O encarei, inconscientemente esperando que ele risse ou algo do gênero. Mas ele não o fez e estava obviamente esperando uma resposta por minha parte. Senti o rubor me inundando imediatamente e me apressei:

–Vamos, continue se iludindo. -Eu soltei uma risada arrogante. -E me solta, seu idiota! -Rugi entredentes, sacudindo o meu braço repetidas vezes, mas ele não soltou.

Ao invés disso ele levou a mão livre ao meu pescoço, fazendo com que toda área próxima dali fosse invadida por ondas de um calor inebriante, e puxou meu rosto para mais perto até que meus olhos ficassem à altura de sua boca perfeitamente esculpida e rosada. Seus lábios pareciam tão macios. Então ele libertou meu pulso e usou aquela mão para segurar minha cintura e trazer esta para mais perto. Não consegui evitar a exclamação muda que soltei ao perceber o quanto eu queria beijá-lo.

Ah, fala sério! Eu não era o tipo de garota que beija um garoto que mal conheceu e que é conhecido de seu pai. Um garoto arrogante e irônico que com certeza deixou vários corações despedaçados por seu caminho. Acima de tudo, não era uma garota que beijava alguém como Rick, e muito menos se apaixonava. Por quê? Porque eu simplesmente não creio que exista realmente amor. Talvez paixão ou algo do gênero, embora não amor.

Mas todos aqueles pensamentos racionais foram suavemente espantados para longe de minha mente quando Rick me empurrou contra uma árvore de tronco largo o suficiente para me impedir de cair se meus joelhos falhassem. Ele tirou algumas mechas de cabelo que estavam sobre meu pescoço nu e em seguida colocou os braços apoiados na árvore, deixando-me presa entre estes. Segurei seu rosto entre minhas mãos e o puxei gentilmente para mim, colando meus lábios nos dele. Ele começou a me beijar afetuosamente, passeando as mãos por meus cabelos vez por outra até que o beijo assumiu uma paixão abrasadora. Ele roçou os lábios em minha orelha, descendo pacientemente até a base de meu pescoço, às vezes sugando suavemente minha pele. Cravei minhas unhas em suas costas, tentando me apoiar em algo material. Ele segurou minha mão, com força, entrelaçando nossos dedos. Uma voz racional no fundo de minha mente gritava: "Vamos, July, seu pai está só à dois metros! O que fará se ele te ver agarrando "o jardineiro"? Rick perderá seu emprego e seu pai terá nojo de você!".

–Rick. -Murmurei, exausta. -Rick, eu tenho que ir.

Ele parou, fitando-me com uma expressão selvagem que rapidamente adquiriu o tom normal de tranquilidade dele.

–Certo. Vejo você por aí, pequena? -Sua voz rouca me provocou calafrios.

–Não sei. -Disse, tentando não deixar transparecer a minha angústia e recuperando a racionalidade, finalmente.

–Hmm. -Ele limitou-se a dizer.

Então suavemente desentrelaçou meus dedos dos dele, fazendo com que eu perdesse metade de minha temperatura. Arfei inconscientemente.