Killer X escrita por Jhay


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu agradeço a Leandro Carvalho Hells Bels e AnaEvans por favoritarem a minha fic. E agradeço muitissimo a Hells Bels que recomendou a fic, Bels sua diva *-*



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Ele a chamara de Killer X. Aqui nunca era um bom sinal. Sempre vinha com o nome uma missão. Missão essa que Laura não queria realizar, mas tinha. Por enquanto.

  – Senhor - ela maneou a cabeça com o rosto sério e indecifrável. Uma das marcas de sua personalidade X.

  – Temos um trabalho para você - ele olhou para uma pasta a sua frente e depois para Laura.

  – Imagino que sim.

  – O nome, idade e o objetivo estão aí. Dê uma olhada. O "pacote" estará pronto às 16h00min. Seja pontual.

  – E alguma vez eu não fui? - deixou a pergunta retórica no ar enquanto Jeremias empurrava a pasta em sua direção.

 Não disseram mais nada, como sempre. Laura se levantou e foi embora. Se limitou a olhar a pasta por dentro. Não tinha vontade de ler o que estava escrito ali, muito menos ver o rosto do infeliz azarado. Só queria que aquilo acabasse. E sabia que não iria acabar, mesmo depois de salvar sua irmã. Não conseguiria deixar para trás o que havia feito. Seu passado a condenaria, e voltaria para assombrá-la todas as noites. Tinha a impressão de que algo iria acontecer. E não era nada bom.

  – O que aconteceu? Você demorou - Sunny abaixou o volume do rock que escutava quando Laura se sentou no banco ao seu lado.

  – Me chamaram - olhou involuntariamente para a pasta pousada em seu colo.

  – O que tem na pasta? - perguntou pesarosa.

  – Nada demais - olhou através da janela para nada especifico.

 Não queria conversar sobre aquilo. Não com sua própria irmã gêmea. Na verdade, preferia não conversar. Sunny entendeu bem, deu partida no carro e não disse mais nada. As duas foram para casa ao som de From The Inside - Linkin Park.

I don't know who to trust

No surprise

Everyone feels so far away from me

Heavy thoughts shift through dust

And the lies

 Eu não sei em quem confiar

Sem surpresa

Todos se sentem tão longe de mim

Pensamentos pesados separados pela poeira

E as mentiras

 Laura achava que aquela música era feita para ela. Aquela música expressava a sua vida. Achava incrível. Incrível como uma música podia dizer e descrever uma vida, e como poderia aliviar, mesmo que minimamente, um pouco de suas preocupações. Continuou olhando para fora. Para as lojas e casas que iam passando rapidamente enquanto voavam pelo asfalto até a rua de casas iguais. Laura nunca soube o nome daquela rua, mesmo que a cidade fosse minúscula. Nunca se interessou em saber. Na verdade, nunca se interessou em saber nada sobre ninguém. Ficaria ali não por muito tempo. Relacionamentos não eram permitidos. Mas essa regra, Laura sabia, já não era mais seguida por sua própria criadora.

 O som foi desligado retirando Laura dos seus mais profundos pensamentos, trazendo-a para o presente. Elas haviam chegado na casa. Mas não na rua das casas iguais. Era sua própria casa. A da Rua Strange - nome bem sugestivo. Olhou para Sunny e franziu o cenho sem entender.

  – Você tem coisas para fazer. Eu também tenho. Amanhã nós temos escola - Laura percebeu com estranhamento o uso do nós na frase.

  – Nós? - perguntou.

  – Eu também vou começar a frequentar o Blue-Moon High School - percebeu o olhar surpreso de Laura - eu tenho dezessete anos também, Laura. E vou fazer o 3° ano junto com você.

  – Ah, claro...

  – Posso pegar você. Se quiser... - disse sem muito convicção.

  – Não. Eu... Eu preciso pensar um pouco. Preciso ficar sozinha.

  – Entendo - disse e acelerou o carro imediatamente quando Laura fechou a porta.

 Ela ficou lá por um tempo. Não sabia o que iria fazer. Tinha um dia todo pela frente. Perdera um dia de aula, que, na sua opinião, não fazia muito falta. Olhou por um momento sua casa. A tinta branco-gelo estava gasta e descascada. Subiu os degraus da varanda, que rangeram por causa da pressão. Girou a maçaneta. A porta não se abriu. "Você esqueceu que tinha trancado? Ou achou que a casa iria ficar aberta o tempo todo? Sua tonta". Tateou os bolsos em busca de uma chave. Nada. Revirou os olhos. Passou a mão na madeira da janela e parou só quando encontrou uma pequena falha. Puxou com a unha o pedaço retangular pequeno de madeira - cortado a um tempo atrás - que servia para guardar a chave reserva. Lá estava ela. Uma chave comum escondida em um lugar incomum. Abriu a porta e logo sentiu o cheiro familiar de casa. Era um cheiro de móveis meio velhos, mas era um cheiro reconfortante e a deixava com uma sensação de que tudo iria dar certo. Mas aquela sensação era momentânea, como tudo em sua vida. Fechou a porta atrás de si e andou vagarosamente até seu quarto. Olhou de um lado para o outro. Ali era seu refúgio do resto do mundo. Onde todas suas coisas estavam. Lembrou do quarto de Andrey. Era tão arrumado... Tão diferente do seu... Aquilo era uma zona enquanto o de Andrey era como de um quarto de hospital particular. mas se sentia melhor ali. No meio da bagunça podia se perder, e perder o mundo. Tinha que fazer isso. Ela devia aquilo para sua mente conturbada. Jogou-se na cama, mergulhando na maciez reconfortante. Colocou os fones de ouvido e apertou o play. Ficou encarando o teto e pensando. Seus pensamentos eram devaneios que iam e vinham com muita facilidade. Não pensava em algo especifico. Só deixava que tudo aquilo fluísse, como um rio que começa raivoso e confuso e depois vai se acalmando até se sentir apaziguado. Seus olhos pesaram. Não lutou contra. Se entregou ao sono. E ao sonho.

Laura estava em um quintal. Estranho... Nunca estivera ali... Então por que estava? E como tudo em sua vida, não fazia sentido algum. Olhou para a esquerda e só viu árvores e mato. Olhou para a direita e viu a mesma coisa.

  – Laura! - uma voz doce e estridente gritou seu nome.

 Ela se virou e no mesmo instante foi pega por um ser de cabeleira encaracolada cor de cobre. Ísis... O que ela estava fazendo ali? Era realmente um sonho...

  – Ela estava louca para te ver - disse uma voz vindo na direção da porta.

 Era Sunny. Estava com um vestido longo, cinza com detalhes preto. Seus cabelos estavam cortados a cima do ombro.

  – Isso é um sonho?

  – O que você acha? - perguntou Ísis - foi você quem fez isso.

 Ísis olhou de volta para mim. Mas já não era Ísis, minha irmã. Era a garotinha diabólica do outro sonho... Seus olhos eram completamente negros e o rosto todo deformado. Eu a empurrei para a frente, para longe mim.

 Laura acordou assustada. Olhou para o relógio na parede. 3h20min. E como sempre acordara de madrugada por causa de pesadelo. Tinha a impressão de que esses pesadelos aumentariam logo, logo. Ela se levantou, nem se deu o trabalho de acender a luz e foi direto para o banheiro. Se olhou no espelho como fazia sempre que tinha um pesadelo. Seu celular tocou.

3 chamadas não atendidas

  – Quem raios liga para alguém uma hora dessas? - perguntou enquanto via as chamadas - Andrey? Como assim? - ele havia deixado uma mensagem na caixa postal.

 Alyce apertou para ouvi-la.

   – Alyce?! Você tá ai? Preciso da sua ajuda! Ah, espera, tem alguém na porta - ela ouviu ele abrindo a porta.

 Ouviu um baque surdo, deduziu ser do telefone caindo. Ouviu um grito. Era Andrey?

­  – Socorro - a voz estava distante.

  – Quem está ai? ­- perguntou do outro lado um voz grave.

 Alyce não disse nada. Não conseguia dizer.

  – Seja quem for, não se importe com isso, só foi um mal entendido, certo? - a pessoa do outro lado desligou.

 Alyce deixou o celular cair e ficou fitando o nada, pensando no que havia acabado de acontecer. Nada aquilo fazia sentido... Ou fazia sentido demais. Andrey foi sequestrado, era isso? Mas por que? De súbito se lembrou da pasta. Não queria acreditar, mas talvez...

 Saiu correndo para a sala e pegou a pasta em cima da mesa de centro. Abriu com os dedos meio trêmulos. Lá estava a vida de alguém. Talvez de Andrey.

Nome: Jack Solevar Jackson

Idade: 18 anos

Objetivo: Saber o nome das pessoas envolvidas na rebelião contra a OPF.

Ela congelou, não tinha foto nem outra coisa, só aquelas palavras no meio da folha branca. Não era o nome de Andrey. Mas eles sabiam de alguma rebelião... Eles sabem!, pensou com certo pavor. Pelo menos não era o nome de Andrey naquela fixa. Mas algo tinha acontecido com ele. E ele sabia que iria acontecer. Ele sabia... Um arrepiou passou pelo corpo de Alyce. Pela primeira vez, não sabia que atitude tomar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Mão esta dando pra postar todo dia, desculpa gente T_T



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