Another Hypocrite Wedding escrita por Wine


Capítulo 4
♦ Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, mil perdões por demorar tanto para postar. Juro que não abandonei a fic! Espero que gostem desse capítulo e não hesitem em criticar e opinar nos reviews ;*



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Ela podia sentir o vento frio da gélida noite batendo contra seu rosto, mas nem se importava. Morgana se debatia e gritava, tentando se livrar do homem que brutalmente apertava seu braço, mantendo-a no lugar.


Estava escuro, mas a maga conseguia enxergar bem o suficiente para saber que estava em um circulo druida – do tipo que só era formado em rituais. No entanto, não era um ritual comum, ela sentia. Era algo maligno, e ela precisava acabar com isso.

Morgana odiava o homem que a segurava. Ela definitivamente o odiava, sem nem mesmo saber quem era. Ela precisava se libertar, ela precisava salvar alguém. Que infernos ela havia feito? Ela precisava –

Arthur! – O nome repleto de agonia rasgou dolorosamente pela garganta dela quando viu o príncipe ser arrastado por dois homens encapuzados para o centro do círculo. – ARTHUR!

Ele olhou para ela, permitindo que Morgana visse seu cabelo loiro coberto de suor e sujeira. A maga também podia dizer que ele apanhara. Muito.

Levando em conta a situação em que se encontravam, Arthur fez o que Morgana menos esperava dele. Ele sorriu.

Por um instante, o mundo dela congelou. E, apenas por uma fração de segundo, tudo estava bem.

Contudo, tão rápido quanto era de se esperar, Morgana viu um carcereiro se aproximando dele, e, sussurrando palavras que obviamente continham magia, o homem cortou precisamente a cabeça de Arthur.

Os olhos de Morgana se arregalaram, enquanto seus ouvidos captaram os gritos e aplausos da multidão.

Neste instante, ela sabia que sua vida terminara também.


.






–Morgana! – A voz de Arthur invadiu seus sentidos.





Morgana abriu os olhos, pronta para matar quem quer que fosse que a tocasse.

–Ei, - Arthur exclamou enquanto tentava segurar os finos pulsos da esposa que desajeitadamente se chocavam contra seu peito. – Espera. Sou eu. Não precisa me bater, não vou te machucar.

–Não – Morgana chorou.

–Morgana, sou eu – ele repetiu. – Pare.

Arthur prendeu sua respiração, como se qualquer movimento errado fosse fazê-la surtar. Não demorou muito para que ela recuperasse seus sentidos, o desespero dando lugar à vergonha.

–Desculpe – ela murmurou, sua voz tomada pela racionalidade.

Estava escuro, assim como em seu sonho. Porém, Morgana podia levemente definir e sentir Arthur perto dela. Tudo fora um pesadelo.

–Está tudo bem – ele disse hesitante. – Quer que eu busque outra poção do sono?

Quando aceitou se casar com ela, Arthur estava ciente de que Morgana tinha problemas para dormir. Entretanto, nunca ele poderia imaginar que ela era possuída por terríveis pesadelos inúmeras vezes por noite. Isso o preocupava. Isso o assustava. Afinal, esse não era o primeiro passo para a loucura?

Morgana negou, voltando a controlar sua respiração e a deitar em seu travesseiro. Ela não continuaria a dormir, sabia disso. Não que quisesse, de qualquer maneira.

Ela sentiu Arthur deitar vacilante ao seu lado. Como sempre, ele passou um braço pela cintura dela. Apesar de relutante em admitir, Morgana gostava de ter o forte braço dele em torno de seu frágil e tremulo corpo. Era bom não se sentir sozinha.

Toda a noite era dessa forma. Ela gritava, e ele abraçava-a. Era o único contato físico que ela compartilhava com o marido.

–Quer falar sobre o sonho? – Arthur perguntou com a voz baixa.

–Sabe que não gosto de falar sobre meus sonhos – ela respondeu fria e prontamente.

Algumas semanas se passaram desde o casamento. Ao contrário dos planos de Morgana, ao invés de se aproximar cada vez mais do príncipe, o casal só se distanciou – e se distanciava a cada dia. O único momento em que realmente conversavam era nos breves surtos noturnos que ela tinha.

–Você disse meu nome enquanto dormia – Arthur afirmou.

Suspirando, Morgana forçou-se a fechar os olhos.

–Você deveria dormir, Arthur – ela disse, claramente mudando de assunto. – Amanhã seu dia será longo.

Arthur não insistiu.



**





–Não se preocupe, meu filho – Uther disse, dando tapinhas nas costas de Arthur. – Cuidarei bem de Morgana enquanto estiver fora caçando.



Arthur forçou um sorriso e olhou pelo canto do olho para Morgana que também estava ao lado de Uther.

–Tente não deixar sua espada cair no próprio pé novamente – ela disse erguendo uma sobrancelha.

–Nunca fiz isso – Arthur arfou indignado.

Morgana revirou os olhos.

–Você ainda tem a cicatriz – ela respondeu.

Uther riu.

–Vocês dois me lembram das conversas que eu tinha com Ygraine – o rei disse.

Arthur e Morgana dividiram um olhar que continha uma mensagem clara. Durante a vida toda deles, Uther nunca dividira praticamente nada sobre seu passado. No entanto, nos últimos meses, ele se mostrava muito mais... sentimental.

–Pai, pode me ajudar com os mapas? – Arthur perguntou, evidentemente tentando trazer o pai sério que conhecia de volta.

Morgana caminhou sentindo o tímido sol bater contra seu vestido. O verão se aproximava, ela podia sentir.

–Estou começando a me perguntar se vocês são um casal de verdade.

–Merlin – Morgana disse, sem nem mesmo se sobressaltar ou olhar na direção dele.

–Ele nunca te beija – Merlin voltou a dizer.

Afastando uma mecha de cabelo do rosto, Morgana pensou cuidadosamente em suas palavras.

–Arthur é um cavalheiro.

Ele revirou os olhos.

–Besteira – Merlin disse. – Só estou dizendo que, se eu fosse seu marido, beijaria sua boca o tempo todo.

Morgana ergueu os olhos em surpresa, mas o servo já caminhava a passos largos em direção aos cavalos – onde seu verdadeiro marido estava.



**





Morgana esperara por dias e mais dias a partida de Arthur. Agora que os dois dividiam um quarto, era extremamente difícil para ela deixar Camelot à noite sem ser percebida.



Sabendo que essa seria sua única chance para visitar os druidas, ela não hesitou em selar um cavalo e entrar na floresta.

–Morgana – um homem a cumprimentou.

–Gerald – Ela cumprimentou de volta, amarrando seu cavalo contra uma árvore. – Onde está Mordr –

–Morgana!

Ela mal teve a oportunidade de terminar sua frase antes que o pequeno garoto se jogasse contra si.

O sorriso mais verdadeiro que Morgana sorriu nos últimos meses tomou conta da expressão dela.

–Mordred – ela disse suavemente, abraçando-o de volta. – Senti tanto sua falta. Você... cresceu.

O garoto sorriu.

–Morgana – Uma terceira pessoa cumprimentou-a, arrancando uma fração da felicidade genuína da maga.

–Charlotte – Morgana cumprimentou de volta, sua expressão séria novamente.

As duas magas se encararam por certo tempo, até Charlotte inclinar levemente a cabeça sorrir duramente.

–Bem vinda de volta.



**





–Merlin – Arthur sussurrou. – Merlin!



Um ronco foi a única resposta que o príncipe recebeu.

Suspirando, Arthur olhou para o lado, em busca de algo. Uma pequena pedra foi sua solução.

–Ouch, - Merlin exclamou quando sentiu algo se chocar contra sua bunda. – Porra!

Arthur sorriu.

–Que bom, está acordado – ele cantarolou. – Precisamos conversar.


**



Em sua maioria, os druidas já estavam dormindo. Alguns poucos dançavam graciosamente em torno de uma fogueira, enquanto outros comiam refeições dignas de reis.


Morgana, por outro lado, assistia à Mordred dormir pacificamente em seu colo. Ela não conseguia encontrar palavras que expressassem o quanto se sentia conectada àquele garoto.

–Como vai o plano? – Charlotte perguntou, sentando-se ao lado dela.

Morgana deu de ombros.

–Morgana – a feiticeira insistiu.

Morgana olhou-a. Sob a luz do luar, os olhos de Charlotte recebiam um tom quase avermelhado e seu cabelo claro parecia brilhar; era uma visão assustadora, que só era acentuada pela expressão carrancuda da maga.

–Desde quando se tornou a líder dos druidas? – Morgana indagou.

A loira semicerrou os olhos.

–Desde que seu marido mandou matar o antigo – Charlotte retrucou.

Mesmo se sentindo pequena sob o olhar da maga, Morgana continuou a encará-la.

–Espero que você não se distraia, Morgana – Charlotte disse, aparentando estar cansada. – Ou eu mesmo terei de tomar providencias.

–Não gosto da maneira como fala, Charlotte – Morgana disse irritada.

Charlotte sorriu, o que só a deixou ainda mais sombria.

–Você sabe que estou do seu lado – ela disse com um tom de provocação. – Só resta saber se você está do meu, Princesa Pendragon.


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Notas finais do capítulo

Talvez esse final tenha soado meio confuso, e eu entendo perfeitamente. No entanto, como eu disse nos capítulos anteriores, os mistérios vão se resolver; Prometo!

Beijos e obrigada por lerem;
W.



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