Pov. Rosalie

Já havia se passado duas semanas desde o incidente com Emmett e Jane. Ela fora advertida pela diretora a não entrar mais na sala de ninguém sem permissão.

Minhas férias curtas chegaram ao fim e amanhã voltaria à rotina de dar aulas de filosofia.

Naquela manhã eu tomava banho enquanto Emm fazia nosso café e Kebi tentava ler, na sala, o livrinho infantil em braile que seu pai lhe dera.

Abri o chuveiro e deixei a água morna cair em meu corpo. Estava tão bom que me senti tragada por outra realidade. Parecia que meu corpo iria desabar. Fui pegar o sabonete e ele escorregou de minhas mãos. Me abaixei para pegá-lo e senti minha cabeça pesada. Não vi mais nada. Desmaiei.

Quando acordei estava em um hospital. As luzes fortes quase me cegaram.

-Emmett ?- Eu gemi.

-Rose, meu amor, como se sente? – Ele perguntou segurando minha mão.

-Acho que bem. Como vim parar aqui? Onde está Kebi? – Perguntei confusa.

-Calma. Nossa filha está com Alice em casa. Você desmaiou no chuveiro e quando fui chama-la para o café, te encontrei caída no Box.

-Deus, não sei como isso aconteceu.

Nessa hora um médico entrou e veio falar conosco.

-Senhora Cullen, que susto hein?! Mas não se preocupe, não foi nada grave. – ele disse olhando minha ficha.

-Porque ela desmaiou doutor? - Emmett perguntou preocupado.

-Isso acontece na maioria desses casos, você perdeu um pouco de sangue, mas o bebê não corre risco algum. – O médico disse olhando para Emmett depois para mim.

-Bebê? – Eu e Emm perguntamos juntos espantados.

-A senhora está grávida, não sabia? – o médico perguntou confuso. - Aparentemente, está de três semanas. Não notou um atraso?

-Sim, mas isso sempre acontece. – Eu disse.

-Mas então, a senhora está mesmo grávida. O tombo que levou pode provocar alguma consequência na formação do feto, vamos ter que fazer exames mais detalhados.

Quando ele disse isso eu estaquei. Fiquei paralisada de medo de que algo acontecesse ao meu bebê.

-Doutor fala, por favor, que meu bebê vai ficar bem. - Eu comecei a tremer assustada, querendo chorar. – Emmett... – encarei meu marido que me olhava preocupado.

-Acalme-se senhora. Não deve ter ocorrido nada grave. Os exames são apenas para garantirmos isso. – O médico disse e se retirou do quarto quando uma enfermeira veio chama-lo.

Emmett me abraçou, passando a mão por meus cabelos, tentando me acalmar. Ele sussurrava em meu ouvido palavras tranquilizadoras.

-Shiii... Rose, não vai acontecer nada com o bebê. Pare de chorar meu amor, você não pode ficar nervosa.

-Eu não consigo Emm. E se eu perder ele, e se ele tiver algum problema, eu não vou me perdoar. – Chorei mais sem seus braços.

- Nada vai acontecer, meu anjo, tenha fé.

-Me abraça Emm, me abraça forte. – eu pedi chorando.

- Estou aqui com você, Rose. Fique calma, vai dar tudo certo.

Eu queria muito acreditar que nosso bebê ficaria perfeito. Precisa acreditar.

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Os dias que se seguiram foram melhores. Fiz exames e todos não detectaram nenhum problema com o bebê. Fiquei três dias internada e depois voltei para casa. Emmett não saiu do meu lado e Alice trouxera minha filha todos os dias pra me ver. Quando contei a Kebi do novo bebê, ela pulou de alegria.

Naquela noite, a primeira de volta a minha casa, dormimos todos juntos. Emm, eu e nossa filha. Emmett já dormia quando percebi que nossa filha chorava baixinho entre nós.

-Amorzinho, o que foi? – Perguntei enxugando suas lágrimas.

-Mamãe a senhora vai me devolver quando nascer seu bebê de verdade?- Ela perguntou fungando.

Nós nunca escondemos dela que era adotada. Mas dizíamos sempre que a considerávamos nossas filha verdadeira e que a amávamos mais do que tudo.

-Claro que não, minha filha. De onde tirou isso?

- É que agora tem um bebezinho seu e do papai crescendo aí na sua barriga, e vocês não vão mais precisar de mim. – Ela falou chorosa.

-Jamais vamos nos separar de você, Kebi. Você é nossa, vai ficar conosco pra sempre, ouviu?! Esse bebê aqui vai ser seu irmãozinho ou irmãzinha. – Eu disse pegando sua mãozinha e a depositando em minha barriga.

-Jura? – ela chegou bem pertinho de mim.

-Juro. Pra sempre. - Beijei seu rostinho e fomos dormir.

Esperava que Kebi se adaptasse ao bebê. Eu a amava muito e amaria essa criança igualmente.