Era mais um dia ensolarado na cidade de Guardia. A luz do sol se misturava com o céu azul, que banhava toda a vegetação e as moradias dali. Era um dia especial, mas não devido ao clima.
– Ren!
– ...
– REN!
– AH, oi...que horas são...?
– Hora de levantar, ou você vai perder o seu compromisso!
– ...só mais 5 minutos...
– Nada disso. Levante já, o café já está na mesa.
– ...sim, mãe.
Um lampejo de memória estala na cabeça de Ren.
– Pelos deuses, como pude esquecer? Hoje é dia da feira anual da cidade!
Ren é um jovem de 17 anos, de altura e físico médios. Possui cabelos negros e olhos de cor escarlate.
– Nossa, tenho que me aprontar rápido!
Ren desce as escadas de forma apressada, pega uma fruta e rapidamente se dirige à porta.
– Estou atrasado, mãe! Já estou indo!
– ma-mas e o café...?
A frase fora interrompida pelo fechar da porta.
~*~
Ren vai à feira da cidade, de forma enérgica e animada. Ele esperava este dia como nenhum outro. Ao chegar na feira, duas pessoas o importunam.
– Ei, ei!
Ren vira-se para ver quem é. Eram seus amigos, Asuka e Daisuke.
– Demorou, hein! - diz Daisuke.
Daisuke é um jovem de 17 anos. Possui um físico grande e robusto. Seus cabelos e olhos são castanhos.
– Achamos que não fosse mais vir, seu bobo! - diz Asuka.
Asuka é uma jovem de 16 anos. Seu físico é pequeno. É ruiva e seus olhos são dourados.
– Vamos logo, tem muita coisa boa pra fazer hoje! - Daisuke diz, animado.
O dia passa, e o pôr-do-sol se mostra, começa a tomar o céu, e a feira se encerra.
– Nossa, que dia! - diz Daisuke.
– Valeu totalmente a pena! - Ren responde.
– Ai, estou morta... - diz Asuka.
Os três vão para suas casas.
~*~

– ...onde estou...? - diz Ren.
– ...Ren. - uma voz feminina misteriosa ecoa no ambiente vazio.
– Quem é você, e como sabe meu nome...?
– Busque a verdade, só depende de você.
– Espera aí, que papo é esse?
– ...
– ...VAMOS, ME RESPONDA!
– ...
– RESPONDA!!!
– ...saberá quando for a hora certa.
– POR QUE NÃO ME DIZ AGORA? RESPONDA!
Ren acorda bruscamente, assustado, mas percebe que era só um pesadelo.
– Droga...mais um pesadelo...
Os pensamentos de Ren iam e voltavam, mas não chegavam a lugar nenhum, mas de alguma forma, havia uma intuição, de que tudo aquilo podia ser real.
– ...era um pesadelo...mas por que...por que pareceu tão real...?
~*~
Amanhece em Guardia. O sol mais uma vez toma conta do céu, erradicando a escuridão da noite. Ren não conseguira mais dormir, estava "virado".
– ...mas que noite péssima... - Ren pensa.
Ren se levanta, e não para de pensar na noite que passou, lembrava do sonho como se fosse real. Ele só desejava apenas esquecer tudo isso.
Subitamente, os pensamentos de Ren são interrompidos. Uma fumaça densa toma conta do ambiente.
– Ma...mas o que é isso?!?! - Ren diz, enquanto tosse.
Ren tenta sair de seu quarto, ainda sem entender o que se passava. Além da fumaça, labaredas de fogo começaram a surgir. Sua casa está em chamas.
– ...DROGA! NÃO!!!
Ao descer as escadas, Ren se depara com o corpo de sua mãe, carbonizado, em meio a restos de mobília, ornamentos e tudo o que havia na casa, também tomados pelo fogo.
– NÃO! NÃO!!! hic...MÃE!!! - diz, aos prantos.
Nesse momento, entram duas pessoas na casa. Eram Daisuke e Asuka.
– REN! Você está bem?! - Asuka pergunta, em tom de preocupação.
– O QUE ESTÁ ACONTECENDO??? - Ren, ainda aos prantos, grita.
– INCENDIARAM A CIDADE, TODOS MORRERAM! - Daisuke responde na mesma intensidade.
– VAMOS SAIR DAQUI LOGO! - Asuka intima.
Ao sairem da casa, o cenário é devastador. Casas, vegetação, pessoas...tudo estava em chamas.
Ren corre em direção aleatória, obviamente desnorteado. Estava procurando por algo.
– Tem que estar aqui...Isso não foi um acidente... - pensa.

Ao se distanciar de Daisuke e Asuka, Ren se encontra em um beco. As chamas o impedem de seguir em frente. Enquanto pensava, eis que surge uma figura.
– !!! - Ren, assustado, fica sem ação.
Logo, as chamas que circundavam o local ficaram negras.
– Hmm...vejo que está surpreso. Viu alguma assombração? - Era um misterioso homem encapuzado, falando em tom jocoso.
Ren permanece sem ação.
– Este é só o começo, destruímos essa cidade ridícula, e vamos destruir muito mais, Aniquilaremos tudo o que tem importância para você.
Ren respnde imediatamente, em fúria.
– ...ENTÃO FOI VOCÊ, SEU DESGRAÇADO? VOCÊ MATOU MINHA MÃE!! O QUE QUER COMIGO? EU NEM SEI QUE VOCÊ É!!!
– Não diga besteiras, seu insolente. Você sabe muito bem quem eu sou, Englehart.
– DO QUE ESTÁ FALANDO?...SEU...SEU CRETINO! EU VOU ACABAR COM VOCÊ!
Ren avança em direção ao sujeito, mas falha na tentativa de ferí-lo, levando um contra-ataque imediatamente e sendo aprisionado por feixes negros de energia, que o enforcava.
– Eu poeria te matar agora mesmo, sabia? - o sujeito tripudia.
Daisuke e Asuka chegam neste momento, mas antes que pudessem tentar algo, o sujeito some.
– Pouparei sua vida por enquanto, Englehart. Você ainda será muito útil para nós.
– ...MAL...DITO...! - Ren sussura, com o limite de suas forças, quase desmaiando.
As chamas negras se dissipam, e Asuka e Daisuke se aproximam de Ren.
– Está tudo bem?! - dizem os dois.
– ...acho que sim... - Ren responde.
– o que faremos agora? Não temos mais nada! - Asuka, chorando, diz.
– ...o que nos resta é ir embora. - Daisuke responde.
– Vamos... - Ren diz.
Em meio às ruínas de Guardia, os três jovens, os únicos sobreviventes, se veem obrigados a deixar a cidade, sem nenhuma perspectiva, sem saber o que os espera. Uma jornada forçada se inicia.
– Agora sim, tenho certeza de que aqueles sonhos queriam me dizer alguma coisa...vou descobrir a qualquer custo, pagarei com a minha vida!