Far Away... So Close escrita por K2 Phoenix


Capítulo 6
O Baile


Notas iniciais do capítulo

Gente, Far Away... So Close voltou!!! =) desculpe quem esperou tanto por uma postagem, é que eu ando ocupada (sempre rsrsrs), e também pq estava tentando dar um gás logo em Crazy. Mas, agora, a espera acabou! Divirtam-se!



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"Querido diário,

Ainda não consegui dormir. Deve ser a expectativa, a ansiedade pelo baile. Nunca havia participado de um, e, oh, Deus, estou tão empolgada! Eu não só irei a um baile, mas terei um lindo vestido para dançar. E, talvez... o homem mais lindo e mais gentil ao meu lado, não só do baile, mas do mundo inteiro! Mr. Hudson será meu par! Eu acho que o amo.”

Rachel deitou-se com o diário ainda sobre seu peito, aberto. Ao seu lado, Quinn e Santana ressonavam, mas ela ainda estava acordadíssima. Pensamentos transpassavam sua mente e ela simplesmente não conseguia parar de imaginar todos os detalhes do dia que viria a ser o mais especial de sua vida até então.

Ela e Mr. Hudson haviam feito compras e ela voltara carregada de pacotes para a escola. Suas colegas a encararam admiradas e até invejosas, mas, pela primeira vez na vida, Rachel sentira-se forte, bonita e confiante.

Agitada demais para dormir, ela foi até o armário e pegou o embrulho mais delicado de todos que trouxera de suas compras: abriu-o graciosamente e retirou o colar com pequenas pedras de cristais cor-de-rosa, que caía perfeitamente bem no seu colo de tez morena.

Fechando os olhos, sonhadora, ela relembrou de como, até poucos meses atrás, era uma jovem órfã sem ter muitas perspectivas de vida. Se alguém dissesse que sua vida estaria daquele jeito como estava então, ela não acreditaria!

{...}

-Vejo que Miss Berry está bastante animada para o baile. – Santana comentou, como sempre, carregando no tom sardônico.

- Estou maravilhosamente bem. – Rachel rebateu, tomando seu mingau de aveia com a postura mais impassível possível.

-Tudo bem, meninas escutem. – Quinn sentou mais junto ainda de Santana e Rachel. Estava no refeitório na hora do café- da- manhã, e qualquer outra garota poderia ouvir aquilo que ela gostaria de manter como um segredo entre as três. – Puck virá hoje ao baile. Temos que repassar a mesma história para que não haja nenhuma discordância entre nossas versões.

Rachel precisou refrear-se para não gritar e manter a compostura:

- Eu não acredito que você chamou mesmo o meu primo!

- Querida, uma mulher é capaz de tudo quando se apaixona. – interpôs Santana.

- Isso é loucura! – Rachel retrucou.

-Vocês podem me escutar, por favor? – Quinn ralhou. – Precisamos repassar a mesma conversa. Vamos lá.

- Eu ainda acho que isso é arriscado demais, Quinn. Meu primo é só um peixeiro humilde...

- Mas, a partir de hoje, para todos os efeitos, ele será um rico judeu, vindo da Alemanha, que estará visitando amigos e vendo possíveis investimentos para o pai aqui em Nova York, certo?

Rachel bufou.

- Certo,  Rachel?

-Certo. – ela sibilou, irritada.

-Tudo isso é muito lindo e idílico, Miss Fabray – era incrível como Santana poderia ser tão irônica apenas tentando parecer polida – mas, o que vocês farão com o sotaque alemão inexistente do Mr. Puckerman?

-Diremos que ele é tão fluente em inglês por ter vivido a maior parte da vida escolar dele em Eton que seu sotaque alemão é praticamente inexistente.

- Pequena e adorável Miss Fabray, Eton fica na Inglaterra, e nós estamos nos Estados Unidos. Obviamente, o sotaque dele deveria ser britânico, então, e não como o de um peixeiro nova-iorquino... oh, desculpe! – Santana riu, mordaz. – Ele é um peixeiro nova-iorquino!

-Se não querem me ajudar, deveriam dizer logo! – Quinn levantou intempestivamente do banco do refeitório e saiu às pressas para um dos jardins.

Rachel e Santana se entreolharam:

- Acho que ela deveria se conformar com a ideia de que o amor dela e do meu primo é impossível. – disse Rachel.

- E por acaso o seu e do Mr. Hudson será abençoado pela alta sociedade? – a estudante de origem latina desdenhou. - Nem faça esta cara de que não sabe do que estou falando. Todas  sabemos que ele ontem levou-a para um verdadeiro banho de loja.

-Ele... ele... -  Rachel gaguejou.

- Reze para que ele não esteja apenas querendo garantir uma amante morena e que parece quente na cama para quando ele se casar com Miss Fabray, certo? – advertiu Santana, levantando-se logo em seguida.

Rachel ficou pregada por alguns instantes no banco do refeitório. Envolta em sua bolha de felicidade, ela ainda não havia pensado naquilo.

Na verdade, nunca pensaria, se não fossem as palavras de Santana. Ela não tinha maldade ou malícia no coração, mas a outra garota tinha as duas coisas suficientemente arraigadas em seu caráter para dizer aquilo e levantar dúvidas em Rachel: e se Finn estivesse querendo apenas se aproveitar dela, tirar-lhe a honra e a pureza para depois, largá-la como um brinquedinho do qual estivesse enjoado? E se ele apenas estava, segundo as palavras de Santana, tentando arranjar uma amante para ser seu escape para quando se casasse com Quinn?

Completamente desnorteada, ela aproveitou que naquele dia não haveria aula por causa do baile e foi encolher-se em sua cama.

Ficou lá, abraçada com seu travesseiro, chorando silenciosamente, quando Quinn entrou no quarto, também com uma expressão nada animada no rosto:

- Pensei que estivesse se arrumando, Rachel. Vi as compras que fez ontem. Deve ter coisas belíssimas hoje para o baile. – ela comentou, tentando disfarçar a voz rouca de choro.

- Quinn, desculpe-me. – Rachel disse, sentando-se na cama. Ambas estavam com olheiras de choro. – Eu deveria apoiá-la. Devemos ser amigas, não é?

-Eu sei que você pensa racionalmente, Rachel. Sei que seu primo era a última opção para uma garota rica e católica como eu, mas... eu o amo. Quando nos beijamos, me sinto no céu. Ele é bonito, forte, audaz, e tem um jeito de me olhar que me derrete e ao mesmo tempo me faz sentir como se eu fosse capaz de tudo.

-Eu não queria que vocês sofressem, apenas isso. Você tem sido boa comigo desde que cheguei, e o Noah, bem, o Noah é a única família que eu tenho.

-Eu também serei sua família, Rachel. – Quinn apertou calorosamente a mão da amiga. – Eu e Puck casaremos e teremos filhos lindos.

Rachel piscou, com os olhos marejados:

- Eu entendo o que você quer dizer sobre o que sente pelo meu primo...

-Você está apaixonada pelo Finn, não é? – Quinn indagou em um tom cúmplice.

- Acho que sim! Não sei. Nunca havia sentido este turbilhão dentro de mim!

- Finn é um homem maravilhoso, em todos os âmbitos. É um verdadeiro cavalheiro. Deus sabe a força que fiz para amá-lo, para corresponder ao acordo feito pelos nossos pais, mas não consegui. Ame-o, pois ele e um homem muito especial.

-Obrigada pelo conselho, Quinn. – Rachel, enfim, sorriu. – Vamos nos arrumar? Temos um baile para ir!

{...}

Finn ajeitou a gravata borboleta branca  até ela ficar impecável. Conferiu pela última vez seu traje de gala, um fraque clássico preto, pegou sua bengala (não que precisasse, mas era comum todo homem elegante usar uma) e partiu rumo ao baile no St. Sophie.

Seu coração batia um pouco descompassado em seu peito. Só de imaginar como Rachel estaria, ele podia suspirar como um garoto imaturo. Uma parte dele achava que aquilo era uma loucura; ele já era praticamente compromissado com Quinn, deveria se empenhar em gostar dela, cortejá-la até ser sua esposa. Mas aquela garota... Rachel mexia com ele. Seu sorriso, sua voz maviosa, seu jeito inocente, puro, espontâneo. Ela tinha um brilho no olhar, e por tudo isso, ele sentia que qualquer risco por Rachel valia a pena. Ela merecia tudo o que ele estava fazendo por ela, mesmo que nunca viesse ficar a saber.

Por mais que Mrs. Conrad tivesse lhe dito que aquilo era perigoso, que Rachel poderia sofrer, ele estava disposto a tentar. Ele amou Rachel desde que lhe vira pela primeira vez, brincando com as outras crianças do orfanato. Fazia um dia de sol, e seu cabelo castanho-escuro resplandecia. Seu riso alegre e claro encheu sua alma, como por magia. Naquele dia, ele tinha tido mais uma longa discussão com seu pai, que não queria que ele ajudasse ao orfanato. Mas, naquele momento, ele percebeu que deveria ajudar o lugar e aquela garota. Ela era especial.

O maio salão do St. Sophie estava decorado com muito bom gosto. Imensos lustres de cristal caiam como cascatas diáfanas do teto abobadado, garçons passavam direto com bandejas com taças de champanhe; a mesa com a comida farta, chamava atenção pelos pratos requintados e bem elaborados.

Puck salivou ao ver tudo aquilo. Mas seus olhos brilharam mesmo ao ver Quinn: ela estava encantadora com um vestido lilás,  vaporoso, o cabelo arrumado na cabeça elegantemente com uma tiara de brilhantes.

- Meu Deus, você está incrível!

Ela sorriu e eles foram dançar.

Rachel estava no alto da escada que levava o andar superior da escola para o salão. Estava sentindo-se quase tonta, invadida por tanto sentimentos, quando o viu. Alto, imponente, caminhando com toda a elegância, como um lorde.

Finn sorriu com o canto dos lábios ao vê-la.

Rachel abriu um sorriso que exprimia toda a felicidade que existia.

-Olá. – ele disse quando ela se aproximou.

Eles fizeram uma mesura rápida e ele beijou sua mão, fazendo um arrepio percorrer seu corpo.

-Olá. – ela disse, em êxtase.

Seu cabelo longo estava com cachos na pontas, ondulado e apenas com um arranjo que destacava a beleza dele. O vestido cor de salmão era justo em sua cintura delicada, mas tinha volume ao final, prestando-lhe uma elegância jovem como Rachel. Tinha um decote discreto, mas que ressaltava bem a silhueta dela, arrematada pelo belo colar que ele lhe presenteara especialmente um dia antes.

Eles dançaram um pouco algumas valsas que uma orquestra tocava, mas não pareciam estar realmente ali, mas em outro lugar, sozinhos, onde apenas os dois rodopiavam embevecidos pelos olhos um do outro. Rachel sentou-o apertar mais sua cintura e ela encarou o olhar de profunda adoração dele. As palavras de Quinn sobre como era estar com seu primo invadiram sua mente e ela teve um frêmito quando ele sugeriu que eles fossem tomar um ar nos jardins.

- Já disse o quão bela você está, Miss Berry? – ele indagou, gentil.

-Adoro quando me chama assim, mas acho que já podemos nos tratar apenas pelos nossos nomes, não é? – ela sorriu.

-Sim, creio que sim. – ele aceitou.

Então, aproximou-se dela e acariciou sua pele macia enquanto olhava fundo em seus olhos:

- Rachel, você não sabe o que fez comigo. Eu estou apaixonado por você. Encantado por você.

-Não fale mais nada, Finn. – ela disse, baixo, quase sussurrante.

Ele arqueou uma sobrancelha, mas ela sorriu e se pôs na ponta dos pés:

- Eu amo você. – ela disse, fechando os olhos.

Finn inclinou-se, e seus lábios encontraram os dela.

Macios, doces, cheios de ternura. Ele abraçou-a pela cintura, ela não sabia o que fazer, mas, céus!, ela podia morrer naquele mesmo instante, que morreria feliz. Finn abriu levemente sua boca, e Rachel acompanhou o movimento. Ela teve um átimo de medo quando a língua dele encontrou-se com a dela, mas tudo sumiu quando eles se aprofundaram na sensação maravilhosa de entrega, o beijo fluindo, pulsando, faíscas chispando em todas as direções, o amor e a paixão vertiginosos tomando conta do seu ser.


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Notas finais do capítulo

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