Well: Jogo Da Morte escrita por Let


Capítulo 4
Capítulo 4- Do parceiro à surpresa




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           O meu coração estava disparado. Meus únicos pensamentos eram “Eu serei morta”. Mas aquela voz…Eu a conheço, tenho certeza.

-Thalia, onde você está?-disse a voz

Quem é você? - respondi

Uma mão tocou o meu braço, essa pessoa acendeu um isqueiro. Mesmo com o fogo, estava muito escuro e eu mal conseguia ver os seus cabelos escuros e olhos verdes. Ele era mais alto que eu, mas estava mancando, o que fazia ficarmos quase com a mesma altura.

-Thiago. Graças a Deus é você!- respondi aliviada, antes de abraçá-lo. Mau o conhecia, mas as poucas palavras que trocamos já foram o suficiente para saber que ele não tentaria matar-me. Bem, acho.

As luzes se acenderam. Todas as do colégio, ao mesmo tempo. Pude ver mais claramente, a porta estava aberta (apesar de ter certeza de tê-la trancado), e o Thiago. Sua perna estava ferida, em um círculo de aproximadamente três centímetros, logo na batata da perna esquerda. Tinha muito sangue no chão, e o rosto dele estava muito pálido.

Thiago…. sua perna…você está bem?- perguntei

Sim- ele deu um sorriso forçado- não foi nada.

Como aconteceu? - disse.

          Ele não respondeu, apenas abaixou os olhos. Decidi não perguntar e ajudá-lo, sua perna estava péssima e com certeza ele estava sentindo muita dor. Ainda estava com o meu uniforme escolar, então rasquei a minha calça até tornar-se um short um palmo acima do joelho. A malha era grossa, então para cortar prendi o tecido em um prego na janela e puxei a calça, rasgando-a. Guardei um pedaço na mochila de Thiago para emergências. Peguei a outra parte do tecido e molhei-o um pouco e pressionei a ferida até o fluxo de sangue diminuir, depois, prendi a calça dando várias voltas com força ao redor do ferimento, fazendo um curativo.

Obrigado- ele disse quando terminei.

Não respondi, apenas dei um pouco de água e comida para ele. Após ele terminar de comer, tranquei a porta novamente e me encostei-me à parede para dormir. Estava exausta. As luzes se apagaram novamente, e uma sirene tocou. Thiago e eu trocamos olhares nervosos.

O que significa esta sirene?- ele disse.

Não faço a menor idéia. Também não compreendi o porquê das luzes se acenderem e apagarem, ou o porquê de procurarmos medalhões. - respondi

Com esta frase animadora, ele se deitou no outro lado da sala e em segundos já estava dormindo. Fiz o mesmo, me deitando no lado oposto da sala. Apesar do cansaço, milhões de perguntas me perturbavam. Tentei dormir, teria um longo dia amanhã.

    

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           Acordei com um grito. Quando olhei para o lado, Thiago já estava de pé com um arco e flecha na mão. Levantei-me rapidamente e peguei minha espada. Fui em direção a porta, mas não conseguia ver nada nitidamente. Ainda era de madrugada e as luzes estavam apagadas. Uma voz começou a falar no alto-falante da escola inteira:

Hi Peoples! Se lembram de mim? Tenho uma novidade para vocês!- Louis. Ótimo, o que ele quer agora? Pensei

Bom, -ele continuou- não sei se contei isso a vocês, mas este jogo estava sendo preparado desde a construção do colégio, então tenho uma pequena surpresinha. Por favor, todos se dirijam até o auditório.

O que? Auditório? O que esse cara quer agora?! – disse para o Thiago.

Não sei, e sinceramente não quero descobrir. Acho que nós não devemos ir.- ele respondeu

Mas e o pessoal no ginásio? Eles serão mortos se não formos!- eu disse

É mesmo…Que droga! Vamos logo.

Pegamos a mochila dele e colocamos a água e as batatinhas que restavam. Na bolsa dele tinha a comida que eu coloquei, o tecido, um pouco de água que ele tinha roubado da cantina e uns salgadinhos.

Andamos lentamente até o auditório, que ficava no outro andar. Quando uma estávamos próximo ao auditório, vimos várias pessoas indo também para lá. Onde estas pessoas estavam?! Pensei não tinha visto ninguém, apenas aquelas meninas e Thiago, além da garota que tentou me matar. Não pude parar de procurar Jaime, Rafa e Pedro. Estava muito preocupada, não tinha os vistos ainda.

Ao entrarmos no auditório, ele estava vazio, apenas com os “jogadores”. Nós nos sentamos na sexta fileira, longe de todos. Aliás, não tinha ninguém próximo ao outro, a maioria estava em duplas ou no máximo trios. Duas fileiras a nossa esquerda avistei Sam e Bruna, as garotas do banheiro. Estava feliz por elas estarem vivas.

O auditório não era muito grande, tinha a capacidade aproximada para 150 pessoas, com cadeiras confortavéis divididas entre duas colunas. Existia apenas um enorme telão na frente e um data show.

Após duas garotas do nono A entrarem, a porta se fechou. Contei ao todo 14 pessoas.

Todas as outras 7 pessoas morreram? – Thiago perguntou a mim

Não sei, mas se não estão aqui…- engoli em seco. A garota que tentara me matar não estava lá, eu tinha a matado? Certo, não era a minha intenção, mas eu precisava me defender e ia fazer isso.

As luzes se apagaram e Louis apareceu no telão:

Queridos! Na verdade, eu contei somente parte do jogo. Ficaria estremamente entediante 21 pessoas procurando três medalhões, não não, eu quero um jogo emocionante! Então é o seguinte, vocês terão que completar missões para sobreviver. E doelos. Primeiramente, se dividam em duplas.

Eu olhei para o Thiago. Ele fez um sinal positivo com a cabeça. Observei ao redor e vi vários trios sem saberem o que fazer, pois não queriam deixar um de seus amigos irem com outras pessoas. Mas em cinco minutos, já tinhamos as duplas formadas. Escutei algumas vozes vindo de trás de mim, o que era estranhos pois não tinha percebido que existiam pessoas atrás.

Me virei para olhar e vi um trio que conhecia perfeitamente. Pedro, Jaime e Rafa. Segurei um grito, mas no segundo que olhei para eles a Rafa me reconheceu. Sorriu e acenou, comentando algo com os garotos. Ambos olharam para mim e para Thiago e Pedro veio em nossa direção.

Thiago, Thalia!- disse meu irmão

Pedro, você está vivo- eu disse.

Estava com os olhos cheios d’água, estava com tanto medo de perder os meus dois melhores amigos e o meu irmão que ao vê-los uma onda de alivio tomou conta de mim. Não me permetir chorar, então apena o abraçei.

Maninha, continue viva! Thiago, cuide dela.

Pode deixar, se bem que até agora tem sido o contrário.- Thiago respondeu, sorrindo para mim.

Eu corei. Mas mesmo assim sorri. Pedro seguiu algumas cadeiras a frente onde tinha uma garota sozinha. Ele chegou e falou com ela, e esta mesma sorriu e o abraçou. A reconheci, era a terceira participante da sala do meu irmão.

Vamos, vamos, não temos tempo a perder- disse Louis no telão- por favor, entrem na sala à esquerda do telão para continuarmos os jogos.

Olhei pela última vez para Rafa e Jaime, ambos sorriram e falaram algo que parecia um “Boa sorte”. Entramos na sala.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem :)



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