Fale O Que Quiser Mas Sou Uma Garota escrita por Risadinha


Capítulo 50
Com um beijinho, tudo melhora, não é?


Notas iniciais do capítulo

YOOOOOOOO, Dessa vez eu não demorei! Escrevi esse capitulo logo porque eu percebi que esse é o capitulo 50! Yeahhhhh, comemorem... E me deem parabéns, brincadeira. Tá, eu to escrevendo essa bagaça de madrugada, então se tiver algum erro, perdoem-me. To quase dormindo aqui T-T Capitulo enorme, nada demais... Eu acho. Nas notas finais eu vou estar pedindo um favor pra vocês, então leiam, ok?
Boa Leitura.



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Deu uma tropeçada de leve, que chegou a tocar o chão com a ponta dos dedos. Não podia cair, não num momento desses, muito menos tropeçar. Sentia o suor passa por sua testa e escorrer até seu queixo, sentiu sua respiração quente saindo de sua boca como uma fumaça. Por onde passava, todos a olhavam assustados. Tentavam entender o que estava acontecendo, mas não achavam a resposta.

Dio a tinha perdido de vista por um momento, mas quando a achava, saia cortando tudo que via pela frente com sua foice. Pelo o rapaz ser bastante experiente com sua foice, não acertava ninguém com seus cortes. Ele continuava com sua expressão séria, mais que o normal.

Elesis deu um salto nos degraus da escada, assim subiria com mais rapidez. Chegou até os últimos degraus, perto da porta do terraço. Muito ofegante, se sentou em um dos degraus para descansar. Se apoiou dos próprios joelhos e abaixou a cabeça. Nunca sentiu tanto cansaço assim

– É melhor eu ficar por aqui. - Pensava. - Tenho que recuperar minhas forças.

Olhou para sua mão e viu a mancha escura aparecendo. Arregaçou a manga do casaco e viu que seu braço estava todo manchado por aquilo. Olhou assustada.

– Droga. - Com a oura mão, passava por cima da mancha, tentando tira-la a força. Fazia com mais pressão a cada momento. Sentiu o desespero batendo.

– Por que não sai? - Falava irritada. - Por essa droga não sai?!

Parou de tocar na mancha e apoiou a cabeça na mão, continuando de cabeça baixa. Sabia que o seu tempo estava acabando, e precisava fazer algo urgentemente sobre aquilo. Começava a ficar desesperada com tudo aquilo acontecendo. De repente, lembrou de uma coisa do passado, que lembrava muito esse momento.

***

Olhava para o lado para não ver aquilo. Sentia bastante dor naquele exato momento, mas era suportável. Na sua frente, Lire olhava a ferida cuidadosamente. Tanto Elesis, quanto a elfa, ambas eram ainda pequenas, com uns 7 ou 8 anos de idade. A espadachim tinha seus cabelos longos e vermelhos, presos por uma fita. Lire tinha os cabelos batendo no ombro, pequenos e muito bonitos. As duas eram muito fofas naquela época.

– Não se mexe, Elesis. - Avisa a loira.

O braço da ruiva estava com alguns espinhos o perfurando. Lire, cuidadosamente, tirava os espetos com a mão, usando uma luva.

– Rápido, Lire! - Dizia a ruiva olhando para o machucado. - O veneno vai se espalhar pelo o meu sangue e eu vou morrer!

– Não, não vai. - Fala calma. - É só uma lenda, tá bom? Esses bichinhos não fazem tanto mal assim.

– Verdade, eles são muito fofinhos! - Arme concorda.

A maga era muito mais baixinha do que já é, até suas amigas a passava, como sempre. Tinha os cabelos mais curtos que o da elfa. A roxinha era muito mais fofa do que Elesis e Lire.

No colo dela, tinha um pequeno bicho. Parecia um filhote de porco-espinho, porém era mais uma das criaturas mágicas que existiam em Ernas.

– Diga por você! - Elesis mostrava o quanto estava com medo daquilo ao gritar. - Ah, eu vou morrer em breve se você demorar desse jeito.

A loira olhou para a ruiva.

– Tudo bem, eu acredito em você. - Dizia por dizer. - Mas para que eu tire esses espetos de seu braço, você deve ficar quieta e relaxada! Agora, respire e inspire.

Fez o que foi mandado, começou a respirar tranquilamente. Estava adiantando, ficava calma ao passa do tempo. Quando percebeu, Lire já tinha terminado de tirar os espinhos.

– Valeu, Lire. - Viu que a loira iria colocar alguns curativos onde tinha sido atingida pelos os espinhos. - Só você mesma pra fazer essas coisas.

– Não fale bobagens. - Se sentia envergonhada. - Só faço o que uma amiga faria.

Olhou para os curativos fofos que a loira tinha colocado em suas feridas. Fez um rosto tristonho em ver aquilo.

– O que foi, Elesis? - Pergunta Arme vendo a expressão que ela fazia.

– Continua doendo. - Olhava para o braço machucado.

Rapidamente, a elfa pega o braço da pequena e dar um pequeno beijo nele.

– Ladmir, sempre diz que as dores passam com um beijo. - Estava vermelha por está mencionando o irmão, que mesmo naquela idade, não gostava dele. - Talvez isso adiante.

Lembrou de seu pai dizendo isso para ela. Sempre achou isso bobagem isso que seu pai fazia, mas ela gostava mesmo assim. Logo um sorriso se abre no rosto da ruiva.

– Melhorou, obrigada. - Solta uma risada.

Lire e Arme a olham confusas. Não entenderam aquela reação repentina da garota, muito menos por aquilo não combina com seu jeito.

A elfa bota a palma da mão na testa de Elesis.

– Acho que você tá delirando. - Menciona preocupada.

– Não, eu não tô. - Diz séria.

***

Levantou a cabeça. Já tinha recuperado o fôlego, não totalmente mas o suficiente para poder sair correndo novamente. Lembrou que Lire sempre a mandou ficar calma nos momentos mais irritantes para a morena. No momento, estava cheia de pressão, portanto, fez questão de se manter tranquila. Se levantou da escada determinada e começou a descê-la.

Não podia ficar ali, de qualquer jeito seria encontrada e aquele lugar não era um dos melhores para fugir. Precisava achar um jeito de acalmar Dio, depois tirar a mancha de seu corpo e assim poderia descansar. Parecia um bom plano, se não fosse uma péssima ideia ir conversa com o asmodiano.

Após ter decido as escadas, sentiu uma estranha sensação no ar. Olhou para o lado e viu Dio correndo em sua direção.

– Vai continuar fugindo até quando? - Pergunta o asmodiano já preparando um ataque.

– Até você para de me perseguir! - Começa a correr.

Ouviu um barulho de coisa se rachando, era a parede ao lado da morena sendo cortada por um único golpe de Dio. Olhou assustada para o rapaz, que continuava a seguir. Pensava em como ele poderia ser tão cruel desse jeito.

Pulou os degraus da escada, descendo tudo de uma vez. Se atrapalhava toda quando pisava no chão, já Dio era o contrário, parecia um macaco pulando as coisas, até mesmo usava as paredes para dar impulso.

– Eu falo uma coisa certa e o cara vem cheio de marra pra cima de mim, vai entender. - Elesis reclamava sozinha.

– Odeio idiotas como vocês que me desafiam, falam um monte de besteira e depois sai correndo! - Dio falava sério.

– E por que será que isso acontece? - Sussurra. Dio nunca teve uma expressão agradável, e segurar um foice maior que ele e ainda correr atrás da pessoa não o fazia ser muito sociável.

– Já chega!

Um par de asas aparecem nas costas de Dio. Lembravam muitos as de morcegos, porém maiores. O asmodiano deu um salto e começou a voar em direção à Elesis. Sua velocidade aumentou bastante após isso.

– O-O que?! - Olha impressionada, e assustada ao mesmo tempo. - Você tem asas?!

Apressou o passo, correndo como nunca. As pessoas que passavam na sua frente eram empurradas ou jogadas para o lado. Elesis não tinha nem tempo de se desculpar. Viu que estava em um corredor sem saída, apenas as janelas para pode escapar.

– Mas que droga!!! - Grita furiosa vendo que não tinha outra escolha.

Aproveitou que a Janela estava aberta, pulou por ela. Como estava no segundo andar, teve uma queda não tão violenta. Caiu no chão e rolou por ele até que parasse. Ficou de joelhos no chão, tentando tomar o fôlego de tudo aquilo. Com a queda, tinha se machucado um pouco, principalmente nas pernas onde tinha sido maior o impacto. Tudo isso pra fugir de Dio.

– Parece que eu me salvei. - Olha de onde tinha pulado e abri um sorriso vitorioso.

Olhou em volta e viu que tinha alguns alunos a olhando curiosos. Alguns ainda não sabiam que Elesis estava sendo perseguida por Dio, o que fez todos ficarem mais confusos. Diante de todo aquele pessoal, Elesis reconheceu alguém. Com seu típico olhar frio, Lass olhava para morena caída no chão. Ele fez nem questão de mover um dedo para ir ajuda-la, só continuou parado a fitando.

Sua paz acaba quando ver o asmodiano pulando a mesma janela que ela havia pulado. Se levantou do chão rapidamente e voltou a correr, no entanto, algo a pega pelo calcanhar, impedindo de correr. Olha pra trás e se depara com o rapaz.

– Como?! Você é algum tipo de ninja?!

Tenta fugir, porém Dio a põem de cabeça pra baixo, apenas a segurando uma das mãos, que seria a não-humana. Elesis quando foi percebe, seu cabelos escuros estavam para o alto. Olhou para Dio, tendo medo do que poderia acontecer.

– Você é muito baixinho. - Fala o asmodiano.

– Tudo mundo diz isso! - Grita nervosa.

– Com esse tamanho, como ainda tem coragem de me desafiar? - Seu olhar era assustador.

Engoliu seco quando o olhou.

– Você fez a Rey sofre. - Dizia séria. - Ela é minha amiga, e não gosto que meus amigos sofram! Prefiro ficar em seus lugares do que ficar olhando ele desse jeito.

Foi coincidência dizer aquilo com Lass a olhando. Por um instante, deu uma rápida olhando nele, mas apenas o viu dando as costas e indo embora. Não voltaria, muito menos para ajuda-la.

– Você fala como se a conhecesse.

– Eu a conheço o bastante para saber o que ela sentia. - Ficava mais séria a cada palavra. - Pelo o contrário de você.

Fez um estalo com a boca, ficou mais nervoso ainda.

– Rey não tem amigos. - Diz de repente.

A morena olhou confusa, não tinha entendido o que ele tinha dito com aquilo.

– O que você quer...

– Rey nunca foi de ter amigos, ela sempre preferiu ficar sozinha do que com alguém.

Ficou em silêncio, até Elesis abri a boca novamente.

– Eu sou amigo dela. - Dio a olhou como se não acreditasse. - E eu acho que você também.

– Não sou amigo daquela coisa. - Disse com nojo e ódio. - Apenas conhecidos.

Mesmo de cabeça pra baixo, Elesis apontou para o rapaz com uma expressão muito séria.

– Você mente pra você mesmo! É por isso que você a odeia, porque não admite que gosta da Rey como amiga, não admite que tem um amigo! - Gritava furiosa. - Você acaba confundido essa raiva que sente, aí pensa que odeia a Rey, mas é o contrário, você gosta dela. - Abri um pequeno sorriso. - Acho que agora entendo o motivo de vocês sempre brigarem.

Dio a olhava com a mesma expressão, esperando ela termina toda aquela baboseira. Cerrou seus dentes de tanta irritação. Elesis sentiu que ele apertou com mais força o seu calcanhar, que permanecia sendo segurado por ele.

– Você não sabe de nada! - Grita, explodindo de raiva. - Não somos amigos e nunca fomos, entenda isso de uma vez. Aquela idiota sempre me usou como um capacho, que só servia para fazer o que ela mandava! Eu me cansei de ser o servo dela e aprendi a lutar, assim mostrando pra ela quem era o idiota.

– Mas a Rey sempre foi assim com os amigos dela. - Diz Elesis atenciosa. - Ela sempre agia como se fosse a Rainha, sabe.

– Eu não sou amigo dela! Não tenho nenhum amigo e muito menos preciso de um, isso inclui a Rey no meio. Agora para com esse papo de retardado sobre amigos antes que eu dei um murro na sua cara. - Bufava de irritação.

Ouviu com atenção as palavras do asmodiano, tinha entendido o que ele queria dizer com aquilo. Sabia o que precisava fazer.

Esticou a mão aberta até Dio e abriu um longo sorriso.

– Então vamos ser amigos. - Diz a morena. - Eu e você.

Olhou o sorriso que Elesis fazia, uma coisa que nunca foi acostumado a ver. Dio realmente não entendia o motivo dela continua sendo boa com ele, mesmo que ele continuasse com sua expressão assustadora. A única coisa que fez foi ignorar aquele pedido, como Dio julgava, idiota.

Com a morena de cabeça pra baixo, deu uma joelhada em sua barriga, que acabou a fazendo voando ao sentir aquele impacto. Rolou no chão com aquele simples golpe. Ainda caída no chão, colocou a mão na barriga, onde foi atingida e sentiu uma enorme dor.

– Tolo. - Olhou em direção ao asmodiano, que vinha calmamente segurando sua foice. - Nunca serei amigo de pessoas como você.

Tentou se levantar porém acabou aguentando ficar ajoelhada. Não tinha forças para correr, muito menos se defender.

– Vamos ver se você consegue correr sem as pernas. - Diz Dio.

O rapaz levantou sua foice, olhou sério para morena e desceu a lâmina da arma em sua direção. Elesis arregalou os olhos ao ver que ele pretendia fazer aquilo mesmo. Fechou os olhos para não ver o que aconteceria. Esperou, mas não sentiu nada... Será que já estava morta e não sabia, bem, esse pensamento foi excluído ao ouvir a voz de alguém.

– Poxa, vocês nem me chamaram para brincar. - Dizia a pessoa com o tom triste. - Que decepção.

Abriu os olhos e se deparou apenas com as costas do jovem. A foice de Dio tinha sido parada pela espada que o garoto segurava, sem nenhuma dificuldade.

– O que fazer aqui... Fóssil. - Diz Dio ainda nervoso.

Sieghart sorriu em ouvir o "apelido" que Dio o chamou. Pelo jeito, parecia que os dois eram amigos, mas pelo contrário, ambos eram rivais um do outro.

– Tudo bem, Eléo? - Pergunta o moreno se virando pra ele. Fez um simples movimento com a espada que acabou quebrando o ataque do asmodiano.

– Tá tudo bem. - Abri um pequeno sorriso.

– Que bom. - Sorri aliviado. - Desculpe pelo o meu amigo, ele é um cara muito nervoso de pavio curto.

– Não somos amigos. - Menciona Dio friamente.

– Ahhh, assim você me magoa. - fala igual a uma criança.

– Tsc. - Virou a cabeça pro lado para ignorar o moreno.

Sieghart esticou a mão para Elesis, que aceitou a ajuda e se levantou. Olhou para Dio curiosa em saber qual era a relação dele com o Sieghart.

– Que seja. - Dio abri a mão e uma energia roxa começa a se forma nela, logo se transformando e um objeto. - Se você se diz amigo da Rey...

Como um murro, empurro o objeto contra o peito de Elesis. Recebeu com tanta força que acabou caindo no chão.

– Entregue isso pra ela.

Deu as costas e foi embora. Elesis olhou para o objeto em sua mão, vendo o que Dio a tinha dado.

– Um urso de pelúcia? - Estranha.

Como tinha dito, era um coelho de pelúcia roxo, quase preto, com algumas costuras em seu corpo, como se tivesse rasgado e costurado novamente. Um dos seus olhos estavam faltando, que eram feitos de um botão.

– Parece meio desgastado. - Fala Sieghart olhando o brinquedo.

– Verdade.

O moreno teve que ajudar outra vez Elesis a se levantar. Olhou para o brinquedo preocupada, pois tinha um pouco de noção do que estava acontecendo.

– Eu vou entrega isso. - Diz Elesis já indo embora.

– Espera! - Sieghart tenta a impedir, porém era tarde. - Você vai faltar outra aula... - Sussurra.

Corria, mas dessa vez não chamava atenção por onde passava. Agora tudo fazia sentido para Elesis, portanto, tinha que ter certeza disso de uma vez. Precisava chegar até Rey e entregar para ela esse urso, e finalmente entender o que ela sentia. Saiu do colégio e logo chegaria no colégio das garotas para se encontrar com Rey.

– Rey nunca foi de lutar sem motivo, nunca! Sempre que as garotas começavam a mexer com ela, Rey as atacava, não seriamente mas as machucavam de um jeito ou de outro. - Pensava Elesis. - Ela pode se achar a melhor mas nunca atacaria alguém que fosse mais forte que ela, porque ela sabia que perderia. O mesmo vale pro Dio, ele deve ter feito alguma coisa que a fez ficar muito irritada, a ponto dela lutar contra ele. E talvez... Talvez tenha haver com esse brinquedo.

Correu o máximo que pode para chegar o mais rápido no colégio, ao mesmo tempo, se esquecendo da mancha em seu corpo. A metade de sua mão já estava coberta pelo o tom roxo, que logo pioraria. Seu pescoço já dava sinal da mancha, então a morena levantou a gola de sua camisa para esconder.

Finalmente, chegou no colégio. Atravessou o portão sem dizer nada, e chamando atenção das garotas por onde passava. Entrou no prédio, correndo nos corredores à procura da asmodiana. Até que a viu andando, que logo parou por estranha a presença de um garoto no colégio.

– Rey! - Chamou Elesis se aproximando. Ao chega perto dela, se apoiou em seus joelhos para tomar fôlego.

Ela ficou olhando a morena desconfiada. Não disse nada, esperava que ela dissesse algo primeiro.

– Ainda bem que eu te achei. - Ajeita a postura e abri um sorriso. Sem muita cerimônia, Elesis estica o urso para ela, com a mão que não estava manchada. - Dio pegou isso de você, não é? Ele queria que você parasse de usa-lo como um escravo, então para se vingar, roubou o seu brinquedo favorito. Agora eu entendo muito bem essa situação.

Soltou uma risada sem graça. Rey a olhava ainda confusa.

– Dio queria fazer você sofrer como ele sofria, mas você não quis isso, então começou a lutar contra ele. Só foi diferente dessa vez porque você perdia pra ele, toda vez. Se passaram vários anos e você guardo rancor dele, e ele de você... - Olhou triste. - É por isso que você ia para o meu colégio, tentar ter uma chance de conseguir seu urso de volta, ou... - Um pequeno sorriso se abre. - Tentar se desculpar com ele.

Rey reagiu surpresa para aquelas palavras.

– Amigos não devem brigar, não é?

A asmodiana continuou em silêncio, até dizer:

– E quem é você?

– Eu sou o Eléo! - Novamente, Rey esquecia de Elesis, que dessa vez era o Eléo.

– Hum... - Fez uma expressão que não lembrava.

– Aquele que te salvou na piscina...

– Ah, eu me lembro de você. - Fico um pouco mais alegre. - Então, o que faz aqui?

Elesis olhou um pouco nervosa pra ela. Percebeu que Rey não tinha aprestado tanta atenção no que ela dizia. Levantou o coelho, mostrando para a asmodiana.

– Dio mando entregar pra você.

Pegou o brinquedo e o olhou. Não tinha expressão alguma em seu rosto.

– Aquele idiota. - Disse calmamente. - Ele tá atrasado com isso.

– Atrasado?

Deu de ombros como se não fosse importante, em seguida, abriu um sorriso vitorioso.

– "No dia que eu devolver o Sr. Bunny, será o dia em que nossa guerra cessará". - Imitava a voz de Dio. - Foi isso o que ele disse.

Soo fofo a imitação que Rey fez, parecendo nem com o Dio. A garota começou a andar, passou pela morena mas parou quando Elesis continuou a conversa.

– Então... - Continua a espadachim. - Vocês estão de boa?

Ela se virou um pouco sorridente.

– Eu acho que sim. - Olhou para o brinquedo e depois para Elesis. - Aliás, quem é você? Você sabe muita coisa sobre mim e o Dio.

A morena foi abrir a boca para responder, porém viu Arme bem ao fundo. A roxinha balançou os braços contentes e vinha em direção à ela, abrindo a boca para dizer seu nome, o verdadeiro. Daria um grande problema se ouvissem o nome da ruiva.

– Ele...

Elesis tirou o sapata de seu pé, mirou e jogou em direção à maga. Acertou o rosto dela, deixando um vermelhão no nariz da garota, em seguida ela cai no chão. Rey olhou imediatamente para a baixinha caindo no chão.

– Ops, escorregou! - Ria forçadamente. Correu até Arme e a pegou pelos braços e saiu arrastando ela, é claro, pegou o sapato que tinha jogado. - Eu vou te levar pra enfermaria.

– Obrigada! - Diz Rey, ficando surpresa consigo mesma. - Por ter trazido...

– Não foi nada. - Continuava a arrastar Arme. Com um dos braços livres, acena para Rey. - Tenho que ir agora, até mais!

Ficou olhando a morena ir embora, com a maga apagada em seus braços. Sorriu, sentiu a mesma sensação quando está com suas amigas, uma sensação boa. Não se sabe o por quê, mas lembrou de Elesis ao ver Eléo, ambos tinham o mesmo jeito persistentes. Riu, achou que era coisa de sua cabeça e seguiu seu rumo.

Chegou no quarto e chutou a porta, antes de entrar, olhou para os dois lados do corredor para ver se não tinha ninguém olhando. Entrou carregando Arme, com uma das suas mãos na boca dela para que dissesse nada.

– O que vocês estão fazendo? - Lire estava no quarto e ate se assustou quando ouvi a porta abri violentamente. - Não precisa chutar a porta assim!

Fechou a porta com o pé e soltou a maga.

– Elesis, o que você tá fazendo? - Arme passava a mão no nariz, que continuava vermelho. - E por que me acertou com um sapato?

Com o punho fechado, bate na cabeça da maga, de uma forma brincalhona.

– Qual parte do "não sou Elesis quando tiver alguém por perto" você não entendeu? - Continuava a dar os pequenos socos na cabeça dela. - Me diga, qual parte?!

– Desculpa, eu tinha esquecido disso. - A morena parar com os socos. - Há muitas coisas que eu tenho que lembrar, sabia?

– É, como almoçar e jantar. - Se senta na cama, finalmente descansando.

– Então, o que faz aqui? - Pergunta Lire.

– Tem um garoto no meu colégio que conhece a Rey, e parece que eles tem alguns problemas, então eu vim aqui tentar dar uma resolvida. - Dizia pensativa. - Pode-se dizer assim.

Suspirou a loira, o que chamou atenção da morena.

– O que foi?

– Elesis, você sempre é assim. Tem seus problemas e como se não fosse o bastante, pega os problemas dos outros, esquecendo completamente os seus. - Fez um sinal negativo com a cabeça. - No final das contas, você sempre acaba sendo ajudada por alguém, mesmo não querendo.

As palavras de Lire foram exatas para definir a vida de Elesis. Mas era verdade, a morena sempre gostou de ajudar os outros, mesmo dando problema para o lado deles.

Riu do nada.

– Desculpa por ser assim. - Passou a mão no cabelo. - É coisa de família.

– De... Família? - Perguntou Arme estranhando.

– É, eu peguei isso do Ger... - Para de falar. Ficou paralisada quando disse aquelas palavras, para ela, absurdas.

Lire e Arme a olharam curiosa.

– Elesis, tudo bem? - Pergunta a elfa.

Continuou olhando para o nada, como se tivesse perdidas nos pensamentos. De repente, se levantou da cama e foi até a cômoda, abriu uma gaveta e começou a procurar uma coisa.

– Eu tenho que ir, senão, como sempre, vou faltar mais aulas. - Ria sem jeito. Da gaveta, tirou um cachecol xadrez vermelho. - Eu posso pegar isso emprestado? Eu tô com frio.

– Ah, claro. - Afirma Arme.

Enrolou no pescoço imediatamente, torcendo para que ninguém tivesse percebido a mancha. O tempo todo, escondia a mão sob as mangas de seu uniforme.

– Arme, você ainda tá com aqueles livros que eu e dei?

– Estão na estante. - Aponta.

Foi até a estante e começou a pegar os livros que precisava. Como daquela vez, encheu os braços com aquele peso, que dessa vez, estava maior.

– Valeu, depois eu devolvo com o cachecol. - Anda em direção à saída. Abriu a porta com um pouco de dificuldade.

– Elesis, você está bem mesmo? - Pergunta Lire preocupada.

Estava de costas para elas, logo virou o rosto e sorriu.

– Por quê eu não estaria? - Sai do quarto. - Tchau!

Deixou o silêncio no cômodo, um silêncio incomodante. Arme abaixou a cabeça, escondendo seu rosto sob as franjas.

– Ela... Ela ainda não supero isso, não é? - Menciona a maga.

– Pelo visto, não.

***

Andava dando uma caída pro lado e para o outro, sua tontura tinha voltado. Elesis se mantinha forte para chegar no colégio inteira, mas era impossível de conseguir. Estava no meio da caminho e já estava exausta, mais algumas andadas e ela cairia. Sem muito questionamento, parou em uma praça para tomar fôlego.

– Mas que droga! - Se sentou em um banco livre. - Parece que eu vou perde mais um dia de aula. - Olhou em direção ao colégio. Suspirou.

Colocou os livros ao seu lado, depois pegou um e começou a ler. Olhou surpresa para as informações. Estava lendo sobre as 5 Chamas Sagradas.

– Cada uma tem seu papel em determinadas áreas, por se tratarem de uma magia especial. - Lia Elesis em voz baixa. - Considerada por muitos uma magia banal, poucos guerreiros possuem ela. - Deu uma pulada na introdução. - A chama mais comum que existe são as vermelhas, por serem a menos ofensiva de todas. Seus únicos atributos são o aumento da força do indivíduo, o mesmo valendo para a defesa, além de queimar certos objetos, mas de qualquer jeito, são as mais comuns de se acharem.

A morena parou para pensar e viu que era verdade. Ela e Jin, ambos possuíam as chamas vermelhas, e para ser sincera, não eram tão fortes assim.

Voltou a ler sobre as outras chamas, que infelizmente, possuíam pouquíssimas informações. Porém, havia achado os nomes delas, que seriam:

"Chamas Roxas: Conhecidas como a Maldiçoadas, as chamas roxas tem por seu dever de envenenar o adversário, o deixando fraco até o ponto de sua morte. No entanto, para o desperta dessas chamas, o usuário deve estar em um estado crítico, assim podendo usa-las. "

Lembrou que Sieghart se deixava perder a luta, até o momento que estivesse totalmente ferido, desse ponto em diante, ele despertava suas chamas e acabava de uma vez com o adversário. Mas havia uma coisa sobre as Chamas Roxas que o livro não havia mencionado, que é, quando despertas, as chamas curam os ferimentos do usuário, além de seus atributos de força e resistência aumentarem.

– São umas chamas bem problemáticas... - Menciona Elesis. - E difíceis de si lidar.

"Chamas Douradas: Uma das chamas conhecidas muito pelos Deuses, por sua vez, muito raras por se tratar de uma chama que é criada a partir de outra. Há lendas e histórias que contam que os Deuses que escolhem o indivíduo que terá as Chamas Douradas, alguém que mereça elas. Quando usadas, o usuário em sua resistência ao máximo, o deixando indestrutível durante esse tempo de uso, além de sua força aumentar consideravelmente. Essas chamas são como uma armadura e espada de um guerreiro, o deixando invencível."

– Mais uma problemática... - Diz triste. Estava se achando tão minúscula diante de todas aquelas chamas poderosa, que uma delas está a matando aos poucos.

"Chamas Brancas: As mais inofensivas de todas por ser uma chama que não afeta adversário ou o danifica. Usadas apenas para cura de algum ferimento, doença, maldição ou algo do tipo. São mais poderosas que as magias de um mago experiente, mais poderosas que qualquer poder de cura. Do ferimento mais profundo à maldição mais difícil, as Chamas Brancas curam de qualquer forma. Igual as Chamas Douradas, ela é muito rara de se encontrar."

Ficou esperançosa ao ver que essa chama curava qualquer coisa, mas ficou triste ao saber que era impossível de achar uma no seu estado atual.

Passou para outra página ansiosa para saber qual era a última, porém não achou nada. Estava em branco, com alguns pontos de interrogação nela. Elesis sentiu uma raiva intensa em seu peito.

– Como assim?! - Grita irritada. - Se são as 5 Chamas Sagradas, deveria ser cinco chamas! E não quatro! - Fechou o livro furiosa. - Livro idiota.

Cruzou os braços como uma criança e virou o rosto pro lado, ignorando o livro como se fosse uma pessoa. Sentiu uma dor em sua nuca, como uma espetada. Colocou a mão imediatamente.

– Não tenho muito tempo. - Pensava. - Tenho que pensar em uma coisa rápido, ou...

Os olhos pesaram com a tontura repentina. Pôs a mão na testa e sentiu que estava quente e suando, resultado da febre que estava tendo. Seu corpo ficou leve, logo caiu pra trás, e dormindo n o banco mesmo.

***

Olhava para o alto, esperando que ele descesse logo, pois já estava ficando impaciente. Olhava em volta e só via estantes e livros, apenas isso. O castelo onde Ronan morava era bem grande, mais muito grande. A biblioteca, onde Elesis estava, era maior que sua casa.

– Elesis! - Gritou o garoto.

A ruiva olhou pra cima, vendo Ronan em uma escada apoiada na estante para pegar alguns livros.

– Segura! - Jogou um livro lá de cima pra ruiva.

Elesis pegou, e mais alguns que o azulado jogava. Pegou todos, fazendo uma grande parede de livro a sua frente quando segurava, não conseguia ver nada pela frente. Logo Ronan desce para ajuda-la.

– Deixa-me ajuda-la. - Esticou os braços para pegar os livros.

A ruiva virou de lado, negando o pedido.

– Não preciso de ajuda, posso muito bem carregar tudo isso. - Era leve para ela, desde pequena, Elesis sempre foi forte para carregar coisas pesadas.

– Tem certeza? - Pergunta preocupado.

– Tenho, agora vamos! - Sai na frente.

Pediu que Elesis levasses os livros até a sala, onde poderia estudar mais tranquilamente, porém, nesse percurso, Ronan se sentia preocupado por Elesis estar carregando todo aquele peso.

Como previsto, a ruiva tropeçou nos próprios pés e caiu no chão, espalhando os livros para todo canto. Por estar de vestido, acabou ralando os joelhos ao cair.

– Elesis, tudo bem? - Ronan se abaixa perto dela.

– Eu só cai. - Mostra os joelhos e viu o machucado. - Tá tudo bem.

Sem percebe, Harpe aparece por ouvir o barulho da pequena caindo. Se aproximou e viu o que estava acontecendo.

– O que aconteceu? - Perguntou o garoto.

– Elesis caiu.

Fez uma cara de decepcionado.

– De novo? - Pergunta já sabendo a resposta.

– Olha, em vez de você ficar aí zombando de mim, por que não me ajuda a levantar?! - Fala irritada.

– Foi mal.

Harper sempre foi mais velhos 2 anos que Ronan, e de 3 de Elesis, então sempre foi o maior entre eles, como se fosse um irmão mais velho. Segurou as duas mãos de Elesis e a puxou, assim a levantando. A ruiva ficou de pé tranquilamente, já que a ferida não era tão grave assim.

– Não foi nada. - Diz a pequena passando a mão nos joelhos.

– Tem certeza? - Pergunta Harpe.

– É claro que eu tenho. - Foi dar alguns passos para frente e fez uma careta de dor.

– Parece que não. - Diz Ronan.

O albino pôs a mão na testa pela petulância da garota. Segurou a mão de Elesis e a puxou até um sofá. A ruiva se sentou, esperando que Harpe voltasse com alguma coisa, que era uma pequena maletinha.

– Isso deve ser o bastante. - Pegou um pequeno frasco e o balançou, tirou a tampa e apertou o para sair o spray.

– Ai! - Deu uma leve ardida no começo mas depois foi passando. - Eu já disse que não preciso dessas coisas.

– Elesis, não seja chata. - Fala Ronan. - Harper só tá fazendo um favor pra você.

– Você me chamou de que?! - Olha furiosa para o azulado.

– É-É que você sempre reclama dos machucados que ganha. - Morria de medo o azulado, até desviava a visão. - Harper só tá querendo te ajudar.

Continuou a olhar brava para o garoto, mas logo voltou a olhar pra frente. Ronan se sentiu triste por ter sido ignorado.

– Estava carregando todo o peso de novo, não é? - Olhou para os livros espalhados pelo o chão.

– Ronan não é forte o suficiente para carregar esse peso, então eu faço um favor pra ele. - Cruza os braços como se tivesse razão.

– É-É claro que eu aguento, você que não deixa eu te ajudar. - Diz o azulado.

– Elesis, você devia aceita as ajudas dos outros. - Menciona Harper. - Não conseguimos fazer tudo sozinho, ok? É legal da sua parte ajuda o Ronan nas coisas, mas ele sabe se vira.

– Eu acho que não.

Riu da cara de rejeição que Elesis fazia. Desde que a conheceu, sempre foi desse jeito, como se ela fosse a dona da verdade.

– Um dia você vai precisar de ajuda de alguém, mesmo não querendo. - Fala o albino com um sorriso estampado.

– Não gosto que os outros me ajudem. - Encheu as bochechas de ar, ficando muito fofinha. - É como se eu fosse... Fraca.

– Fraca seria se você negasse a ajuda de um amigo e tentar carregar tudo sozinho nas costas, isso é ser fraco.

Olhou pensativa para o jovem. Talvez ele tivesse razão, ou não... Elesis não sabia que decisão tomar.

***

Só ouvia a própria respiração e o toque de seu celular... O toque de celular? Elesis abriu os olhos imediatamente, se deparando com o céu estrelado e escuro. Muito bonito. Estava deitada no banco da praça, sobre os livros. Com dificuldade, foi se levantando até se manter sentada, depois pegou o celular em seu bolso e atendeu.

– Quem é? - Sua voz saiu fraca.

– Cara, você tá bem? - Era Jin. - Onde que você esteve o dia inteiro? Faltou todas as aulas e nem deu sinal de vida.

– E-Eu to bem. - Se levantou do banco e foi até um pequeno rio que tinha ali por perto. - Não se preocupe.

– Você não parece nada bem. - Jin falava preocupado. - Onde você estava?

– No colégio das garotas, eu fui visitar elas e... - Dizia toda animada, para disfarça, mas parou de falar quando viu seu reflexo na água.

Sua respiração ficou mais ofegante e seus olhos arregalados. Viu seu reflexo na água, viu a mancha escura na metade de seu rosto, a deixando irreconhecível. Tinha piorado tanto que nem tinha percebido.

– Eléo. - Chamou Jin. - Você ainda tá aí?

– Tô sim. - Falou rapidamente. - Daqui a pouco eu chego aí, tá bom? Tchau!

Desligou na hora. Passou a mão em seu rosto, onde estava manchado, ainda não acreditando no que via. Sentiu vontade de cair naquela grama mesmo e desistir de tudo, mas Elesis era forte o bastante para continuar. Sabia que não restava tanto tempo para ela, então tinha que voltar para o colégio e tirar aquela droga de seu corpo.

Se levantou e para esconder a mancha em seu rosto, colocou o capuz do casaco que usava, que por sorte, cobriu bem seu rosto, deixando uma densa sombra nele. Correu até onde estava os livros, os pegou e saiu correndo em direção ao colégio.

***

Já tinha se passado um bom tempo desde que Jin tinha ligado para a morena. Olhava para o celular preocupado, algo o incomodava muito. Estava sozinho no quarto, Sieghart estava fazendo alguns treinamentos noturnos, então voltaria um pouco tarde. mas sua atenção foi chamada pela porta sendo aberta.

Lass entra no quarto com sua expressão séria, se dirigindo logo ao ruivo.

– Cadê? - Perguntou o albino.

– Cadê o que?

– Jin, não estou com paciência para você hoje. - Passa a mão no rosto, mostrando o cansaço que tinha. - Eu sei que você pegou, agora me dar. - Esticou a mão até o ruivo.

O lutador olhou por um tempo para ele, depois desistiu. Sob o travesseiro, tirou a faixa de ninja que Lass usava em algumas missões. Devolveu para o albino.

– Não adianta me trazer aqui só pra conversa com a Elesis, você sabe disso. - Menciona Lass.

– Se a Elesis não vai até você, eu faço você vir até ela. - Diz o ruivo. - Só queria que vocês se entendessem.

– As coisas não funcionam desse jeito. - Vai até à porta para ir embora.

– Não com vocês. - Sussurra.

Lass ignora totalmente o lutador e sai do quarto. Jin suspirou, era difícil para ele ter que aturar aqueles dois cabeça dura.

***

Elesis já tinha chegado no colégio e estava andando pelos os corredores. Antes, iria até a biblioteca para ver se achasse algo há mais.

Andava lentamente para economizar energia. Olhou para frente e se deparou com Lass vindo em direção oposta. Ele estava sério e distraído, mas logo percebe a presença da morena. Um ignorou a presença do outro, assim passando direto. Porém, Elesis para seus passos ao passar pelo o ninja.

– Ei, Lass. - Chamou, permanecendo de costas.

Parou no mesmo instante que ouviu o seu nome, mas continuando de costas. Elesis demorou um pouco para continua a falar.

– Eu não sei pelo o que você anda diferente, mas provavelmente é por minha causa... Sempre é por minha causa. É idiotice minha estar dizendo isso agora, mas... - Se virou para ele. - Desculpa. O que eu tenha feito, ou o que eu vou fazer, não é de propósito, mesmo parecendo que é. A única coisa que eu quero é que você esteja de bem comigo, só isso.

Lass após ter ouvido, se virou para a morena com seu olhar frio.

– Não tem pelo o que se desculpar, nunca teve.

– Pode até ser. - Sentiu o rosto esquentar, então acabou puxando o capuz mais ainda, para esconder seu rosto. - Mas eu só quero que você não fique bravo comigo, eu odeio isso. Você é o meu amigo, e amigos não devem brigar.

Continuou em silêncio. Deixava Elesis falar o que ele pensava.

– Eu não tenho muito tempo para ficar conversando com você, então... - Respirou fundo a morena. - Obrigada! Por sempre esta do meu lado, mesmo quando não quer. Sem falar que conseguiu me aturar por todo esse tempo. - Solta uma pequena risada.

Lass começava a estranhar o comportamento da garota. Era estranho vê-la de capuz e falando coisas repentinas.

– O que você quer dizer com tudo isso?

– É só um obrigada... - Dar as costas e começa a andar. De repente, deu corpo começou a fraquejar e cair no chão. - Apenas isso...

Elesis cai direto no chão, apagando antes de encostar no chão. Lass não consegue impedir que ela caísse no chão, apenas se abaixou ao seu lado.

– Ei! Eléo, acorde. - Chamava pelo o outro nome só para não arriscar.

A segurou pelos os ombros e a levantou seu colo. O capuz caiu, mostrando a grande mancha no rosto de Elesis, fazendo o albino ficar assustado ao ver.

– O que é isso? - Sussurra.

Tocou em seu rosto e sentiu o calor que ela emanava. Estava queimando de febre. Tirou o cachecol de seu pescoço e viu a mancha passando por sua nuca, inda até suas costas. Elesis estava em um estado crítico.

O albino olhou para os livros que tinha caído no chão e, por coincidência, estava aberto. Viu que era sobre as 5 Chamas Sagradas, e sua cabeça começou a ficar confusa com tudo aquilo, mais do que estava.

– Sim, eu acho que Elesis esteja o usando para pegar as chamas azuis.– Novamente, a voz de Grandiel em sua cabeça.

Não sabia em quem acreditar, tudo estava tão confuso para o pobre albino. Negou com a cabeça, tinha que se manter concentrado. Primeiro, tinha que ajudar Elesis para depois resolver essa loucura.

– Vou tirar você daqui.

A pegou pelo colo e a levantou. Teria que levar ela para algum lugar, algum lugar onde ninguém a visse. O quarto de Lass, era pra lá que a levaria. Foi rápido e começou a correr até lá. Sentia que Elesis piorava cada vez mais, portanto, não tinha tempo para pensar em algo.

Chegou no quarto e a colocou sobre a cama. Viu a expressão de agonia que a morena fazia, parecia estar sofrendo de mais com aquelas manchas.

– Essas manchas são causadas pelas Chamas Roxas. - Olhava no livro, que tinha trazido junto. - Droga! Como que se tira essas coisas?

Pôs a mão em seus lábios, ficando pensativo. Em quanto isso, Elesis só piorava com as manchas aumentada cada vez mais. Tinha que pensar rápido, mas era tão difícil uma coisa vim em sua mente, até que...

Ficou paralisado pela a ideia que veio em sua mente. Não podia fazer aquilo, não tinha controle "daquilo" ainda, com certeza daria problema. Tentou pensar em outra coisa, mas essa era a única opção.

– As manchas provavelmente de estalam mais nas costas.

Vira a morena de barriga pra baixo e com um certo receio, tira a blusa dela para que visse as costas. Como previa, as manchas eram maiores naquele local. Rapidamente, foi até seu armário e de lá tirou uma caixa de metal. A abriu e tirou algumas agulhas de dentro, que eram várias. Olhou sério para a ponta daquela ferramenta e para as costas da morena.

– Não tenho muita escolha. - Sussurra derrotado.

Segurou a ponta da agulha e se manteve concentrado. Depois de alguns segundos, uma fumaça vai saindo da agulha, como se tivesse sendo esquentada. Com muito cuidado, espetou as costas da espadachim, no local da mancha. Ao tocar, uma pequena área manchada some, voltando para a coloração normal de sua pele. Olhou surpreso o ninja, se sentia tão aliviado.

Aquilo funcionaria, mas seria bem trabalhoso até termina.

Tinha se passado algumas horas, sendo que era de madrugada no momento. Lass estava ao lado da cama, sentado no chão com o rosto afundado entre os braços. Estava exausto, agora era o único momento que conseguia descansar. Porém, ouviu o barulho da morena se remexendo na cama. Levantou o rosto, com expressão sonolenta, e a olhou.

– Onde que eu estou? - Elesis continuava deitada.

– No meu quarto. - Respondeu o albino.

De repente, Elesis soltou uma gargalhada. Seu rosto estava corado pela febre que ainda persistia.

– Parece que o efeito do remédio ainda não passou. - Percebe.

Por ela estar com febre muito alta, Lass foi obrigado a passar um remédio nela para que ficasse melhor, porém a pessoa ficava meio fora de si durante esse tempo, ou grogue.

– Sabe, um dia desses eu tava tendo uns sonhos estranhos. - Começa a fala de repente, com algumas risadas no meio. - Eu sonhei com o meu pai fazendo um curativo na minha mão quando pequena...

O ninja ignorava o que Elesis dizia, sabia que ela só iria falar coisas sem sentido dali em diante.

– Ele era o melhor pai do muuuuuuundooooooo! - Fez questão de esticar a palavra. - Sabe o que ele fazia? Dava um beijinho pra dizer que meu machucado iria para de doer, e não que funcionava. Também tinha minhas amigas que falavam isso, dizendo que resolveria qualquer problema Ha Ha. - Voltou a rir.

– Queria poder dizer os mesmo. - Suspira.

Elesis o pegou pela gola da camisa e puxou para perto.

– Se quiser, eu posso te mostra.

Ficou envergonhado com a aproximação da morena e suas palavras. Mas logo ele é solto por ela, além de levar um tapão na testa. O albino colocou a mão onde foi atingido.

– É brincadeira! - Elesis grogue era mais agressiva que o normal. - Só que além do papai, tinha outro cara que era muito legal! - Continuava o assunto. - Era o Gerard.

Lass a olhou surpreso. Viu o quanto ela estava doidona para estar dizendo o nome daquele homem.

– Ele era como um tio pra mim. Me ensinava muitas coisas, principalmente a lutar. Como eu disse, era um cara muitoooooo legal!

– Tem certeza?

– É claro! Se não fosse por ele, eu não estaria aqui. Mas voltando ao assunto real, eu queria muito comer aquele sorvete azul, que eu nunca sei o nome.

– Desde quando a gente estava falando disso? - Pensa o albino quase se jogando no chão.

– Mas mesmo Gerard sendo um cara legal, ele tem seu lado ruim. - Fala séria. - Eu odeio ele pelo o que ele fez, por tudo que me fez passar... Se um dia eu encontrar ele...

Lass começou a levar a conversa a sério.

– Eu vou pagar um sorvete de sabor azul! - Começa a rir que nem uma idiota outra vez.

– Eu acho que coloquei remédio até de mais pra você. - Diz preocupado.

– Mas também tem outro cara que é muito chato, só presta pra reclamar. - Demorou um pouco para continuar. - É o Lass! Ele vive sério, parece que sempre tem uma pedra no sapato dele.

O albino a olhou seriamente. Como ela podia estar falando aquilo com ele ali.

– Vive dizendo: Esse é o meu jeito ninja de ser e blá blá. - Imitava a voz do rapaz.

– Não, errada! Isso é do Naruto, sua doida. - Pensa irritado.

– Mas mesmo ele sendo um bobão, é um cara legal. - Sorrir.

Olhou surpreso. Pensou que nunca ouviria aquilo da Elesis, mas como ela estava grogue...

– Só que ele tá bravo comigo... - Diz triste. - Ele não diz o motivo e nem fala nada, eu fico triste assim. O que você acha que eu devo fazer, Coelho de Cartola? - Pergunta ao ninja.

– Coelho...? - Sussurra Lass. - Talvez ele tenha alguns problemas que queira deixar você longe deles.

– Eu não ligo! Gosto de ter meus amigos ao meu lado, e Lass é meu amigo, então se for preciso ter que aturar os problemas dele, tudo bem! Eu só quero... Eu só quero estar perto dele, só isso. - Diz triste.

Viu que Elesis não tinha nenhum interesse nele, apenas queria estar perto. Não tinha interesse nenhuma nas chamas, apenas amizade. Talvez tudo que Grandiel disse, tenha sido coisa de sua cabeça. Por um instante ficou feliz e aliviado por saber que Elesis não era do jeito que ele pensava.

– Mas ele continua sendo chato! - Diz de repente. - Sempre querendo ser o senhor certinho e...

Ficou uma hora ouvindo reclamações de Elesis sobre ele. Não conseguia dormir com as risadas repentinas delas e tal. Mas depois de um tempo, a morena acabou dormindo e o deixando em paz e, finalmente, podendo dormir.

Seus olhos foram abrindo lentamente após ter acordado. Estranho, nunca tinha se sentido tão bem na vida. Elesis estava bem melhor, não tinha mais nenhuma mancha em seu corpo ou qualquer outra coisa do tipo. No momento, estava confusa, não sabia onde estava mas logo foi reconhecendo o quarto do albino.

Aos poucos se sentou na cama, porém sentiu uma certa leveza em seu peito. Viu que estava sem camisa, apenas usando sua calça e as meias. Rapidamente, pegou o lençol e colocou sobre seus seios.

– O que eu to fazendo aqui? - Sussurra assustada.

Não se lembrava de quase nada, apenas de ter desmaiado e o resto era um grande borrão. Mas finalmente tinha percebido que as manchas tinham sumido de seu corpo, que a fez sorrir aliviada.

– Parece que você acordou. - Ouviu uma voz.

Olhou para o lado e viu Lass saindo do banheiro, escovando os dentes para variar. Apertou mais ainda o lençol contra o peito.

– Você tava bem mal ontem. - Ele se aproxima dela. - Como que você...

É interrompido por um chute que leva na cara, que fez até sua escova de dentes voar. Elesis o olhava zangada, e assustada ao mesmo tempo.

– Seu pervertido. - Diz ela. - O que você fez comigo ontem?!

– Eu te salvei, é isso que eu fiz. - Massageava a bochecha. - De nada, aliás!

Lembrou que quando tinha desmaiado, Lass estava por perto. Outra vez, o albino a tinha salvado. Ficaria brava com ele, mas acabou ficando feliz. Iria pergunta como tinha tirado aquilo, porém era melhor para outra hora.

– Valeu. - Diz envergonhada. - Outra vez.

– Não foi nada. - Se levanta do chão. - Amigos servem pra isso, não é?

Ficou feliz em ouvir aquelas palavras, muito mais vindo do Lass. Deu uma suspirada, parece que teria que fazer muitos favores para compensar ele.

– Eu tenho uma aula agora cedo. - Menciona o ninja. - Daqui a pouco você vai te que tomar um remédio, você ainda tá meio quente.

– Sei...

Mesmo depois de tirar as manchas, Elesis ainda sentia um pouco de dor. Estava dolorida suas costas, mas dava para aguentar.

– Ah, eu tinha esquecido... - Fala Lass.

Se aproxima da morena, já que ela estava de costas para ele. Segurou o ombro dela e se inclinou até sua nuca, assim dando um pequeno beijo. Elesis ao sentir aquilo, ficou vermelha igual ao um pimentão.

– Com um beijinho, tudo melhora, não é? - Diz o albino sorrindo.

Não sabia o que dizer, apenas fez o que era necessário. Se virou e acertou outro chute na cara do rapaz, que o fez voar pra longe. Estava vermelha de vergonha e de raiva.

– Fa-Faz isso mais uma vez que eu arranco todos os seus dentes! - As palavras ficavam presas em sua garganta. - Se-Seu idiota!

– Tá bom, tá bom. - Riu discretamente. Se levantou do chão e foi em direção à porta, já iria sair porém se virou para a morena. - Mais tarde, eu pago um sorvete azul pra você.

Fechou a porta, deixando Elesis sozinha. Sua expressão era de confusa, portanto, a única coisa que disse foi:

– Hã?


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Notas finais do capítulo

Review?
*Então, eu quero pedir um pequeno favor pra vocês, meus lindos leitores. Eu falei para minha amiga ver um anime (Free!) que ela iria gostar muito, mas ela disse que não que ver... Aí que entra vocês, nos comentário botem essa determinada frase: "Larissa, vai ver Free!" Por favor, façam isso pra mim! Estariam me ajudando de mais!
*Mangá novos para recomendar: Yankee-kun to Megane-Chan. Quem leu o Yamada-kun 7 nin no Majo vai ADORAR esse mangá porque é do mesmo tipo. Eu não sei se já recomendei pra vocês mas leiam Gangsta.!
*Não se esqueçam desse favor, pliz!