Percy continua a me olhar com uma expressão bastante curiosa, então não pude simplesmente ignorar a pergunta.

− Ahm... Eu estava te esperando sair do mar. − disse desconcertada. − E acabei dormindo.

O menino sorri, e eu sinto o meu rosto esquentar, o que é muito estranho, não é? É só o Percy, por que em nome de Hades eu estava assim?

− Queria falar algo comigo? − ele me pergunta.

− Na verdade... Não. É só que eu queria conversar com alguém, e você foi o primeiro em quem eu pensei. − o vejo me olhando, e me sinto incomodada. − Quero dizer, Luke e Annabeth estavam muito agarrados, e fica bem chato de ficar com eles desse jeito.

− Imagino. − diz Percy com uma expressão "azeda".

Fico bastante incomodada e curiosa. Como será que Annabeth e Percy terminaram?

− Percy, como vocês dois terminaram? − pergunto impulsivamente, e imediatamente me arrependo. − Hã, desculpe. Não é da minha conta.

Achei que ele ficaria nervoso, mas só deu um riso fraco. − Não precisa de se desculpar. Somos amigos, cabeça de pinheiro.

− Ei, não me chame disso! − exclamo, enquanto o fuzilo com os olhos.

Ele sorri divertido. − Bom, sobre a Annabeth... Ela ficou me evitando por uns dias... Uma semana, na verdade. Fico imaginando se ela ao menos teria me avisado que terminou comigo se eu não tivesse procurado por ela no intervalo de tempo...

− Sinto muito, não devia ter comentado sobre isso. − digo tensa ao ver o rosto triste dele. Senti um grande aperto ao ver sua expressão, provavelmente deve ser porque somos muito amigos.

− Não sinta. Afinal, está passando, estou bem. − diz ele sorrindo.

− Bom saber. − digo me sentindo melhor.

Ficamos observando o mar, conversando sobre assuntos aleatórios, até que Percy exclama.

− Por Zeus, está tarde! − diz assustado. − Estou escutando algumas Harpias, vamos logo embora. − ele diz me puxando pelo braço e correndo em direção aos chalés.

Estávamos tão desesperados que passamos pelo chalé de Zeus sem nem perceber. Escutamos o barulho das Harpias mais perto, e entramos rápido no chalé de Poseidon.

− Caramba, essa foi por pouco. − digo.

− Realmente. − ele diz e começa a ficar um pouco vermelho.

Eu o olho curiosa. − O que?

− Hã, Thalia, acho melhor você dormir aqui hoje. Elas ainda devem estar por perto.

Sinto minhas bochechas corarem, e me lembro que estou dentro do chalé de Poseidon a noite, sozinha e com um biquíni cheio de areia. As bochechas ardem mais. − Ok. − digo indo para uma dos beliches vazias do chalé, sem olhar para o rosto dele.

− Quer uma blusa emprestada? − ele me pergunta.

− Sim.

Depois de alguns instantes, ele joga uma blusa em cima de mim e eu a visto. Ela tinha o mesmo cheiro dele.

Escuto o barulho dele se deitando em uma cama de casal ao lado do beliche em que eu estava, e me viro para olhar. Ele mal havia se deitado e já aparentava estar dormindo.

Fico o observando dormir. Sinto-me quente e confortável só de olhá-lo dormindo, e acabo me irritando com isso. O que está acontecendo comigo? Fico perdida em pensamentos, até que uma hora percebo que ele começa a babar.

Começo a rir, mas logo me vejo obrigada a parar, ou acabaria o acordando. Continuo sufocando o riso, até que acabo adormecendo também.