Ela riu, pegou a minha mão e me vi em um templo, ela sentou em uma cadeira que havia ali:

-Sente-se.

Bufei, sentei e falei:

-O que quer?

-Calma. Quero te ajudar com a garota.

-A Annie?

-É.

-Ok, eu estou com medo, mas vai, qual a sua ideia?

-Você vai ser um anônimo.

-Oi?

-Você vai mandar cartas anônimas pra ela, com poemas ou coisas do tipo. Ok?

-Hum... Pode ser.

-Só uma ideia. Tenta. Eu vou ajudar... Com uns feitiços...

-Não. Eu faço se jurar pelo Rio Estige que nunca irá interferir.

-Ok...

-Jure!

-Eu juro pelo Rio Estige que não vou interferir.

-Ok. Agora me manda de volta.

Ela me tocou, eu estava de volta a praia. Entrei novamente na água e deitei, pensando em algo bonito pra escrever. Fiquei ali um tempo até ouvir claramente a trombeta pro jantar. Levantei e fui direto pro meu chalé. Peguei e fiz uma letra de forma. Escrevi e saí. Vi Annie indo pro refeitório com a Lice, entrei no chalé dela e logo vi qual era a cama dela, o autômato dela estava sentado, parado. Ele me olhou, olhei pra ele:

-Você me entende?

Ele fez que sim com a cabeça, olhei pra ele:

-Essa carta é pra Annie, mas não fui eu que deixei aqui. Ok? Você não sabe quem foi que deixou. Me promete?

Ele fez que sim com a cabeça novamente, levantou e pegou a carta da minha mão. Sentou e deixou a carta no colo. Saí e fui pro refeitório, sentei e pensei em bolo azul. Logo apareceu um bolo, fui até a fogueira, joguei um pedaço rezando pro autômato não falar nada. Sentei na mesa e comi calmamente olhando a Annie conversando com a Lice, seus cabelo estavam em um coque, que o tempo todo soltava e ela novamente o fazia. Seus olhos estavam surpreendentemente claros, usava uma camisa do acampamento meio sangue mais limpa, uma calça mais limpa também e... woool!! O tênis dela estava vermelho! Ri com esse pensamento. A Annie podia ser feminina quando queria. Só era... surpreendente. Eu continuava olhando, ela olhou pra mim, viu que eu estava olhando pra ela. Sorri, ela sorriu e abaixou a cabeça, olhando pra mim de novo e levantando. Lice ficou. Sorri sacana, terminei de comer e sai do chalé, passando pelo de Atena, olhei rapidamente, ela lia a carta, ri e fui pro meu, deitei na cama e fiquei lá, pensando na Annie, praticamente todos meus pensamentos eram sobre ela, aquele cabelo lindo e esvoaçante, seu jeito de se vestir, tudo nela é lindo. Eu suspirava, quando ouvi:

-Irmão!!

Virei e vi Tyson ali:

-Grandalhão!!!

Abracei ele, que me esmagou quase, vi duas crianças atrás dele, ambas pareciam ter uns 14 anos, olhei pra eles calmamente, estavam machucados, olhei:

-Ei, entrem. Tyson, você que trouxe?

-Sim, Grover está sem sátiros então eu chamei os ciclopes pra ajudar o bode. Eu peguei eles, são Leo e Piper.

Sorri e falei:

-Venham comigo, preciso leva-los pra Casa Grande.

A menina me olhou:

-Eu não ando direito... Acho que torci o pé.

Cheguei nela:

-Posso ver?

-Claro.

Peguei ela no colo e coloquei ela sentada na minha cama, tirei o tênis dela e falei:

-Vou mexer, segura a minha mão, se doer você aperta, ok?

-Ok.

Estendi a mão, ela pegou, comecei a mexer pra um lado, ela não esboçou reação, mexi pro outro, ela apertou com força, voltei pra posição normal, ela relaxou, olhei pra ela:

-Realmente, acho que torceu sim. Um minuto.

Peguei em baixo da cama um kit de primeiros socorros, na verdade era uma mochila cheia de coisas. Peguei ambrosia, cortei um pedaço:

-Come.

-Oi?

-Come. Aproveita e me diz que gosto tem. Isso é ambrosia, em doses pequenas te cura, em doses grandes, te mata. Para cada pessoa tem um gosto, gosto da sua comida preferida. Pra mim tem gosto de cookies azuis da minha mãe. E são azuis por que eu amo azul. Vai, sem medo, com essa torção eu acho que nem se eu te der mais uns 2 pedaços desse tamanho eu te mato. Mas se arder, avisa.

-Por que?

-Se arder ele vai começar a te matar.

-Ah.

Ela pegou e comeu, ela sorriu:

-Tem gosto da sua macarronada Leo!

Leo ficou muito vermelho. Ri e falei:

-Senta Leo, deixa eu ver seus ferimentos.

Ele sentou e tirou a camisa, que já não servia pra mais nada, já que estava rasgada, olhei pra ele:

-O que enfrentaram?

-Leão de Neméia... Ele arranhou meu peito, está ardendo.

Peguei uma pomada que eu havia roubado do chalé de Apolo e comecei a passar delicadamente para não doer. Assim que terminei ela começou a brilhar, Leo me olhou assustado, ri e falei:

-É uma pomada mágica, de Apolo. Sei usar por que meu amigo Becken...

Fiquei triste na hora, olhei pra eles:

-Não importa, um garoto do chalé de Apolo me ensinou a usar.

Piper: O que houve com ele?

-Ele morreu Pips, tentando salvar o mundo. E seu pé?

-Melhor, mas acho que terei de andar com ajuda.

-Eu te levo no colo. Vou enfaixar seu pé.

Comecei a enfaixar o pé dela, pra imobilizar seu pé, terminei, peguei uma camisa minha qualquer e joguei no Leo:

-Veste, mas depois me devolver. Essa é a minha camisa de pegar gatinha.

Ele riu:

-E tu tem uma camisa específica pra isso?

-Não, era só pra zoar, pode ficar.

Peguei Piper no colo e levei ela pra Casa Grande, com Leo e Tyson atrás de mim. Todos olhavam, o que não era surpresa já que eu era uma pessoa popular. Quando chegamos Quíron e Dionísio conversavam, olhei pra Quíron:

-Campistas novos, essa aqui torceu o pé e é bem pesadinha, quantos anos?

-Vou fazer 15.

-Por isso! Eu tenho 16. Prazer, Percy. Nem me apresentei nér? Falta de educação total. Quíron?

-Venha comigo.

Mencionei que ele era um velho de cadeira de rodas? Acho que não nér. Ele entrou em um dos quartos, coloquei ela na cama e falei:

-Quíron, eu dei um pouco de ambrosia pra ela, enfaixei o pé e nele eu usei uma pomada daquelas de Apolo e acho que depois do banho que ele vai tomar, mais uma passada e fica bom. Esses são os ferimentos mais graves, o resto são apenas cortes superficiais, que com a ambrosia já devem ter sumido, nela, por que eu não dei a ele.

-Ok Percy, obrigado. Pode voltar pro seu quarto.

Nisso uma Annabeth entrou e falou:

-Quero saber quem deixou essa carta de mal gosto no meu quarto!

Quíron pegou a carta e leu, eu me segurava pra não rir, ele entregou na mão dele e falou:

-Não parece ser coisa do chalé de Hermes meu amor, parece que tem alguém que gosta de você.

-Eu tenho certeza que é uma brincadeira.

Olhei pra ela:

-Por que? Acha realmente que ninguém iria gostar de você? Se valoriza! Deixa eu ver isso.

Fingi que li a carta, dei na mão dela:

-Agora você tem que descobrir quem gosta de você. Eu hein. Eu queria estar no seu lugar.

-Você tem todas as meninas aos seus pés.

-Porém não a garota que eu quero.

Sai dali na hora e fui pra praia. Entrei na água e fiquei ali, as luzes se apagaram, sai da água apenas pra apagar a luz do meu chalé, depois eu voltei pra água, fiquei ali pensando em como seria a minha próxima carta. Eu estava nervoso, não queria que ela descobrisse rápido.

Leo pov’s:

Bom, vou explicar o que aconteceu. Eu e Piper estávamos na escola do lado de fora, era noite e nós não podíamos estar ali. Moramos em Nova Yorque. Logo nosso amigo chegou, ele é grande e desajeitado, o Tyson. Ele me olhou:

-Fala ae.

Sentou do lado da Piper e deu um beijo na bochecha dele e falou:

-Quase não consigo sair, a coordenadora ficou empatando na porta do meu quarto.

Rimos e logo ouvi um grunhido, igual de cachorro sabe? Nisso eu vi algo gigante e falei:

-Corram.

Levantamos e saímos correndo, mas ele logo veio atrás de mim, era um leão gigantesco, continuamos correndo e logo Grover grita:

-Por aqui!

Ele pegou uma chave de não sei daonde e entrou em um carro, entramos, ele ligou o carro, olhei pra ele:

-Você sabe dirigir

-Mais do que você pensa.

Ele saiu dirigindo a 120 km/h, mas o Leão estava logo atrás da gente, ele pegou a estrada para Long Island e falou:

-Vamos sair em 3... 2... 1... agora!

Ele saiu e saímos também, saímos correndo, ele segurou Piper e passou ela por cima do tronco que havia caído e me passou logo depois, ele virou, tirou um bastão da mochila e falou:

-Piper, lembra o canivete que eu te dei?

Ela gritou:

-Sim!

-Está ai?

-Sim!!

-Eu vou fazer ele abrir a boca, você joga, ok?

-Ok!

-Leo, me ajuda a distrair ele!

Leo parou ao meu lado:

-Como faço isso?

-Apenas me imite!

O Leão chegou perto, ele subiu em uma árvore e pulou na cabeça dele, eu não faço isso mesmo, corri e gritei:

-Eiii! Seu Leão (seu leão? To falando com quem?) olha pra miiiim!

Ele olhou e logo abriu a boca para me comer, Piper jogou o canivete, que furou mais do que eu achava que iria furar, o Leão caiu pra frente, pelo fato de estar indo em minha direção, andei para trás, mas as garras dele passaram no meu peito. Olhei e vi Piper no chão, corri para ela, mesmo com dor e falei:

-O que houve?

-Quando fui jogar o canivete eu cai de cima do tronco e machuquei o tornozelo... Bom, pelo menos eu acertei a boca...

O Leão havia desaparecido, havia apenas um casaco, Tyson pegou e falou:

-Pelo menos ganhou o casaco.

Piper: Eu?  Mas você teve a ideia!

-Quem mata que recebe o prêmio. Você matou, você recebe.

Ela vestiu o casaco e falou:

-Eu estava mesmo com frio.

Rimos e falei:

-Consegue andar?

Ela tentou levantar, mas não conseguiu, tentei segurá-la, mas a dor ela grande, então eu coloquei ela levemente na grama, olhei para Tyson:

-Você vai ter que leva-la.

Fomos, logo vi um arco, passamos por ele e ele foi andando, subimos um morro e descemos, dava para ver muitos chalés, não consegui contar todos, Piper andava apoiada em mim e em Tyson, logo ele entrou em um chalé, onde havia apenas um garoto, ele tinha cabelos negros, ele nos olhou, mas viu apenas Tyson e falou:

-Grandalhão!

-Irmão!

Annie pov’s:

Muitas coisas acontecendo, difícil processar tudo. Mas eu me encaixei bem no chalé de Atena, virei a menina do autômato, era divertido brincar com o Fred. Fred por que, meu pai é Frederic, então, uma pequena abreviação e, voilá! Eu brincava com Fred, passando ele por meus dedos e fiquei pensativa, primeiro a missão, amanhã eu vou ter que encontrar o panaca do Percy e ele vai me ensinar a lutar. Mas eu pensava mais naquela carta. Eu acabei de entrar e já tem alguém apaixonado por mim? Olhei a letra diversas vezes, mas não reconheci, perguntei a Lice, e aos meus irmãos, mas nenhum deles reconheceu. Estava agoniada. Li e reli diversas vezes tentando achar algum código, mas tudo o que consegui foi ficar mais encantada, a carta dizia o seguinte:

“Annie, eu não tenho palavras pra descrever sua beleza. Meus amigos me dizem que não se veste direito, mas eu não acho. Acho que você fica linda com aquele jeans surrado, seu tênis que nunca mais vai ser vermelho de novo e a camisa do acampamento. Seu perfume de canela e morango é uma delícia e amo o seu jeito de prender o cabelo tentando esconder que acordou atrasada e se arrumou em 5 minutos. Eu te conheço a pouco tempo, mas eu vi algo que eu não vejo nas outras garotas. Personalidade e coragem. Ah, eu vou te dar umas dicas pra descobrir quem eu sou. Posso estar mais perto de você do que imagina. Gosto muito de você. Beijo, espere meu próximo recado. Assinado: Cavaleiro azul.”

Ok, ele admiti que me conhece a pouco tempo, conhece meu jeito e me deu uma única pista sobre ele, que ele pode estar mais perto do que eu imagino. Ok, que poha de pista é essa? Eu quero saber quem diabos é Cavaleiro azul. Eu não faço a mínima ideia de quem seja... Guardei a carta dentro do meu travesseiro e dormi. No dia seguinte eu acordei, coloquei um short curto, a blusa do acampamento e meu tênis surrado de sempre. Fui até a arena e vi Percy com sua espada destruindo um boneco, logo que terminou pulou pra outro, fiquei observando seus movimentos, ele destruiu 5 bonecos, até notar a minha presença, ri e falei:

-Acho que preciso de uma espada também nér.

-Sim... Vem comigo.

Ele foi andando, fui atrás, fomos para a Casa Grande, subimos as escadas e no segundo andar ele ligou a luz, olhei pra ele:

-Uau... Ta tudo empoeirado...

-É tudo velho. As vezes de eras atrás. Vai, escolhe. Pode escolher conforme tamanho e peso.

Fui olhando, logo meus olhos brilharam, sorri e peguei uma faca, comecei a mexer com ela, movimentos de ataque e defesa e teve uma hora que eu virei e corte o Percy, gritei e falei:

-Desculpa, me desculpa, eu, eu não tive a intenção, eu...

Ele chegou e tapou minha boca com a mão. Logo que ele viu que eu havia parado ele tirou e falou:

-No caminho da arena passamos no lago de canoagem. Vem.

Ele colocou a mão no machucado, que sangrava bastante, descemos e fomos pro lago, ele colocou o braço direto na água, ele mordeu o lábio de um jeito surpreendentemente sexy e logo que tirou não havia corte algum, me surpreendi e ele falou:

-É, eu sei, surpreendente.

Ele estava puto, como se estivesse acostumado a ver aquilo. Ri e falei:

-Desculpa pelo corte eu...

-Annie, eu vi que estava concentrada. É por isso que estou aqui, vou lhe ensinar a ver o espaço que tem e o que tem para atacar o inimigo. Vamos, temos que ir pra arena.

Ficamos horas treinando, almoçamos e depois voltamos a arena, mais horas treinando, só sai da arena as 19 horas, horário do jantar, eu estava caída no chão, esparramada, quando a corneta pro jantar tocou, ele chegou e pegou minha mão, me puxando, ele me olhou:

-Amanhã, mesma hora, mesmo lugar.

-Ai... Sério?

-Sim. Mesma hora, mesmo lugar. Eu vou tomar banho, com licença.

Pov’s Percy:

Depois de horas vendo uma garota linda, e me desculpa, mas gostosa, lutando eu precisava, necessitava de um banho muito frio. Luke, que havia dado aula ao chalé de Ares e Thalia o dia inteiro também, entrou comigo e eu liguei no gelado e logo suspirei longamente, ele me olhou:

-Frio?

-Um dia inteiro vendo uma garota gostosa e linda te atacando naquele shortinho que mostrava as coxas dela e naquela blusa do acampamento que deixa qualquer garota com muito peito, você quer o que?

Ele começou a rir loucamente e falou:

-E por que tem que dar aula para ela separadamente?

-Coisa dos deuses cara, sabe que se eu pudesse eu te contava, mas eu não posso.

-Tranquilo cara, sei como é isso. Lembra a três anos atrás?

-Claro.

Vou explicar vagamente, a três anos atrás Luke teve que fazer um trabalho... especial para o pai dele, para o pai dele mesmo, ele teve que salvar o pai dele, que estava sendo preso por Cronos, acabou que eu ajudei, por que descobri, mas enfim. Tomei banho, fui para o quarto e peguei uma folha, anotando outra carta, dobrei, colocando um adesivo branco que havia achado nas minhas coisas, acho que era da minha mãe, espirrei meu perfume e deixei a carta no quarto dela, logo indo comer.

Annie POV’s

Logo após o dia cansativo com Percy eu fui tomar um banho e comer, por que eu estava morrendo de fome. Conversei com Lice, que perguntou se eu não havia ficado excitada lutando com o Jackson, mandei um: não! Indignada. Básico. Chegando em meu chalé vou direto para a minha cama e sinto um cheiro diferente. Havia uma carta em cima da cama, peguei a carta e cheirei, perfume de canela e mar, gostoso demais. Abri a carta e li: