Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 16
Esquecer talvez seja uma saída


Notas iniciais do capítulo

Hayley mais uma vez tenta explicar o motivo de Jared estar em sua casa. Após todo esse episódio, ela faz uma pausa e começa a pensar sobre o que fazer de sua vida e, aos poucos, percebe que seu destino é completamente imutavel e que certas coisas necessitam acontecer para outras se esclarecerem.a explicar o motivo pelo qual Jared encontra-se em sua casa sozinho com



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                - Eu posso explicar! – Como se não pudesse piorar ainda mais as coisas, disse a famosa frase que um traidor fala ao ser pego pela mulher com uma amante.

                - Tenho certeza que pode – Rosnou.

                - Vai com calma, cara – Jared se intrometeu de uma maneira inadequada aumentando ainda mais o clima tenso entre nós.

                - Calado! – Robert e eu dissemos em uníssono. Jared levantou os braços na defensiva e se afastou alguns passos para trás.

                - É isso, você está mudando por culpa dele – Ele apontou para Jared e fez uma careta.

                - Hey, eu não tenho culpa se tenho sido um amigo mais presente que você – Foi uma indireta sobre o que aconteceu no dia anterior.

                - Você? Presente? Então onde esteve quando ela ficou internada naquele hospital tendo as piores alucinações da vida dela? – Lembrei-me vagamente daquela época e de uma das mais terríveis alucinações que já tive em minha vida. Você estava desaparecido! Ninguém nada sabia sobre você!

                - Eu estava fazendo tratamento em outra cidade! – Jared tentou se explicar, entretanto o interrompi e voltei a conversar com Robert:

                - Não é nada disso que você está pensando! – Mais uma vez, senti-me nervosa por ter usado a outra frase típica. Qual era o meu problema hoje?

                - E o que você acha que estou pensando? Que vocês estão juntos? – Perguntou irônico.

                - Sim! Não!– Murmurei.

                - Olhe só o único que mudou aqui foi você. Não é amigo? – Jared disse. Robert ficou completamente imóvel com aquela palavra, era como se ela houvesse aberto uma ferida cicatrizada– Escute, estou indo embora e vocês se resolvam sozinhos - Ele caminhou até a porta da sala ficando a poucos passos de Robert e me observou. – Hayley, ligue-me se precisar – Completou em um tom mais suave antes de sair da minha casa.

                - Não acredito nisso! – Robert pôs as mãos em sua cabeça. Ele me observava desapontado. – Vocês virando amiguinhos e jogados no chão! – Disse suas deduções. Voltei a me defender tentando explicar da maneira mais clara o que havia acontecido.

                - Eu estava dormindo, tive um pesadelo e quando acordei ele estava na porta da minha casa. Estava frio, convidei-o para entrar, começamos a conversar, fizemos algumas brincadeiras e caímos no chão!

                - Não sabia que isso envolvia ele em cima de você!

                - Você não sabe de nada! Se me conhecesse... – Não tive a menor chance de completar a frase, antes disso, ele me interrompeu.

                - Claro, mesmo eu te conhecendo a mais de 11 anos não sei de nada sobre você!

                - Para Robert!

                - Parar? Conheço seu passado com ele! Ou você se esqueceu que sempre estive ao seu lado?  - No momento em que ele fez essa pergunta, uma jorrada de lembranças daquela época invadiu a minha mente deixando-me muda por alguns instantes.

- Aquilo mudou, eu mudei... Nada é igual e para com isso... Ta legal? - Desisti de argumentar contra. Sentei-me no sofá e abracei as minhas pernas apoiando meu queixo sobre os meus joelhos.

- Odeio a maneira como você me faz sentir culpado depois que digo algo! – Ele bateu os braços contra seu corpo e bufou tentando acalmar os nervos.

- Robert, porque você estava com Violet...? – Perguntei levando a conversa para outro rumo.

- Como é? – Surpreendeu-se - Não estava com ela, eu estava ajudando minha mãe! – Respondeu após pensar por alguns segundos.

- Aham... Então quem era aquele no bar próximo ao hospital? – Insisti

- Não sei o que você está falando. Acho melhor você ir dormir, porque está vendo coisas onde não existem – Defendeu-se imediatamente.

- Que novidade – Revirei os olhos. Meu tom de ironia, aparentemente, o fez cair na real de que o que acabara de dizer era a maior idiotice.

                - E mesmo que fosse, teria algum problema? Ela é legal, bonita, tem uma conversa legal e me entende – Disse como se não fizesse a menor diferença.

                - Aham, te entende, então vocês já saíram – Revidei. Quando eu queria descobrir algo ou irritar alguém com alguma coisa, meus interrogatórios faziam parecer que eu estava com ciúmes.

                - Me poupe desse joguinho – Robert respondeu em um tom frio e bateu a porta da minha casa ao sair.

                Após todo aquele episodio, fiquei parcialmente abalada e refleti sobre tudo o que aconteceu e o que estava por vir. Será que um dia teria que escolher entre eles? Entre meu melhor amigo e meu... Ah, eles devem entender que o que aconteceu no passado não pode ser mudado, por mais que desejamos. Só espero que um dia eles possam fazer as pazes e então acabar logo com esse pé de guerra. Mas para isso, sei que eles precisam colocar tudo na mesa, dizer certas coisas e esclarecer certos acontecimentos. Como, porque eles começaram a não se entender mais, onde Jared esteve naquela noite e porque Robert saiu preocupado da casa na praia aquele dia para fazer uma ligação?

                Antes de continuar pensando, pois isso iria levar horas e horas de ‘mundos paralelos’ e possíveis acontecimentos que, na verdade, não iriam ser nada parecidos com o que minha mente criaria, subi para o meu quarto, sentei-me com as pernas cruzadas em meu colchão, coloquei meus fones de ouvido e deixei a play list aleatória ativada. Por um tempo, pensei em como poderia coloca-los frente a frente, pacificamente, para terem uma conversa de adultos e depois eles saírem de lá grandes amigos ou, ao menos, colegas. Entretanto, as coisas não saíram como no planejado. Não consegui pensar no que deveria, apenas fiquei prestando atenção na letra da musica agitada que eu estava ouvindo. Ela me distraiu por completo e levou-me para outro mundo. Era como se não existisse nada à minha volta além daquela música. Pude sentir meu corpo ficar cada vez mais leve e minha mente se esvaziar aos poucos. O som da bateria se igualava com as batidas rápidas do meu coração que pulsava forte com o que estava ouvindo. Eu balançava a cabeça de um lado para o outro, batia os pés no chão e fingia tocar uma guitarra tentando acompanhar o ritmo da melodia.

                - O bom e velho rock... Porque não fazem musicas como essas hoje em dia? – Perguntei. – Falta de criatividade – Respondi. – Ótimo, já cheguei ao ponto em que preciso falar sozinha para pensar – Revirei os olhos – Nada demais, só pareço ainda mais louca – Abri um pequeno sorriso e voltei a me concentrar na musica.

                Pouco tempo depois, havia desistido de ficar apenas sentada e já estava dançando uma coisa qualquer em meu quarto. Alternei entre alguns rodopios, balançar a cabeça, pular na cama e no chão e tentar alguns passos que havia aprendido há muito tempo atrás de free step. Mas o que mais fiquei fazendo foi fingir que estava tocando uma guitarra enquanto pulava de um lado para o outro e cantava a letra tão intensamente que fazia parecer que eu estava em um show Quando a musica acabou, encerrei jogando-me de joelhos no chão e deslizando por alguns segundos.

                Depois que havia cansado de fazer tudo aquilo, desci para a cozinha, peguei um saco de pipoca de microondas e coloquei no mesmo esperando algum tempo até elas ficarem prontas, enquanto isso peguei o maior copo da casa, um de 600 ml, enchi de refrigerante e gelo, coloquei um canudo e fui até a sala. Deitei-me no sofá embaixo de uma fina coberta, liguei a TV no meu canal favorito de filmes e, por sorte, estava passando um filme de terror que eu estava louca para assistir.

                Claro que soa meio irônico eu, a garota que vê coisas estranhas, assistir um filme que fala sobre isso e, mais estranho ainda é quando algo sobrenatural é igual a algo que já vi ou sonhei, mas, apesar de tudo, era um bom passatempo e ver como os personagens lidavam com isso era ainda mais engraçado, pois eles faziam coisas inacreditáveis e morriam das formas mais escrotas que podia se imaginar, sem falar, é claro, nos gritos de horror deles. A maior farsa.

                Mas, após um tempo assistindo aquilo, cai na real e pensei no que estava fazendo. Eu deveria ter tentando me explicar mais com Robert e não tê-lo pressionado a responder aquelas perguntas, afinal, ele era meu melhor amigo e eu deveria confiar nele... Até porque, se ao menos tivesse tentado fazer as pazes, ele estaria comigo agora participando dessa pequena bagunça que estou fazendo... E, realmente, pensando com mais clareza, qual era o problema dele sair com Violet? Ele era apenas meu amigo e sempre esteve do meu lado... Talvez esteja na hora dele ter um pouco de liberdade, conhecer outras pessoas e dedicar seu tempo a elas...

                “Ciúmes de perdê-lo”

                “Calada”

                “Você pensa que ele irá dar mais atenção às outras do que a você, ainda mais se ela tiver ciúmes da amiguinha problemática”.

                “Qual é o seu problema? Deixe-me em paz!”

                “Você tem medo...”.

                “Haha, medo do que?”

                “De ele ver que não vale a pena ficar contigo, ainda mais quando você o soca por estar tendo uma alucinação”.

                “Vai envenenar a cabeça de outra pessoa” – Encerrei meu pensamento com isso. De uns tempos para cá, mais especificamente hoje, fiquei completamente certa sobre ter um alter ego dentro de minha mente e garanto que isso é a coisa mais chata e irritante que pode acontecer com alguém, afinal, não tenho paz e, dependendo do assunto, essa voz se intromete, coloca ideias idiotas na minha mente e me faz pensar em coisas completamente sem nexo.

                Entretanto, ela também me faz cair na real às vezes. Realmente tenho medo de perdê-lo... Talvez meu fardo seja esse, magoar as pessoas que mais amo e passar o resto dos dias sozinhas em frente a uma televisão, comendo porcarias, vendo coisas aterrorizantes e discutindo comigo mesma... Talvez, mas, quem realmente sabe sobre o meu futuro e os mistérios que ele me reserva?

                


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Notas finais do capítulo

É isso ai ^^ Mais um capitulo pra satisfazer a vontade de vocês e não quero ameaças de morte pelo o que fiz e.e brincadeirinha. O proximo capitulo não prometo para a semana que vem e depois explico o motivo u.u sintam curiosidade. E é isso, agradeceria reviews sobre o que vocês acham que Hayley possivelmente irá fazer e enfrentar ^^



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