Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 9
Irracional...


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, Hayley passa por apuros e acaba chegando no mesmo lugar de antes...



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                Naquele instante em que aquele monstro tocou meu rosto, entrei em outro mundo... Eu estava em um quarto completamente diferente e com um berço. Dentro dele, pude ver um bebe que lentamente  foi crescendo diante dos meus olhos... De um recém-nascido, passou para uma pequena criança que mal sabia andar direito e que caia quando tentava se levantar, em uma sala ao lado de uma lareira, depois essa criança já estava no jardim de infância interagindo com novas pessoas. Em um piscar de olhos, havia passado para o primário onde reclamou de fazer muitas lições, foi ginásio onde sofreu alguns problemas chegando até o colégio onde estava apenas com uma pessoa ao seu lado. Agora, aquele bebe já estava grande, tinha terminado a universidade e estava com uma linda beca preta e com um diploma na mão. Viajou para vários lugares – senti a neve e o sol quando aquela pessoa viajou para lugares de diferentes climas -  arrumou um emprego em uma agencia com varias pessoas apressadas e sem educação  e encontrou uma pessoa com a qual se casou – não consegui ver em que lugar o encontrara - , teve alguns filhos, envelheceu ao lado de seu amor, de repente, eu estava na frente de uma varanda vendo eles juntos e de mãos dadas em uma cadeira de balanço apreciando a leve brisa de uma tarde de verão e morreu. Nesse instante, fui parar em um cemitério de frente para uma lápide quase ilegível porem escrito...

                - Hayley! – Fui sacudida diversas vezes contra o ar na tentativa de despertar-me de algo ruim.

                Olhei ao meu redor e encontrei, em um canto, uma mulher jogada e um homem sacudindo-a freneticamente enquanto seus olhos estavam fixados no teto. Ele gritara seu nome diversas vezes, mas ela não estava fazendo nada, não mostrava reação e, praticamente, nem respirava.

                -Robert? – Disse ao vê-lo.

                - Hayley! – Gritou novamente.

                - Estou aqui, não está vendo? – Perguntei.

                - Ah... Cara... – Ele a abraçou contra seu corpo balançando-a apressadamente, ele, provavelmente, tentara acalmar a si mesmo, mas não conseguiu, pois lagrimas começaram a rolar de seu rosto e, uma delas, caiu diretamente nos lábios da garota.

                Nesse instante, senti um gosto salgado, era um gosto de lagrima. Congelei no lugar. Como? Aquela sou eu? COMO?

                Instantaneamente, cai em uma escuridão total. Não havia mais nada nem ninguém, só havia um vazio total. Nem chão existia, eu estava flutuando.

                De repente, no meio de toda aquela escuridão mortal, existia uma forte luz branca em um pequeno feixe de luz que acendia e apagava. Aos poucos, essa luz foi se intensificando e consegui enxergar algumas coisas a minha volta e, aos poucos, a visão foi melhorando podendo revelar-me  outro quarto escuro com uma lâmpada em seu teto e com outro homem.

                - Você está bem? – Ouvi uma doce voz perguntando-me desesperado ao longe.

                - Hãm? ­– perguntei em um tom normal, entretanto, ouvi minha voz sair falha e baixa.

                Aquela luz que me cegara havia ficado mais fraca permitindo-me enxergar tudo ao meu redor. No canto direito existia alguns moveis com panos brancos, na frente existia uma escada com outro feixe de luz e ao meu lado esquerdo estava Robert segurando meu corpo.

                - O que aconteceu? – Perguntou em desespero.

                - Acho que não consegui voltar a andar bem... – Suspirei, minha voz estava um pouco melhor, entretanto, rouca.

                - O que você está falando?  - Seu desespero se transformou em confusão.

                - Oras... a fisioterapia não bastou... – Resmunguei.

                - Você deve ter batido a cabeça com força... Que fisioterapia?

                - Aquela que eu fiz depois que sai de coma... – Suspirei.

                -  Hãm? Coma? – Ele encarou-me com a testa franzida.

                - Ér... 2038... – Cuspi aquele numero cheia de nojo.

                - Vamos para o hospital, agora! – Disse.

                Meu foi envolvido por largos braços que me tiraram daquele chão frio. Senti um forte perfume exalando de seu corpo e senti também seu calor aquecendo-me rapidamente e passando-me uma sensação de conforto e alivio. Fechei os olhos e deixei o cansaço dominar-me.

...

                Durante o sono, senti leves reflexos e flashes de luzes brancas. Ouvi muito barulho e vi algumas pessoas vestindo um avental branco e uma roupa azul por baixo. Eles estavam dizendo coisas tão confusas e incompreensíveis que deixou-me com dores de cabeça. Durante esse tempo, senti algumas pontadas em meus braços e muita agitação, passando de um lugar para o outro, tocando um colchão mais duro que o outro e andando em uma “alta” velocidade.

...

Abri os olhos e, por milagre, tive pouca dificuldade para enxergar o que estava a minha volta. Aquela forte luz branca não conseguiu deixar-me confusa ou cega, ela apenas melhorou o ambiente para mim. Minha cabeça não doeu tanto quanto da ultima vez que acordei, foi até, uma dor de quem dormiu demais.

            Levantei a cabeça olhando para o ambiente a minha volta. Eu estava em um quarto completamente branco deitada sobre uma cama macia com lençóis finos cobrindo meu corpo. Algumas maquinas estavam do meu lado direito e um pequeno fio com uma grande agulha na ponta estava injetando soro em minha veia.

            Senti meu corpo gelar com aquela nova memória. De novo aqui?  Perguntei a mim mesma irritada com aquela situação. Ótimo, onde está Violet? O nome da piranha surgiu do nada em minha mente fazendo-me perguntar isso também.

            Olhei para o meu lado esquerdo e, como da ultima vez, Robert estava ali observando fixamente com um olhar serio e apreensivo. Seu rosto estava juvenil, ele não tinha ruga nos olhos, seu cabelo estava desgrenhado e com sua cor natural e seus lábios vermelhos.

            - Nunca mais faça isso comigo... – Praticamente suplicou.

            - O que? Cade Violet? – Perguntei.

            - Quem é Violet? Hayley, o que aconteceu ontem durante o temporal?

            - Oras, chamei o empregado e ele não apareceu... então eu fui atrás de uma vela... Empregado imprestável – Resmunguei.. – E o que você fez para ficar tão novo assim? – Perguntei ao ver seu rosto tão jovem quanto a época do colégio.

            - Ferrou... – Murmurou. – você deve ter danificado algo em seu cérebro...

            - Claro... já estou velha

            - Não. Você tem 17.

            - Que?

            - Você tem 17. – Repetiu.

            - Não. Tenho 43.

            - Estamos em 2012... – Sussurrou.

            Ouvir aquele numero foi tão bom, mas, ao mesmo tempo, tão assustador... Até ontem não era 2038? Minha cabeça começou a doer do nada, senti fortes pontadas e vi alguns flashes daquele homem de olhos vermelhos rindo freneticamente.

            - Sério?

            - É sério... – Ele passou sua mão sobre meu rosto tentando medir minha temperatura.

            - Você surtou novamente... provavelmente, você teve alguma paranóia, alucinação, sei lá, que gerou esse transtorno...

            - De novo não... – Resmunguei após um longo suspiro.

            Ok... o que é realidade e mentira? Eu estava em 2012, vi aquele homem e fui para 2038... depois o vi novamente e voltei para 2012... No que devo acreditar? Em que ano realmente estou...? E se eu ainda estiver em coma? E se tudo o que está acontecendo é apenas um sonho? E se eu estiver morta...?


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