5 Dias Depois.

- Vem logo, Atena – Me chama o moreno, impaciente.

- Isso e seguro ? – Pergunto pela nona vez.

- Mas e claro ! Agora vem – Diz me estendendo a mão.

- Ele tá me olhando – Digo temerosa.

- Ele só esta impressionado com tamanha beleza – Fala, sorrindo marotamente.

- Manda ele para de me olhar que eu vou ai – Chantageio.

- Para de frescura, e vem logo – Ordena.

- Se algo me acontecer, eu te mato – Falo nervosa.

Ando em direção ao mesmo, um relinchado me assusta, me fazendo fica estática.

Nunca... Nunca mais, eu sai para passear com você, Poseidon, penso.

- Ele não morde, Atena – Fala tranquilizadoramente.

- Como você sabe? Ele pode esta armando me morder.

- Ele não vai te morder, isso eu garanto – Fala encorajador.

Anda calmamente em direção ao moreno, e consequentemente, em direção ao animal quadrúpede que tinha ao seu lado.

Grande olhos azuis, pelo branco com machas cor de café, era assim que aquele pegasus era. Diferente.

Ele tá me encarando demais, penso.

Assim que me ponho ao lado dos dois, não sei qual deles era o mais amedrontador, o pegasus que não parava de me olhar, ou... Poseidon, que me lançava aquele sorrissinho Eu-To-Aprontando-Algo-Mas-Não-Vou-Falar-O-Que.

- Para de sorrir assim.

- Assim como ? – Pergunto com falsa inocência.

- Você tá aprontando algo – Afirmo.

- Não to não, eu apenas te trouxe, casualmente aqui, para você conhecer uma das minha mais belas criações – Se defende.

- Tá. Vou fingir que acredito.

Nós nos encontrávamos em uma fazendo, que de contrapartida era do moreno Deus dos Mares. Mas exatamente em um estábulo, isso mesmo, E-S-T-Á-B-U-L-O.  O cheiro não era lá dos melhores, mas mesmo assim os pegasus eram lindos. Muito bem cuidados por sinal. Ele tinha me trazido aqui para que nós pudéssemos ficar mais a vontade, e matar a saudade, já que fazia exatamente 5 dias que não nós víamos. Foram torturantes esses 5 dias, agonizantes na verdade.

Me pego admirando a beleza do pegasus a minha frente, ele era realmente lindo. Mas assustador. Sim, eu não gostava muito de cavalos ou pegasus. Motivo ? Eles me assustavam.

- Lindo não ? Ele e o meu preferido – Fala todo orgulhoso.

- Lindo. Mas amedrontador, um pouco intimidador também – Falo.

Logo estou rindo, descontroladamente.  

- Do que ri ? – Pergunta arqueando as sobrancelhas.

- Você... – Meu ataque de risos ainda não tinha parado, minha barriga já doía.

- Continuo sem entender – Ele parecia confuso, bem confuso.

- Eu acabei de te descrever.  “Lindo. Mas amedrontador, um pouco intimidador também” – Repito minha fala.

Ele logo ri.

- Lindo é ? – Pergunta me olhando sedutoramente.

- Não muito tá, eu já vi homens mais bonitos que você – Minto, fazendo charme.

- Há é ? – Ele me olha de uma forma predatória.

Sinto meu baixo ventre se contrair, com tamanho desejo, que já me assolava. Ele me imprensa contra a parede do estábulo, logo nossos lábios se unem, desesperadamente. Minhas mãos deslizavam por seus cabelos sedosos. Seu corpo me pressionava fortemente contra a parede. Um relinchado me faz voltar a realidade, empurro o mesmo, o afastando de mim.

- O que foi ? – Pergunta confuso.

- Ele tá nós olhando – Falo, olhando diretamente para o pegasus.

- Royal ? Ele nem sabe o que estamos fazendo – Responde.

O pegasus relincha em protesto.

- Tá bom, ele sabe parcialmente – Fala em tom de desculpas.

O sangue foge de meu rosto.

- Pelos Deuses ! – Exclamo envergonhada.

Poseidon ri.

- Calma. Você agindo dessa forma parece até que ele vai sai por ai dizendo que nós viu aos amassos – Fala divertido.

- Ele pode fazer isso mesmo – Falo, olhando para um ponto qualquer daquele lugar, envergonhada.

- Se por um acaso ele fizer pra quem ele vai contar ? Só se for para os outros pegasus, ou para o Percy.

- Percy... O droga ! O Percy também fala com os pegasus – Falo aflita.

- Calma. Royal não e um pegasu do acampamento e o Percy nunca veio aqui, então ele não pode falar para ninguém, a não ser os outros pegasus – Fala tranquilizadoramente.

As poucos vou me acalmando mais.

- Eu não sei porque você tem tanto medo dos outros descobrirem sobre nós – Fala.

Nos fundo de suas esferas verdes, posso ver a tristeza do mesmo. O mesmo começa a escovar a crina de Royal, me impedindo de ver seus olhos. Ele pega um tipo de cela, para cavalos, eu acho, e começa a colocar em Royal.

- Não e medo, eu apenas... Anfitrite, eu tenho medo que ela possa fazer algo contra você é... – Me impeço de continuar.

Ele para o que estava fazendo, e começa a me fita intensamente.

- É... ? – Me incentivar a continuar.

- Vocês dois tem uma história e... – Sou impedida de continuar pelo mesmo.

- História... O que nós tivemos, Atena, não passou de um breve resumo, cheio de traições, falsidade e tristeza, nada mais – Fala exaltado.

- Poseidon, você mesmo acabou de diz que traia sua mulher. E eu ? O que você vai fazer comigo ? Se sua própria mulher você traia. Como eu posso acreditar em um futuro para nós – Me exalto mais.

Eu tremia levemente. Só em falar de traições, eu me exaltava. Lagrimas já começavam a se forma no canto dos meus olhos. Ele parecia perdido, triste.

- Como você pode pensar que eu poderia em algum momento te trair ? – Pergunto, triste.

- Você já me traiu uma vez, ao levar Medusa ao meu templo, o que te custaria me trair de novo ? – A amargura era bem visível em minha voz.

- Talvez custe minha felicidade – Fala amargo.

Ele vem em minha direção, tento me afasta do mesmo caminhando para trás, mas logo sinto a parede se chocar contra meu corpo. Logo ele esta parado a minha frente, me impedindo de me afastar. Seus olhos eram pura tristeza. Me sinto sufocada, ao ver como o mesmo estava... Vulnerável.

- Por que você tem que torna as coisas tão difíceis ? – Pergunta em um sussurro.

- Eu não sei... Eu sou assim... Eu não quero sofrer – Minha voz sai um mero sussurro.

- Você não vai, não mais, eu te prometo. – Sua promessa toca fundo em meu coração.

- Desculpa – Peço.

Envolvo meus braços em torno da cintura do mesmo, o abraçando forte. Ele retribui o abraço de imediato.

- Eu quero que você seja minha mulher – Fala com o rosto a poucos centímetros de meu ouvido.

Me afasto um pouco do mesmo, o suficiente apenas para que eu possa visualizar o seu rosto. Ele esta levemente pálido, algo que eu não tinha notado antes.

- Eu já sou sua mulher – Confesso.

Ele sorri, calidamente.

- Eu sei disso, mas eu quero você por inteiro – Diz.

- Como assim ? – Pergunto confusa.

- Até agora nós só nos vemos as escondidas, e quando eu vou ao Olimpo. Eu quero você perto de mim - Fala.

- O que sugere ? – Pergunto sedutoramente.

Faço um esforço tremendo para não corar de vergonha.

Você esta me mudando, penso.

O mesmo me olha surpreso por uns instantes, quase desisto de continuar sustentando minha pose sedutora.

- Eu sugiro... Casamento – Diz, ainda surpreso.

- Casamento ? – Eu estava pasma.

- Sim, casamento – Fala convicto.

Me afasto levemente do mesmo. Ele mantinha sua pose seria e ao mesmo tempo despreocupada, mas mesmo assim poderia se notar o medo em seus olhos.

- Poseidon, nós estamos indo rápido demais – Falo.

- Por que ? No amor, nunca se esta indo rápido demais !

- Não... Por favor, Poseidon, nós não podemos dar um passo tão grande assim – Afirmo.

- Por que não ? – Ele estava atordoado.

Mas não tão atordoado quanto eu estava.

- Anfitrite, o Deus que á esta ajudando, a perseguição á Apolo e Ártemis, você que mais sugestões ? – Falo sarcástica.

- Esse o um dos motivos para nós nos casamos.

- Como assim ?

- Em meu palácio você estará mais segura do que no Olimpo, pois pelo menos lá, eu controlo quem entra e quem sai – Fala.

- Mas e Apolo e Ártemis ? – Pergunto relutante ao pedido de casamento.

- Se Anfitrite estava fazendo isso para te atingir, com nosso casamento ela vai desistir, eu sei disso porque...

- Por que ?

- Eu me encontrei com ela, ontem – Fala dando de ombros, como se aquilo não significa-se nada.

Sinto meu estomago se revivar. Um nó familiar começa se forma em minha garganta.

- Quando você pretendia me contar isso ? – Pergunto desdenhosa.

Ele suspira.

- Na verdade, eu não pretendia te contar – Confessa.

- Por que não ?

- Eu não quero te magoa, ou te deixar com raiva – Fala em tão de desculpas.

- Não queria mais deixou – Falo enraivecida.

Vou rumo a saída do estábulo, assim que passo pelas portas que dão acesso  ao lado de forra daquele lugar, Poseidon segura meu braço, firmemente, mas de um modo que não me machuque.

- Ei, não fica brava, por favor – Perde.

Seus braços envolvem minha cintura, me abraçando. Não retribuo ao abraço.

- Por favor, não fica brava – Pede mais uma vez, enterrando seu rosto em meus cabelos.

Como... Como posso o perdoar ? Ele deveria ter me dito... Deveria sim. Encontro... Os dois tiveram um encontro... Minha mente esta uma bagunça só.

- Por favor... – Sua voz soa roca e distante.

- Você deveria ter me contado antes – Sussurro.

- Eu não quero te deixar irritada.

- Esse e o problema... Você só pensa no que você quer, não no que quero – Falo amarga.

- Eu planejava te perdi em casamento hoje, tudo estava tão perfeito... Por que tudo tem que ser tão complicado par nós ? – Ele esta aflito.

- Talvez você só devesse confiar mais em mim.

- Eu confio – Afirma verdadeiramente.

- Não e o que parece – Resmungo.

- Por favor, me deixar ser seu marido – Pede.

- Como eu posso me casar com você, se você se encontra com sua ex-mulher pelas minhas costas – Falo exasperada.

- Não foi exatamente um encontra, eu fui lá para obriga-la a nós deixar em paz – Fala me apertando mais contra o corpo dele.

Solto um gemido, involuntário.

- O que você conversaram ? – Minha curiosidade e maior que minha raiva pelo mesmo.

- Não conversamos, eu falei... Ou melhor, ameacei a mesma – Fala calmamente.

- O que ela disse ?

- Ela esta louca, desnorteada, na verdade.

- Então quer dizer, que só porque ela esta “desnorteada”, nós devemos passar a mão na cabeça dela, é isso mesmo ? – Pergunto enciumada.

- Não, mas e claro que não.

- Poseidon, eu quero ir embora – Falo encerrando o assunto.

- Não... Por favor, não vá – Pede.

O mesmo volta a enterra a cabeça em meus cabelos, espirando meu perfume. E assim permanecemos por um tempo. Fecho meus olhos, tentando me acalmar.

- Eu te amo tanto – Sussurra pressionando seus lábios contra meu pescoço.

- Eu... Eu também te amo, mas...

- Não, por favor, não fale nada. Nosso amor e a única coisa que basta – Fala pressionado seus lábios contra os meus.

- Anfitrite, sempre vai ser uma sombra em nosso relacionamento – Afirmo convicta.

- Só se nós permitimos que isso aconteça – Fala.

Suspiro frustrada.

- Eu quero me casar com você – Fala, colocando uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha.

- Eu também quero, mais eu acho que estamos indo rápido demais – Digo.

- Não estamos não, Atena, não temos mais idade para fica nesse namoro as escondidas, eu quero gritar ao mundo que amo você, que você e minha mulher – Fala.

Suas palavras fazem com que eu sinta o chão faltar sobre meus pés. Ele estava disposta a enfrentar tudo por mim ? Sim, era evidente que sim, mas é eu, eu estava disposta a enfrentar tudo por ele ?

Sim, com certeza ! Ao acorda, a primeira coisa que eu vinha em minha mente era ele, seus lábios, seus olhos, seu rosto mais que perfeito. Ele é a razão de minha felicidade, penso.

- Eu aceito !

- O que ?

- Eu aceito me casar com você.

Seu sorriso era mais que deslumbrante, mas que perfeito, era só... Meu. Ele era só meu.

Naquele instante eu consenti minha sentença de felicidade. Mas toda felicidade tem seu preço, tem seus altos e baixos... Mas e como dizem por ai...

Ou você arrisca, ou você se conforma, penso correspondendo ao abraço do meu futuro marido. Isso meus, MEU marido.