O Filho De Ártemis escrita por Marina Leal, DiasLuiza


Capítulo 14
Surpresas


Notas iniciais do capítulo

oi, mais um cap. Boa leitura



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– Você é especial, Caleb. – A deusa disse entrando no chalé. – Não uma aberração. Você é o meu primeiro filho, meu único filho. Você tem poderes que os outros temem, mas não se preocupe.

As linhas finais da profecia voltaram até ele, mas Caleb notou que ela não falaria nada a respeito.

– O que veio fazer aqui? – Ele perguntou tentando manter a petulância longe da voz.

– Apenas dar um aviso. – A deusa falou enquanto remexia em uma estante no lado oposto e passava os dedos por alguns livros. – Você tem apenas quatro dias para encontrar o senhor dos céus.

Caleb sentiu seu queixo cair.

– Como assim?

Ártemis o olhou com firmeza.

– Daqui a quatro dias é o solstício de inverno, o dia mais escuro do ano, o dia em que coisas antigas escolhem para espreitar. Sem Lord Zeus, o conselho não se reunirá e isso será o início da queda dos deuses. – Ela falou com urgência e em seu rosto dava para ver sua preocupação. – O olimpo está em suas mãos agora. – Ela falou antes de dar um sorriso. – Tenho que ir, boa noite meu filho, durma bem.

– Boa noite mãe. – Caleb falou tentando conter a série de perguntas que surgiram em sua cabeça com a resposta que ela havia lhe dado.

Ele se deitou na cama e adormeceu, seria um longo dia o que ele teria que enfrentar. Mas seus sonhos pareciam não querer saber disso, pois insistiam em vir até ele quando menos precisava.

Dessa vez, ele estava em uma sala ampla, o estilo grego era inconfundível, mas em vez das colunas serem brancas, eram de um preto assustador. Braseiros ardiam nos cantos, iluminando quase todo o lugar, exceto por uma sala que ficava oculta ali, foi quando o homem de preto apareceu. Ele parecia bastante agitado.

– Meu senhor! Meu senhor! – Ele chamou nervosamente, parecia ter notícias importantes.

– O que é? – A voz no escuro respondeu, não parecia de bom humor.

– Uma criança de um juramento quebrado foi encontrada! – O homem disse e se encolheu com o rugido furioso que a coisa na outra sala deu.

No susto, Caleb acordou. Sentia seu rosto empapado de suor e sua respiração estava acelerada. O rugido monstruoso ainda ecoando em seus ouvidos juntamente com seus batimentos cardíacos.

Ele se levantou com cuidado para não acordar ninguém antes de perceber que estava no chalé oito, e não havia ninguém além dele ali. Com um suspiro frustrado ele saiu do chalé e caminhou até a praia, onde se sentou em um banco de areia.

– Quatro dias. Essa missão é impossível. – Ele murmurou querendo que a terra o engolisse. – Seria mais fácil me mandar para o mundo inferior logo.

– O que é impossível? – A voz de Alícia o pegou de surpresa, ele virou o pescoço rapidamente e a viu de pé, com um leve sorriso nos lábios.

Ele se sentiu confuso e triste antes de responder sem pensar.

– Essa missão.

– Hum. – A garota falou e sentou ao lado dele. – Me desculpe por mais cedo, eu estava em choque.

Caleb assentiu, sabia que não seria fácil todos saberem que sua mãe era uma deusa que devia ser virgem, e que ainda era. Ele sacudiu a cabeça, pensar naquilo o deixava com dor de cabeça.

– Não se desculpe. – Ele murmurou.

– Posso pedir uma coisa? – Ela disse rapidamente e Caleb a olhou. – Me leve na missão com você.

Ele não conseguiu responder, num momento aquela garota o evitava, no outro ela queria ir à missão com ele.

– Por quê? – Ele conseguiu falar.

Ela bateu nele com o ombro.

– Eu sou sua amiga, amigos não abandonam o outro só porque supostamente um não deveria existir. Você está aqui, agora é bola pra frente. – Ela disse.

Caleb se sentiu comovido com aquilo e assentiu.

– Ok, vou levar você comigo na missão. – Disse e de repente teve uma ideia. – Vamos falar com Quíron, podemos partir agora.

Alícia o olhou com o medo evidente nos olhos.

– Agora? Mas, por quê?

Caleb se levantou e ofereceu a mão para ela.

– Porque eu tenho certeza que mais ninguém vai ser louco o suficiente para se oferecer para ir nessa missão comigo, e como estou correndo contra o tempo, agora é a melhor hora. – Disse e começou a andar na direção da casa grande com a garota o seguindo de perto.


****


– Estou dizendo, eu e Alícia precisamos partir agora, preciso libertar Lord Zeus antes do solstício. – Caleb disse para um relutante Quíron que olhava para ambos como se fossem loucos.

– Está tarde Caleb. – Ele disse em um tom apaziguador. – Já que você e Alícia são os únicos que vão sair nessa missão, amanhã cedo vocês partem, arrumem as malas, pois no nascer do sol Argos estará esperando por vocês.

Os dois semideuses assentiram e seguiram para seus chalés rapidamente. Caleb desejou boa noite para Alícia antes de entrar no chalé de Ártemis e pegar a mochila prateada.

– Aqui tem tudo o que eu preciso. – Ele disse e se deitou novamente, pedindo a todos os deuses que não tivesse outro pesadelo.


****


– Vamos Alícia! – Ele falou assim que o dia nasceu. – Argos está esperando por nós.

A garota saiu do chalé e Caleb pensou em como se sentia grato por ela continuar sendo sua amiga.

– Tudo bem, vamos. – Ela falou e seguiram para o limite da propriedade enquanto nenhum outro semideus estava acordado. Ele percebeu que ela levava apenas uma mochila comum.

Argos os deixou no terminal de ônibus e seguiu de volta para o acampamento.

– Agora estamos por conta própria. – Alícia falou olhando a van branca do acampamento se afastar de onde eles estavam. – Para onde vamos?

– Oeste. – Caleb disse enquanto entregava para ela a passagem de ônibus que ele havia comprado. – Como diz a profecia.

Ela assentiu e depois franziu a testa.

– Espero que não encontremos nenhum monstro.

Caleb concordou, depois de três meses no acampamento ele passou a ver o quanto ele havia sido sortudo nos últimos 14 anos.

– Vai ficar tudo bem. – Ele disse e se acomodou no assento confortável do ônibus.

Caleb esperava que por seu cheiro como semideus ser único, os monstros seriam mais cautelosos, mas ao que parecia, almoço era almoço.

No meio da viagem, uma bela jovem se levantou do assento e caminhou pelo estreito corredor do ônibus, até ali tudo normal, exceto pelo fato de que ela tropeçou na perna de Caleb e um som metálico estranho soou do choque. O garoto recuou assustado e murmurou um pedido de desculpas, mas quando a mulher sorriu para ele, havia presas entre seus lábios.

Alícia gritou e todos olharam para ela, então a empousa assumiu sua verdadeira forma e Caleb não conseguia alcançar seu arco, desesperadamente retirou o anel e o jogou para cima, logo ele estava segurando a espada que sua mãe lhe dera.

– Ora. – A mulher disse e Caleb se manteve olhando para o rosto dela, mas os olhos dela estavam na espada. – Parece que há mais um semideus que não devia existir tentando parar meu mestre. Não vou permitir.

Caleb perdeu o equilíbrio quando o motorista deu uma freada brusca no ônibus e sua espada escapou de seus dedos, para a sorte dele Alícia era uma boa lutadora com adagas e manteve o demônio ocupado por tempo suficiente para que ele pudesse recuperar a espada e cortar fora a cabeça dela, mas não antes de ouvir suas últimas palavras.

– O Olimpo tem um motivo para temer os sonhos malignos de meu mestre, e nem mesmo os melhores deuses serão capazes de encontrar o senhor Zeus! – Foi nesse instante que ele cortou a cabeça dela e notou que não havia nenhum mortal no ônibus com eles.

– Alícia. – Ele falou pegando as mochilas e as jogando sobre o ombro. – Vamos dar o fora daqui. – A filha de Hermes assentiu e o seguiu para fora do ônibus.

– Mas Caleb, não faz sentido. – Ela falou depois de ambos se afastarem pela mata fechada que havia ali. – Como assim mais um semideus?

Caleb sacudiu a cabeça.

– Não sei. – Ele pensou por um momento na profecia.

– Para onde vamos agora? Que caminho devemos seguir? – Alícia perguntou olhando para os lados como se estivesse sendo caçada.

Caleb pensou por um momento.

– “A vergonha de Creta mostra o caminho. Porém em certo momento acabarás sozinho.” – Ele recitou e depois de segundos Alícia pareceu ter entendido.

– Já sei que monstro nós temos que seguir e que vai nos levar para onde Zeus está preso. – Ela falou e Caleb a fitou sem acreditar. – O filho de Pasífae. O monstro que Teseu matou no labirinto.

Os olhos de Caleb se arregalaram quando a compreensão chegou até ele. É claro, aquele monstro havia sido a maior vergonha do rei Minos, o rei de Creta como ele não havia notado antes?

Ele olhou determinado para a filha de Hermes, não sabia como, mas tinha a certeza que encontraria o Minotauro. E o seguiria.


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Notas finais do capítulo

então, gostaram? não esqueçam dos reviews.



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