Boys And Girls escrita por Rogie


Capítulo 7
Capítulo VII- Casal em Apuros


Notas iniciais do capítulo

Todos os personagens, ideias e lugares são criações minhas(Rogério Gerson). Favor não copie. ('y



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- AJUDAAAA! - Gritou o homem que trazia Aaron nos braços. - ALGUÉM AJUDAA!!!
Um enfermeiro próximo à eles correu e pegou uma maca, trazendo-a até o rapaz colocar Aaron deitado sobre ela. Aaron soltou um gemido e, lentamente, abriu os olhos. Vendo apenas vultos escuros no meio de uma grande luminosidade, ele sussurrou:
- Sophie!
Enquanto o enfermeiro ia empurrando a maca, mais outros três se juntaram à ele e foram checando os sinais vitais do menino.
- Sophie! - sussurrou Aaron novamente.
O rapaz, dono da Picape que o tivera atropelado, estava a seguir os enfermeiros quando um deles o parou.
- Desculpe, senhor, mas você não pode continuar a partir daqui!
O homem parou surpreso e ficou encarando os enfermeiros sumindo pela porta com Aaron.

- Você acha isso uma boa ideia, cara? Eu digo...
- O que você acha que vai acontecer, Rachel? - insistiu Ashley com um leve tom de deboche.
Rachel respirou fundo.
- Você quer entrar pro time de torcida justo no momento mais... obscuro e terrível do time! - dizia ela enquanto gesticulava bastante.
- E você acha que ele vai me matar? - Ashley riu.
- Você poderia levar algo a sério pelo menos uma vez? - pediu Rachel ficando vermelha.
Ashley parou de rir e ficou encarando-a com uma sobrancelha erguida. Rachel estava respirando de forma ofegante e nervosa. Elas se encararam por um bom tempo até que o sinal tocou, anunciando o intervalo. Os alunos começaram a sair enquanto as duas ainda se encaravam.
Rachel foi a primeira a desviar o olhar e juntar todas as suas coisas na bolsa e sair em disparada pra fora da sala. Ashley respirou fundo e guardou seu material, saindo em seguida atrás de Rachel.
- E aí? - cumprimentou Ryan ao ver a irmã.
- Ela tá agindo que nem a Lily! - cuspiu Rachel passando direto por ele.
Ryan não entendeu nada.
- RACHEEEL!!! - gritou Ashley ao sair para o pátio. - RAA... Viu a Rachel, Ryan?
Ryan acenou para a direção ao qual a irmã tivera ido sem dizer uma única palavra. Ashley passou por ele mas parou, voltando-se para ele.
- Eeerrrr... quem é Lily? - perguntou unindo as sobrancelhas e erguendo o indicador.
Ryan olhou pros lados, disfarçando.
- Digamos que – ele voltou a olhar para Ashley. -, Lily foi alguém que colocou a Rachel em muitos problemas. - Ele fechou a boca, como se não quisesse deixar algo escapar.
- O-que? - Ashley não entendera.
Ele abriu a boca para explicar quando viu Ted saindo na encolha pelo outro portão.
- EI! - Gritou abandonando Ashley para seguir o menino.
- Perdida! Perdida! Perdida! - repetiu Ashley várias vezes analisando o que tivera ocorrido.
Ela virou-se indo na direção que Ryan tivera apontando quando um grito se sobressaiu no meio do intervalo. Os estudantes começaram a se direcionar para um determinado ponto e Ashley, lentamente, foi se direcionando também.
- Por que, meu Deus? - gemeu alguém aos prantos.
Ashley foi entrando pela multidão e cortando caminho até que reconheceu quem estava a se lamentar: Stacy Callahan.
- O que houve? - perguntou Ashley à uma menina franzina bem próxima à Stacy.
- Parece que Gwen Cooper foi assassinada. - disse a jovem com os olhos arregalados.
Ashley chocou-se, levando a mão até a boca.
- Como assim? - sussurrou.
- Vou encontrada morta, asfixiada, na rua onde mora. - completou a menina numa simplicidade.
Ashley a encarou de olhos surpresos. “Que horror!”, pensou. “Menina fria!”.
- Ok! Ok! Ok! - uma voz apareceu no meio do alvoroço. - O show de horrores acabou!
Uma bela menina de cabelos loiros e lisos, repicados em camadas, apareceu afastando todo mundo de Stacy. Ela depois foi na direção da garota desesperada e se agachou, abraçando-a.
- Ei, vamos sair daqui, vamos!
Stacy, ainda chorona, se apoiou na menina e, com a ajuda dela, ficou de pé.
- Saiam da frente, seus bastardos! - rugiu a garota.
- Virou secretária de segurança, Ella? - gritou alguém escondido na multidão.
- Iiiiihhh... fica quietinho, fica! Continua escondido aí, covardão! - retrucou ela enquanto ia afastando Stacy.
Ashley encarou-a e depois olhou ao seu redor. Séria.

O homem que tinha atropelado Aaron estava sentado na sala de espera, com as mãos cruzadas e o pezinho batendo freneticamente no chão, olhando a cada momento para todos os enfermeiros que passavam, em busca de novidades.
- Com licença, senhor!
Um médico surgiu do lado oposto ao qual o homem olhava. Assustado, ele levantou e cumprimentou o médico.
- Sim! Pois não!
- O senhor está com o jovem acidentado lá dentro? - perguntou.
- Sim! Quero dizer, na... na verdade, eu que... que o atropelei. - assumiu o homem desviando o olhar várias vezes.
O médico respirou fundo, assentindo.
- O senhor é parente dele?
- Não! Não! - o homem passou a mão no nariz. - Sou o Detetive Southman! - ele tirou o distintivo da jaqueta marrom-terra que usava e mostrou ao médico. - Henry Southman!
O rosto do médico se contraiu por um segundo,demostrando estar intimidado, mas depois voltou a ficar tranquilo.
- Bom! O jovem apresentou Amnésia Anterógrada, a perda de memória recente. Aparentava estar com um índice alto de estresse. - O médico pôs as mãos no bolso. - Preciso comunicar a família dele. Enquanto isso, precisa descansar. Onde você o atropelou mesmo? - perguntou, balançando-se nos calcanhares.
- Perto da Rodovia 32, na reserva ambiental!
- Hmmm... - fez o médico. - Estranho! Se quiser, já pode falar com ele! Quarto 107! - disse apontando para a sua esquerda. - Mas ele não vai se lembrar de você! - ressaltou.
E saiu.
O detetive pensou por um momento antes de começar a andar para o quarto do jovem que atropelou. Passou por um senhor moribundo ao chegar ao quarto de Aaron.
- Com licença... - disse baixinho sem querer assustar Aaron.
Aaron virou a cabeça lentamente e encarou o homem que tivera atropelado-o.
- Pois não?
O Detetive Southman entrou por completo no quarto coçando o queixo.
- Eeerrr... você se lembra de mim? - perguntou.
Aaron analisou o rosto quadrado do detetive. O cabelo castanho-claro era da mesma cor que a barba mal feita e seus olhos escuros entravam em contraste com a pele bronzeada.
- Não! - disse o menino.
- Meu nome é Henry Southman. - ele já estava ao lado da maca do jovem. - Trabalho como detetive e vim a cidade à trabalho.
- Olá, Henry! - cumprimentou Aaron.
Henry assentiu.
- Então... você não se lembra como veio parar aqui?
- Não! Não mesmo! - Aaron respondeu soltando uma risadinha tímida e abafada no final.
- Bom, é... - Henry mudou sua expressão de reservado para curioso rapidamente. - Como é seu nome mesmo?
- Aaron Mayers! - respondeu esticando a mão.
Henry apertou a mão dele.
- Bom, Aaron, eu lhe atropelei perto da Rodovia 32, na reserva ambiental. - enquanto ele falava Aaron arregalou os olhos. - Eu estav--
- Você me atropelou? Você é doido? - Aaron interrompeu Henry alterando-se.
- Você surgiu no nada na curva, todo sujo de lama e mais sei lá o quê! Eu me surpreendi! - desabafou.
Aaron acalmou-se, voltando ao seu estado normal, e baixou a cabeça. Os dois ficaram em silêncio por um breve momento.
- E a sua família? - perguntou Henry.
- O hospital já os contataram! - Aaron mordeu o lábio inferior, ainda de cabeça baixa, e assentiu.
- Então... eu acho que vou indo nessa! - Henry apontou com o polegar direito para as próprias costas.
Aaron voltou a olhá-lo, serenamente, e acenou um “tchau!” sem dizer uma única palavra. Henry sorriu com os lábios e deu as costas.

Passos vinham apressados no meio da floresta enquanto nuvens densas se formavam no céu de Falls. Nele faiscou um brilho intenso e um trovão soou ao longe. Os passos desaceleraram a velocidade e aos poucos foram parando. Ao chegar defronte a cabana, o assassino viu a porta da cabana caída. Aaron fugira. Ela mordeu o lábio ferozmente ao ponto de ficar a marca da mordida. Deu um berro ao mesmo tempo em que arrancou o capuz da cabeça deixando o cabelo loiro cair por sobre os ombros.

O vento fazia os cabelos de Rachel oscilarem enquanto ela estava sentada num banco da praça na esquina da rua do colégio. Ouvindo passos de alguém se aproximando, ela tinha quase certeza de que era Ashley. Mas então os passos pararam.
- Vai embora, Ash!
- Eu posso ir embora se quiser, mas não sou nenhuma Ash! - disse uma voz masculina.
Ela se virou Jason estava em pé, atrás dela, com as mãos no bolso da jeans preta.
- Quer que eu vá? - brincou ele.
- Não! - ela sussurrou. - Não! Não! - disse aumentando a voz. - Pode ficar! Se quiser, claro!
Jason se sentou ao lado dela, cruzando os braços cobertos pelo casaco vermelho. O vento agitava o cabelo dele, perfeitamente arrepiado para cima.
- Mas então... que cê tá fazendo aqui? - ele perguntou.
- Eu briguei com a Ash! - disse ela rispidamente. Ela parou e o olhou. - Desculpa se tô parecendo rude. Não é minha intenção!
Ele riu e baixou a cabeça.
- Mas... - foi um longo “mas”. - o que você faz aqui?
- Eu... - foi um longo “eu”. - ainda não me enturmei, bem dizer! - ele balançou a cabeça como se cumprimentasse alguém. - E, só pra ressaltar, esse é o meu point! - ele riu novamente fazendo ela rir também.
- Como assim, cara? - ambos ainda riam. - Você não se enturma e vem ficar com um banco de praça?
- Você não está aqui agora? - Devolveu ele.
- Um à zero pra você! - disse apontando com o indicador para ele.
Eles riram novamente enquanto ficavam admirando um ao outro.

-TED! TED! - gritava Ryan, descontroladamente.
- Ei! Tá bancando a louca por quê?
Daniel surgira agarrando o braço de Ryan.
- O Ted! - exclamou o gêmeo caçula. - Ele sabe algo sobre o dia da festa da Collins. Tenho certeza! E o Aaron sumiu. Por que o Aaron sumiu? - o rapaz estava descontrolado. - E onde você se meteu ontem à noite?
- Eu tava com o Jeffrey, ué? - defendeu-se Daniel.
- Tem casa mais não? - cuspiu Ryan.
Daniel pôs a mão na cintura e arqueou uma sobrancelha.
- Você tá parecendo a mãe! - disse rindo.
- Isso não tem graça!
- Tá tá tá!!! Vam'bora! - ordenou Daniel.
Ryan abriu os olhos, assustado.
- Não! - ignorou soltando seu braço da mão do irmão. - Eu tenho que falar com o Ted!
- Como seu irmão mais velho, eu ordeno que vá--
- Vamô parando com o momento True Blood, ok? - interrompeu-o Ryan.
Daniel riu balançando a cabeça. Ele se aproximou mais de Ryan e inclinou-se, ficando com a boca no pé do ouvido do irmão.
- Mamãe sabe porque você e Rachel foram expulsos do particular. - ele sussurrava. - Mas ela não sabe o que levou você a fazer aquilo.
Daniel voltou à sua posição normal.
- Vá pra casa! AGORA! - ordenou novamente.
Ryan fechou a cara e encarou o irmão.
- Gay! - xingou, dando as costas e saindo.
Daniel recebeu o palavrão assentindo com um sorriso abafado no rosto.

9 horas mais tarde
Rachel e Jason vinham caminhando pela rua da casa dela rindo alegremente. O vento cederá um pouco mas o céu ainda estava carregado de nuvens que cobriam a lua, minguante naquela noite.
- E a senhorita está entregue! - disse Jason curvando-se para Rachel ao chegarem à porta da casa dela.
- Valeu! - ela sorriu timidamente.
Jason encarou-a por um momento e, quando ela percebeu, ele virou a cara, disfarçando.
- Vai para a escola amanhã?
- Depende. - ela se aproximou dele. - Você vai?
Ela deu mais um passo, ficando mais próxima dele. Ele assentiu com a cabeça e engoliu em seco. O cabelo de Rachel escorreu e ficou cobrindo uma parte esquerdado seu rosto. Ele levantou a mão até lá e pôs a mecha atrás da orelha dela. Rachel sorriu novamente e Jason beijou-a. Seus lábios iam e voltavam enquanto degustavam um a boca do outro.
- Preciso entrar! - disse Rachel entre os beijos.
- Tudo bem! - respondeu assim que ela acabara de falar, entre os beijos também.
Mas o beijo foi interrompido quando ambos começaram a rir da situação.
- Eu realmente preciso entrar!
- Ok!

Ele pegou na mão dela e deixou-a ir escorregando até que não pudesse segurar mais. Rachel deu-lhe um tchauzinho antes de fechar a porta. Jason sorriu e caminhou sorridente para casa.

7 minutos depois...
Deitada na cama, lendo uma revista de moda e imaginando-se o quanto ficaria gorda assim que sua barriga começasse a crescer e as pessoas começassem a falar, Sophie ouviu a campainha de sua casa tocar e sua mãe descendo as escadas para atender.
Momentos depois, a Sra. Rose voltara. Ela deu três batidinhas na porta do quarto de Sophie e esta pegou uma almofada e colocou na altura da barriga.
- Entra! - gritou.
- Sophie, uma amiguinha sua está aqui! - informou ela, sem preocupações.
- Quem? - perguntou a filha.
- Uma loirinha!
“Uma loirinha?”, perguntou-se Sophie mentalmente. Sua mãe saiu, fechando a porta, e ela dirigiu-se a pegar o roupão. Ouviu um baque enquanto o pusera, assustando-se. Ela abriu a porta e desceu as escadas correndo quando viu sua mãe caída no fim dela.
- Mãe? Mãe? Acorda! - desesperou-se sacudindo a mulher.
- Olá, Sophie!
Sem se virar, Sophie arregalou os olhos e ouviu uma voz feminina se aproximar enquanto uma sombra a cobria.



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Notas finais do capítulo

A partir de hoje todos os capítulos de Boys & Girls serão postados as 4ªs feiras. Desculpem pela demora deste.
Fiz minha parte, faça a sua: comente! =D
C ya!