentos antigos meus: “...Tem o casal nojento do quarenta e dois que só sabem transar; A velha com sete gatos que foi ameaçada de perder todos eles do quarenta e três; Os três solteiros do quarenta e cinco; E casal de aposentados fofinhos do quarenta e seis. E eu do quarenta e quatro!”. Lembrei vagamente de ter falado isso com alguém... Mas não tenho certeza com quem estava falando, como se essa pessoa tivesse sido apagada da minha memória.

Ao tocar na maçaneta lembrei de que eu sempre trancava a porta antes e depois de sair, e isso por que... Eu não sei. Sei que é recente, será que eu fui assaltada? Não faço a mínima ideia. Ao entrar em casa tive uma vaga lembrança de que eu tinha um bicho de estimação com um nome de algum deus grego. É tão ruim se esquecer dar coisas dessa maneira. Eu só trousse uma mochila com as minhas roupas, nada mais. Decidi tomar um banho por que, sinceramente, andar a pé cansa.

Durante o banho tentei muito lembrar de alguma coisa. Apenas flashes vinham a minha mente, e eles eram borrados e sem muita coerência. É como ver uma cena de um filme que você nunca viu, mas que fazia parte da sua vida e que iria te atormentar para sempre.

_Droga!_ Exclamei alto e com muita irritação. Um pouco de shampoo havia caído no meu olho e agora estava um pouco cega...

Que te passas? Cegou-te os olhos ao banhar os cabelos?

Lembrei vagamente que isso já tinha acontecido comigo e que alguém tinha vindo me ajudar. Tinha uma pessoa que vinha me ver, mas quem? Eu me lembro de boa parte dos meus amigos, só se foi algum amor que não contei a ninguém. Finalmente arrumada e pronta para dar um passeio, saí do banheiro e olhei um porta joias que estava esquecido em cima da minha cômoda.

Admirável adereço o seu

Abri lentamente aquela caixinha e vi um medalhão que... “Um belo medalhão de prata e ouro branco, pelo que pude constatar. Havia uma linda pedra no meio do medalhão, eu já li um livro sobre Mineralogia e tenho certeza de que é uma Iolita”. Sorri, me sentindo boba. Eu me lembrei de uma coisa, o medalhão. Ele está na minha memória, quem me deu foi... Isso eu não sei. Mas me lembro que encontrei um medalhão em cima da minha cama depois de... Cair no chão, ou algo assim.

Minha cabeça dói consideravelmente, preciso respirar um pouco, tomar um ar. Decidi sair de casa e assim que olhei para o sofá senti falta de alguma coisa. Entrei no elevador e, não faço ideia do por que, mas me lembrei de Joanna d’Arc e senti ciúmes. Estou ficando paranoica. Saí do meu prédio e apenas quis caminhar, vi um casal de namorados sorrindo um para o outro de forma boba e, sem querer, ouvi um pouco do assunto.

_Devan, isso é sério! Você devia ter uma estrela no seu quarto_ A voz era muito familiar.

_Que isso Ellie, só por que não sabe do assunto não significa que..._ Essas pessoas me são muito familiares.

_Oi, desculpa interromper, mas... Eu sofri um tumor no meu cérebro e não me lembro de quase nada, eu queria saber se conheço vocês_ O interrompi e eles se assustaram.

_Acho que não_ Disse Ellie_ Como é perder a memória?

_Toma vergonha Ellie_ Devan deu um empurrãozinho nela_ Acho que não, por quê?

_É que alguém evaporou da minha memória, na verdade duas pessoas e eu achei que fossem vocês... Mas obrigada pela compreensão!

_Tchau!_ Os dois disseram juntos voltando a caminhar com as mãos dadas.

Boa sorte na sua busca!_ Ellie gritou pra mim já estando longe e eu continuei me sentindo estranha em relação a esses dois.

Você acha que dá pra ver a casa do Julio lá de cima?

“Brilha, Brilha estrelinha”

Argh! Estou ficando louca. Esses flashes invadem a minha mente e me deixam tonta, o pior é que eles aparecem em fragmentos e fica difícil montar alguma coisa usando eles. Continuei andando e me sentei na praça para observar um pouco o dia e reparei em uma menininha andando de bicicleta junto com outra com uma boneca na mão.

Não deveria ter saído de casa, tem que voltar imediatamente

“Eu perdi... A minha... Boneca”

Me dê sua bicicleta!

“O que você quer em troca do diário?”

Meu nome é Ísis, o que você quer no meu caminhão de mudança?

Aquelas meninas... Melhor nem perguntar. Sai novamente do lugar me sentindo levemente incomodada, talvez não tivesse sido uma boca ideia ter saído de casa. Memórias vinham na minha mente, mas fragmentadas e isso me torturava! Melhor ir na lanchonete, estou com um pouco de fome. Quando saí do parque ainda pude ouvir:

_Quem te ensinou a andar de bicicleta Ísis?

_Uma mulher doida que queria um diário que foi parar no meu caminhão de mudanças.

Fiquei arrepiada, mas continuei andando. Ao chegar na lanchonete fiz o meu pedido e aguardei em uma mesa, mas meu olhar caiu sobre um casal que estava abraçado. Ela chorava descontrolada no peito do rapaz que tentava consola-la.

_Eu fui expulsa de casa_ A garota falava baixinho_ Meu pai descobriu que você vinha falar comigo de noite.

_Mas você tem a mim, está tudo bem_ Ele afagava o cabelo dela lentamente_ Eu estou aqui e é isso que importa. Estamos juntos.

Mas por que sempre desconfiam do homem? Se fosse você, uma mulher, continuariam a desconfiar de mim

Olhei para o lado tentando distrair a minha cabeça e meus olhos caíram em um homem sentado sozinho na mesa, assim como eu. Seus olhos estavam fechados, mas posso afirmar que ele é lindo! Ele parecia dormir, mas estava encostado na cadeira e batia os dedos levemente na mesa. Quando abriu os olhos, olhou diretamente pra mim e eu me assustei. Um belo par de olhos vermelhos-castanhos com um brilho maldoso e sádico.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nem comento kkkkkkkkkkk
Obrigada por lerem!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Morte E A Sonhadora" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.