Neal caiu na gargalhada.
– Do que você está rindo? -perguntei confusa.
– Desculpa, mas precisa de uma mentira melhor pra me convencer a te deixar em paz. -disse ainda rindo. E isso me irritou.
– Por que eu mentiria? Estou falando a verdade. -falei seria e ele parou de rir.
– Você ta de palhaçada comigo, só pode estar. -deu uma leve risada.
– Não estou. Eu e Regina namoramos há um ano. E nós nos amamos. -sorri debochada ao falar a ultima frase.
– Emma, essa mulher não é capaz de amar, você está louca. -ele disse e eu peguei minha blusa no chão para vesti-la.
– Você está enganado. -eu disse.
– Você esqueceu de todas as merdas que ela fez? Por culpa dela você passou a vida longe da sua mãe, do seu pai... Da sua casa. -falou meio exaltado.
– Ela mudou. Pessoas mudam, Neal.
– Não ela. Ela não muda. Ela é má e sempre será má. -quase gritou.
– Não fala assim dela! -respondi no mesmo tom que ele.
– Você realmente a ama. -disse pasmo.
– Com todas minhas forças.
– Eu vou te reconquistar Emma, não vou te perder pra ela. -os olhos dele encheram de lagrimas.
– Você não me perdeu pra ela Neal. -ri falso e as lagrimas começaram a rolar pelo meu rosto. -Você me perdeu pra si proprio, pelas suas proprias atitudes. Você escolheu me deixar, você escolheu fugir das responsabilidades de assumir uma familia e uma vida de casados.
– Eu errei, mas me arrependi. Por favor Emma! -se aproximou de mim, mas eu recuei.
– Fica longe de mim, o mais longe possível. -eu falei e ele pegou a camisa do chão e a vestiu novamente.
– Eu não quero ficar longe de você. -disse de cabeça baixa.
– Saia do meu quarto. -pedi.
Fiquei de costas pra ele e ele foi embora.
Cai no chão em lagrimas e acabei adormecendo ali.
Acordei toda dolorida, havia dormido ali no chão mesmo.
Fisicamente eu não me sentia cansada, mas mentalmente parecia que eu não me seguraria em pé. Estava tudo uma loucura, tudo de pernas pro ar.
Acho que estava no momento de eu contar para meus pais que eu namorava Regina. Assumindo meu romance com ela logo seria mais dificil pro Neal ficar no meu pé e pros meus pais ficarem dando "corda" pra eu voltar com ele.
Tomei um banho, e tentei ficar com uma aparencia melhor. A missão falhou. Eu estava um caco total.
Vesti um vestido bege longo que so me fazia ficar mais pálida e deixei os cabelos soltos pra esconder um pouco meu rosto.
Nao fui tomar café. Minha fome estava em 0%. Meu estômago não aceitaria nada.
– Emma! -Branca entrou em êxtase no meu quarto, sem nem bater na porta.
– Oi mãe. -forcei meu melhor sorriso falso.
– Tenho uma otima noticia! -ela mal conseguia se conter de tanta alegria.
– O que? -duvido que algo me animaria.
– Estou gravida! -disse e pulou em mim para um abraço.
Nessa hora todos meu problemas sumiram.
Eu iria ter um irmão ou irmã. A felicidade não cabia no meu peito.
– Estou tão feliz por você! Por nós! -falei.
– Estamos organizando uma festa de comemoração para o fim da semana. A propósito, viram uns príncipes lindos. -piscou e tentei parecer animada com essa ideia de "príncipes lindos". Eu não precisava de príncipes lindos. Eu já tinha a rainha mais bela de todas.
– Mal posso esperar! -sorri falso, mas o sorriso forçado a convenceu.
Ela saiu do meu quarto, ainda dando "pulinhos".
Fui ver Henry no quarto dele, ainda não tinha falado com ele desde antes de ele sair com Neal.
– Posso entrar, querido? -bati na porta do quarto dele.
– Pode mãe. -abri a porta e ele estava terminando de arrumar a cama. Apesar de ter empregados para fazer isso, ele preferia ele mesmo fazer.
– Como foi o passeio ontem? -perguntei.
– Ótimo mãe, eu sentia muita falta de passar tardes com ele. -Henry disse e mais uma vez me perguntei se não estava sendo uma mãe ruim por não unir a familia dele de novo.
– Eu sei o que você está pensando. Eu já falei, não quero que você volte com meu pai, quero que seja feliz. -fez carinho no meu rosto e eu o puxei para um abraço apertado.
– Obrigada Henry. -sussurrei.
– Agora vou tomar café que estou com fome. -riu e eu ri junto.
Voltei para meu quarto, onde Neal me esperava.
– Ah, não. -falei.
– Emma, por favor... -não o deixei concluir a frase.
– Já falei, eu amo a Regina. -eu disse irritada.
– Se a ama por que me deixou beijar você ontem? -perguntou.
– Eu também gostaria de saber disso. Por que, Emma? -Regina apareceu. Agora fudeu tudo.
– Foi ele que me beijou, não eu que beijei ele e eu o empurrei. -Me defendi.
– Mas você ficou bem animadinha com o beijo, confesse. -Neal riu debochado.
O fuzilei com o olhar.
– Que desculpa velha. -Regina revirou os olhos.
– Não dê ouvidos a esse idiota. -falei pra ela.
– Ok, vamos pular o beijo e ir pro ponto principal: por quê você não me contou que ele tinha voltado? -e eu so me ferrava cada vez mais.
– Você estava doente, eu não queria te preocupar. -falei.
– Então tem motivo pra eu me preocupar? -Regina atacou.
– Só está se complicando mais Emma. -Neal riu.
– Fica na sua. -virei brava com ele.
E ele levantou as mãos como se estivesse se defendendo.
– Licença, não quero me intrometer na briga do casal aqui. -saiu rindo.
– Me desculpa! -tentei me aproximar dela, mas ela não deixou.
– Agora que situação, eu vim aqui pra avisar que já estava melhor, pra você não ficar preocupada e te encontro com seu ex. -riu ironica.
– Regina, não rola mais nada entre eu e ele. -quase chorei.
– Eu queria mesmo acreditar nisso, Emma.
– Então acredite.
Ela abaixou a cabeça, vi que rolavam algumas lagrimas no rosto dela.
– Que merda, eu to fazendo tudo errado. Me perdoa. Eu deveria ter te contado a verdade logo, mas saiba que eu te amo de verdade. E a volta dele só me comprovou isso. -falei.
– No seu coração tem um nome tatuado, Emma. E não é o meu. Eu consegui apagar meu passado, mas você não conseguiu apagar o seu. Se ele realmente não mexesse mais com você, você não iria ter problemas em me contar sobre o retorno dele. Mas está na cara que você ainda o ama. Na sua vida não tem espaço pra mim. -ela levantou o rosto e enxugou as lagrimas.
– Não fala isso amor, não é verdade. -eu disse, já em prantos.
– Não me chame de amor. Acabou. Você está livre pra ficar com ele... E eu vou te tirar de mim, não se preocupe, não irei perturbar sua a vida. -ela disse e se virou, eu cai no chão e abracei a perna dela.
Ela virou para me olhar mais uma vez e disse:
– Minha mãe estava certa. O amor é uma fraqueza. E eu devo me lembrar de não cair nele outra vez.
Após dizer isso ela sumiu.
E eu fiquei ali, no chão, chorando e com o coração em pedaços.
Acabou? Era o fim? Eu não podia acreditar. Havia acabado de perder o verdadeiro amor da minha vida.