Trovoada escrita por Juliana


Capítulo 1
Capitulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/351345/chapter/1

James ressonava tranquilamente na sua cama, no dormitório masculino quando alguém acordou-o a cutucadas e sussurros apressados:

– James! James! Jay...

James virou-se pro lado e respondeu, ainda dormindo:

– É sábado, Pads... Me deixa... - E continuou balbuciando alguma coisa ininteligível.

– James, sou eu, Lily. Por favor, acorda. - Choramingou a pessoa que tentava acordá-lo, que afinal era Lily a quase-namorada do rapaz.

– Lily? O que você esta fazendo aqui? - James voltou a perguntar ainda não totalmente acordado, sentando e virando para a garota. Não a encontrando pelo escuro do quarto. - Onde você 'tá?

Mas Lily não precisou responder por que logo um relâmpago caiu ali perto iluminando o quarto todo e, assim, a face assustada da ruiva ao lado da cabeceira da cama.

– O que houve Lily? Que cara é es...?

Novamente Lily não respondeu, nem teve tempo. Um trovão estourou do lado de fora e a ruiva gemeu pulando pra cima da cama e se agarrando ao garoto.

– Lily?!

O garoto se assustou, quem não se assustaria se uma garota pulasse em cima da sua cama no meio da noite? Não que ele não estivesse gostando. Ele gostava de qualquer contato que tinha com Lily, mesmo aquele tapa que recebia a algum tempo atrás só... era estranho.

É claro que ele e Lily já haviam se abraçado, beijado e essas coisas todas que as pessoas fazem quando saem juntas, você sabe. Seus oito encontros que vinham acontecendo desde o início do sétimo ano haviam significado um grande avanço no relacionamento deles e por mais que não fosse exatamente um namoro, era algo gostoso de se ter.

Mesmo assim James Potter não esperava que Lily Evans fosse aparecer num dia de chuva torrencial, no meio da noite e se jogar na sua cama, o abraçando.

De qualquer forma, James logo se acostumou. Ele não podia ficar bobeando num momento desses.

– Shhhh, hey, Lily! O que houve, ruiva?

A garota levou um certo tempo para responder e quando o fez sua voz saiu envergonhada e soprada:

– Tenho medo de trovões. - E escondeu o rosto na curva do pescoço de James.

O rapaz levou algum tempo para associar a frase (vocês sabem, é difícil se livrar do sono no meio da noite) e quando finalmente entendeu o que a garota queria dizer seus ombros tremeram por tentar conter o riso, a ruiva percebeu e já estava se soltando dele, irritada.

– Se eu soubesse que você riria, não teria contado. - sussurrou para não acordar ninguém.

Mesmo James não conseguindo vê-la sabia que seu rosto deveria estar vermelho e seu nariz enrugado, como sempre acontecia quando ela se irritava.

– Desculpa, Lil's. Não precisa ter medo...

Antes que ele terminasse outro trovão eclodiu, dessa vez mais forte. E os olhos de Lily encheram-se de lágrimas enquanto ela choramingava e se agarrava a James de novo.

– Oh, ruivinha. Calma, tá? 'Tá tudo bem, não vai acontecer nada com você.

J- ames... James, eu posso ficar com você aqui hoje? Por favor. Eu tenho tanto medo.

– Oh, oh... oh!

James surpreendeu-se e balbuciou baixinho. Não sabia se seria exatamente uma boa ideia, afinal, bem, eram dois adolescentes, cheios de hormônios... dormindo juntos? Mas concordou, mesmo assim. A muito tempo percebera que nunca seria capaz de negar algo a Lily.

– Claro. Deita aqui. - Afofou o travesseiro.

Lily deitou-se na pontinha da cama e do travesseiro. De costas para James. Entrelaçou a mão dela na dela e passou em torno do estomago.

– Obrigada, Jay...

Com a mão livre James fechou o cortinado e se acomodou na cama também, ouvindo o barulho da chuva e fechando os olhos. Foi quando uma coisa lhe ocorreu:

– Lily? - Chamou.

– O que? - Ela sussurrou de volta.

– Por que você veio para cá se tem colegas de quarto? Alice não me parece o tipo de amiga que lhe negaria uma cama, embora Marlene pareça.

Lily virou-se para ele e demorou certo tempo para responde, quando fez, surpreendeu a James:

– Você me faz sentir protegida, porco-espinho, - Ela brincou com o apelido que dera ao marauder - E, também, acho que eu estava com um pouco de saudade de ficar, assim, pertinho de você. Mas não pense que é uma desculpa o medo de trovões, por favor. Desde pequena eu corria para o quarto da minha mãe em noites de trovoada.

– Protegida, é? - Indagou beijando-lhe a testa delicadamente. Lily sentiu o sorriso de James quando ele fez isso. - Saudade? - Lily assentiu sorrindo também. - Nunca pensei que pudesse me surpreender tanto numa noite só.

– Como assim?

– Ah, qual é, Lily? Você aparece aqui, pula na minha cama, diz que tem medo de alguma coisa (você nunca tem medo de nada, até onde sei), e demonstra seus sentimentos assim tão abertamente? Quem é você e o que fez com Lily Evans?

– Sei lá, você me disse para ser mais espontânea não disse? Estou tentando...

James sabia que a intenção de Lily era deixar a frase no ar, mas ela seria interrompida de qualquer forma já que houve outro trovão e outro e outro e Lily deixou escapar um gritinho sufocado pelas cobertas. James a abraçou forte e sentiu o queixo de Lily tremer contra seu peito.

– N-não sei o que é m-mais patético. - Tremeu a voz da garota. - Ter medo ou ter medo de trovões.

– Nenhum dos dois é patético, Lil. Ter medo é a coisa mais natural do mundo, sabia? Ficaria surpreso se você não tivesse medo.

Lily o abraçou de volta e se aconchegou no peito do marauder ficou um tempo em silêncio, ouvindo a chuva forte do lado de fora e acompanhando a respiração de James. A pergunta que fez, então, foi especialmente infantil, mas nenhum dos dois deu atenção a isso:

– Do que você tem medo? sempre parece tão seguro, parece que não tem medo de nada. O que você teme, James? - Parecia uma filha que admirava o pai e achava que ele não tinha pontos fracos.

– Ah, eu tenho dois medos Lily. Quer dizer, tenho vários medos, mas dois deles são os que mais me atormentam. - James suspirou acariciando os cabelos da ruiva, agradeceu mentalmente por ela não poder vê-lo naquele momento. - Desde o, hum, quinto ano tinha medo que você nunca gostasse de mim. Não que você seja obrigada a gostar de mim ou algo parecido só que, sabe, imagine se você ficasse com outra pessoa? Eu ficaria feliz e triste... por que, bem, eu ficaria feliz por você estar feliz e ficaria triste por que não era eu quem lhe fazia feliz. E agora que estamos "juntos" tenho medo que você me deixe ou que eu não consiga fazê-la feliz. Por que eu... por que eu amo você, Lily. Muito. E não gostaria de vê-la triste.

" Eu sou muito melodramático mesmo. Era para falar dos meus medos e acabei me estendendo demais, acho."

Lily voltou a cabeça para o travesseiro e fitou o lugar que achava estar James, levantou a mão e acariciou o rosto do marauder, sorrindo largamente. A face de James estava quente, aparentemente ele corara. Lily se aproximou e juntou seus lábios aos dele, beijou-o levemente. Até hoje se apavorava como seus lábios se encaixavam aos dele perfeitamente. Sentiu falta do óculos - que ela sempre reclamava de "atrapalharem" mais por birra do que qualquer outra coisa - e quase disse para ele pô-los antes de lembrar que era de noite e geralmente se tira os óculos para dormir, para deitar... Esses pensamentos levaram Lily a outros pensamentos, esses mais constrangedores e ela diminuiu o ritmo do beijo inconscientemente e se afastou para colar sua testa na de James. Suspiraram.

– Você não é melodramático, James. Eu acho lindo como você consegue falar dos seus sentimentos assim e, eu também amo você. Amo tanto você que às vezes te odeio, na verdade, fico em dúvida se te amo ou te odeio. Sinto tanta raiva de você do nada que me apavoro. - Eles riram baixinho. James bem sabia que era verdade. - Qual é seu outro medo?

– Tenho medo da guerra.

– De... de Você-Sabe-Quem? - A voz de Lily tremeu.

– Não, da guerra em si. Voldemort não seria nada se as pessoas não o apoiassem, não apoiassem a guerra. Tenho medo do que a guerra pode tirar de mim, meus amigos, minha felicidade, você. Tenho medo de perder as coisas como perdi meus pais. Tenho muito medo. E é por isso que eu vou lutar até o fim para que isso acabe. Enquanto eu estiver vivo, estarei lutando.

– Shhh, não fale assim. Parece que vai morrer amanhã. - Lily odiava quando falavam sobre isso perto dela. Digo, a morte.

– Amanhã, não. Mas quando por o pé para fora de Hogwarts, a probabilidade é grande. - O tom de James sugeria uma brincadeira, Lily não riu.

– Não é engraçado, Potter. Não é nada engraçado. - Pronto! Estava feito, Lily ficara com raiva dele e de suas "bobices infantis" como ela costumava chamar. Se desvencilhou dele. - Se continuar falando dessas coisa vou ir dormir com a Alice de verdade.

– Calma, ruiva. Era brincadeira. Vem cá, vem. - E a puxou para os seus braços novamente, passou a perna por cima da cintura de Lily e a prendeu junto a ele, de costas. Ele riu na sua nuca, baixinho e Lily se arrepiou.

– Não, sai. Me deixa dormir. - resistiu Lily.

– Ah, pequena...

– Sai, Potter. Me solta. Não dá pra conversar com você sem ficar falando bobagens. - James não a soltaria se um relâmpago não tivesse iluminado o quarto. Ele sorriu internamente e disse:

– Se você faz tanta questão... - E a soltou.

Lily apalpou o travesseiro e virou de bruços. James contou mentalmente "1...2...3...4...5...6...7..."

"BRUUMMM!"

Lily pulou na cama e se agarrou a James novamente. Segurou a blusa do pijama do castanho com tanta força que ele achou que a menina a rasgaria. Quando finalmente parou a respiração de Lily ainda estava ofegante.

– E então? Acho que você não consegue ficar muito tempo se me agarrar, uh? - Sussurrou ele no ouvido dela.

– Ah, cale a boca. - Respondeu. E sorriu, afinal, sempre que Lily tivesse medo de algo, James estaria li para ajudá-la e vice-versa. E era ótimo saber disso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mais uma one fofinha e JILY!

Espero que tenham gostado.

E, só para esclarecer, James a largou quando deu o relâmpago por que relâmpago é sinal de trovão. Se vocês não sabiam, sabem agora.

Uh, uh, uh, COMENTEM!

Beijossssssssssss