Yunho

Sentado no aeroporto já lotado. Me sentia um completo idiota. Perdi Yoochun, perdi Jaejoong e agora estava fugindo dos meus problemas. Talvez seja isso o melhor a fazer, ir embora e deixar tudo isso no passado. Pelo menos não irei machucar ninguém com a minha existência.

Passageiros do vôo Gwangju...

Tudo o que eu queria era não ter errado. Eu não devia ter me declarado à Yoochun e o enganar dessa forma. Eu não queria ter me envolvido com ele sem tê-lo amado da forma que ele queria, do jeito que ele merece.

Jaejoong... Ah Jae. Eu te machuquei tanto... Eu só queria ter você ao meu lado. Tinha medo de perder você, perder você para alguém mais... Mas acabou acontecendo isso, não é!? Eu acabei te perdendo por minha culpa, e não do outro. Você sempre me perguntou o porquê de estarmos fazendo aquele tipo de coisa... Que o certo era não fazer. Eu sabia que era errado, mas não conseguia negar que eu estava louco por você e que não podia te deixar.

Foi tarde demais para eu desistir de você.

Olhava o nada enquanto tudo isso passava em minha cabeça. Refletia o quão burro eu fui com você. Pior é que eu não me arrependo de ter feito isso. Me envolver com você foi a melhor coisa da minha vida e eu sinto que foi a coisa mais certa que eu já fiz durante todos estes anos que eu vivi.

-

Jaejoong

Seu apartamento estava.. vazio. Encontrei apenas alguns móveis e nada mais. Tudo de Yunho agora se foi junto com ele e meu coração parecia querer explodir de angústia. Junsu havia me dito que ele iria embora de Seul para a sua cidade natal e eu não podia fazer nada? O deixaria ir mesmo? Não iria impedi-lo?

- Seria a coisa certa a fazer. Deixá-lo ir... – disse para mim mesmo, sentado à cama sem lençóis.. sentindo apenas a textura daquele colchão... do colchão que eu reparti com Yunho.

Nossas noites, nossos beijos e abraços...

- Yunho – as lagrimas começaram a percorrer minhas bochechas sem eu notar. Minha garganta não conseguia reprimi-las por mais que eu engolisse aquele nó. Pensar em Yunho.. pensar em nós me fazia sentir o quão burro eu tinha sido. Eu só pensei em eu mesmo depois de tudo...

De repente meu celular vibrou. Pensei em Yunho, mas era Junsu.

- O que foi Su? – perguntei, tentando acalmar minhas lágrimas.

- Yunho! O vôo dele sai em 20 minutos! Onde você ta? – ele falava desesperado ao telefone. Isso me deixava cada vez mais nervoso.

- No apartamento dele.. – sussurrei.

- QUE?! Você é lerdo ou o que Jaejoong? Se drogou no hospital? Sai daí e corre para aquele aeroporto agora! – e cortou a ligação.

Fiquei uns minutos tentando entender o sermão de Junsu. Sorri e não demorei mais nem um minuto sequer naquele lugar.

-

O aeroporto não estava tão cheio como antes. Jae adentrava ao lugar cinco minutos depois do horário que Junsu havia lhe informado. Respirou fundo, tentando normalizar a sua respiração. Percorreu o lugar inteiro e chegou onde há poucos minutos Yunho estava sentado.

Não havia ninguém. Ninguém que se parecesse com Yunho. Nem ao menos um sinal dele.

Jaejoong suspirou. Permaneceu parado no lugar sem a menor vontade de se mover. Não pensava em mais nada e sentia como suas lágrimas começavam a sair de seus olhos... uma atrás da outra.

Ele já não queria mais prendê-las.

-

Yunho respirava fundo. Sentado, voltou a pensar em tudo que havia feito. A foto de Jae em sua mão.. Alisou seu rosto naquele retrato, sorrindo. Era tão pacífico aqueles olhos.. podia sentir a pele suave daquele ser sob seu corpo. O amando, o beijando... o ouvindo dizer que o amava.

Como podia deixar tudo isso pra trás?

Jaejoong

Observava as pessoas passando rapidamente na rua. Olhava as árvores, os animais e os carros.  Aquele sol que estava brilhando tão alegremente naquele imenso céu.

- Como pode estar um dia tão lindo desses? Nada era para estar assim.. – limpei uma das lágrimas que ainda teimava em sair.

Yunho havia ido embora e eu fiquei aqui, sentindo essa droga de saudade. Meu coração nunca ficaria aliviado.. nunca. A culpa agora era toda minha.

Liguei para Junsu dizendo que iria para casa, mas que amanhã estaria por Yoochun. Parei nas escadas, na entrada do prédio. Suspirei. Não havia ânimo para nada. Subi vagarosamente, arrastando meus passos. O porteiro me deu bom dia e eu apenas assenti com a cabeça, sem desviar meus olhos do carpete vermelho no chão.

O elevador já estava pronto para mim e eu entrei sem prestar atenção em nada. Pensava nele o tempo todo.. sentia apenas o vento, ouvia apenas os barulhos costumeiros das pessoas e agora apenas sentia a sensação de estar subindo os andares naquele elevador.

O bipe avisando que eu já estava em meu andar soou, mas eu não saí. A porta se abriu e se fechou. Fiquei para ali dentro, sem reação. Minhas lágrimas mais uma vez começaram a passear pelo meu rosto e finalmente eu pude gritar e soluçar como se devia. Me agachei e abracei meus joelhos.

Como eu pude deixar você ir embora, Yunho!?

Yunho

Ouvi o barulho do elevador de repente. Seria Jae? Eu esperei em pé, mas ninguém havia saído do elevador e as portas se fecharam novamente. Suspirei... e foi quando ouvi um grito de dentro daquela cabine metálica segundos depois. Corri para ele. Apertei o botão e a porta se abriu.

E ele estava lá, chorando como uma criança. Encolhido em um canto do elevador. Eu me aproximei dele e o abracei fortemente. Ele nada disse e fez, apenas continuou a chorar em meus braços.

Quando ele finalmente se acalmou, apenas sussurrou meu nome. Não olhou para mim nem uma vez. Vi quando ele sorriu e me chamou de idiota. Eu ri suavemente. Peguei seu rosto com minhas mãos delicadamente e depositei um beijo em seus lábios. Passei meus polegares em sua bochecha.

- Tudo está bem, meu amor.

Ele se levantou e sem olhar para mim, pegou minha mão e me levou até seu apartamento. Caminhou devagar já dentro do lugar, me puxando e entrou em seu quarto.

Finalmente ele olhou para mim. Me fitou sorrindo. Levou uma de suas mãos em meu rosto e acariciou, trêmulo. Eu retribui aquele sorriso suave e o beijei novamente, com toda a vontade do mundo. Eu estava sentindo tanta falta disso...

- Yunho-ah.. – ele sussurrou para mim enquanto eu depositava beijos vagarosos em seu rosto, descendo pelo seu pescoço, indo em direção aos seus ombros pouco à mostra...

Amava aquela pele suave, amava aquele seu perfume... Me deixava tão extasiado, me excitava de um jeito que nunca pensei que sentiria antes. Ele retirou minha camisa enquanto eu tentava continuar beijando seus lábios.

Não percebi o tempo passar. Só me vi acariciando e possuindo aquele corpo perfeito junto ao meu em sua cama. O lençol já se embolava em nossos corpos suados... Eu sentia como ele me abraçava, me beijava... meu membro pulsante sendo tomado pelos seus lábios pequenos, mas carnudos...

- Jaejoongie.. aaah... – acariciava seus finos cabelos.

Ele por sua vez sussurrava coisas em meu ouvido que eu não havia escutado antes dele. Coisas que me faziam ir à loucura e a sorrir abertamente porque eu o amava mais que tudo agora. E saber como ele se sentia era maravilhoso.

A sensação de vê-lo se contorcendo ante aos meus beijos e caricias era a visão mais deliciosa do mundo. Eu não conseguia parar de torná-lo meu ainda mais.

- Yun... hm... por favor... m-mais rápido.. – ele gemia e eu apenas obedecia aos seus pedidos.

-

Junsu se separava daqueles lábios avermelhados que tanto sentia falta.

- Chunnie... – segurou suas mãos - Quero que nós recuperemos o tempo perdido, ok!? – beijou ternamente as mãos que segurava.

Yoochun sorria. Sorria porque não acreditava que ele estava mais uma vez ali, ao seu lado. Sabia perfeitamente agora que nunca deixou de amá-lo, por mais que tivesse desejado Jung Yunho para si.

Junsu era o seu anjinho. O seu amor.. e sempre foi assim. Havia se mudado porque não o tinha mais e agora podia ser ele mesmo ante à ele. Por causa da presença de Kim Junsu em sua vida mais uma vez, podia sentir seu eu verdadeiro voltar à vida.

- Junsu, meu amor – sorriu timidamente, nunca tirando seus olhos dele – Me perdoe pelo meu pai... Eu.. eu não quero que me deixe nunca mais, me ouviu!? – agora ele que segurava firmemente as mãos do outro.

- Está tudo bem Chunnie.. – sorriu – E não vou embora nunca mais! – falou determinado – Eu prometo à você, Park Yoochun, que viverei ao seu lado para o resto das nossas vidas! – mordeu o lábio inferior, com uma expressão séria. Yoochun apenas riu.

- Espero mesmo – falou contente – Não quero perder você outra vez – sorriu tristemente – Porque eu não posso deixar de amar você.

Junsu sorriu envergonhado, mas estava extremamente contente por ter ouvido aquelas palavras. Porque Kim Junsu amava Park Yoochun e também nunca deixou de fazê-lo. Porque Kim Junsu não era o mesmo sem Park Yoochun e agora prometia a ele mesmo que não o deixaria nunca mais.

- Depois que sair daqui, eu quero que você cante uma música para mim – disse ansioso.

- Mas Junsu-ah, eu não tenho mais jeito para isso – fez um biquinho.

- Se não o fizer eu vou embora por essa porta agora – cruzou os braços, fingindo estar emburrado.

- NÃO! – Junsu viu como os olhos de Yoochun estavam desesperados. Ele somente riu e o abraçou.

- Claro que eu não vou embora Chunnie bobão – o beijou ternamente – Mas eu quero a minha música, hein!?

- Ok, ok – inflou as bochechas.

Jaejoong

- Porque você fez isso? – disse com um biquinho nos lábios, deitado sobre o peito de Yunho. Ele sorriu.

- Me perdoe por tudo que eu fiz – segurava carinhosamente minha mão. Sentia novamente sua pele com a minha.. Era realmente bom – Eu.. eu realmente errei em começar uma relação com você dessa forma... Acabei magoando todos – suspirou.

- Errou mesmo – falei sério. Yunho se surpreendeu – Mas eu também errei. Fui um estúpido em dizer tudo aquilo para você – envergonhei-me. Yunho me beijou suavemente.

- Eu juro que não voltarei a errar assim novamente. Vou pedir perdão à Yoochun e começar.. do zero com você, ok!?

Eu sorri, sentindo finalmente meu coração respirar de novo. Yunho depois de tudo era incrível. Era uma pessoa especial, boa e me amava. Preocupava-se sim com os outros, nunca deixou de fazer isso e agora eu entendi que eu fui tão grosso com ele, tão injusto. O beijei na bochecha várias vezes.

- Eu te amo – o olhei e sorri. Ele sorriu também e colou sua testa na minha.

- Eu também te amo – me beijou novamente nos lábios.

Os minutos se passaram como horas enquanto nós apenas fechamos os olhos e sentimos o calor um do outro. Não percebi quando dormimos.