Sequelas escrita por Nightstar


Capítulo 2
Ameaça




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“Eu já disse. Não deu pra ver o rosto!”

 

“Nem um tiquinho??”

 

Já era noite e parecia que Jump City finalmente se acalmara. Agora os cinco finalmente podiam ter o merecido descanso daquele dia irritante... bom, pelo menos era isso que Robin achava.

 

“Não, Mutano, nem um tiquinho!...”

 

“Tem certeza???”

 

Naquele momento, o líder do grupo se via vítima de um suposto ataque de curiosidade do colega mais novo. Já fazia pouco mais de uma hora que haviam voltado para o lar, e Mutano não deixara aquele assunto da garota encapuzada de lado um só minuto. Realmente, a tentação de estrangular o metamorfo estava cada vez mais difícil de ser ignorada por Robin...

 

“Deixa ele em paz!” Ravena exclamou. Parecia que o rapaz mascarado não era o único que estava cheio daquela sessão demorada de perguntas.

 

“É fácil falar! Ele foi salvo por uma garota idêntica a você e nem mesmo viu quem era! É demais pra mim!!”

 

“Deve ser demais pra ele também, então deixe o Robin ao menos relaxar disso tudo.”

 

Ouvindo as calmas palavras da empata, Mutano finalmente se rendeu. Decidiu que era melhor jogar uma partida de videogame ou mesmo assistir televisão, afinal, o assunto estava ficando bem chato já que o garoto não tinha resposta alguma sobre o incidente...

 

Vendo aquilo, Robin deu um profundo suspiro de alívio.

 

“Tudo bem, Robin?” Estelar se aproximava.

 

“Bom, para alguém que quase morreu duas vezes... sim, estou bem.” Respondeu enquanto sorria para a namorada. Era incrível como sua presença lhe devolvia o humor. “Escuta, vocês ainda não me contaram o que houve com aquele Vox.”

 

“Quando despertamos, ele não se encontrava mais no edifício. Deve ter escapado com aquele objeto logo após te colocar em perigo.”

 

“Entendo...” Robin agora adotou uma expressão questionadora. Estava pensando numa possível relação entre o aparecimento do novo vilão com o daquela garota misteriosa. Isso não só pelo fato de terem surgido numa mesma noite, mas também dela demonstrar muito conhecimento sobre aquele homem.

 

O rapaz mascarado então soltou um leve suspiro como forma de fazer aqueles pensamentos se esvaírem por um momento. Já chega de bancar o detetive por hoje! O dia havia sido bem cansativo e faltava pouco para que caísse no sono.

 

“*bocejo* Acho que vou para o meu quarto.” Disse, reencontrando os olhos verdes da tamaraneana. “Depois do que houve por hoje, tudo que preciso é da minha cama...!”

 

“Sei o que quer dizer. Aliás, repousar é uma excelente idéia. Com todos os ataques que ocorreram na cidade, tenho minhas dúvidas quanto a uma possível trégua durante a noite... é bom aproveitarmos o tempo livre.” Estelar mantinha um simples sorriso no rosto enquanto conversava, mas que logo se desfez para que a jovem se aproximasse e desse um carinhoso beijo no rosto já vermelho de seu namorado. “Boa noite.” Encerrou, atravessando as portas automáticas do aposento.

 

“Boa... noite.” As palavras encontraram dificuldades para serem libertas, e quando foram, soaram num tom quase inaudível. Bom, sorte ou não, Estelar acabou escutando-as e deu uma baixa risadinha como resposta.

 

Assim, após um certo período de tempo, Robin e os demais titãs se retiraram para seus quartos, e a Torre ganhou um aspecto obscuro e silencioso. Mal sabiam eles que tinham sido espionados por fora...

 

A figura bizarra que levitava a alguns metros das janelas mantivera sua atenção voltada para os heróis desde que haviam chegado no lar, e agora que tinham repousado, só lhe restou voar até a cobertura do prédio mais próximo.

 

A garota insistia em manter seu capuz encobrindo a face, mas ao menos dessa vez tinha voltado a longa capa para trás e deixou à mostra o corpo esbelto que possuía. Seu uniforme era bem simples. Uma roupa azul-petróleo escuro colada no corpo com um corte em formato de estrela no lado esquerdo da cintura, mostrando um pouco de pele. Utilizava também um par de botas prateadas de cano longo e um cinto de mesma cor, cujo formato lembrava muito o de Robin. E como fora dito antes, duas luvas longas e sem dedos com a mesma cor prateada completavam aquele visual um tanto discreto.

 

Ela agora se encontrava sentada na borda do terraço, com os braços a sustentando enquanto voltados para trás e mantendo suas pernas jogadas em pleno ar. De vez em quando as balançava como se fosse uma criança. Mas isso não vinha ao caso. A adolescente estava pensativa sobre o que acontecera à apenas algumas horas.

 

“Se aproximando por trás? Ora, não sabia que era tão covarde assim...” Murmurou em deboche para um vulto a alguns metros de suas costas.

 

“Muito engraçado.” Ironizou. Agora estava bem clara a identidade do dono da voz. “Vi o que fez hoje, estrelinha. Muito heróico de sua parte. Vejo a quem puxou...”

 

“Não me chame de estrelinha, Vox! Somente meu pai tem esse direito!” Ela se virou rapidamente e, se não fosse pelo capuz que utilizava, seria possível ver que sua face dotara uma expressão feroz. Deixara bem claro que aquele era um assunto delicado de se tocar...

 

“Perdão. Não sabia que isso feriria seus sentimentos.” Seu tom zombeteiro irritou-a ainda mais. “Só vim porque fiquei curioso sobre sua estadia nesse lugar. Afinal, o que cê tá fazendo aqui?”

 

“Fui mandada para te deter.”

 

“Haha! Então é melhor desistir. Seu lugar é no futuro, minha jovem, e não perambulando por essa cidade no meu encalço. Você sabe muito bem que nunca conseguirá me parar.”

 

“Está falando muito alto para um ladrão de seu nível. Olhe só! Você se deu o trabalho de viajar dezessete anos no passado pra roubar uma... uma velharia!”

 

“Bom, velharias têm um custo alto, e é esse valor que pretendo receber.” Ele então ativou um dispositivo em seu disco vermelho, iluminando o traje novamente. “Saiba, estrelinha, que se eu fosse você, aproveitaria o tempo me resta.”

 

“O que quer dizer?!” Ela ergueu uma sobrancelha e adotou uma posição de ataque.

 

“Recebi uma nova missão. E quando eu a concluir, você deixará de existir.” Ele apontou o braço direito em direção ao nada, e logo um portal foi formado.

 

“Não.” Ela murmurou em baixo tom. Havia entendido o que o vilão tinha em mente. “Você... você só pode estar brincando! Não está pensando em--”

 

“Sim, eu estou! Fui pago para isso e cumprirei o que me foi ordenado! Aproveite o quanto pode, garota, pois é só uma questão de tempo até que suma de vez!”

 

Vox então passou pelo portal. Instintivamente, a adolescente encapuzada se lançou como se fosse agarra-lo, mas tudo o que conseguiu foi cair no piso de concreto. O homem sumira.

 

“Era só o que faltava.” Ela trincava os dentes enquanto socava a superfície sólida do chão com força. Não possuía ânimo o suficiente para levantar-se, então permaneceu deitada por mais um tempo, pensando. Como foi que ela se meteu naquela confusão, afinal de contas?! Inicialmente, a jovem viajou no tempo apenas para garantir que um ladrão fosse capturado, e agora... agora tudo aquilo passara para um nível mais grave. Um nível de vida ou morte.


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