Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 30
Traição


Notas iniciais do capítulo

"Não tenha medo do seu pior inimigo e sim daquele que um dia foi seu amigo, pois ele conhece suas fraquezas e sabe como te atingir..."



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Uma noite escura de inverno, em um lugar distante de casa, sem ninguem com quem contar, perdida no meio de uma floretas, assistindo ao assassinato de seus amigos. Essa era a única vida que tinha depois daquele dia, essa era a única realidade que eu conhecia. Minha quase morte, a perda dos meus amigos e a guerra que piorou entre Robert e Jared. Tudo o que eu conhecia havia caído diante dos meus olhos, em cinzas no chão, sendo soprada sempre de volta contra meu rosto me fazendo relembrar daquilo todas as noites antes de dormir. Era um pesadelo que jamais esqueceria, mas não era só isso.

Sempre sonhei com uma irmã mais nova, a qual eu pudesse cuidar e brincar, eu era como qualquer filha única. Imaginava como seria mais alguém da minha idade se divertindo comigo, depois, conheci um outro lado do mundo que ninguém com tão pouca idade deveria conhecer. O mundo das almas, o véu que separava os humanos dos mortos, dos monstros e dos fantasmas que assombram. No meu armário sempre existiu um monstro, meus pais não viam, mas eu o via. Ele era assustador com seus olhos de vidro vermelho como o sangue que corre pelas nossas veias. Ele nunca me machucaria, ele era meu guardião, mas eu não fazia ideia. Os barulhos na rua durante a noite, não eram gatos subindo em muros, eram sombras demoníacas invadindo os lares trazendo medo, desordem, morte, caos...

Pensei que já conhecia tudo de ruim, conhecia os dois lados da mesma moeda, mas há pouco tempo descobri que tinha uma irmã e essa mesma era responsável pela morte de todas aquelas pessoas há alguns anos, era responsável pela minha vida se tornar um total caos e minhas idas ao psiquiatra, tentando resolver meus problemas e minhas paranoias que para sempre estarão comigo, pois o que me fazia mal hoje é o presente que ganhei.

– Hayley, você não pode lutar contra mim! – A voz de Violet ecoava em minha mente repetidas vezes, seguida de um riso gutural e demoníaco enquanto eu corria para longe dali.

A lua no topo da colina clareava meu caminho no meio daquela floresta macabra e tenebrosa, nebulosa cheio de lobos uivando, como se anunciassem a minha morte em breve. Olhava para trás, a via me seguindo como se flutuasse no chão, vestindo uma capa preta com um capuz que cobria até a altura de seus olhos.

Meu fim estava chegando, eu sabia disso, sentia que ela iria me matar quando me alcançasse e eu sabia que não poderia lutar contra ela, mas eu deveria, precisava enfrenta-la, confronta-la de frente e destruí-la.

– Minha irmãzinha... Você não sabe nem da metade! – Ela gritou aparecendo atrás de mim e envolvendo meu pescoço em suas mãos, levantando-me do chão. Seus olhos estavam negros e assustadores, gigantes, e densos. Era terrivelmente tenebroso.

Acordei em um pulo, sentindo meu coração palpitando freneticamente em meu peito, minha respiração falha e uma dor incontrolável surgindo de dentro de mim. Não sabia mais o que iria fazer, eu tinha medo, mas também tinha raiva. Eu precisava ir atrás dela, precisava acabar logo com aquilo.

Deparei-me deitada em um quarto, com uma luz incrivelmente forte cegando-me logo em seguida. Senti um fino lençol me cobrindo até a cintura. Tentei tira-lo de meu corpo e me levantar, mas minhas mãos não se mexiam. Senti algo prendendo-as na mesa, levantei-as um pouco revelando uma espécie de cinta marrom envolto dos meus pulsos.

– O que...? Me tirem daqui! – Gritei repetidas vezes me debatendo na cama em uma tentativa falha de escapar dali. Nem as cintas e nem mesmo a cama se movimentaram um milímetro sequer.

Hayley! – Ouvi a voz de Robert surgir e logo em seguida ele apareceu, abrindo uma porta tão branca quanto as paredes.

– Onde estou? – Indaguei ainda me debatendo.

– Na ala psiquiátrica do hospital... – Sussurrou se aproximando de mim e segurando minhas mãos me fazendo parar de me mexer.

– Como assim? - Arregalei os olhos confusa, sentindo uma forte dor de cabeça latejando no fundo da minha mente. Não sabia como havia parado ali, nem o porque estava ali, mas sabia que precisava falar com Violet.

– Você não se lembra? – Balancei a cabeça negativamente. Nessa hora eu já estava me recuperando daquela crise, entretanto, ainda arfava de tanto que havia me debatido. – Você foi atrás de VioletAlguns flashes turvos vieram a minha mente, inundando-me com um pouco de informação sobre o que havia acontecido.

– Você não vai para o hospital! – Robert gritou segurando-me pelo braço esquerdo, impedindo-me de entrar no veículo.

– Preciso resolver isso! – Puxei meu braço de volta me libertando dele e entrando no carro, ignorando-o batendo no vidro incontrolavelmente na tentativa falha de me fazer desistir. Girei a chave no contato, dei a partida e segui para o meu destino.

– Você então foi para o hospital, desorientada e fora de si, viu Violet e a atacou – Continuou da forma mais resumida possível enquanto ia me lembrando do que aconteceu aos poucos.

– Você, desde o começo foi você quem arruinou minha vida! – Gritei partindo para cima dela, agarrando-a pelo jaleco branco e a jogando contra a parede.

– Hayley, o que foi?! – Indagou confusa se levantando do chão.

– Você matou a todos! – Eu a empurrei contra uma maca cheia de medicamentos, derrubando grande parte deles no chão e ouvindo os vidros se quebrarem debaixo de meus pés.

– Você está fora de si, tente se acalmar! – Violet segurou meus braços, mas eu a empurrei para longe de mim, acabei perdendo o equilíbrio, escorreguei e cai no chão, por cima de alguns vidros que cortaram minha coxa em algumas partes.

– Ela te deu um calmante e me ligou... – Continuou.

Violet em um rápido movimento pegou uma seringa naquela maca e se jogou contra o meu corpo, ainda jogado no chão devido ao forte escorregão. Senti o sangue escorrer e os cacos perfurando ainda mais minha pele, mas o que mais doeu foi a injeção penetrando meu antebraço direito injetando um liquido quente que pareceu colocar meu corpo em chamas instantaneamente.

– E o que mais? – Pedi querendo obter mais informações do ocorrido.

– Ela explicou o que aconteceu e ia te deixar ir embora, mas... – Ele fez uma pausa, puxando ar e arrumando coragem para o que diria a seguir – Eu não deixei...

– Você o que?! – Gritei voando para cima dele, mas fui impedida pela cinta que prendia minhas mãos. – Você está do lado dela?! – Indaguei furiosa sentindo algumas lagrimas brotarem no contorno dos meus olhos. Não conseguia acreditar que meu melhor amigo, aquele que eu amava incondicionalmente, foi capaz de fazer aquilo comigo.

– Se ela for quem realmente é... Ela vai te machucar e eu não quero que isso aconteça com você... – Tentou se explicar

– Mas agora eu estou vulnerável aqui, você não pensou nisso?! – Se ele não queria que ela me machucasse, porque ele me deixou presa no lugar onde ela trabalha?

– Porque eu posso ficar com você o tempo todo... – Disse docilmente acariciando meu rosto com as costas de sua mão.

– Eu quero sair daqui! – Rosnei.

– Não. Você não vai. – Respondeu curto e grosso com um tom frio e sombrio em sua voz.

– Ela pode entrar aqui quando quiser! – Insisti. – Eu quero sair! - Voltei a me debater, não tanto quanto antes, mas o suficiente para deixar bem claro que eu estava convicta do que queria.

– Ah... – Ele suspirou profundamente e colocou a mão no bolso. – Você vai parar? – Perguntou franzindo o cenho.

– Só quero resolver aquilo logo!

– Esse será seu lar a partir de agora – Ele soltou uma gargalhada maléfica e injetou algo em minha veia que ardia tanto quanto aquilo que Violet havia me dado naquele dia.

Não reconhecia mais Robert e não sabia mais quem ele era se não o monstro que me fez cair em uma escuridão mortal. Não adiantava lutar contra ou tentar manter os olhos abertos, eu podia ver as trevas me chamando para si e meu corpo ficando ainda mais leve enquanto minha respiração diminuía lentamente. Seria esse o meu fim?


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Notas finais do capítulo

E então, se surpreenderam com o que aconteceu? Estamos no ápice da história e, a partir de agora, as coisas irão pegar fogo então não deixem de acompanhar o que vem por ai :)



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