Insuportável Dor escrita por Dark Lieutnight


Capítulo 6
Trabalho


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez sem tanta demora, este cap pra mim foi um dos mais engraçados e estranhos que já fiz em minha vida.
Aproveitem.



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“Ouvia barulho de água e pássaros cantando. Suave e relaxante, era assim a sensação que senti. Decidi abrir meus olhos e a visão que tive foi deslumbrante. Um chão feito de pó de ouro; uma fonte prateada jorrando o mais puro vinho; pássaros coloridos e exóticos alçavam voo; um céu noturno rico em estrelas; galáxias e todos os astros existentes; árvores e flores feitas de pedras preciosas; frutas saborosas estavam espalhadas no chão como enfeites. Que tipo de lugar era esse? Tão bonito, tão tentador, algo parecia me convidar para ficar ali.

Meus pensamentos foram invadidos por vozes doces; sensuais. Olhei em direção à elas e fiquei espantada. Homens e mulheres nus, com apenas pedaços de seda transparente cobrindo suas partes íntimas. Virei o rosto atordoada, não era nada confortável ver pessoas nuas. Entretanto, aos poucos mais pessoas surgiam e não havia mais lugar para olhar se não elas. Por mais que eu não quisesse ver aquilo algo me dizia para ver, parecia uma tentação me dominando à força. Alguém tocou meu ombro e por reflexo olhei a pessoa, um belo homem sorriu e me disse:

— Olá linda dama, bem-vinda ao paraíso das tentações, venha e junte-se a nós! Aqui temos tudo do bom e do melhor. Bebidas exóticas; joias raras; comida farta e parceiros de todos os tipos. Vamos, tenho certeza que este é o lugar perfeito para uma senhorita como você! — Sem me deixar dizer nada, ele me levou pelo braço até onde os outros estavam.

Me deram um copo de vinho. Eu não queria beber, mas uma forte sensação tomou conta de mim, bebi tudo em um gole só. O líquido amargo descia pela minha garganta. Me deram mais um e em seguida mais outros; bebia com voracidade. Mesmo sabendo que não era certo, eu não conseguia me controlar. As coisas à minha volta ficaram mais leves, um sentimento de muita felicidade e alegria se estabeleceu. Falava coisas sem sentido, gargalhadas eram ouvidas.

Antes que eu já me desse conta acariciava um homem e uma mulher; me empanturrava de comida. E não queria saber de mais nada. Apesar disso, as palavras “Não é certo” martelavam em minha mente, mas a tentação era forte. Fechei meus olhos por um instante. Quando os abri, todo aquele paraíso se transformou num inferno.

O homem e a mulher que eu acariciava antes, estavam mortos do meu lado. Uma arma na minha mão esquerda; o rosto deles me deixou em choque, eram meus pais. Cheios de tiros, sangue... Corpos inertes e gelados. O paraíso estava em chamas; rios de sangue e lava. As pessoas nuas, acorrentadas. Ainda embriagadas, gargalhavam e mergulhavam em suas ilusões. Ceifadores as levavam rumo ao julgamento. Um deles veio até mim.

— Garota egoísta! Para salvar a si mesma, deixou seus pais morrerem. Não teve nenhuma coragem para tentar defendê-los, covarde! Vai sofrer eternamente na agonia de seus pecados!

— Não, isso não é verdade! Eu fiquei com medo, por isso não atirei naqueles bandidos! Eles se sacrificaram por mim, eu nunca quis deixar eles morrerem! — Gritei angustiada. Eu amava meus pais, eu seria capaz de me matar no lugar deles!

— Mentirosa! Inútil! Fraca! Quase nunca dava valor para seus pais. Sempre pensava em si mesma primeiro, prejudicando eles para ter benefício próprio!

— Não! Isso não é verdade! — Lágrimas rolavam de meus olhos, não sabia o que fazer, fiquei em desespero. O ceifador me olhando com desprezo, ergueu sua foice e me cortou a cabeça.”

...

Acordei suada e nervosa, ainda tinha lágrimas nos olhos. Sentei e abracei meus joelhos. Por que isso tudo? Já não basta a morte de Jin? O que significam esses pesadelos? Será que sou uma criatura que merece sofrer tanto? Uma coisa neles era verdade, eu era uma covarde e fraca. Olhei para o relógio, quatro e meia da manhã, enxuguei as lágrimas e tentei dormir, mas fiquei com medo de sonhar com essas coisas novamente.

E nessas situações que eu mais sentia falta de Jin. Fechei os olhos e imaginei ele do meu lado acariciando meus cabelos rosas, dizendo que tudo ficaria bem e que ele sempre vai estar comigo não importa o que acontecer, em seguida deitava-se me envolvia em seus braços e começava a sussurrar palavras carinhosas. Quando fazia isso, eu me estremecia, minhas bochechas ficavam vermelhas. Apesar de Jin parecer meio frio e durão ao olhar dos outros, ele tinha seu lado sedutor e romântico.

Aos poucos todo o medo se foi, as trevas trazidas pelos pesadelos esvaíram-se com o vento, o quarto ficou com uma aura de paz e luz. Senti meu corpo relaxar e meus olhos devagar se fecharam, entretanto, antes de cair no sono, senti um calor aconchegante em minhas costas, como se alguém estivesse me abraçando. Tive a ligeira impressão de ter ouvido duas palavras também...

— Estou aqui.

...

Já estava de pé e terminava de arrumar a zona da minha casa. Depois dos pesadelos, tive um dos melhores sonos da minha vida e acordei totalmente bem depois. Sem tristeza ou depressão, sem culpa ou ressentimentos. Eu creio que fora a tal aura de paz que fez isso.

Após terminar de limpar tudo, uma coisa começou a me preocupar, o dinheiro de Jin estava curto. Depois que eu decidi fugir do orfanato, ele fugiu comigo e decidimos morar juntos, quem trabalhava era ele e eu cuidava da casa. Parte do dinheiro ficou comigo e agora eu só tinha uma opção para me sustentar, trabalhar. Isso me causou certo pânico, pois eu jamais trabalhei antes. Bem, ficar parada não vai me ajudar.

Tomei uma ducha refrescante. Após o banho, coloquei uma calça jeans azul escura, uma camisa rosa com uma manga caída nos ombros e um par de sapatilhas lilás. Sequei e penteei meus cabelos. Fiz uma pequena trança com uma mecha e botei uma tiara neles. No rosto, batom rosa, rímel e um pouco de blush, simples, mas legal. Tentei ao máximo parecer alguém decente.

Com a bolsa na mão, saí de casa. Comecei a minha procura. Entrava em mercados e quitandas; bazares e docerias; papelarias; bibliotecas; feiras; bancas; lanchonetes; perfumarias e nada! ABSOLUTAMENTE NADA!

— Não é possível que ninguém precise de um funcionário, ajudante, ou... Sei lá... Qualquer coisa! — Enquanto andava reclamando desesperadamente, acabei colidindo com uma criatura. O impacto nos fez ir ao chão duro. — Ahh, hoje definitivamente não é mais um bom-dia.

— Se você me ligasse como te pedi, talvez isso não teria acontecido, Amy. — Olhei para a criatura que falou comigo e qual foi minha surpresa? Senhorita Lire Eruel.

— O que você faz aqui?

— Recebi alta de manhãzinha. Agora quis dar uma volta na cidade e o que você faz aqui? E por que não me ligou?

— Ah, bem, eu estou procurando um trabalho. Preciso urgente e não te liguei porque... Porque estou sem créditos. — Menti, não seria legal dizer que esqueci, apesar de que eu não sou obrigada a ligar para estranhos.

— Hum... — Lire fez uma cara desconfiada, parece que não acreditou. — Bem se precisa de trabalho, tenho um perfeito para você. Sabe cozinhar e atender?

— Sei, por quê?

— Meus pais são donos de um café e estamos precisando de mais um funcionário para atender clientes e preparar algumas sobremesas, o que acha de ir lá?

— Claro! — Como recusar? É uma urgência e um trabalho que realmente é bom. Fiquei entusiasmada, Lire parecia um anjo caindo do céu nessas horas.

...

Andamos alguns quarteirões e paramos em uma loja. Os vidros eram um pouco escuros, dificultando ver a parte de dentro, tinha uma placa circular escrito “Maid Coffee” . Entrando no local, o papel de parede tinha desenhos de xícaras, as mesmas eram cor de café com leite e tinham assentos com encosto e estofado; fora das paredes tinham cadeiras com estofado branco; as mesas eram largas; nos fundos havia um balcão com utensílios de cozinha; comidas e bebidas típicas de um café e máquina de cappuccino; em um canto perto de uma parede tinha um buquê cheio de flores variadas e mais ao fundo; duas portas que deviam ser o banheiro e a cozinha. Era um café simples, mas agradável, tinha até um leve aroma de jardim.

— Pai! Voltei! — Disse Lire em tom alto. Larry saiu de uma das portas dos fundos e veio receber a filha com um abraço. Em seguida fitou-me com seus olhos e me cumprimentou também.

— Olá Amy. O que a salvadora de Lire faz aqui? — Estendeu a mão direita e eu apertei. — Ah sim, nem tive tempo de te agradecer por ter ligado para nós e chamado a ambulância.

— Ah que isso! Qualquer um faria o mesmo! — Me justifiquei envergonhada.

— Pai, ela precisa de um trabalho. E como precisamos de atendentes, a trouxe aqui.

— Ótimo! Na verdade, estávamos começando a ficar meio desesperados. Sem querer me gabar, mas aqui é um local muito movimentado, com muitos clientes. Com falta de atendente, os pedidos começam a demorar e isso é um grande problema.

— Sim, entendo.

— Bem, podemos conversar em minha sala. Me acompanhe por favor, Amy. — Disse o homem com um leve sorriso.

Quando ele mencionou sua sala, achei estranho pois só haviam duas portas, porém adentramos na porta que como adivinhei, era a cozinha. Havia uma porta extra, que por sinal era a tal sala de Larry. Era um cômodo de aspecto sofisticado igual ao café, tinha uma mesa com notebook e alguns papéis em cima; cadeiras estofadas; um quadro de paisagem; uma estante com poucos livros.

Fui convidada a sentar. Conversamos bastante sobre o pagamento, horários e regras. Ele também fazia algumas perguntas sobre minha vida pessoal, principalmente de meus pais. Não queria mentir, mas o fiz. Assim como todo mundo, ele não ia acreditar em mim se falasse a verdade e ia me acusar injustamente. Não quero passar por essas experiências de novo.

— Então, está resolvido. Você pode começar amanhã?

— Sim, claro! — Respondi ansiosa. Quanto antes melhor, apesar do nervosismo de trabalhar pela primeira vez.

— Amanhã, às sete da manhã, ok Amy? Não se esqueça. — Disse Larry, me oferecendo sua mão, a qual apertei. — Ah! Quer que eu a leve para casa? Já irei fechar o café.

— Ahn? Ah não, muito obrigada! Já agradeço por me dar o trabalho. — Esta pergunta me deixou nervosa, na verdade eu não gostaria que eles vissem minha casa e suspeitassem de algo.

— Tudo bem então. — Ele pareceu desconfiado, mas me guiou até a saída.

Lire nos esperava e parecia querer uma resposta. Disse que consegui e ela deu pulinhos de alegria e abraçou seu pai e a mim. Em seguida ela saiu do local e voltou rapidamente com um uniforme na mão, era um quimono preto com estampa de flores e de mangas compridas; tinha um avental roxo por cima e um laço atrás; um par de sapatilhas pretas que parecia servir exatamente em meus pés e uma tiara de babados branca.

— Ah, tinha me esquecido! — Exclamou Larry surpreso. Lire deu uma risada.

— Tome, seu uniforme. — Ela estendeu o conjunto. Apesar de achá-lo bonito, eu não achava que iria gostar de estar vestida nele.

— Muito obrigada, por tudo. — Fiz reverência e nos dirigimos à saída. Me despedi deles e fui andando pra casa, eles me acenaram.

Hoje fora um dia bom, consegui um trabalho e agora não precisava passar fome. Eu devia estar feliz, mas não estava. Algo me incomodava, só não sabia o quê.

...

Terminava de me arrumar em frente ao espelho do Maid Coffee, estava com o uniforme de trabalho. Faltava pouco tempo para abrir, e admito, fiquei nervosa.

— Já vamos abrir, está pronta? — Perguntou Lire, vestida igualmente a mim. — Uau, você ficou linda nesse uniforme! — Completou reparando em minha roupa, corei um pouco com o elogio.

— Obrigada, você também está! — Elogiei de volta, acredito que Lire estava melhor que eu.

— Valeu! Ah, eu queria te apresentar seus colegas de trabalho!

— Ah... Tudo bem. — A loira então, me levou a cozinha.

Lá havia cinco pessoas, aparentavam ter minha idade. Uma baixinha de cabelos roxos e olhos de mesma cor, seu rosto dava a notar que ela era infantil e agitada; uma ruiva de cabelos compridos presos à um rabo de cavalo e olhos tão vermelhos quanto seu cabelo, parecia ser pavio curto. Um garoto de olhos azuis escuros com um rosto amigável, calmo e gentil, mas de cabelos que eram uma mistura de azul escuro e roxo forte, algo peculiar; uma garota de cabelos verde limão e olhos azuis; e por fim, um garoto de cabelos lilás e olhos vermelhos.

— Pessoal, quero que conheçam nossa nova colega, Amy Aruha. — Lire me apresentou, fazendo minhas bochechas corarem de timidez. Ao encarar aquela gente, fiquei sem reação; paralisada. Recebi olhares confusos; alguns sussurros discretos. Então decidi fazer uma reverência.

— Éumprazerconhecê-losesperoquenosdemosbem! — Falei tão rápido de nervosismo e minha “atuação” resultou em algumas risadas, fazendo meu rosto ficar como um pimentão. Percebi o garoto de cabelos azulados se aproximar. Ele pegou minha mão e depositou um leve beijo nela, e se curvou um pouco.

— Me chamo Ronan Erudon, é um prazer conhecer uma senhorita tão charmosa. — Disse me olhando gentilmente, corei ainda mais e agradeci ao elogio.

— Oi! Sou Arme Glenstid e essa ruiva aqui é a Elesis. — Pronunciou a roxinha cutucando a amiga ao lado.

— Já disse pra não me chamar assim Arme! — Repreendeu Elesis e virou-se a mim. — Sou Elesis Sieghart.

— Chata! — Respondeu a roxinha mostrando a língua. — Ah esses dois aqui são a Holy e o Azin, não são fofos?

A verdinha inflou as bochechas, em seguida deu um sorriso para mim. O garoto fez o mesmo, porém o sorriso dele tinha um ar de sinistro.

— Amy não precisa ficar nervosa, vai se acostumar! Ah pessoal esse é o primeiro dia dela então sejam legais. — Lire falou com tom de ordem, todos assentiram.

— Pessoal vamos abrir, espero que todos vocês deem o máximo de si hoje. Boa sorte! — Larry entrou na cozinha dando o aviso e entrou na porta de seu escritório.

...

Os clientes entravam aos poucos, eu ainda não sabia ao certo o que fazer. De repente uma garota de cabelos rosa compridos e olhos verde-esmeralda adentrou o café, acompanhada de um cara alto de cabelos brancos. Um dos olhos era fechado e tinha uma cicatriz por cima, o outro era vermelho. Vestia um uniforme, supus que devia ser um tipo de mordomo.

— James! — Disse estalando os dedos. O cara rapidamente puxou a cadeira da mesa para a garota sentar. Como estava sem fazer nada, fui atendê-la.

— Bem-vinda mestra, no que posso servi-la? — Fiz reverência e tomei cuidado com as palavras. Ela perecia ser do tipo de pessoa que deve-se tratar com muito respeito. Recebi um olhar sério, ela pareceu não gostar de algo.

— Humpf, as pessoas daqui realmente não sabem tratar uma dama! — Disse com desdém abrindo o cardápio e escolhendo. — Vou querer um café acompanhado de um pedaço de torta de limão! Sem demoras! — Fui até cozinha indignada. Que azar, minha primeira cliente ser uma mimada!

Após o pedido ficar pronto, levei até sua mesa.

— O que é isso? — Perguntou ela.

— Seu pedido, mestra. — Respondi confusa.

— Eu não pedi isso aqui menina! Eu queria torta de maçã! — Não pude acreditar! Eu tinha certeza que ela pediu de limão.

— Desculpe o incômodo mestra, irei trazer o pedido imediatamente. — Fui a cozinha e trouxe uma torta de maçã. — Aqui está sua torta mestra.

— Ótimo, agora me traga mais café! — Já estava começando a me irritar. Quando levei a bebida, ela me deu o prato com a torta que pediu. — Mudei de ideia, quero a torta de limão!

Agora ela me deixou com raiva! Peguei o prato mais uma vez e o troquei pelo outro.

— Quer saber? Vou querer a de maçã também! Me traga o prato de novo! — Eu estava a ponto de quebrar o prato na cabeça dela e fazê-la engolir a mesa! Mas apenas trouxe a torta de volta.

Ela começou a degustar seu pedido, enquanto eu fui atender outras mesas. Os outros clientes não me deram trabalho algum, foram muito gentis comigo e ganhei até alguns elogios. Olhei para a garota com o mordomo, havia terminado a refeição. Suspirei de alívio pensando que finalmente iria me livrar dela.

— Queridinha, quero o cardápio! — E assim ela passou a complicar o resto do meu dia, me fazendo trocar pratos, demorando horas para escolher e insultando meu atendimento.

— Ah, não aguento mais! — Desabafei por fim. Lire vinha em minha direção e dava pequenas risadas.

— O que foi? Já se cansou?

— Não é isso, mas minha primeira cliente é um saco! Ela está me infernizando! — E mostrei a ela a garota chata.

— Haha que azar, pegou logo a Rey! — Olhei confusa. — Escute, aquela ali é Rey Von Crimsom e seu mordomo James. O que ela fez com você, ela faz com todos nós, exceto com Ronan. Ele é o único que ela trata bem e muitas vezes, exige ser atendida por ele.

— Mas e agora? O que faço?

— Deixe que eu cuide disso. — Lire entrou na cozinha e saiu em seguida com Ronan. Ele atendeu Rey com muita formalidade e ela se transformou em uma princesa, toda educada, sem o mínimo da arrogância com a qual ela me tratou. Em seguida foi embora.

— Problema resolvido! — Lire disse dando uma risada, enquanto eu finalmente agradeci aos céus.

Continuei meu trabalho até o dia acabar. Quando chegou a hora de irmos embora, tiramos os uniformes. Todos conversavam animadamente e por fim veio a despedida.

— Amy! E aí? O que achou do seu primeiro dia? — Perguntava a loira entusiasmada.

— Ah bem, foi legal, mas eu não esperava passar um pouco de raiva.

— Haha entendo, Rey não é nada fácil de se lidar. Pode ir se acostumando pois ela frequenta bastante aqui. — Disse brincalhona.

— Vejo que vou passar muito sufoco com essa tal de Rey. — Meu tom foi de puro desânimo.

— Se anime garota! Vai conseguir, eu te ajudo!

— Obrigada Lire, realmente você está sendo muito boa comigo.

— De nada, somos amigas lembra?

— Lire, você realmente me considera sua amiga?

— Sim, por que não?

— Bem, todos me acham estranha, além disso nos conhecemos ontem mesmo!

— Amy, eu vejo que você não é uma pessoa ruim e muito menos estranha! Você é fofa e tem cabelo rosa, Nyah! — Deu um gritinho e começou a me abraçar.

Este abraço me fez sentir querida e amada por outra pessoa, me fez sentir alguém especial e importante mesmo com todos os meus defeitos. Exatamente o sentimento que sentia quando Jin me abraçava. Comecei a sentir um vazio em mim, ah! Era saudade, saudade do meu ruivo. Meus olhos começaram a lacrimejar e algumas lágrimas caíram, Lire percebeu e rapidamente desfez o abraço.

— Hã? Amy, o que foi? Por que está chorando?

— N-não é nada, não se preocupe. — Sequei minhas lágrimas. — Bem, vou para casa, te vejo amanhã Lire, ah e obrigada... — Ela ficou confusa.

Me despedi dela e dos outros, saí do café e fui em direção ao meu vazio lar, dormir em minha cama vazia, enfrentar mais uma noite sombria e tenebrosa, mais um pesadelo sem meu ruivo.


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Notas finais do capítulo

Ufa, acho que esse ficou grandinho
Me deu um trabalho :P



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