Fale O Que Quiser Mas Sou Uma Garota escrita por Risadinha


Capítulo 86
Proteger


Notas iniciais do capítulo

Heyyyy, tudo bão?! Sei, eu sei! Sorry pelo o atraso do capítulo e por ter demorado a responder os reviews, tive ocupada com trabalhos de colégio e coisa do tipo. Mas o capítulo já lançou, e já aviso que as coisas só ficam bastantes agitadas no próximo!
Capa: IZAYAAAAA e o Shizu-chan (Durarara. Acho eles dois bem parecidos com Sieghart e Dio, então achei legal colocar essa capa nesse capítulo.
Boa Leitura!



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A sala permaneceu em silêncio mesmo quando Edel entrou, ficando ao lado de Adel em silêncio. Elesis a encarava do mesmo modo, sem acreditar no que via. A garota que teve tanta inimizade no colégio estava bem ao seu lado como se nada nunca tivesse acontecido. Segurou-se para não ataca-la, teve que se esforçar para se manter calma.

– Edel, esses aqui são Lass e Elesis. Já deve ter ouvido falar deles. - Diz Cazeaje.

– Sim, eu ouvi falar. - Respondeu a jovem. Pelo o tom de voz, Edel tinha respeito por Cazeaje, diferente de algumas pessoas.

– É claro que você já ouviu falar de mim. - Elesis entra no meio da conversa em indignação. - Já estudou comigo. O que faz aqui, Edel?

– Estou servindo ao meu irmão. - Disse séria. - Como você está servindo a Dona Cazeaje.

– Seu irmão? - Tanto Elesis quanto Lass perguntaram ao mesmo tempo.

Levou um certo tempo até ambos olharem em direção a Adel e perceberam a semelhança exagerada que eles tinham. Não eram só a cor do cabelo, dos olhos ou a pele delicada, tudo era igual.

– Vocês são gêmeos. - Conclui Lass surpreso.

– Deveria ser algo perceptível, gênio. - Diz Edel em um tom amargo. O ninja olhou sem acreditar no que ouviu. A garota possuía tanta beleza para ser tão rude daquele jeito. Era uma surpresa.

– Não briguem, minhas crianças. - Pede Cazeaje. - Todos vocês devem agir unidos

Elesis cruzou os braços em uma bufada, Lass revirou os olhos e Edel assentiu obediente.

– Edel, minha querida, seu propósito aqui é maior que arrumar briga com esses dois. - Continua. - Se puder, tente não se envolver muito com eles, quanto menos, melhor.

Agora os olhares irritados da dupla se dirigiram para a moça. Entendiam muito bem o que ela queria dizer com aquilo. Edel era da nobreza, não poderia simplesmente se juntar a essa classe tão baixa.

– A partir de amanhã, seu dever começará. Pedirei a Adel que te leve até o local e comece seu trabalho lá. - Sorrir. - Espero que possam se dar bem.

– Entendido, Dona Cazeaje.

A líder fez um leve movimento com a mão, em sinal para poderem ir. Adel permaneceu na sala, talvez tivesse algo ainda a tratar com Cazeaje. Já Elesis se retirou atrás de Edel, que foi a primeira a sair ao ver o sinal. Tão obediente quanto as ajudantes do Conselho, como Vegas e Mary.

– Para quê Cazeaje a chamou? - Pergunta Lass ao saírem da sala. - Não ficou bem explicado para nós.

– Sinto muito em dizer, mas não é da sua conta. - Direta e rápida. - O que farei não envolve vocês.

Enquanto falava de costas para o ninja, ele contorcia os dedos para não enforcar a garota com suas mãos. Agora entendia perfeitamente a raiva que Elesis teve ao vê-la entrar na sala.

– Claro que envolve a gente. - Retruca. - Tudo que aquela mulher faz envolver a gente no meio.

– Não me importo.

Agora Lass tinha um motivo real para poder mata-la de vez, uma pena não ter trazido sua katana. Mas acabou não sendo preciso quando a espada de Elesis estava sendo apontada no meio da face de Edel, quase a perfurando. O ninja demorou para reagir a situação.

– Não sabia que tinha se rebaixado tanto, Edel. - Falava a ruiva em desgosto. - Servindo àquela mulher.

– Eu que digo, Elesis. Bem, mas não era de se esperar que você fosse parar em uma situação desse tipo. - A ruiva ergueu uma sobrancelha. - Afinal, você vivia entrando em problema cada vez maiores. - Olhava de lado enquanto falava, em desinteresse.

A espada de Elesis se remexeu por alguns segundos. Era verdade, sempre foi. Não era a melhor aluna quando se tratava de comportamento, ou algo relacionado.

– Estou falando de você, não de mim. - Diz a ruiva. - Não mude assunto.

– Não estou. - Examinou a expressão de irritação da espadachim. - Você levou isso como insulto porque quis.

Apertou com mais firmeza o cabo da espada. Edel lembrava Mari com seu jeito frio com as coisas, porém aquilo que estampava na face da jovem não era frieza, e sim seriedade.

– Elesis, não arrume mais problema. - Menciona Lass. O ninja estava atrás da capitã, avisando a ruiva pelo o olhar. - Temos o bastante, não acha?

– Mas! - Olhou indignada. Lass permaneceu a avisando pelo o olhar.

– Faça logo o que ele diz. - Fala Edel. - Caso Cazeaje apareça, o problema será para o lado de vocês, não para o meu.

Rangeu os dentes. Não gostava de receber ordens de alguém, principalmente quando queria matar esse alguém. Edel agia totalmente natural, como se aquela briga sempre acontecesse e ela tivesse acostumada; O que era verdade.

– Aliás, - Diz a capitã. Encostou a palma da mão na lâmina da espada, a afastando aos poucos. - você não é melhor que eu, Elesis. Já tentou contar para o seu amigo sobre o que fez?

Quando percebeu, a ponta da espada encostava no chão. O que Edel acabará de dizer era para nunca ser dito, por mais discreto que fosse. Olhou em relance para Lass, viu sua expressão confusa com o que acabou de ouvir. Ele iria perguntar, a espadachim teria que responder. Edel saiu andando em passos calmos.

Trincou os dentes em irritação e voltou a levantar a espada. Girou rapidamente, pretendendo acertar a capitã pelas as costas com a lâmina que ia em sua direção. Quando iria acerta-la, o corpo de Edel se agachou rapidamente, ao mesmo tempo, uma fina lâmina rebateu a espada de Elesis, a recuando por um momento. A ruiva não se surpreendeu ao ver aquele florete em mãos da garota.

– Elesis! - Avisa Lass.

Era tarde demais, Edel já tinha se levantado e Elesis tentando acerta-la novamente. As espadas se batiam em perfeita sincronia, liberando um fino barulho das lâminas se chocando. Mas o ataque da ruiva foi interrompido quando a capitã rebateu com tanta rapidez que nem mesmo a espadachim conseguiu prever. A ponta do florete veio em sua direção, sendo mirado para ser pego em sua face. Elesis recuou de forma atrapalhada, ficando sem soltar o ar do pulmão ao sentir a lâmina se aproximando de seu olho.

Fechou os olhos em dor quando a ponta de seus cabelos foram puxados bruscamente, fazendo a mesma se atrapalhar nos próprios pés e cair. Sorte a dela estar no chão, senão teria sido perfurada pelo o florete da capitã. Mas em seu lugar, Lass se esquivou do ataque e acertou um chute na mão da capitã, a jogando para o lado ainda sem largar a arma. Antes que fosse acertada por outro ataque, Edel recuou rapidamente.

– Parem de brigar. - Diz Lass sério. - Isso não vai levar vocês a lugar algum.

A ruiva ainda estava caída no chão, passando a mão onde foi puxada. Edel guardou o florete em seu cinto, em seguida arrumou a roupa amarrotada.

– Creio que os verei em breve. - É tudo que Edel fala. - Então, até lá.

Ambos ficaram assistindo a garota ir embora. Permaneceram em silêncio, até que suas respirações pesadas fossem libertadas.

– Como a odeio. - Comenta Elesis ainda emburrada. - Espero que o trabalho dela seja difícil.

– Acho que não será com esse jeito que ela tem. - Lass já previa como tudo seria.

A ruiva negou com os dentes rangendo. Ao se levantar, e apoia seu pulso torcido no chão, pôs a mão em sua boca para evitar que soltasse um grito agudo. Tinha esquecido daquele machucado, provavelmente a raiva devia ter feito isso nela. Voltou a abrir os olhos quando a mão gelada do ninja a segurou pelo o braço, a erguendo com cuidado.

– Levanta. - Pede ele. - Esse foi o único jeito de ter evitado que você perdesse outro olho.

Elesis sabia disso, embora sua cabeça ainda doesse por ter seus fios puxados com força. Ficará de pé com esforço, pois ainda tinha o pé ferido para melhorar a situação. Queria continuar sentada.

– Espero que Cazeaje não tenha ouvido. - Menciona Elesis. - Não quero ter outro castigo por isso.

Lass concordou.

– É, parece que você não quer voltar para o castigo. - Abriu um pequeno sorriso ao tirar uma pequena folha do cabelo da espadachim. Ela olhou surpresa e pôs as mãos entre os fios. - O que aconteceu pra você ter ficado desse jeito? Roubou algum banco?

Elesis deu uma leve risada. Tinha roubado algo, mais valioso que um banco.

– Vamos, eu quero voltar pro colégio e dormir. - Diz Lass tomando o caminho. - Tive um dia cansativo.

– Você não foi o único. - Disse o seguindo.

Teria que fazer um esforço dali pra frente caso quisesse chegar no colégio. Seu tornozelo parecia piorar a cada passo, mas aguentará, conseguirá dar uma leve disfarçada. Para seu alívio, Lass parou de andar, o mesmo fazendo ela.

– O que Edel queria dizer quando disse aquilo sobre você esconder algo? - Olhou com atenção. - Era sobre mim?

– Edel não sabia o que tava dizendo. - Abaixou o olhar. Queria sair correndo e pular por aquela janela que havia no corredor. - E não era sobre você.

– Então quem era?

– Eu não sei. - Deu de ombros. - Só sei que não era você. - O olhou, torcendo para que fosse convincente. - Não tenho nada a esconder de você.

Aqueles segundos que Lass a encarou foram os mais longos. Só pode relaxar seus ombros quando ele se virou para continuar o caminho.

– Que seja.

Voltou a segui-lo quando se sentiu mais tranquila. Tinha mentido para ele, e não queria esconder nada do ninja. Sentia que a qualquer momento que ele poderia descobrir, e vindo de Cazeaje da forma mais cruel possível. O olhou por algum momento, logo desviando quando ele percebeu.

Talvez aquela mentira não fosse algo tão sério para que ela ficasse preocupada. Por esses anos, tinha inventado algumas mentiras para o ninja, e tudo tinha dado bem no final das contas. Ele não se importaria de souber a verdade, era o que achava no momento. Poderia continuar a mentir, como fez diversas vezes quando ele perguntou sobre os sentimentos dela.

Ela tem mentido para si também.

– Me dá. - Exigiu o ninja.

Deu nem tempo de pergunta o quê, Lass puxou sua mochila das costas e a botou nas dele. A ruiva persistiu, mas ele ignorou. Tudo que fez foi apontar para o jeito que ela mancava, o que foi o bastante para cala-la.

***

Terá dormido tarde naquela noite por ter tanto treinado. Pretendia faltar a aula, continuaria ali na cama dormindo sem que ninguém perturbasse. No entanto, a batida na porta o fez perder o sono. Iria ignorar, mas depois de um tempo aquilo tinha se tornado algo insuportável.

Levantou da cama bruscamente. Estava irritado, tinha intenção de matar a pessoa do outro lado da porta. Pegou sua scarlet e apoiou o cano da arma na porta, assim a abrindo lentamente. Só não puxou o gatilho porque havia alguém de desconhecido ali parado.

– Quem... - Lupus achava que aquela garota era coisa da sua imaginação. - Quem é você?

– Edel Frost. - Dirá a garota brevemente. - Estou aqui por ordens de Dona Cazeaje.

– Cazeaje? - Abaixou a arma atrás da porta e a abriu para olha a jovem melhor. - O que ela quer comigo?

Edel esticou uma carta. O haro olhará desconfiado, até que pegasse como um tapa. Abriu enquanto entrava no quarto, deixando a garota parada no lado de fora.

– Ah, é sobre minha resistência às chamas. - Comenta enquanto lia. Seu olhar ficava mais irritado a cada frase. - E por que você será minha "guarda-costas"?! Não vejo proteção alguma vindo de você.

– O intuito não é protegê-lo, e sim vigia-lo. Caso haja alguma chama azul dentro de você que possa ser usada, terei que alarma Dona Cazeaje imediatamente.

– Só pode tá brincando. - Rosnou. Voltou para a porta, encarando a capitã de perto. - Isso durará por quanto tempo?

– Tempo o suficiente para eu poder identificar se você é perigoso ou não. - Como Lupus, a garota não estava contente por aquilo. - Até lá, comporte-se.

A carta se amassou quando Lupus a apertou em raiva. Não demonstrou o que sentia, mas Edel sentia a indignação que o rapaz escondia.

– Por acaso eu sou uma espécie de cachorro para me comportar? - Pensava o caçador. - Essa garota...

– Vai ficar parada aí? - Questiona.

– Vou aonde você for. Já disse, estou aqui para observa-lo.

Rosnou discretamente. Avisou que iria se arrumar e que era para ela esperar. A garota afirmou e continuou parada na porta. O haro fechou o quarto pela a estranheza da jovem.

***

Enrolou a bandagem com cuidado em seu calcanhar e puxou o nó com os dentes. Já tinha feito um curativo para seu pulso, mas que não foi o suficiente para acabar com a dor, teve que tomar algum remédio. Mexeu seu pé, estava um curativo bom para aguentar até o final do dia.

– O que aconteceu? - Ergueu o olhar, notando os cabelos ruivos de Jin. - Não parece muito bem.

Tinha chegado no colégio era de manhã, com os cabelos cortados e escuros. Não teve tempo no outro dia para descansar, muito menos de ajeitar seus machucados. Passará a noite toda acordada pensando no seu castigo, lembrando quando entregou a ficha de Lass nas mãos de Cazeaje. Sentia-se tão culpada.

– Eu caí. - Foi a única explicação que deu. - Escada longa, muito longa.

– Sério? Você estava assim também ontem quando nos encontramos. - Desconfiou.

– Então, eu tinha caído antes de nos encontrarmos.

O ruivo deu uma pequena risada. Era mentira e ele sabia, por isso não persistiria. Pretendia se sentar ao lado da garota e conversar mais com ela, porém o chamado de Azin no meio do salão o impediu.

– Uma luta para aquecer. - Grita a raposa.

– Agora?

– De preferência!

Olhou para Elesis e com o olhar disse que depois continuariam a conversa. Foi até Azin, se preparando para um pequeno combate. Já que Astaroth ou Grandiel não tinham chegado, iriam fazer algo para ocupar o tempo durante isso.

Esses dois. - Pensava Elesis. Jin e Azin tinham começado o combate, mas aquilo parecia mais uma brincadeira de criança do que uma luta entre rapazes. Ambos continuavam com aquela inimizade. - Me lembram muito alguém.

A espadachim permaneceu olhando a luta entre os dois. Estranhava a demora que os professores estavam tendo, isso raramente acontecia. Não ficou questionando sobre isso, só aproveitava o tempo para descansar.

Não pôde dormir, Jin e Azin tinham iniciado uma briga sem sentido. A espadachim deu uma leve risada. Ver os dois juntos a lembrava muito algo, mas não sabia o quê. Os cabelos ruivos e azulados de Jin e Azin eram os que mais chamavam atenção. Essa dúvida ocupou o tempo da garota por um bom tempo.

Interrompeu o pensamento quando a porta do salão é aberta. A resposta daquela dúvida tinha sido respondida ao ver Edel entrar logo atrás de Lupus. Naquele momento percebeu que os cabelos da capitã eram idênticos aos de Azin, na mesma tonalidade. Isso era uma surpresa para a espadachim, mas que logo foi substituído por raiva.

– Quem é essa, Lupus? - Jin tinha parado a luta ao ver a jovem. Ela chamava mais atenção que a própria Elesis com seus cabelos ruivos.

– Não importa, finjam que ela não está aqui. - Disse seco.

Lentamente, o corpo da espadachim escorregava pelo o chão, uma tentativa de ficar invisível naquele salão. Podia estar de Eléo, mas sentia-se ameaçada pela a presença da capitã. Se Edel descobrisse que era Elesis ali, ela a deduraria imediatamente.

– Sou do Conselho de Serdin. - Edel falava para os rapazes. - Estou aqui por motivos particulares.

– Bem, eu sou Jin. - O ruivo se apresenta. - Esse aqui é o Azin. Há outras pessoas, mas elas estão atrasadas.

– Entendo. Sou Edel. - Esticou a mão. - Prazer.

Elesis fervia em raiva por ver a gentileza do lutador tendo com a capitã. Como aquele ser podia ser tão inocente. Parecia que somente Lupus não se sentia confortável com a jovem ali. Ele provavelmente devia já ter sabido da notícia.

– Então esse é seu trabalho, hum. - Pensava Elesis. - Lupus não consegue invocar as chamas, será perda de tempo.

Após acabar com o pensamento, notou o olhar da capitã sobre ela. Quis se deitar por completo no chão, mas isso chamaria muita atenção. Continuou do jeito que estava, só com a diferença que rezava para as Deusas que ela não se aproximasse.

Edel se aproximava.

– Você é...? - Perguntou ela ao chegar perto.

– Eléo. - Suava frio. - Não precisa se apresenta, sei quem é você.

– Que bom. - Analisou a face da espadachim. - Você me parece familiar.

– Todos dizem isso. - Dar de ombros. - Mas garanto que é só engano seu.

Não foi o suficiente para fazer ela ir embora. Edel ficou a olhando até que a morena a olhasse incomodada.

– Sua aura é diferente. - Comenta. - É, foi um engano. Desculpe.

A jovem voltou a ficar onde os rapazes estavam. Elesis pôde relaxar ao vê-la se afastar, voltando a escorregar mais para o chão ainda. Dali, observava tudo que os garotos conversavam. Edel fazia perguntas em relação ao caçador, perguntas até que estranhas.

A conversa foi interrompida com a porta sendo aberta. Finalmente Sieghart e Dio apareciam, com a companhia de Grandiel e Astaroth. Ambos pareciam sérios, até mesmo para o moreno quando viu Edel. Ele não reagiu, para a surpresa da espadachim.

– Senhorita Frost? - Grandiel estranhou. - O que faz aqui?

– Achei que Dona Cazeaje tivesse os avisados sobre minha visita.

– Ela não nos avisou de nada. - Diz Astaroth confuso. - Muito menos sobre alguma visita.

– Mas deixe as explicações para depois. - Grandiel fala antes que a capitã começasse. - Já iremos conversar com você, Edel.

Como uma boa garota na frente dos adultos, ela assentiu. Grandiel olhou em volta do salão, até que achasse Elesis deitada no canto. Ele a chamou com um breve aceno de mão.

– Algum problema? - Demorou até que a espadachim se levantasse e fosse até eles. Felizmente, dessa vez conseguiu esconder seu andar mancado.

– Parabéns, você terá sua primeira missão SS. - Anuncia Astaroth, de uma forma discreta.

– Como?

O braço de Sieghart passou por seus ombros e a puxou pelo o pescoço para mais perto. Olhou confusa para ele e Dio ao seu lado, que permanecia com seu semblante sério.

– Uma missão SS apareceu. - Fala Grandiel. Esticou um folheto para a garota, a qual pegou curiosa. O rank SS estava bem claro ali. - Só vocês podem fazer ele, não quero mandar todos vocês para ela. Então pedi para Sieghart e Dio para a fazerem, com você como companhia.

– Sério?! - Disse animada até demais. Ficou envergonhada pela a atitude. - Quer dizer, é claro que eu posso fazer isso.

– Então venham comigo. Devo ainda explicar sobre o que se trata. - Aponta para Edel. - Já irei falar com você, Edel.

A garota não estava com tanta pressa assim. Iria passar o dia todo naquele colégio vigiando um certo haro, numa chance de vê-lo invocar as chamas azuis. Como Elesis, não tinha muita fé que isso acontecesse, mas como eram ordens de Dona Cazeaje, devia obedecer.

Já a espadachim, do lado de fora, ficava feliz em saber que tinha uma missão para ela ficar fora do colégio e não ter que aturar a capitã. Quando pequena, tinha que aturar Edel em seu colégio, tendo que todo o dia fazer o seu melhor para ficar na frente da garota. Odiava perder, e a capitã também. Só pode ter dias tranquilos com a saída da jovem para Serdin. E pelo visto, foi treinada muito bem por lá.

– Não poderíamos ter mais uma pessoa no time? - Pergunta Elesis, ainda com o braço de Sieghart a enforcando. Por causa daquilo, seu jeito de caminhar piorava. - Sinto que será uma missão bem difícil só para três pessoas darem conta.

– Eléo, nós três somos o suficiente. - Diz Dio, confortador para seu jeito sério. - Sente-se fraco, por acaso?

– Claro que não! - Sentiu o orgulho ferir. - É que eu soube que a última missão SS que teve, vocês todos foram... E também deu um certo problema nela. - Foi cuidadosa para não mostrar que sabia das chamas azuis. Eléo não estava lá e ninguém tinha a contado sobre isso, então deveria fingir de desinformada. - Então sinto que só três não são o suficiente.

– É que da outra vez, essa missão foi pedida no final do ano, então eu deixei todos irem. - Menciona Grandiel na frente. - Mas agora é diferente, não posso deixar vocês perdendo aula.

– Certo, entendi. - Ainda não gostava da ideia. - Acho que posso ser útil nessa missão.

Continuou com um sentimento ruim até chegar na sala de Grandiel. Foi solta por Sieghart quando o rapaz pegou o folheto que o diretor o entregou. Enquanto lia, Elesis e Dio se aproximaram para lerem juntos. Naquele folheto havia pouca informação sobre o que se tratava, mas pelo o que entenderam, deviam escoltar um certo alguém.

– Aqui tem algumas informações que precisarão. - Grandiel estica uma pasta para eles.

– Tem alguma informação de quem fez essa missão? - Pergunta Dio, passando a pasta para Elesis e Sieghart.

– Nenhuma. Até desconfiaríamos, mas o pagamento já foi pago.

– É um bom pagamento. - Diz Sieghart. - Me pergunto que tipo de pessoa iremos escoltar? É da realeza? - Olha animado. - É alguma princesa?

Elesis acertou um leve soco na cabeça do moreno, que continuou a sorrir. Grandiel negou em resposta.

– Não se sabe, mas parece que ela estará os esperando quando chegar lá.

– Em Xênia? - Dio tinha visto isso agora que lia o folheto. - É muito longe, perigoso e além de ser a terra dos Deuses. Se existi pessoas lá, não vão gostar muito de verem um asmodiano em suas terras sagradas.

– É, seria traumatizante. - Sieghart debocha.

Outro soco foi levado, mas pelo o asmodiano dessa vez.

– O povo de lá não tem mais esse preconceito com vocês, Dio. - Diz Grandiel. - Se você mostrar ser violento, eles serão também.

O rapaz continuava a se sentir ameaçado em ir para um local desses. Não se importava pelos os comentário, só não queria envolver sua equipe em um problema seu. Do mesmo jeito, concordou quieto.

– Deverão partir hoje mesmo. - O diretor pegou as passagens já compradas e entregando aos três. - Xênia é bem longe, e aposto que vocês não gostaram de fazerem seu cliente esperando.

Concordaram. Já tinham tudo que precisavam, então Grandiel os dispensaram. Antes que a espadachim saísse junto, foi chamada.

– Sinto muito por te mandar para outra missão desse jeito. É que, como você não foi para nenhuma desse nível ainda, queria que experimentasse. - Diz o loiro.

– Está tudo bem. - Sorriu, mesmo não querendo. - Eu não me importo.

Saiu da sala antes que ouvisse mais desculpas do diretor. Não gostava de quando sentiam pena dela, muito menos de quando está como garoto e todos continuam a trata-la como uma menina.

Ao menos, Sieghart e Dio não a viam dessa forma.

***

Lass passará a noite inteira acordado pensando em que Cazeaje planejava em mandar Edel. Tinha uma noção que a garota estava ali para olhar alguém, e temia que fosse ele mesmo a vítima. Elesis estava fora de questão, pois não tinha sentido em ela ser vigiada. A dúvida crescia cada vez mais.

Soltou um bocejo, pondo a mão na frente da boca. Tinha esquecido o fato de ter aula naquele dia, por isso de tanto mau humor. Não conseguia esquecer seus problemas de jeito algum, seria difícil de treinar daquele jeito.

Mas seu dia piorou ao entrar na sala e se deparar com Edel ali dentro. A capitão não tinha o percebido ainda, ela conversava com Astaroth. Após fechar a porta do lugar que ela o notou. Olhares sérios se trocavam.

– Você já deve ter a conhecido. - Menciona alguém.

Olhou surpreso, mais ainda para Lupus sentado no canto. Era normal de se ver o caçador com uma cara fechada, mas com um motivo era novo.

– Cazeaje a mandou para me vigiar. - Continua o haro. - Acha que eu sou uma ameaça.

– Ainda é sobre as chamas?

– Pelo o que seria mais? - Olhou nervoso. - Agora eu tenho que aturar essa coisa.

Não foi sua intenção, mas Lass soltou uma risada em deboche. Pôs a mão na boca, querendo se calar ao ver o olhar irritado do caçador sobre ele. Não podia segurar, ver seu "querido" irmão sofrer daquele jeito era a melhor coisa do dia. Finalmente Cazeaje tinha feito algo de bom para ele.

– É uma pena. - Fala o ninja, ainda sorrindo. - Mas não se preocupe, isso é só questão de costume.

– Você já está acostumado.

Pela a primeira vez, ficava feliz por ter aquele tipo de costume. Sofrer e lutar para fugir disso era como uma rotina. Normal, nada de mais.

– Lass! - Astaroth o chamou. - Venha aqui!

– Venha você. - Disse seco.

O professou pareceu resmungar algo, mas acabou vindo junto com Edel. Ao se aproximarem, os irmãos fecharam o rosto rapidamente ao verem a garota. Se eles tinham algo em comum era o sentimento pela a capitã.

– Já deve ter conhecido a Edel, certo? - Dizia o professor. - Cazeaje a mandou aqui para ficar de olho no Lupus.

– É, eu fui no Conselho ontem e me encontrei com ela. - Falava com uma certa ignorância, mas tentava evitar com a presença de Astaroth. - Foi um ótimo encontro, não é mesmo? - Olha para a garota.

– Era como eu previa. Dona Cazeaje também tinha me alertado sobre isso.

– É uma pena você não poder ficar como vigia do Lass. - Diz Astaroth, agitando a conversa. - Ele também está precisando de alguém para olha-lo. - Sussurra para a capitã.

O professor soltou um grito abafado ao ser acertado na costela por um soco. Lass não estava em um bom dia para ouvir brincadeiras dele.

– Qualquer coisa, é só pedir, Edel. - Fala Astaroth com uma careta de dor.

– Agradeço, Astaroth. - Diz enquanto o rapaz se afastava, ainda com a mão no local atingido.

Quando o professor esteve distante o suficiente, os irmãos começaram a encarar Edel, que não fez diferente. Um longo e terrível silêncio durante aquele momento.

– Que tal você fazer alguns exercícios? - Diz a garota para o haro.

– Por quê?

– Estou aqui para ver se você tem capacidade de invocar as chamas. Agora faça alguma coisa.

– Você pensa que eu sou algum bichinho para obedecer suas ordens? - Rosnou.

O caçador se preparava para levantar, nada inofensivo, mas Lass se colocou na frente antes. Lupus olhou confuso, porém ainda furioso.

– Isso não nos levará a lugar algum. - Disse para ambos. - Que tal fazerem algum acordo?

– Eu mato ela e passo o dia dormindo? Feito. - Sugere Lupus.

A capitã olhou nervosa para o rapaz, que deu um jogar de braços para o lado em resposta. Lass quis concordar, mas claramente não podia.

– Vocês acabarão se matando até o final do dia desse jeito. - Diz o ninja. - Cheguem em um acordo de uma vez.

Os dois voltaram a se encararem. Lass suspirou em decepção. Não levou muito tempo até que parassem com aquilo e dissessem algo.

– Não ficarei fazendo tudo que você quer, ouviu? - Diz Lupus ao se levantar. - Dê meu tempo que eu pensarei se faço.

– Posso te dar um intervalo de tempo a cada pedido que eu fazer. - Nem era uma pergunta, e sim uma ordem. - Só isso que tenho a exigir.

Então voltaram a se encararem como se tivessem uma conversa daquele jeito. Lass sentia que eles estavam se comunicando de algum jeito, mas não sabia como.

– Que seja. - Diz o caçador. Estica a mão. - Só não tire minha paciência.

– Digo o mesmo. - Aperta a mão do rapaz.

O ninja se sentiu mais tranquilo com o acordo entre eles.

– Agora eu quero ver você lutar. - Diz Edel.

O caçador apertou a mão da jovem em raiva. Se ela estava sentindo dor, não demonstrou.

***

Olhava o folheto em sua mão, o lendo tentando ver se havia alguma pegadinha. Elesis adquiriu o péssimo hábito de ficar desconfiada com tudo que ganhava, não importava se era presente ou missões, ela estaria sentindo incomodada. Naquele momento não era diferente, a missão que receberá parecia ter algo há mais.

– Ei, vai arrumar sua mochila logo. - Diz Sieghart, já com a sua preparada.

A morena não respondeu, continuou sentada na cama com um olhar sério para o papel. Tinha que parar com aquela mania.

– Não me sinto bem fazendo essa missão. - Comenta. Tirou o olhar do folheto para Sieghart. - Alguém não poderia ir no meu lugar?

– Para de ser medroso. - Colocou as mãos na cintura. - E você tem que ir em uma missão SS, por mais que seja só para ter presença.

– Não é que eu esteja com medo. - Faz bico. - É só um desconforto.

– Também sempre sinto isso. Mas eu não tenho medo, porque eu sei que posso dar conta. - Sorri de forma egoísta. - Sou forte e não temerei, e se haver alguém maior, o superarei. Meu lema.

– Bem sua cara.

Sieghart concordou. Elesis não continuou a debater, se levantou e foi arrumar sua mochila. Não levaria muita coisa, não podia com o tornozelo daquele jeito. Já estava cansada de tanto o torcer, é como se fosse uma maldição eterna. Mas isso não a importunaria por muito tempo, ela tiraria aquela exaustão das costas e aguentaria tudo tranquilamente.

– Sinto cheiro de missão. - Diz Jin parado na porta em silêncio. Assustou os dois ao verem. - E de treta.

– SS. - Sieghart completa. - Sinta siúmes.

– Na verdade, estou bem do jeito que eu estou. - Rir sem graça. Não queria ir para outra missão desse tipo tão cedo. - Boa sorte para vocês.

– Relaxa! - Sacudiu a mão em tranquilidade. - Teremos o demônio do nosso lado, não teremos o que temer.

O sorriso do moreno desmanchou ao ver Dio aparecer ao lado da porta. Ele tinha ouvido e sua face séria mostrava isso. O rapaz começou a rezar mentalmente para as Deusas.

– Eu nem irei comentar. - Diz o asmodiano. - Estão prontos?

– Quase. - Elesis socava o que podia na mochila e torcia para que não a estourasse daquele jeito. - Pron... to!

Colocou a mochila nas costas e olhou animada. Não podia negar, também estava feliz por fazer uma missão desse nível, embora sentisse algo de errado. Era coisa de sua cabeça e já tinha resolvido isso.

– Então vamos. - Dio já se preparava para ir. - Não quero chegar tarde em Xênia.

– Dio e seu jeito perfeccionista. - Sieghart comenta baixinho.

Quando estavam saindo do quarto, Elesis sentiu uma leveza em sua cintura. Tateou com a mão e percebeu que continuava sem arma. Não se sentia arrependida por ter largado seus sabres e sua outra espada, queria ser uma nova pessoa e começaria com uma nova arma.

– Eu preciso de uma espada. - Diz, chamando a atenção de ambos. - Jin, venha comigo até o salão para pegar uma arma.

Sieghart e Dio assentiram em paciência. Iriam esperá-la do lado de fora, enquanto a mesma ia com o lutador pegar uma arma. A espadachim foi correndo, tentando evitar que soltasse um grito de dor pelo o tornozelo. Esperava poder comprar um remédio ou poção mais tarde para tomar.

– Você conhece aquela garota? - Pergunta Jin ao lado dela. - A Edel.

– Infelizmente a conheço. - Suspira. - Tente não ficar muito perto dela, senão sobrará para você também.

– Ela está por causa do Lupus, certo?

– Sim, e espero que ela continue assim. - Fica séria. - Somente o Lupus, nada do Lass. Ele não precisa ser testado, espero. Fique de olho nela por mim.

– Não espere que eu possa fazer milagre, mas tentarei. - O olhar de Edel o intimidava, então seria difícil só para se aproximar dela.

Chegaram na sala e entraram rapidamente. Elesis não se importou com o que acontecia em sua volta, só quando pegou uma espada que gostava e voltou o olhar para o salão. Não viu Astaroth, talvez ele tivesse dispensado a aula do dia por causa de Edel. Já a jovem estava apenas observando Lupus enquanto ele disparava em alvos com suas Scarlets. Parece que os testes do caçador tinham começado.

– Vai aonde? - Ficaram surpresos ao verem Lass sentado no canto onde estavam. Ele também observava o treino.

– Apareceu uma missão para eu fazer. - Diz Elesis ainda com a mão no peito pelo o susto. - Estou indo agora.

– SS? - Ela afirmou. Lass olhou torto. - Boa sorte em ir desse jeito.

– Levarei isso como um aviso amigável. - Sentiu a amargura nas palavras do ninja. Ele sabia mais que qualquer um sobre uma missão desse nível, então o que falou foi mais que uma preocupação. - E, pelo visto, você terá que ficar aguentando a Edel por um tempo.

O rapaz olhou zangado para onde a capitã estava. Não conseguiria a suportar por tanto tempo, nem ao menos conseguia por alguns minutos, imagina dias.

– Eu vou tentar não surtar até lá. - Garante Lass.

– É, acho que Cazeaje te puniria caso você tocasse na queridinha dela. Mas enquanto eu tiver fora, me avise se Edel fizer algo.

– Pode deixar. - Elesis agradeceu, já se despedindo para ir. - Não se esforce muito na missão. Sieghart e Dio não vão protegê-la o tempo todo.

A garota o olhou sem dizer nada. Jin, ao lado do ninja, afirmou em preocupação. Ela sorriu e voltou a andar.

– Voltarei inteira, isso que importa. - Disse de costas, balançando a mão.

***

Ofegava constantemente por causa daquele ridículo treino. Sentia raiva, muita raiva, daquela garota. Tinha seus momentos para descansar, mas isso não valia de nada quando voltava a treinar. Passará o dia todo atirando em alvos e mostrando suas habilidades com a magia. É, agora estava exausto.

– Já chegou no seu limite? - Ouviu aquela voz irritante.

Sentando no chão, tentando recuperar o fôlego, olhou nervoso para ela. Sempre com a expressão neutra, sem mudar nenhum momento.

– Não enche! - Gritou Lupus. - Você me obrigou a fazer exercícios o dia inteiro. Me dá um tempo!

– Achei que tivesse sido clara com o nosso acordo. - Pareceu mais uma pergunta do que uma resposta.

– Não importa. Isso é uma perda de tempo. Não posso usar as chamas, pronto.

– Você já tentou?

Demorou até negar. Sempre viu Lass sendo contido de usar as chamas, para ele não ser descoberto, então o caçador pensava da mesma forma. Não sabia se era medo, mas acabou preferindo ficar quieto no canto sem querer descobrir. Se alguém fosse desperta as chamas, esse alguém seria Lass.

– Então como pode ter tanta certeza? - Edel persisti.

– Eu só tenho resistência às chamas, não quer dizer que eu possa usa-las. Cazeaje está enganado se ela acha que conseguirá algo de mim.

Não ouviu mais a voz da capitã. Estranhou, olhando para o alto e não a vendo. A garota não estava em canto algum. Lupus chegou a ficar de pé em confusão. Não ouviu ela saindo, a não ser que ela fosse tão discreta quanto um felino.

Já se preparava para sair do salão, até que a porta se abriu. Edel vinha, junto com Lass que era puxado pelo o braço. Esperou uma explicação enquanto ela se aproximava.

– Lass será nosso juiz. - Diz ao larga-lo.

– O quê? - Perguntaram os irmãos juntos.

– Uma rápida luta para terminar o dia. - Explica. Tirou seu florete do cinto, apontando para Lass. - Quando as chamas foram despertadas, Lass estava lutando. Seu estado crítico o fez deixar-se levar pela as chamas. - Aponta para Lupus. - O mesmo pode funcionar com você.

– Eu ainda não entendi meu propósito aqui. - Menciona o ninja.

– Eu gosto de lutas limpas. Então se um de nós tivemos passando do limite, você interfere. - Olhou para os dois. - Entenderam?

Lass concordou, mas Lupus continuou pensativo. Olharam para ele à espera de uma resposta.

– Tanto faz. - Deu os ombros. - Será pelo menos uma chance de eu te bater.

A capitão não disse nada, nem ao menos ficou ofendida. Ela se afastou, o mesmo fazendo Lupus para dar distância. Lass continuou no seu lugar, até que Edel o mandasse ficar no canto observando a luta.

– Então... - O ninja não sabia o que fazer. - Comecem.

Lupus olhou irritado para o ninja. Ele não estava pronto, ainda pegava a outra Scarlet no cinto. Mas isso não importava, quando olhou para frente, Edel avançava a toda velocidade. Só teve tempo de colocou sua arma na frente, se defendendo do florete. Com a outra mão livre segurando a Scarlet, disparou de lado nela. A capitã rapidamente desviou e recuou. O haro ficou aliviado com isso.

– Eu não estava pronto!

– Devia estar.

Apertou com força as Scarlets em nervosismo. Como ela podia ser irritante mesmo em uma luta.

O haro tentou ignorar esses pensamentos, tinha que se focar na luta. Quando teve a atenção voltada para a jovem, ela voltava a avançar. Dessa vez, preparado, Lupus fez o mesmo. Correu de um lado para o outro enquanto atirava, assim dificultando para a capitã na hora de esquivar. Mas ela era rápida, muito rápida. Por mais que tivesse dificuldade em escapar dos tiros, seus movimentos eram suaves, sem demonstrar nenhuma dificuldade no que fazia.

Quando ela chegou perto, seu florete se mexeu em ação. Lupus não ficaria para trás, se esquivava sem problema, então aproveitando para usar os disparos. Edel estará tão focada em acerta-lo que foi lenta em perceber um disparo de energia quase a acertar pelo o rosto. Sorte a dela ter jogado a cabeça para trás, quase caindo desse jeito. Porém, foi lenta em se desviar do chute do caçador, a jogando para trás.

Foi acertada no braço, mas a dor era o bastante para ela ter feito uma careta. Com alguns tropeços para trás, permaneceu de pé após o ataque. Se recuperou rapidamente e voltou a avançar contra o haro. Ele continuava a disparar, então a jovem teve que usar o próprio florete para desviar das balas. Quando dava, as cortava no meio, em seguida se esquivava de outra que não conseguiria cortar.

– Vai apanhar para outra mulher de novo, Lupus? - Lass comenta em seu canto.

O caçador, que mantinha o foco na garota, mirou uma das armas em direção ao ninja e disparou. Lass esquivou a cabeça para o lado, deixando a parede atrás ser acertada. Ele sorriu do mesmo jeito.

Edel continuou a avançar, porém estava sendo uma tarefa difícil com todos os tiros que vinham em sua direção. Os disparos eram rápidos, mas ela era mais. Se focou no caçador como uma presa, assim avançando em uma rápida velocidade. Conseguia desviar de todos os tiros, sem ter problema algum.

Que rápida! - Pensa Lupus surpreso.

Quando percebeu, a garota já estava na sua frente, preparando-se com seu florete. O caçador não tentou rebater, seu corpo se abaixou rapidamente. A lâmina passou raspando sobre seus cabelos, por pouco o acertando. Ainda abaixado, passou uma rasteira que derrubou a capitã facilmente. Se ergueu, largando uma das scarlets, que foi substituída por sua faca. A segurou firme e desceu em direção a garota. Edel arregalou os olhos, girando o corpo pelo o chão.

Lupus tinha até a chance de disparar enquanto a capitã recuava e levantava do chão, mas não fez. Ergue-se quando tirou a faca enfiada no chão.

– Pretende me matar desse jeito? - Diz Edel. - Que deselegante.

– Não para um caçador. - Apoia a arma no ombro.

– Ficar atirando de longe até eu. - Cruza os braços. - Não consegue ter atitude de vim até mim e lutar de verdade.

– Verdade. - Só ouviu a voz do ninja no fundo o provocando. Quase tentou disparar no rapaz novamente.

– Quer que eu vá até você? - Perguntou ironicamente. Jogou a faca para o alta e a pegou com a lâmina para baixo. - Pois bem.

Sua Scarlet foi erguida com a mana carregada nela. Aproveitou o tempo da conversa para carregar um grande disparo. A bala coberta por energia avermelhada voou rapidamente contra a capitã. Ela não se surpreendeu, se esquivou para o lado à tempo de escapar. Porém, demorou a perceber o caçador ir contra ela, com a faca de lado. Tudo que conseguiu fazer foi levantar seu florete, conseguindo se defender à tempo do caçador.

Desse jeito, uma sequencia de cortes começou. Lupus possuía uma pequena lâmina em mãos, mas eficiente o suficiente para impedir a capitã de usar seu florete. Ela recuava a cada golpe defendido, de grande força. Em um momento, Lupus levantou sua Scarlet e disparou. Edel perdeu uma parte dos seus fios prateados ao quase ser atingida. Após isso, foi a sua vez de atacar. Achou uma brecha para contra atacar, agora usando a ponta do florete para tenta-lo perfura-lo, mas sendo uma tarefa difícil quando o haro recuava e se defendia.

Enquanto isso, o corpo da capitã começou a ficar em volta de mana. Lupus só percebeu aquilo quando os cortes ficaram mais rápidos. Um vento passava por seu corpo a cada ataque da jovem, causando um fino corte por onde passava. No rosto, braço e pescoço, qualquer lugar estava sendo atingido.

– Quando que a luta acaba mesmo? - Pergunta Lass.

– Quando um de nós desistir. - Responde Edel sem parar os ataques. - Até lá, a luta continua.

Após ter dito isso, Lupus foi acertado com um chute na costela. Ele fez uma careta e levemente inclinou o corpo em dor. A jovem aproveitou para atingi-lo, acertando um fino corte na bochecha do rapaz ao recuar. Outra vez, a lâmina veio em direção oposta, pronta para fazer um corte similar na outra parte do rosto. Mas Lupus não se moveu, esperou o florete se aproxima do seu rosto e...

– E-Ei. - Edel diz surpresa. Tentou puxar sua arma de volta, mas não adiantava.

Entre os dentes do caçador, a lâmina do florete era presa. Abocanhar a arma daquele jeito poderia ser perigoso, mas Lupus ignorou isso e fez. Agora sem poder ataca-lo, Edel tentava trazer sua arma de volta. Se tentasse acertar um chute no mesmo seria arriscado enquanto ele segurasse aquela Scarlet apontada para ela. Não havia outra escolha a não ser larga o cabo da arma.

Foi o que Edel fez.

– Ainda não acabou. - Fala a capitã ao perceber que Lass iria acabar com a luta. - Posso continuar a lutar.

O caçador cuspiu o florete, que caiu no chão e foi chutado para longe da jovem. Queria evitar que Edel voltasse a pegar a espada e iniciar outra sequência de cortes. Ela era tão irritante quando isso acontecia.

– Você pode acabar com o jogo se quiser. - Fala Lupus com um sorriso convencido no rosto. - É só falar.

– Eu não preciso. - Estava séria. - Posso lutar desse jeito.

O caçador continuou a sorrir. Guardou sua faca em troca de sua outra pistola. Com ambas armas em mãos, a mana se acumulava pouco a pouco nos canos delas. Edel olhou de relance para a energia, não demonstrando tensão em um momento daquele. Tudo que ela fez foi por a mão atrás das costas, e a outra livre. Esperou calmamente pela a iniciativa do caçador.

– Não vai correr? - Lupus pergunta.

– Não acho necessário no momento. - Discretamente, deslizou um dos pés para trás, tendo um apoio melhor.

O haro deu uma pequena risada, em seguida começando os disparos frenéticos. Milhares de tiros saíram em direção à garota em alta velocidade. Se aquilo pegasse nela, seria difícil dizer se continuaria vivia. Mas Edel não parecia se importar com isso, ela permaneceu parada em seu lugar.

Disparou correndo para o lado, deixando os tiros passarem reto. Edel não parou, sua corrida seguiu em zig zag enquanto Lupus tentava atingi-la. Ela estava rápida, como antes. Os disparos não a acertava de jeito algum, isso deixava o caçador irritado.

– Fique quieta!

A mão da capitã permaneceu para trás mesmo enquanto corria, o que não a atrapalhava. Em segundos, ela estava próxima a Lupus. O caçador olhou surpreso, mirando rapidamente para acerta-la. Ele não conseguiu, um forte chute em sua mão o fez perder a arma.

– Desgraçada!

Mirou com a outra pistola no meio da face da jovem. Atirou em vão, a capitã tinha se agachado em uma rápida velocidade. Quando se levantou, acertou uma cabeçada no queixo de Lupus. O caçador sentiu o mundo girar com aquela batida, o fazendo se sentir tonto imediatamente. Sem perceber, recuava em tropeços.

Sua consciência voltava aos poucos, voltando ao foco da luta. Levantou a pistola com a mão trêmula, como se a arma pesasse muito. Não conseguiu mirar na jovem, sua mira ia de um lado para o outro.

– Droga. - Resmungou.

Seu dedo estava pronto para puxar o gatilho, mas não à tempo. Edel agarrou seu braço erguido e jogou seu corpo contra o do caçador. Lupus facilmente foi derrubado, além de sentir o peso do corpo da capitã sobre o dele, ou seu joelho em seu peito.

Sua visão voltou ao normal, se deparando com um revólver apontado para o meio de sua face. Não era dele, nem mesmo o reconhecia.

– Diferente da sua arma, a minha usa balas de verdade. - Diz Edel. - Então se não quiser um buraco no meio da sua testa, desista.

Rangeu os dente em raiva. Tentou se ergue, mas seu peito foi apertado mais pelo o joelho da garota. Ela estava falando sério. Não voltou a se remexer, ficava a encarando durante esse tempo.

– Edel, já acabou. - Anuncia Lass. - Você venceu.

Ela continuou daquele jeito, não abaixaria a arma tão cedo. O olhar do caçador era em ameaça, não se importava se ela iria atirar ou sair de cima, não tiraria aquele olhar do rosto. Pretendia reagir, pensava em um plano rápido.

Edel foi surpreendida quando seu braço foi segurado e jogado de lado, levando a mira junto. Lupus avançou em um tentativa de acerta-la com o punho livre. Ela conseguiu recuar o rosto à tempo, dessa vez reagindo. Puxou o gatilho e deixou o barulho do disparo atravessar o ouvido do caçado ao lado. Ele gritou em dor pelo o som estridente, assim recuando o punho para tampar o ouvido.

– Eu avisei que atiraria. - Diz a garota ao sair de cima do haro. Ele continuava no chão em careta.

– Maldita. - Rosnou ainda em dor.

– Obrigada por ter nos ajudado, Lass. - Fala para o ninja, ignorando o caçador no chão. - Não foi necessário sua ajuda, mas agradeço por ter ficado.

O rapaz não disse nada, a fitava sério. Esteve desse jeito desde que a luta se iniciou, observando os movimentos da capitã. Ela podia ser tão rápida quanto ele, mas possuía suas fraquezas. Lupus só perdeu porque não levou tudo de si. Poderia muito bem ter aumentado sua força com os cabelos dourados, mas não fez, ele quis lutar do jeito mais simples. A garota teve suas dificuldades, que foram contornados facilmente com a observação sobre seu adversário.

– Já vou indo. - Fala enquanto ia até a porta. - Volto amanhã para continuar nossa sessão, Lupus.

Ela não ouviu o palavrão que o haro mandou para ela, pois já saía da sala sem uma despedida gentil. Lass também não fez questão de dizer um adeus.

– Perdeu para outra garota? - O ninja fala. - Tá cansado não?

– Cala a boca!

***

Girou a garrafa em sua mão para que o líquido amarelo se misturasse. Tomou aquela poção em um gole só, sentindo o gosto azedo da bebida descer por sua garganta. Fez careta de língua para fora e com o tempo o gosto sumia de sua boca.

Aquela já era a terceira porção que Elesis tomava. No outro dia, quando partiu do colégio com seus parceiros, comprou três porções médias para que coubessem em sua mochila. No entanto, as bebidas mágicas só sumiam com as suas dores, curar os ferimentos já era um processo mais lento. Tinha se acostumado, mas do mesmo jeito torcia para que fosse curada o mais rápido o possível.

Apoiou-se com os cotovelos sobre a beirada do barco e manteve o rosto para o alto. Morria de sono. Na noite anterior, passou horas em um trem que ia para Terra de Prata, para que lá pudesse pegar um barco voador que fosse direto para o continente flutuante, Xênia. Agora já era de manhã, o sol batia em seus cabelos escuros e esquentava sua pele. Tudo estava tão tranquilo.

– Nós vamos morrer!

Seus olhos se abriram em ir. Foi forçada a viagem toda naquele barco ouvir aquele tipo de coisa. Esse era o principal motivo de não poder descansar no momento. Tentou se conter, mas olhou para o lado do mesmo jeito. Sieghart estava encolhido em um canto enquanto abraçava fortemente a parede do barco. Sua feição estava pálida e, possivelmente, gelada. Suas mãos tremiam sem parar, junto com seu corpo inteiro.

– Já chega, Sieghart! - Grita Dio, quase ao lado da espadachim. - O barco não vai cair.

– O medo de altura dele é irritante. - Comenta Elesis. - Me pergunto como que ele me ajudou uma vez numa das tarefas de Astaroth. Tinha altura, bastante altura. Mas Sieghart parecia tranquilo nela.

– Sua vida estava em jogo, é claro que ele perderia esse medo para ajuda-lo. - Olha para a garota. - Qualquer um perderia.

– Eu acho que não seria capaz de perder meu medo para ajudar outra pessoa. - Lamenta.

– E que tipo de medo que você tem?

– Vestir vestidos. - Diz séria. Dio abriu um pequeno sorriso ao ouvir, assim Elesis percebendo que tinha falado algo que não devia. A Elesis falaria isso, não o Eléo. Pôs a mão na boca em vergonha. - Quer dizer, são muito humilhantes.

– Acho que eu também teria medo de vestir um vestido. - Solta uma pequena risada. - Qualquer garoto teria.

– Não foi o que eu quis dizer. - Murmura de bochechas coradas.

O asmodiano riu outra vez. Elesis o observou, impressionado ao ver um sorriso naquela face rancorosa. Dio nunca demonstrará esse tipo de sentimento, não na frente dos rapazes. Talvez com Elesis ele se sentisse mais confortável, embora tivesse Sieghart em um canto choramingando.

– Já estamos chegando. - Menciona o asmodiano. Ele se afastou, indo até a ponta do barco.

– Finalmente. Não aguentava mais as reclamações de Sieghart.

A garota desencostou da beirada, vendo melhor o continente se aproximando. Seus olhos brilharam ao verem aquele enorme continente flutuar. Nunca tinha visto Xênia, apenas em imagens. Vendo-o ao vivo era outra coisa, uma paisagem totalmente linda.

Ficava feliz por estar naquela missão.

– Que lindo.

– Em pensar que Terra de Prata era para estar do mesmo jeito. - Diz Dio. - Uma pena.

Assentiu. Olhou para Sieghart, vendo que não tinha mudado muito. Andou até o rapaz, o pegando pelo o braço.

– Estamos chegando, Sieg. - Dizia com a voz calma. - Você tem que levantar.

– Não, eu não consigo. - Sua voz trêmula demonstrava tudo. - É muito alto.

– Mas você tem que ficar de pé.

– Impossível!

A teimosia do rapaz começava a irritar. Não poderia simplesmente força-lo daquele jeito, tinha que deixar ele fazer sozinho. Mas parecia que incentiva-lo com palavras gentis não adiantavam muito.

O ritmo do barco diminuía, Elesis nota. Quando olhou para o continente, a nave já estava pousando lentamente. Como esperava, ela não pousaria no chão, ficaria planando baixinho até que eles descem. Não tinha piloto, o barco se movia de forma automática, o que deixava Sieghart mais nervoso.

– Temos que descer. - Diz Dio na ponta, pronto para pular fora.

– Sieghart não está colaborando muito. - Fala com pena do moreno, pois saberia o que iria acontecer com ele caso não pulasse daquele barco.

– Eu não vou descer! - Grita de novo. - Eu vou cair e morrer.

– Espero que isso aconteça mesmo. - Comenta o asmodiano. Pulou de volta para o barco, saindo da ponta do mesmo. - Vamos, Sieghart. Não temos muito tempo a perder.

Ele negou como uma criança chorona. Elesis jogou os braços em angustia, e assim se afastou do amigo.

– Eléo, vá na frente. - Dio foi sério nas palavras. - Eu dou um jeito no Sieghart.

– Certo. - Correu e saltou para fora em um simples pulo.

A espadachim caiu de joelhos no gramado. Demorou até que ela percebesse que tinha caído em uma floresta densa e bela, tão vasta quanto qualquer uma que ela já viu. Se ergueu de boquiaberta, surpresa em ver onde estava. Não conteve o sorriso quando finalmente caiu a ficha que estava sobre um continente que flutuava. Isso era inacreditável.

– Que legal. - Comenta baixinho. Olha em volta, logo corre para a beirada da floresta. - Uou!

Um passo para frente e cairia de uma altura gigantesca. Não conseguia enxergar muito bem o que havia lá embaixo, além do mar e algumas ilhas, pois as nuvens atrapalhavam sua visão. Mas não se importou, a vista continuava bela. O vento freso que passava entre seus pequenos fios escuros era uma sensação incrível.

A fascinação pelo o continente foi interrompida ao ouvir um grito. Elesis só teve tempo de ver Sieghart voando do barco, e capotando ao se chocar contra o gramado. Iria se aproximar do mesmo, mas uma grande mala voa contra o rapaz, por fim.

– Você está bem, Sieg?! - Corre até ele preocupada. Tirou a grande mala de cima dele, percebendo que era bem pesada. Não sabia o que ele carregava ali, mas estava bem curiosa para saber.

– É, eu... - Não completou a frase ao notar o chão sob ele. Agarrou a grama em surpresa, logo rolando por ela em felicidade. - Terra, finalmente, terra! Não vamos morrer!

– Na verdade, não é bem terra firme. - Sussurra, com medo que ele ouvisse.

– Ele sabe disso.

Agora era Dio que descia do barco, pousando sem problema. Chegou perto e olhou em raiva para o estado de idiotice que Sieghart estava tendo.

– Ele sabe que esse continente flutua, mas isso é uma coisa tão difícil de acreditar que ele acaba não tendo medo. - Termina de explicar. - Pelo menos isso.

– Você sabe tanta coisa sobre o Sieghart. - Olha impressionada. - Mesmo o odiando, é bem informado sobre ele.

– Não sei isso porque quero. - Diz em desgosto. - Observando esse idiota por anos leva a isso.

O asmodiano não discutiu mais, saiu na frente. Elesis deu uma leve risada e foi segui-lo, mas parando ao se lembrar de Sieghart ainda no chão. O cutucou com o pé, o mandando se levantar.

– Ah, certo! - Pareceu despertar com o chamado da espadachim. Ficou de pé em um pulo, pegando suas coisas e colocando nas costas, principalmente sua grande maleta. - Dio, espera!

Ambos tiveram que correr atrás do asmodiano que já estava bem na frente.

– Para onde vamos agora? - Pergunta Elesis. - Temos que nos encontrar com o cliente.

– Pelo o que diz no folheto da missão, a pessoa iria nos encontrar. - Fala Dio. - Acho que primeiros temos que sair do começo do continente e ir mais adentro.

– É uma ladeira bem grande essa que subimos. - Sieghart nota. - Por acaso estamos indo para alguma montanha?

– Como eu disse, aqui é o começo, temos que ir andando até acharmos algum ponto para nos localizarmos.

Seria um longo caminho até que esse lugar fosse achado, percebe Elesis. Já estavam entrando na vasta floresta, cheia de vida em toda volta. Ao menos havia a bela vista para poder distraí-la.

O caminho todo se resumiu em passos e mais passos, sem pararem nenhum momento. A floresta não parava de crescer em sua volta, a impressionava a cada momento. Seu cansaço já ficava visível, é claro, no estado que estava era complicado. Seu tornozelo voltava a doer, para seu azar. Queria poder ter outra poção, mas havia tomado todas.

Pararam de andar quando Dio pareceu sentir algo em volta. Seu olhar estava sério, concentrado.

– Estão ouvindo isso? - Pergunta ele.

– Ouvindo o quê? - Sieghart estranha.

– É uma melodia. - Olha em uma direção. Lentamente, foi para aquele lado. - Tá vindo daqui.

Não discutiram, o seguiram. O asmodiano possuía ouvidos sensíveis a qualquer som, sem falar de seus sentidos aguçados. Se ele estava sentindo algo, era porque tinha mesmo algo ali.

– Não. - Diz Sieghart em um sussurro. Viu Dio se preparando para pegar sua foice, mas o moreno o impediu antes. - Não vamos nos precipitar.

O asmodiano estalou com a língua. Deixou de pegar sua arma, fazendo como mandado. O trio teve que se esconder na densa vegetação, assim conseguindo ouvir a melodia mais de perto. Se era uma ameaça ou não, não atacariam de primeira, gostariam de saber o que era.

Se entreolharam. Afirmaram juntos, em seguida correndo na direção da melodia. Ao saírem detrás das árvores, o sol atrapalharam suas visões no começo, mas logo se acostumaram. Seus olhares se iluminaram ao se depararem com aquela jovem sentada em meio à grama.

Ela devia ser mais jovem que Elesis em aparência, mas sua aura parecia ser antiga. Seus longos cabelos dourada, e ondulados, se espalhavam pelo o chão, quase a cobrindo. Seu corpo era pequeno e frágil, sendo coberto apenas por um simples vestido branco. E, o que mais chamava a atenção, sua voz era delicada e suave. Muito bela.

– Uma miragem? - Estranha Sieghart.

A canção foi interrompida. A jovem abriu seus olhos verdes vagarosamente, dando visão ao trio. Ela não se espantou, gritou ou ficou surpresa. Ela abriu um pequeno sorriso, ficando mais linda que o normal.

– Estava os esperando. - Diz ela.


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Notas finais do capítulo

Review?
* Alguém sabe quem é aquela no final? Hein, hein! Ela não é invenção minha, ok!
* A relação da Elesis e do Lass está voltando ao normal, mas nada acontecerá, então sosseguem!
* O que de ruim poderia vim nessa missão? Quem tem algum palpite?!
* E o que vai acontecer com o Lupus aturando a Edel? muahahah Ah, só para deixar claro. Nada acontecerá entre eles, só será essas brigas constantes. Quem me conhece sabe que eu shippo Lupus e Edel, mas não farei nada entre eles nessa fic... Casa vocês pedirem, eu verei melhor :3