Feridas que o Tempo não Cura escrita por Lais Cristina
Com a janela entreaberta, Tsunade observava a Lua com um rastro de tristeza nos olhos. Arrependera-se de muito do que fez, e de coisas que não fez também. Estava ficando velha, embora não parecesse, e tinha medo de morrer sem ter feito tudo o que planejara. Devagar, a porta de seu quarto se abre.
- Tsunade-sama...?
- Entre, Shizune.
- Desculpe incomodar... É que...
- O quê?
- Tsunade-sama, não é nada oficial, mas não deixa de ser importante...
- Diga logo, Shizune...
- Quero conversar com a senhora. – Tentou ser firme. Tsunade se sentou na cama e permaneceu em silêncio.
- Talvez, eu não tenha nada a ver com isso. Talvez, provavelmente, aliás, a senhora nem me escute. Mas eu acredito que a senhora está com algum problema.
- Que tipo de problema?
- Emocional, senhora. A senhora anda estranha, ultimamente. – Shizune soltou um suspiro esperando a bronca. Mas Tsunade permaneceu em silêncio. – Só quero dizer que... Se houver qualquer coisa em que eu possa ajudar, estarei sempre pronta!
- Shizune... Eu agradeço sua preocupação. Mas acredito que dificilmente você poderá fazer algo por mim, nessa questão.
Shizune abaixa a cabeça, como se tivesse sido derrotada.
- Mas... Há algo que você pode fazer por mim, sim.
***
TOC, TOC, TOC
Naruto acorda assustado e corre para abrir a porta.
- Ero-sennin?! Que é que você quer?! Eu tava sonhando com a...
Jiraya o interrompe e entra na casa.
- Arrume-se. Nós vamos partir ao amanhecer.
- O quê?! Mas a gente acabou de voltar!
- É. Mas ainda há várias coisas que você precisa saber. Ande logo!
***
TOC, TOC, TOC
Sakura acorda num pulo.
- Quem é?! Essa hora...
Ela vai abrindo a porta devagar, mas alguém força rapidamente.
- Mas o que é isso...?!
- Desculpe, Sakura-chan! A Godaime disse que tem uma missão urgente para você!
- Mas a essa hora da noite, Shizune?
- Sinto muito, mas é realmente importante.
- Hai...
***
- Naruto, ande logo! Já vai amanhecer e os portões vão abrir!
- Ero-sennin! Espera aí!
Jiraya anda impaciente pelo quarto de Naruto, e vê na mesa ao lado da cama o porta retrato com a foto da antiga equipe sete. De repente tem uma idéia.
- Naruto! Ande, OU NUNCA MAIS VAMOS ENCONTRAR AQUELE UCHIHA!
Como num estalo, Naruto pega suas coisas e vai jogando dentro da bolsa.
- Estou pronto! Sennin! O Sas-sasuke...?
- Não. Itachi.
Naruto se sente um pouco desanimado, mas ainda disposto. Jiraya abre a porta e ambos vão indo em direção a rua.
- Ero-sennin?
- Hm?
- Não posso me despedir da Sakura-chan?
Jiraya pára e fita Naruto por um momento.
- Mudança de planos. Vamos falar com Tsunade primeiro.
- Então não foi ela que nos mandou nessa missão?
- Não. Duvido que se importe.
Aquelas palavras soaram muito duvidosas aos ouvidos de Naruto, mas ele nada disse.
***
Tsunade continuava a admirar a Lua.
- Não importa o que aconteça, você consegue sempre iluminar a noite. – disse baixinho.
- Hokage-sama?
Tsunade se assusta ao ver Naruto.
- Desculpe. Mas o Ero-sennin quer falar com você. Ele está no jardim.
- Certo.
Naruto ia saindo porta afora.
- Naruto.
- Hai?
- Eu já lhe disse o quanto você tem sido essencial para Konoha?
- Vovó Tsunade! Que isso...
- É sério. Portanto, cuidado com o que faz. Pode ir.
Novamente naquele dia Naruto ouvia palavras gélidas. Enquanto se distanciava do quarto da Godaime Hokage, avistou Shizune e Sakura vindo na direção contrária.
- Naruto? O que faz aqui?
- Até agora não sei bem Sakura-chan!
- Logo vocês irão entender. – Disse Shizune misteriosa.
***
- Parece que você se arrependeu de sua promessa, Tsunade.
- Nunca, Jiraya! Aliás, nunca também pensei que você fugiria por causa de uma previsão boba. – Disse com desdém.
- Naruto precisa treinar muito mais antes de enfrentar essa situação. Você também devia pensar mais sobre a garota.
- Não tente me ofender! Ela sempre treina no máximo do máximo! Eu não sou como você: um preguiçoso! Nós nunca fomos... !
- NÓS?! Você ainda o considera melhor que eu, não é? Por que você não aproveita e o chama para te ajudar a governar Konoha! – Exclamou Jiraya se levantando do banco.
Tsunade abaixou a cabeça como poucas vezes fez.
- Jiraya...
- Tsunade, nós não podemos escolher nossas vidas. Nada por aqui é conto de fadas. Acostume-se com isso. – Disse ele virando as costas.
Num movimento Tsunade o segurou de leve na manga da blusa.
- Eu apostei muito dessa vez. Não posso pagar essa dívida sozinha. Konoha não pode cair...
Jiraya a olha com piedade.
- Quanto tempo temos?
- Cinco meses. – Responde Tsunade.
- Nós vamos conseguir. Eu prometo.
- Jiraya! – Disse Tsunade levantando a cabeça. Lágrimas desesperadas escorriam por seu rosto. Jiraya a abraçou com todo o coração, na esperança de reconfortá-la.
- Já lhe disse muitas vezes. Não deixo quem eu amo na mão.
Continua...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que gostem! Ah, algum review não faz mal à ninguém! ^^