Tá isso foi muuuuuito bizarro, não sei o que aconteceu aqui, mas quando o vi, senti meu coração voltar a ser como era, isso era inexplicável , não sei dizer o que era aquilo tudo, mas de alguma forma me fez sentir viva outra vez, ele era incrivelmente sombrio, gelado, "na dele", mas chega de confundir as coisas, ele com certeza é só mais um desses carinhas inúteis.

– O que aconteceu aqui. - A senhora Filtis, professora de gramática, berra assim que entra na sala.

– Não sei professora. - minto. Até parece que eu ia falar " A professora eu entrei na sala depois de uma ventania bizarra lá fora, olhei pra aquele menino que tá sentado na minha cadeira, as janelas quebraram, fim. "

Seria legal, ela teria certeza que eu sou louca. Sento na primeira cadeira que vejo sem ninguém. Não quero mais de jeito nenhum olhar pra aquele garoto depois dessa bizarrice. Passo a aula inteira escutando o Corey Taylor berrar "Psychosocial". Vou pro estacionamento e me encosto no meu conversível, esperando Jason, distraída, mas não por muito tempo...

" - Será que é ela mesmo ? Não pode ser essa garota ! "

Escuto uma voz dizendo isso. Como assim ? Eu to maluca mesmo ? Ela quem ? Seria eu ? Não, não pode ser mesmo.

– Eu to ficando maluca. - digo a mim mesma.

– Falando sozinha ?

Olho pro lado, o tempo começa a fechar, o garoto estranho estava lá, falando comigo.

– Ah, não, estava só cantando. - minto

– Ah, não me parecia uma música conhecida, mas deixa pra lá, me chamo Jared, e você ?

– Me chamo Katherine !

– Nome legal.

Tava tudo tão "normal" que eu já tinha criado esperanças de que aquilo tudo era coisa da minha cabeça. Começa a chover. Tá isso estragou e afogou minhas esperanças. Finalmente Jason aparece e entra no carro.

– Bom tenho que ir, sabe como são os irmãos mais velhos né ?

Ele ri.

– Sei, então, depois a gente se fala ? - ele pergunta envergonhado.

– Tá, pode ser. - minto de novo, tudo que eu queria agora era me afastar desse tal de Jared. Ele aperta minha mão e, um raio cai na entrada do parque que fica ao lado da escola.

Ok. Agora tive certeza, minha vida é mesmo uma loucura. Esse menino é mesmo um problema. Mas será que o problema não sou eu ? Dane-se eu vou entrar no carro, ir pra casa, e nunca mais vou falar com ele, fim da história. Entro no carro e espero ele entrar no dele, pra tirar minhas dúvidas, olhando pelo retrovisor, vejo que a BMW preta é o carro dele. Dou um tchau mais do que falso pra ele e dou a partida no carro, pronto acabou aqui. Não ainda não .....