O Quase Fim Do Mundo escrita por Felipe Fabricio


Capítulo 8
Tiros de amizade


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.Eu já tinha feito o capítulo,mas deu um erro e eu perdi tudo.Aí me deu raiva de fazer de novo.



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- Então - Começou Bete -, eu acho que você precisa saber minha história.

- Pra falar a verdade - Eu disse -, estou bem curioso. De verdade, você era a melhor amiga de Helena. E agora, pelo que eu vi, está querendo matar ela.

- O mundo dá voltas, não? E você era o namorado dela. Não acho que tem muita diferença.

- Faz sentido. Antes, eu vou explicar direito o que está acontecendo comigo.

E expliquei. Fiquei ali durante mais ou menos uma hora e meia, contando minhas "aventuras". Eu conhecendo Nico, o maníaco da bazuca que estava a caminho para nos salvar junto com uma pacífica família de rubis, nossa invasão ao castelo... E, claro, Helena me enviando a este fim de mundo.

- Helena se fez de coitadinha? Isso é interessante. Mas eu não confiaria muito, não. Ela não é dessas coisas. Talvez tenha sido um truque pra você ficar com pena dela.

- E no fim, ela me jogou na cara que eu estava perdido. Legal esse estilo de coitadinha, não? Eu acho que ela não tinha muitos motivos. Ela me tinha na mão. Me mandou pra cá. Se ela realmente fosse a tirana, tinha me jogado tudo na cara e me mandado pra cá de uma forma... Bem pior.

- Esse é o caso. Eu acho que você está entrando no jogo dela, sabe? Provavelmente ela tinha intenção de... Sei lá... Ficar você se remoendo de culpa aqui, ou algo parecido. Pra falar a verdade, eu não sei.

Aquilo me fez pensar.

- Mas de qualquer forma - Ela continuou -, eu preciso contar o meu lado dessa história. Você sabe que Helena tomou o poder, certo?

Eu a olhei com uma cara que dizia "Ah não, sério?"

- Ok, isso foi meio óbvio. Quando ela tomou a Austrália, ela simplesmente deixou todas as amigas dela (Incluindo eu) num cargo elevado. Éramos próximas e ajudávamos ela no que desse. Carolina, por exemplo, não sei se você lembra dela, era uma das que mais ajudava Helena com alguns gastos...

- Eu lembro dela, sim. Tanto que eu encontrei ela na minha invasão.

- Sério? Isso é bom. Pelo menos ela não morreu. Mas eu não fazia muita coisa. Eu tentava dar juízo na minha amiga, na verdade. Dizia á ela que não tinha sido uma boa ideia tentar invadir tudo. Que era uma boa re-entregar o poder e fugir... Sei lá, pra Rússia. Pra Macedônia.

- Hey, sabia que a Macedônia ainda está inteira? Eu recomendei á Malvina que ela fugisse pra lá.

- Bom, mais uma pra minha lista das "ainda vivas". Isso é bom... Mas, continuando. Aí teve o problema da guerra, lembra? Helena mandou a Malvina pra linha de frente, aliás. A Rainha Elizabeth declarou guerra, e eu então comecei a solicitar uma rendição.

- Infelizmente, isso não aconteceu.

- E, pelo que você me disse, graças á isso o mundo foi semi-destruído. Legal. Então ela começou a ter umas ideias idiotas sobre um campo de escravos, que começaram a surgir quando ela começou a ganhar as guerras e não tinha onde colocar tanto prisioneiro. Então, ela foi dar uma olhada num local perto de Sydney onde poderia servir como uma boa base.

- ...Seria esse local aqui?

- É, acho que estamos nele. Eu, Carolina, fomos todas juntas. Mas quando voltamos, não havia mais Camberra. A cidade havia sido bombardeada. Então nos estabelecemos em Sydney. Eu continuava a encher o saco da minha "mestra"... Até que um dia ela se enfezou e me disse "Você quer que eu me renda, certo? Eu digo que não. Fomos longe demais com isso. Estamos arruinados. O campo de escravos está pronto, sabia? Eu precisava de alguém pra testá-lo. Você quer, Bete? Mas eu não iria tirar você de lá".

- E você disse o quê? Não?

- Eu respondi algo como "Você realmente construiu aquilo? Você está planejando o quê? Uma nova Auschwitz? Quer ser lembrada pela história como mais uma dessas tiranas?"... E então ela perdeu a paciência e me mandou pra cá. Inaugurar o campo. Imagino que quando eu saí dali, ela ganhou o sinal verde para destruir tudo pela frente, inclusive a própria Sydney.

- Muito provavelmente... E aqui estamos...

- Você viu, agora? O que ela fez? Wel, eu não sei você, mas eu acho que ela está apenas se fazendo de boazinha. Ela perdeu completamente o coração ao subir ao trono. As pessoas mudam com o poder, Wel.

- Eu... O que eu acho, na verdade, é que...

...Mas não deu tempo de eu dizer o que eu achava. Nesse momento, o portão explodiu, e Nico,Valéria Rubi e Nicolau Rubi apareceram. Nico havia explodido o portão com sua bazuca. O resgate tinha chego.

- É AÍ, PESSOAL? - Gritou um Nico descontrolado - HORA DO RESGATE! - E desceu uma motosserra na corrente do prisioneiro mais próximo.

Atrás deles vinham os guardas. Cinco, no máximo. Helena nunca se preocupou com a segurança desse local, provavelmente. Talvez nunca pensou que ele pudesse ser invadido ou sei lá. Enfim, os prisioneiros que iam sendo libertados pegavam suas picaretas e iam contra os guardas.

- Eles não estão atirando - Bete observou - Os guardas estão piedosos quanto aos escravos! Eu acho, que se a gente for pra cima deles, a gente une os guardas á nossa causa também.

- E aí, povo do bem? - Chegou Nico, descendo a motosserra na minha bola de ferro - Aqui está, pra você - Ele jogou uma arma pra mim - Um lança-chamas.

- Onde achou isso?

- No castelo de Menelau. E pra você, Bete (Ah, prazer, eu sou o Nico!), eu trouxe essa pequena combinação de isqueiro e arminha de plástico com gasolina.

-A JPEG! - Eu disse - Você fez outra?

- Eu não podia ficar sem aquela beleza, assim como não fico sem essa bazuca.

- Você tem alguma arma que não envolva fogo ou explosões? - Perguntou Bete.

- Acho que não... Então, plano de fuga?

- Olá, pessoal! - Nicolau Rubi apareceu com a gente, enquanto Valéria libertava os prisioneiros - Eu acho que eu achei uma rota de fuga. Há um pequeno morro ali em cima, que dá para o teto. Está até um pouco escavado pelas picaretas, mas parece que por algum motivo, nenhum idiota fugiu por eles ainda.

- É por causa das bolas de ferro - Explicou Bete - Eu conheço esse morrinho, acho que agora, sem as correntes, nós conseguimos fugir por lá. Chame os outros escravos! 

- Acho que Valéria já libertou todos, mesmo - E gritei para os escravos virem - Nicolau... Ahn, posso te chamar de Law? Nico confunde.

- ...Pode...

- Ok, então. Law, como vocês vieram?

- Peguei o caminhão do meu tio emprestado. Achei que a gente ia colocar esse mundaréu de gente na caçamba, mas o caminhão quebrou perto daqui. A gente vai ter que fugir a pé.

- Sem problemas, somos muitos - E nos dirigimos ao buraco. Nico ampliou a abertura com um tiro de bazuca. Olhei pra trás e vi os soldados perdidos, sem saberem o que fazer...

...E então, um deles ouviu algo no rádio, pegou a arma e disparou em nossa direção.

- Balas - Eu disse, arregalando os olhos - Eles foram autorizados á atirar... Problema.

- VALÉRIA! - Law gritou - CUIDADO!...

...Mas não deu. Valéria Rubi foi acertada por um tiro bem na perna, e caiu de um modo desengonçado no chão. Law foi correndo socorrê-la, mas algum grupo de escravos já havia pego ela e começado a carregar. A cena era como se fosse em câmera lenta.

- Você está bem?

- Não - Ela disse - Dói muito...

Então olhei pra trás e voltei ao mundo real - Os tiros.

- CORRAM! - Eu gritei - ELES ESTÃO ATIRANDO! CORRAM! - E todo mundo começou a correr e passar pelo buraco.

- Helena - Law disse - Foi Helena que deu essa ordem.

- Só ela tem poder pra isso - Concordou Bete, o ódio minando pelas orelhas.

- Você viu, não, Bete? Sua melhor amiga. Ela sabia que você estava aqui... E mesmo assim mandou atirar.

Vi lágrimas saírem pelo rosto de Bete. Lágrimas de fúria, de ódio. Sua cara estava completamente vermelha, de raiva.

E então entramos pelo buraco que estava levando de volta ao mundo.


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