''Nossa'', essa é a expressão que vem em minha cabeça durante a viagem de volta a Denver. Ainda não caiu a ficha dos ''eu te amo'' trocados entre mim e Matt. As declarações dele a mim, a cada transa que rolava entre nós. Tudo ainda estava muito recente. Por que será né, minha cara?, disse meu inconsciente a mim. 

Olhando para ele dormindo na poltrona ao lado da minha, eu podia ver o que era extremamente raro de se vê. A serenidade estampada no rosto perfeito dele. A paz que ele transmitia, mesmo estando com aqueles olhos azuis fechados. É, pelo jeito, amo ele mesmo, falei mentalmente. Derrepente Matt faz um grunhido baixo, onde só eu o escutasse. Logo em seguida ele sorri de canto, vira o rosto para o lado da janela, voltando a dormir profundamente. Sorrio e tento dormir. Fico imaginando o que o fizera sorri durante o sonho dele.

Acordo com um jato de ar fraco quente e com um levíssimo cheiro de menta contra o meu rosto. Vou abrindo meus olhos, me deparando com olhos azuis e brilhantes me encarando. Acompanhado de um sorriso no canto da boca um tanto malicioso. Franzo o cenho e fito o dono do par de olhos azuis. 

- Posso saber o porque desse sorriso nada puro que você tem estampado nos lábios? - pergunto

Ele sorri, só que agora maliciosamente e pervertidamente. Confesso que aquele sorriso que ele deu, fez em alguma parte do meu corpo possuir um certo arrepio já conhecido por mim.

- Matt? - insisto

Ele levanta de sua poltrona, me puxa com força da minha e me leva até o banheiro do avião. Olha para os lados e me joga ali dentro, entrando em seguida e fechando a porta. Virando para mim, ele não me dá uma mísera chance de perguntar o que ele pretendia fazer e ataca minha boca com avidez. Como não sou robô, claro que correspondi, pois tenho desejos e vontades sobre esse deus grego adolescente a minha frente. 

Ele agarra minha coxa na parte de trás, me ajuda com o impulso e me faz sentar na pia dali. Se encaixa entre minhas pernas e continua seus beijos luxuriosos. 

- Ok! - falei sem fôlego - O que foi isso?

Ele cessa os beijos, quase chupões em meu pescoço e me encara.

- Beijos? Vontades? Desejos? - disse como se fosse tudo óbvio. Bato de leve em seu ombro. - Ai! - exclama fazendo um cara falsa de dor - Tá selvagem, hein minha linda? Assim o meu sonho de agora pouco começa a virar realidade. - sorriu sacana

- Sonho? - ele assente - Sonhando comigo? Isso explica o sorriso bobo no teu rosto enquanto dormia. - falei sorrindo

- É por is... Pera aí, estava me observando dormir? - perguntou

Então, falei demias, eu acho...''

- Hm, bom saber que fica me olhando dormir, Cass. - falou - Mas agora esquece isso e vem cá. - me dá um selinho - Vamos fazer meu sonho perfeito ficar mais perfeito ainda, virando uma realidade.

- Eu até poderia ajudar, seu eu soubes... - me interrompe com um beijo de tirar o fôlego - Esquece! - continuei o beijando

Fomos andando até nossas poltronas com a maior cara de pau. Matt mais do que eu, é claro. Ele nem ligava para o fato das pessoas que estavam sentadas perto da cabine do banheiro, ter escutados meus gemidos. Ele desfilava até nossos assentos com um sorriso enorme estampado nos lábios. Durante o caminho, recebemos olhares maldosos, outros nos reprovando pelo o acontecido. Matt apenas ria da situação. 

Quase doze horas depois, cá estávamos nós esperando nossas malas passar pela esteira. Os meninos estavam em pe, perto do local onde nossas malas apareceriam, enquanto eu e as meninas estávamos sentadas só observando-os. Fico olhando Matt de costas. Até assim, nessa posição, ele consegue ser perfeito. Suas costas bem definidas, sua bunda bem... Ahhhhh!!

- Cuidado para não babar, Cass. - falou Calli

- Hã? - fiz de desentendida 

- Relaxa, amiga. Ele é seu namorado, pode olhá-lo a hora que quiser. - disse sorrindo

Corei na hora. Mas ela estava certa. Matt e eu somos namorados, posso olhar para ele com ou sem malícia a hora que bem entender.

-Já com nossas devidas malas e dentro do táxi, partimos rumo a minha casa. Alex pegou outro táxi e levou Kristen. Calli e Nate fizeram a mesma coisa. No rádio do carro, tocava Treasure, do Bruno Mars. Matt cantava baixinho em meu ouvido, o que causou uma série de arrepios pelo meu corpo todo. Ele sorriu contra a pele do meu pescoço ao perceber o que estava me causando. 

- Entregue! - disse ele com um sorriso naquela boca gostosa

Me despeço dele com um beijo, que no início seria algo calmo, porém ele resolveu intensificar e transformar em um beijo de tirar o nosso fôlego. Entrando em casa, vejo a ausência dos meus pais. Matt podia ter entrado já que vou ficar sozinha mesmo, pensei. Meus pais estavam no bingo. Algo rotineiro dele, tipo um ritual, que nunca deve ser quebrado. Fui ao meu quarto, me despi e partir para o banho. Lá liguei o chuveiro e esperei a água esquentar. Minutos depois, estava me deliciando no banho. Meia hora mais tarde, enrolada na toalha, saí do banheiro e fui em direção ao meu armário. Meu celular começa a tocar. Olho no visor e esboço um sorriso. 

- Oi! - falei toda toda

- Oi, minha linda! - disse Matt - Não aguentei. - senti o sorrir - Fazendo o que? 

- Procurando algo para me vestir no momento. - respondi

- Ah.. O que? Pera aí, então quer dizer que está nua? Tipo, sem nada mesmo, como veio ao mundo? - foi disparando as perguntas em um tom provocador

- Mais ou menos. Estou enrolada com uma toalha.

Pude escutá-lo gemer.

- Ah, minha linda. - sua voz estava rouca. E sexy, puta merda! - Sabe que isso me deixou bem, bem mais excitado, né? 

- Pena que não está aqui. - disse o provocando

Ouço-o rir de um jeito gostoso, que me causou um certo calor.

- Será? - disse - Ah, esqueci de dizer que você fica muito gostosa enrolada na toalha, ainda mais na cor vermelha. - falou todo sedutor

- Pera aí, eu não disse a cor da toalha que eu estav... - parei subitamente 

Sentir uma respiração quente bater contra a minha pele em meu pescoço, me causando um furacão de sensações boas. E bota boa nisso, murmurou meu inconsciente. Braços fortes me envolvem na cintura, me apertando de leve.

- Hm, cheirosa! Gosto disso e muito. - sussurra no meu ouvido

Golpe baixo. Muito baixo. Ahhhh...

- Matt... - falei seu nome em meio a um gemido baixo e rouco - Co... como conseguiu entrar?

- É bom fechar a janela de vez em quando, sabia? Ainda mais depois de sair do banho quase nua. Não quero vizinho assanhado vendo a minha garota como veio ao mundo, coisa que só eu posso ver. - mordeu o lóbulo da minha orelha

Ele me virou para ficar de frente para ele e ficou me fitando. No seu olhar, eu podia ver um certo brilho. O que aquilo significava eu não sabia, mas gostei do sentir ao vê-lo aqui, comigo em seus braços. Sem pensar na pouca ou quase nada de roupa que vestia o beijei. Esqueci que a excitação nele ali, era quase palpável e que a minha quase nudez era só um empurrãozinho para aquilo ir mais além.

- Acho melhor pararmos. Meus pais ou meu irmão podem chegar a qualquer momento. - falei contra seus lábios

- É, também acho. - disse quase sem ar

Matt ficou deitado em minha cama, enquanto eu trocava de roupa no banheiro. Quando saí do mesmo, me deparo com ele mexendo em meu notebook, assistindo algo no youtube. 

- O que está vendo? - perguntei me jogando na cama, do seu lado

- To vendo uns vídeos das minhas músicas preferidas. - respondeu - E antes que pergunte, é rock sim. E tenho quase certeza que irá gostar dessa aqui. Escuta só.

Ele colocou para tocar uma. Olhando o nome, vi que era de uma banda conhecida minha. Já havia escutado algo deles e gostado. A música começou a tocar. My Sacrifice, acho que era o nome. 

- Creed é umas das minhas bandas preferidas. - disse encantado

Começou a cantarolar a letra. Fiquei encarando-o maravilhada. A voz dele, mesmo sendo rouca, grossa e sexy, ao mesmo tempo era leve, suave e serena. Passava um paz só de escutar  um simples ''bom dia'' vindo dela. Sorri. 

Ele ficou me mostrando algumas das músicas que mais tocam em seu Ipop e bandas também. Escutei duas do Creed. Uma do OneRepublic, Outra do Silverchair. E um punhado de músicas da banda Nickelback. Essa com certeza era a banda preferida dele e a minha também. 

- Amo essa aqui. - disse mostrando uma música do SOJA

- Curte reagge é senhorita Cassie Bowen? - perguntou com divertimento

- Não muito, mas a letra dessa aí é bonita.

- True Love... - murmurou para si mesmo - Vamos ver se minha garota tem razão em questão a letra ser bonita.

E pois para tocar. Matt lia a letra de acordo com a música. De vez em quando ele ria baixo, outra ele me olhava e sorria de canto. Minutos depois, a música chega ao fim, ele fecha o notebook e coloca na mesinha ao lado da cama. Suspira.

- Tá na minha hora, minha linda. - disse olhando para o visor do celular que marcava quase onze da noite

Fiz biquinho e ele sorriu, mordendo-o logo em seguida. 

- Por que não fica? Ninguém entra em meu quarto sem bater mesmo. - disse

Ele cerrou os olhos e colocou a mão no queixo de uma forma pensativa. 

- Hm, o que eu ganho se ficar? - provoca

Sorrio para ele e chego mais perto, colocando minha boca perto do seu ouvido.

- A minha presença do seu lado a noite toda. Tá bom o quer mais? - mordo seu lóbulo de leve

- Não me provoca, Cass. Já que não vai rolar nada, não me provoca senão, não vou me segurar - falou com a voz rouca

Sorrio contra seu pescoço, e deposito um beijo no mesmo. 

- Ok, eu paro. - faço inocência - Boa noite, meu moreno.

Ele sorri e me dá um selinho.

- Hm, curti o apelido, minha linda. Boa noite!