O Quase Fim Do Mundo escrita por Felipe Fabricio


Capítulo 5
Explodindo parede e chão




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A viagem até o Castelo de Menelau nem foi tão longa cronologicamente. Longo mesmo foi o tempo que se passou em nosso psicológico. Cada 100 metros pareciam meia hora, afinal, estávamos muito nervosos. Não dá para embarcar numa moto com uma bazuca, uma pistola, uma JPEG, dois walkie-talkies e um isqueiro indo matar uma rainha homicida correndo o risco de morrer também sem ficar nervoso.

Isso sem falar no risco em ser capturado sem morrer. O que significaria ou ter de servir a rainha ( Acho que prefiro morrer ) ou ir para os Campos de Escravos ( Eu também prefiro morrer aqui ). Uma coisa estranha é que ninguém sabe onde ficam os malditos campos. Muitas pessoas já foram procurar, e voltaram sem saber. Acho que praticamente cada km² da Austrália já foi vasculhado em busca dos Campos.

Eu e Nico começamos á conversar para afagar o nervosismo. Nico me contou que ele era Químico, e que havia se interessado pela profissão ao saber que juntando substâncias ele poderia fazer coisas explodirem. Ele disse que havia descoberto o lendário Átomo 200 ( E por algum motivo decidiu chamá-lo de TNTônio ), mas antes que pudesse divulgar a descoberta, ele decidiu comprar um pacote de batatas e o mundo explodiu.

Contei a ele o que eu tinha em meu passado - As partes interessantes, claro. Acho que ele não ficaria empolgado com meus tediosos cinco anos trabalhando como caixa num Supermercado. Falei da minha época de escola, do meu namoro com Helena, de suas amigas na época ( Carolina, Bete, Malvina... Nem lembro o resto )... Enfim, tudo que também pudesse ajudar a derrotar Helena.

Depois de um tempo que pareceram anos ( E Nico constatou em seu relógio, dizendo "Nossa, foram só quinze minutinhos!" ), chegamos ao Castelo de Menelau. Grande e poderoso, feito para quem olhasse pensar algo do tipo "Esse castelo é grande então não vou me meter com ele"... Justamente o que eu estava indo fazer!

A ideia inicial de Nico era entrar pelo portão da frente e anunciar tranquilamente que íamos matar todo mundo ali. Enquanto isso, eu começava a atirar. Mas disse que não era uma boa ideia e que era mais seguro ( E menos barulhento) usar a JPEG na parede. Por fim, ele concordou. Infelizemente, quando íamos explodir a parede, um soldado mascarado caiu do céu, sacou duas espadas e começou a querer matar a gente.

– Hey, hey, espere! - Disse Nico, ofegando, depois de desviar da quinta ou sexta espadada - Não nos mate!

– Quais são suas intenções no castelo? Porquê estão aqui com um isqueiro e uma arma de gasolina? - Nisso, percebemos que ela era uma mulher.

– É a JPEG, moça - Nico respondeu - E nós apenas viemos explodir essa parede, invadir o castelo e matar a rainha. Podemos?

Ela olhou para Nico como se ele tivesse falado algo muito estúpido.

– Desculpe estragar seus planos, moço, mas não, não podem. Acho que terei de matá-los.

Felizmente, eu existo. Numa manobra rápida ( Na verdade, ela apenas se distraiu com Nico e eu aproveitei ) eu peguei a arma d'água e disparei um rápido jato de gasolina na mulher. Peguei o desespero e ela me olhou com horror.

– Não faça isso - Ela começou a recuar - Ou você chamará a atenção de todos com a explosão.

– Nós já íamos chamar explodindo a parede - Respondi.

– Mas a ideia de usar a JPEG ao invés da Bazuca não era não chamar a atenção? - Nico perguntou, confuso.

– Bem, a JPEG ia dar mais tempo para a gente...

– Muito bem, gente, ótimo plano - A mulher disse - Mas vamos pensar num pacto? Numa trégua?

– O que você acha, Wel?

– Wel? - A mulher disse - Você é Wel? Maxwell?

– Não é por nada não, mas como você me conhece?

Ela tirou, então, sua máscara. E eu a reconheci. Era Malvina, uma das amigas de Helena que eu havia citado á pouco para Nico.

– Malvina?

– Wel... Quanto tempo. De todas as pessoas que eu conheço, você é a última que eu esperava vivo, depois de tudo. E também não é uma das primeiras que eu esperava vir matar a rainha. Talvez Frank fizesse isso... Mas encontrei seu corpo morto semana passada, numa alameda. Um prédio caiu em cima dele...

– Quem é Frank? - Nico perguntou.

– Um amigo meu - Respondi - Não o vejo há anos também. Interessante, Vina. Mas vamos calcular. Você está coberta de gasolina, quer me matar, e eu tenho um isqueiro na mão - Ela se encostou na parede, recuando - Espere - Eu disse - Saia daí - Ela saiu.

Uma mancha muito grande de gasolina havia se formado na parede. Incendiei um galho de uma árvore próxima, recuei e joguei lá. A parede explodiu. Nossa via para o castelo estava livre.

– Agora vaze daqui. Estou te poupando, mas não volte. Procure algum lugar seguro, sei lá. Ouvi dizer que a Macedônia não foi dizimada - E ela fugiu.

– E agora, o que faremos? - Disse Nico.

– Invadimos, ué.

A invasão foi relativamente simples por uns dois andares do castelo. Cada um que aparecia levava um tiro de pistola. Nico também pegou uma arma, de um soldado que matamos, pois concordamos que com a bazuca não ia dar certo.

O maior problema era o senso de localização. Nós não sabíamos para onde ir exatamente. Também não sabíamos onde raios ficava a sala do trono. Pra falar a verdade, a gente não sabia nada.

– Olha - Disse Nico, pegando uma folha do chão - Um mapa do castelo. Agora podemos nos localiz --- E então,o mapa levou um tiro e se esfarelou. Nós rapidamente acabamos com ele e seguimos em frente sem localização. Vez ou outra ainda testávamos os Walkie-Talkies.

Logo estávamos num corredor reto, com janelas. Nico dizia que o lugar era incrível e grande, e que seria uma pena destruir ele. Começamos a conversar sobre algo e o som de uma explosão interrompeu nossa conversa. A parede onde eu estava apoiado foi para o brejo, e eu caí.

Mas felizmente, Nico estava atento e me segurou, me puxando de volta. Olhamos e havia um homem com um arco na nossa frente. Atrás dele, uma alijava com flechas. Flechas explosivas.

– Quem ainda usa arco e flecha em pleno Século XXIII?

– Ainda é o melhor jeito de mirar - Ele respondeu - Pelo menos para mim. Agora, mãos sobre a cabeça.

– Não - Respondi, e saí correndo em zigue-zague. Uma tática minha para não ser acertado. Mirei na cabeça dele e... Ele atirou uma flecha no chão, e ele se desfez sob meus pés com uma explosão. Consegui pular para o lado onde estava o arqueiro, dando uma cotovelada na cabeça dele com tudo e fazendo ele cair no buraco.

Infelizmente, o buraco me separou de Nico.

– E agora? - Ele perguntou.

– Pegue os Talkies - Eu disse - Vamos manter contato e tentar se encontrar.

Saí correndo pelos corredores do castelo, tentando achar um jeito de encontrar Nico novamente. Eu precisava encontrá-lo antes da rainha. Ele seria de valiosa ajuda contra ela...

...Mas na pressa, eu fiz uma curva num corredor distraído demais. Havia um soldado ali. Eu ia bater com tudo nele, mas, com uma força impressionante, ele me segurou pelo tronco e me bateu com tudo numa parede próxima. Tirou uma algema do bolso e prendeu meu braço ao dele. Então, ele chamou reforços, e meu outro braço foi algemado ao braço de algum outro soldado.

Olhando para o meu bolso... O Talkie havia sido espatifado. Completamente destruído, partido ao meio, inutilizado. E havia sido capturado. Eu estava completamente ferrado. O soldado a minha direita aproveitou e me deu um tapa.

– O que faremos com ele agora? - O da esquerda perguntou.

– Matamos, provavelmente. Há mais alguém com você?

– Não. Ajo sempre sozinho... Me matem, então. É melhor do que virar escravo.

– Onde está o Tim? - O Direito perguntou - Ele cuida dos escravos. Ele poderia decidir se matamos ou prendemos este. Ele saberia.

– Eu também posso saber - Disse alguém no corredor a frente. E de repente, ela entrou: Helena, a Rainha Tirana - O que vocês querem saber? E quem é este aí?


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