Paradise escrita por Izadora


Capítulo 36
Capítulo 36,Também Conhecido Como Final


Notas iniciais do capítulo

Muito bem pessoal.
Chorei rios escrevendo,e quero TODO MUNDO comentando.A dedicatória foi feita de modo parcial,ou seja,vi um por um dos comentarios e recomendações de vocês.
Boa Leitura,e a gente se vê em Cantarella.
xoxoxo Cheeky



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ENTÃO GALERINHA DA PESADA

Esse capítulo é uma suruba de músicas.

Peço que coloquem estas três aqui para tocar:

Cups

Give Me Love

Paradise

Sutilmente

É muito,mas sem música = sem emoção.

Quebrem essa pra mim.

POV Peeta

Eu sentia a pressão dos vários pares de olhos sobre mim.

Hesitei durante alguns minutos,e isso foi o suficiente para Debby suspirar,chateada e seus olhos se encherem de mágoa.Seus lábios tremeram quando ela disse:

-Você vai atrás dela,não vai?

Eu respirei fundo.Minhas mãos tremiam e eu sentia como se meu coração estivesse cheio de água.
Eu ao menos respirava direito.

-Eu sinto muito,Debby.-Eu disse.Me virei para a multidão de pessoas.Meus amigos sorriam fraco,como se já soubessem que isso iria acontecer.Os outros pareciam chocados.

Tornei para Debby,e sua expressão me deu tontura.Ela estava profundamente magoada.Segurei suas mãos entre as minhas.

-Eu adoraria dizer que a vida é cheia de encontros, de papos legais e agradáveis, entre outras possibilidades românticas, mas não é. Não há consolo, apenas esperas e incertezas e corações esburacados.-Eu disse.Estava sendo sincero.-A vida não é feita de campos de morangos para sempre, como aquela música dos Beatles. Ela é feita, em sua imensa maioria, de cretinos de carteirinha e clubes de risadas mórbidas. Você não precisa andar muito pra achar um. No meu caso é só ajeitar o penteado no retrovisor.

Meu pai sorria,aprovador,para mim.Parecia infinitamente orgulhoso.Minha mãe,por outro lado,era puro pânico e horror.

-Você vai achar um cara melhor do que eu.Com toda certeza.Eu não sou o cara certo para você Debby,e acho que sabe disso.-Continuei.-Você é mimada,mas por baixo de tudo isso existe a mulher mais maravilhosa do mundo,e outros caras reconhecerão isto.É terrível de minha parte deixar-te agora,mas...Nenhum de nós suportaria o sufoco da comodidade.

Ela me ergueu um rosto choroso.

-Eu não vou te perdoar.Nunca.-Disse.-Mas eu entendo teus motivos.Vai em frente,Peeta.O certo aqui é você.Basta uma lufada de coragem,e você alcança ela.

Eu sorri.O padre parecia confuso,mas eu estava absolutamente certo do que queria.Eu não seria capaz de expressar meu agradecimento para com Debby,mesmo que me sentisse um lixo por deixá-la no altar.

Soltando Debby,caminhei pesadamente até minha mãe.Ela chorava de forma compulsiva,e eu a apertei em um abraço.Ela afundou o rosto em meu peito e soluçou.

-Mãe...Mãe,por favor me desculpe.Eu preciso fazer isto.-Murmurei,em seu ouvido.Depois tornei,mais alto,para que todos possam escutar o motivo:

-Eu a amo,mãe.Eu sei que é inócuo,incerto e improvável.Que posso estar errado.Que o esquecimento é inevitável mas estou,totalmente e irrevogavelmente apaixonado por ela.E eu espero que você possa entender isso um dia.

Minha surpresa veio,então,quando ela me soltou e havia um sorriso em seus lábios.

-Meu menino...-Ela murmura.-Você já está um homem.

Me preenchi de uma felicidade avassaladora.Era doloroso,mas fiquei calado.Minha mãe simplesmente assentiu,comprimiu os lábios e aterrissou a cabeça no ombro de meu pai.

-Peeta,é melhor correr.-Gale disse,do meio do povo.Eu o observei e sorri,em aprovação.Ele mandou um sinal de positivo,mas seu olhar emitia uma urgência louca.

É neste momento,senhoras e senhores,que iniciei uma corrida louca e desesperada.

*Play em Cups,bregadu denada*

Atravessei o corredor da igreja aos trancos e barrancos,e,quando ganhei o sol fraco do dia,tive a impressão de ter ouvido uma salva de palmas ecoar na igreja.

Mas eu não tinha tempo para isso.O aeoroporto ficava a “simplesmente” sete quadras da Igreja.

Meus músculos começaram a doer quando virei a quinta esquina.Saltava hidrantes e muretas,desviava de cachorros,carros e crianças.
Meus pulmões queimavam e minha garganta estava seca.O suor escorria por meu rosto,e minha maior vontade era arrancar aquele terno fora.

Quando entrei na Jefferson Boulevard,já estava encharcado e morto.Não conseguia respirar,minhas pernas estavam dormentes e o cansaço quase me venceu.

Mas não parei.Acelerei minhas passadas,aumentando drasticamente a velocidade e corri pela praça como uma flecha.
Tossi ao passar pela fonte,e despi-me do incômodo blazer,atirando-o na água.Os míseros respingos de água que atingiram meu corpo foram consideravelmente refrescantes.

A gravata já me abandonou há muito.

Ignorei a dor,o suor,a exaustão e o ar que me faltavam.Meu único objetivo era correr e chegar a tempo.

Derrapei na curva da Sky Way,e vi que a minha situação não poderia ser pior.

O lugar estava tão abarrotado de carros,que nem mesmo uma bicicleta passaria por eles.Droga de trânsito.Nem se eu me espremesse passaria por ali a tempo.

Uma ideia brilhante surgiu em minha cabeça.Era louca.Era ousada.Eu poderia ser preso.Mas a pressa era maior que a culpa,então me afastei exatos doze passos do congestionamento.
Meu peito doía e eu sentia uma incômoda pontada nas costelas,mas tentei ignorar.

Assim que me afastei o suficiente,tomei um impulso enorme através da corrida e saltei no teto de um dos carros.

Era um Ford Fusion preto,de aparência novíssima,e eu não queria nem saber quanto custaria se eu o danificasse.
Aterrisei com um baque surdo que ecoou pelo metal,e o dono do carro espichou a cabeça para fora da janela.

-Que porra você está fazendo?Sai do meu carro agora,seu filho de uma puta,ficou maluco?-Ele berrou,furioso.Eu sorri,enquanto me preparava para mais um salto.

-Fiquei.-Respondi.O moço não melhorou o humor até eu tomar impulso e saltar para o teto  de um Crossfox.O dono,uma velhinha de aparência rabugenta,quase me espancou com um guarda chuva florido.

E assim foi.Fui pulando de teto em teto,ouvindo motoristas buzinarem furiosamente e gritarem palavrões que nem eu mesmo conhecia e olha que eu manjo dos palavrões.

Impalas,4x4,Camaros,Fords,Polos,Zetas,Unos...Atravessei um caminho de tetos metálicos,desviei de tetos solares e embalagens de fast food vazias que os motoristas furiosos me lançavam até chegar á porta do aeroporto.

Assim que cheguei,corri portão adentro,aos tropeços e correndo o risco de ralar o beiço no asfalto.

Minhas pernas estavam bambas e meu coração pesava.Por favor,tinha que dar tempo...

Os seguranças me olharam como se eu fosse maluco.Eu não me importava.

Corri pelo imenso pavilhão branco e prata,desviando de malas e turistas,não me suportando de exaustão.Ao longe,avistei uma figura loura de jeans e camiseta branca,arrastando uma mala.
Era ela.Tinha que ser.

Apertei meu passo o máximo que podia e praticamente derrapei na frente da moça.

-Katniss!-Gritei,desesperado.

A moça me olhou,confusa.Não,não era ela.Esta tem olhos profundamente verdes e um nariz de batata.

-C'est quoi ce bordel tu fous boy? Ne suis pas un Katniss!Allez vous faire foutre, boy!- Ela gritou,furiosa.Eu a observei,confuso.Não entendi porra nenhuma,mas tudo levava a crer que aquela era francesa.

Pronunciei as únicas palavras em francês que sabia:

-Pardón,Mademoiselle.

E observei a moça sair dali,irritada.Olhei os horários dos vôos:

Los Angeles – Paris : 11:30”

Olhei no relógio e sinto como se um escorpião estivesse fazendo ninhos em minha boca.Minha língua se tornou pegajosa e seca.

São 11:45.

Praticamente me joguei no balcão de informações do portão de embarque.A mulher que atendia era magra,mal encarada e com um nariz tão grande que fiquei sem ar durante alguns segundos.Tinha um cabelo muito escuro,arrumado em um penteado com tanto laquê,que se eu jogasse uma pedra ele nem se moveria.Sua maquilagem era pesada e exagerada,e seus lábios finos estavam franzidos.

Era feia como briga de foice,e,segundo a plaquinha de metal no uniforme,se chamava –o mundo é cruel e tem um humor muito ácido- Debby.

-Com licença,moça...-Arfei.-Eu preciso entrar na área de embarque,pelo amor de Deus.Eu fiz a maior burrada da minha vida com uma garota!Eu a deixei escapar por entre meus dedos,e agora ela está indo para Paris,e provavelmente nunca mais a verei...-Eu estava quase chorando.Estaria,se tivesse fôlego pra choro-Acabei de sair do meu casamento,abandonei alguém no altar por ela!Estou fudido e pobre,por favor me deixa entrar!Moça do céu,olha o meu estado moça...Eu...Nossa mãe,moça que isso...To suado,acabado,e mulambento.Inclusive a mulher que abandonei se chama Debby,coincidência né?ME DEIXA ENTRAR PELO AMOR DE DEUS!

A mulher sequer olhou na minha cara.Seguia digitando no computador,e seu tom era frio quando respondeu:

-Só preciso da sua milhagem,senhor.-Ela disse.O quê?EU TINHA A PORCARIA DA MILHAGEM!

Eu enfiei a mão no bolso e joguei a carteira no balcão.

-É só isso?-Perguntei.-Poxa...Se eu soubesse...Nem teria aberto o coração pra uma estranha com essa cara de cu azedo,desculpa falar.

A mulher crispou os lábios e digitou com velocidade os dígitos no computador.Mal esperei que ela me entregasse os documentos e saí louco em direção ao portão.

Dois armários carrancudos e musculosos guardavam a porta de vidro que dava caminho.Eu pulei as fitinhas no exato momento em que um deles trancava a porta.

X

Me estabaquei bonito.

Fui com tudo em direção ao plástico e o vidro,e o som que fiz foi nauseante.

Minha pele queimou em contato com o vidro e meus braços pareceram se quebrar com o impacto.Desabei no chão.

-Por favor,me diz que esse avião não acabou de sair.-Murmurei,olhando os joelhos com atenção.

-Sinto muito,moleque.Tarde demais.-Um dos brutamontes disse,enquanto recolhiam as fitas e voltavam para a sala principal.O barulho de seus passos  pararam de ecoar,e eu me sentia péssimo.

-NÃO!-Gritei,em ódio supremo.Eu estava sozinho na maldita sala.Avancei para a porta de vidro e a espanquei.-NÃO!NÃO!NÃO!

Eu não me importava o quanto minhas mãos doíam.Socaria até ficarem em carne viva.Eu precisava descontar toda aquela raiva,todo aquele sentimento de culpa e toda aquela dor.

-NÃO!-Berrei mais uma vez,esmurrando a porta.Eu sabia que não importava o quanto eu socasse,o vidro não quebraria.

Mas era importante extravasar esse ódio.Então surrei a porta e berrei,até que,exausto,me deixei cair sobre os joelhos,com um baque surdo.

-Merda...Eu sou um idiota.-Murmurei para mim mesmo.

Passei os braços em volta do corpo,para afastar a dor.Perdê-la foi como ter sido partido ao meio.
Era insuportável.Era agoniante.Era melancolicamente doloroso.

Antes que eu pudesse perceber,minhas bochechas estavam molhadas pela água quente que saía de mim.
Eu não chorava porque era fraco.Chorava por necessidade.Chorava na intenção de que toda essa merda de dor saísse de mim,mesmo que líquida.

Eu odiava o portão.Odiava o publicitário maldito.Odiava ter destruído minha vida para fracassar no final.Eu odiava a mim,por ter feito todas as escolhas erradas.

Ela foi meu erro mais imbecil.

Uma mão forte me ergueu pelos ombros.Era um dos seguranças do aeroporto,mas não se parecia com nenhum dos que eu vi anteriormente.

Este era negro,velhote já.Tinha cabelos crespos e brancos,uma barba grossa por fazer e um rosto bondoso.
Era absurdamente parecido com Morgan Freeman.Merda,to cismado com o Morgan Freeman.
Mas este cara parecia mesmo o Morgan Freeman.

Ele me ergueu do chão.

-Hora de ir,senhor.-Disse,com a voz profunda.-O fim é apenas para alguns.

Não entendi nada do que o segurança disse,mas deixei ele me guiar de bom grado para fora.

Eu já estava destruído mesmo.

Se me arrancassem o fígado com os dentes neste instante,não faria a menor diferença.

Eu já estava morto por dentro.

POV Katniss

Eram 21h em Paris.

Eu estava instalada em um hotel de luxo.Mesmo com o serviço de quarto,havia pizza e comida chinesa espalhada pelos cantos,e eu tentava organizar minhas calcinhas.

Mas nem mesmo toda aquela comida seriam o suficiente para preencher o vazio que sentia desde que entrei no avião.

Eu sentia falta de minha família,de meus amigos e principalmente,eu morria de saudades de Peeta.Irônico.Algumas horas e eu já estava morta de saudade.

Suspirei fundo enquanto tentava organizar as peças por cor.Uma batida na porta foi ouvida,e eu,cansada e entediada,alteei a voz:

-Quem é?-Perguntei.

-Serrviço d’é quarrto.-Uma voz respondeu.Tinha um sotaque francês potente.Seu “x” é pronunciado como em pixel,e seu “r” é prolongado.

Aposto que esse sujeito faz biquinho quando fala.

-Pode entrar.-Gritei.A porta foi aberta,e um sujeito alto,com um bigode feioso e cabelos bastos e pretos entrou,empurrando um carrinho com toalhas e lençóis.

Continuei organizando minhas roupas,de costas para o homem.Ele se pôs a arrumar minha cama.

-Qual soi name?-Ele perguntou.Deus,que sotaque mais feio.O da atendente era igualzinho,e eu quase ri na cara dela.

-Katniss.-Respondi,simplesmente.O peso de culpa esmagava tanto meu estômago que nem me importei com a curiosidade do rapaz.-E o seu?

-Louis.-Ele remexeu em algo na cômoda,mas não vi o que era.

-Ah!-Disse,sorrindo satisfeito.Percebi que olhava para o meu porta-retrato.-Éstes son sus amigos?

Sorri involuntariamente.

-São sim.O moreno é Gale,a loirinha é Madge,a baixinha é Clove,o loiro musculoso é Cato,a dos olhos verdes é Annie e o bonitão é Finnick.-Disse.

Louis gargalhou,satisfeito.

-An este loirro con mademoiselle?-Perguntou.-Vócês parreciem felizes.

Crispei os lábios.Sem querer,meus olhos se marejaram,e meu coração de uma guinada repentina.

-É...é,a gente era.Mas acabou...Ele é passado.Era galinha,e andava estranho.-Disse,com uma careta.

-Sabe,não fui sua culpa vocês não terem dado certo.-Louis disse.Espere,onde estava seu sotaque ridículo?-Foi culpa dele.Homenzinhos não sabem lidar com mulherões.

Me virei para ele,chorosa,magoada e surpresa.

-E como você sabe disso?-Perguntei,torcendo para que a voz não tremulasse.

*Play em Give Me Love*

-Eu o conheço bem demais.-Peeta disse,e tirou a peruca e o bigode falso de Louis.-E ele não anda esquisito.

Eu estava habilitada a três reações: abraçá-lo,estrangulá-lo e chorar.

Não realizei nenhuma das três.Ligeiramente trêmula,segurei meus braços ao meu lado e engoli os sapos.Tentei não sorrir.
Eu só poderia estar sonhando.

-O que você está fazendo aqui?-Perguntei.Ele olhou para as calcinhas que eu estava guardando e sorriu de canto.

-Katniss...Eu acredito nas casualidades.Nos encontros.Nas passagens.Nas conversas que tínhamos,nas músicas que gostávamos.No que somos e que nunca deixamos de ser.Eu acredito que podemos ser muito fortes, muito mais.Eu quero tuas mãos,tuas ideias e defeitos,que me ensine o seu jeito, enquanto aprende o meu. Quero que faça sentido, que seja proibido, mas que entre nós todos não exista lei. Quero ser tudo que tem graça, que tem gosto e da pra sentir. Quero o que mais me da vontade, e quero vontade pra prosseguir. Quero voar, mergulhar, morrer e matar a vontade de querer você.-Ele citou.

Dessa vez,não reprimi um sorriso.Meu coração sambava dentro do peito,e eu não sabia o que falar.

-Esteban Tavares.-Adivinhei.Peeta deu de ombros e sorriu.

-Olha,eu não tinha muito á te oferecer...Decorei no avião.

-Peeta...-Comecei,mas ele não me deixou terminar:

-Me diz o que você quer.Você quer um apartamento maior?Eu arrumo um emprego e compro um pra você.Quer ter filhos?Vamos tentar ter.Só...só me diz o que você quer.Eu não posso ficar adivinhando o tempo inteiro,então me diz o que você quer,o que você procura.O que precisa pra você voltar pra mim.

A janela estava aberta,o que foi excelente.Eu precisava do ar fresco e da noite calma de Paris.
Minha janela tinha uma vista excelente para a Torre Eiffel,mas eu não conseguia desviar meus olhos dele.

Estava sendo invadida por uma massa grossa de uma felicidade dolorosa,mas não consegui falar nada.Eu estava muda.Eu estava estática.
Ele não me ligou,mas voltou.Ele voltou por mim.

-Eu saí correndo de um casamento.Eu joguei tudo pro alto.-Ele continuou.Seus olhos brilhavam,mas eu não soube dizer se era a luz refletida ou lágrimas.Ele se adiantou até a janela e apoiou-se nela.

Eu queria ir até ele,abraçá-lo,fazer um carinho em seu cabelo e garantir que nunca mais eu o abandonaria.Mas acima disso,eu queria me esconder.
Eu era um animalzinho assustado.Tenho medo de tudo.Quando acho uma maneira de ser feliz,eu me afasto.Porque sou idiota,insegura e raramente faço as coisas certo.

-Eu pulei sobre tetos de carro para chegar ao aeroporto á tempo.-Eu sorri,ele gargalhou.De forma sincera e límpida.Minha gargalhada favorita.-Uma francesa quase me espancou,e expus minha vida para a recepcionista.Disse até que ela tinha cara de cu azedo.Roubei este uniforme de um cara,e agora só tenho 10 dólares no bolso,e estou com a roupa do casamento no corpo,por baixo deste uniforme brega.Mas eu já me envolvi demais.

Eu suspirei fundo.Porcaria de cérebro,porque travas?

-Você transformou a minha casa numa bagunça...Eu transformei a sua vida.É justo.-Ele disse.-Mas só me diz que fica comigo.Que eu não percorri exatas 12 quadras e 9035km para a mulher da minha vida dizer não para mim.Que...

-Peeta,cala essa boca.-Gritei.Ele se assustou,e me olhou,triste.Eu dei um sorriso esboçado e fraco.-A tonta aqui sou eu...que tive que viajar para outro continente para perceber que o que eu quero estava comigo o tempo todo.Que está parado na minha frente neste exato momento,com cara de idiota.

Peeta,em primeiro lugar.arqueou as sobrancelhas e arregalou os olhos.Depois,sua expressão suavizou.

- É por isso que nunca me canso. E quero sempre mais do amor que só você pode me oferecer.-Disse.

E quando Peeta me beijou,á luz da lua e com a torre Eiffel de plano de fundo,ele coseguiu trazer de volta tudo o que eu já havia esquecido.
Todos os afagos,os chamegos.Todas as carícias compreendidas.Todos os aromas e os sabores.

Nos mordemos com os lábios,em uma luta débil,apoiando ligeiramente a língua nos dentes.Um ar pesado vai e vem,com um perfume nostálgico e o silêncio.
Suas mãos descem até minha cintura e nos aproximam até o impossível,viajando por entre meu corpo.

Minhas unhas traçam um caminho em suas costas,e sorrio em meio ao beijo.É tão bom ser amado.
Então uma de minhas mãos se afogam em seus cabelos,se aprofundando enquanto nos beijamos como se nossas bocas estivessem repletas de flores,algo de pulsante e maluco.Algo de movimentos vivos e fragrância obscura.

E quando ele morde meu lábio inferior,sinto que a dor é doce.E quando nos afogamos em um breve e terrível absorver simultâneo de fôlego,esta instantânea morte é bela.

-Eu te amo.-Ele diz.-Pra caralho.

-A recíproca é verdadeira.-Respondi.

E deixamos que a luz da bela noite em Paris encha-nos os corações.

Demorei muito para chegar onde estava.Foi um caminho doloroso,e a barra foi pesada.
Mas eu sabia que muitas piores viriam a seguir.

Amor não é se envolver com a pessoa perfeita,aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.

O mundo vai quebrar seu coração de dez maneiras diferentes,e isso é uma certeza.Você só precisa achar alguém que valha a pena.

Ao final,solto-me de seu abraço e murmuro,extasiada:

-Foi você, tem sido você, e vai continuar sendo você.

-X-

Epílogo

*Play em Paradise*

O tempo foi passando depois da noite em Paris.

Os nossos personagens,cada um de seu jeito,foi tomado um rumo.Mas eles nunca se separaram.

Gale e Madge acabaram se casando.O Gale arrumou um emprego como sócio do Peeta,e a Madge virou professora.Houveram algumas complicações ao longo do caminho.Gale descobriu ser vítima de câncer,lá pelos 25 anos.

Mas no final ficou tudo bem.Madge admitiu para ele,que,mesmo carequinha,ele continuava sensual.Além do mais,agora eles tinham o pequeno Denis,o filhinho adotado dos dois.

Clove e Cato acabaram juntos com todo o estilo: viajando pelo mundo,explorando várias culturas diferentes.

Ninguém compareceu ao casamento dos dois,uma vez que foi celebrado com um salto livre de um helicóptero,acima dos Montes Rochosos.

Debby,após ser abandonada na Igreja,encontrou o amor na pessoa mais improvável do mundo.

Isso mesmo.Ela e Marvel hoje já estão com sete filhos,e se situam na Austrália.

O pai e a mãe de Peeta,acabaram por aceitar a felicidade do filho,contanto que ele não se esquecesse de escrever sempre.

Existe algo melhor que uma casa cheia de netos?

Finnick e Annie voltaram depois da lua de mel,trazendo a notícia de uma gravidez.Passaram por uma crise financeira feia,mas conseguiram sustentar os quadrigêmeos,sendo Peeta e Katniss padrinhos de um deles.

Jason descobriu seu futuro como design e conselheiro amoroso.Ah,e alguns anos mais tarde,ele desmunhecou de vez e assumiu pertencer ao lado rosa da força.

Hoje ele e seu namorado Brad vivem o sonho em Las Vegas.

Glimmer se mudou para a Alemanha,e agora trabalha em um laboratório de alta ciência.Quem diria não é?

Mas eles não deixam de se reunir na Ação de Graças,Natal,Ano-Novo e aniversários.
São uma grande família feliz,como era para sempre ter sido.

E você quer saber?Aqui vai o meu conselho: Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro. Que ela possa vir com toda a simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos. Que as pessoas saibam falar, calar, e acima de tudo ouvir. Que tenham amor ou então sintam falta de não tê-lo. Que tenham ideais e medo de perdê-lo. Que amem ao próximo e respeitem sua dor. Para que tenhamos certeza de que: “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”

Ah,e é claro,antes que eu me esqueça:

Peeta e Katniss voltaram para Los Angeles.

Peeta assumiu a empresa de seu pai,e Katniss conseguiu a gerência de uma das agências Democritos na cidade,e eles acabaram por constituir família lá.

Compraram uma casa verdinha,copos que não quebravam,uma rede espaçosa e tiveram dois filhos.Um menininho de olhos cinzentos e uma menininha de olhos azuis.

Agora?Agora eles estão em frente á uma escola infantil,de mãos dadas com estas mesmíssimas crianças.

-Pronta?-Katniss pergunta á garota,ajeitando a gola do uniforme.A menina pisca seus enormes olhos de céu para a mãe.Os cabelos louros estão presos em um alto rabo de cavalo.

Era a cara da mãe.

-Pronta.-Suspirou a menina.

-Jenn,não se esqueça de prestar bastante atenção nas aulas,ok?-Peeta dá um beijo na testa da filha.

Em seguida,adianta-se para o garotinho,de aparência mais nova.Ele tem cabelos lisos e curtos,e os olhos cinzentos da mãe.

O garoto é o escarro do pai,embora Peeta insista que ele tem o charme de Katniss.

-E você,Josh,vamos conversar sobre como colar mais tarde.

-Peeta!-Katniss soa reprovadora.Josh não parece entender muito,e pisca,confuso,para o pai.

-Não incentive nosso filho a colar!-Ralha.Jennifer ri,travessa.

-Ok,ok.-Depois,mais baixo,sussurra para o garoto.-Conversamos mais tarde.

Katniss revira os olhos,mas sorri.

-Mamãe vem b...-Ele começa,mas Katniss torna:

-Peeta Mellark!

-Ok,desculpe querida...-Ele revira os olhos.-Papai vem buscar vocês depois.

Em seguida a muitos abraços,conselhos e beijos,eles assistem suas crianças entrarem pelo portão.

O sol desponta por trás dos edifícios de os Angeles,e Katniss repousa a cabeça no ombro de Peeta.Suas mãos estão entrelaçadas.

Eles conseguiram algo que nunca julgaram ser possível: acordar todos os dias,olhar para as bochechas amarrotadas um do outro e se apaixonarem de novo.De novo,de novo e de novo...Como se fosse a primeira vez.

-Lembra quando fiquei grávida da Jenn?

-Como se fosse ontem.Você me disse que havia engolido uma melancia,e eu disse que uma hora ou outra ela sairia.Então me toquei que não era literalmente,e...

-Fez a maior piração de toda Los Angeles.-Completa ela,com um sorriso.Peeta parece encabulado.

-É...Mas o que tem isso?-Perguntou,por fim.

-Então...-Ela diz,olhando para o horizonte.Havia finalmente encontrado o Paraíso?-Acho que engoli uma terceira melancia.

F  I  M

Ou Começo?

X

*Play em Sutilmente*

Agradecimentos

Olá pessoal!Muito obrigado á todos vocês que acompanharam a jornada,crescimento e reconhecimento de Peeta e Katniss até aqui.

Primeiramente eu gostaria de agradecer á quem me recomendou:

Hazels

AnonymousThink

I Am Confused

Ana Mellark

Tália

Victoria Luiza

Balairina Imaginária

Nicole Martins

Lizze

Gabriela Agapito

FilhaDoMar

DotyNew

Júlia Salvatore Mellark

Lori Oliveira

Raio de Zeus

Vocês fizeram meu dia mais especial ♥

E á todas vocês que comentaram,e me fizeram muito feliz:

.DanyMellark,CristalDeGelo,Bailarina Imaginária,Izabella

.FilipaBlack,MeninaSolar,Lola,Aline L,Tatá Mellark,Raio de Zeus

.AmandaMonteiru,Carol Kurai,Nobody,Annie Sykes,Gabi Pereira

.Marizinha,MayMellark,Ana Mellark,EricaSandy2009,Jeni S2

.Bella Mikaelson,Lizze,ShadowHunter,Izabella Petrova Pierce

.MayaEverdeenGranger,Natiniss Chase,Sparrow,Pietra Nebun

.I Am Confused,CatchingFire,Laladhu,MarinaTrinket,LolitaLolis

.DrikaMellarkEverdeen,Giuh Potter Odair Castellan,Nobody

.Exhaustive,Pipoc4,Lola Mellark Odair,Bia,AnaCM,ValSky

.Warrior,Lu Chan,Letícia Dias,Julie Mellark,LeoPG,Kris

.Tália,Katniss Mellark,Kakakata,An5e,Luly Mellark,Doty

.InWonderland,Gabrielanunesol,Cherry,Beatriz Machado,NathaliaMotta

.NatashaCI,Bia Hutcherson Mellark,Victoria Luiza,Beatriz CMR,Lori Oliveira

.LelenDMC,ClatoLover,Gabriela Agapito,MariMellark,FilhaDoMar,RaahBrasileiro

.Iasmiin Martins,Jennifer Nogueira Everllark,Bia Prior,Sasa,Katriel Da Silva Lima

.Iasmin Feliciano,Rebeca Reis e Tatá Neves

E á vocês,que não comentaram ou não recomendaram,mas que acompanharam until the very end.

Eu amo muito todos vocês ♥

Merda,achou que vou chorei C‘:

X

Imagine se Peeta e Katniss não tivessem estudado juntos.

Se eles não tivessem se conhecido no Hawaii.

E se eles crescessem,cada um por si...

Ele,casado.Ela,professora de balé.

Mas se encontrassem,anos depois

Desta vez,em Boston.

Acompanhem minha nova fic: CANTARELLA

E descubram o que rolaria.

“Te conhecer foi o destino,tornar-me seu amigo,uma escolha,mas me apaixonar por você era algo fora de meu controle”

XXXX

Alô?Acabou produção?Ah,ta...

Isso é tudo pessoal.

Amo vocês.

Câmbio Desligo.


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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!